
A Rainha Guerreira
Ariel é uma lobisomem de vinte anos que sonha em se tornar uma guerreira da Matilha. Pelo menos este era o plano antes de ser raptada por caçadores há dois anos para ser cobaia de terríveis experimentos. Com a ajuda da Deusa da Lua, Ariel finalmente consegue sua liberdade. Mas encontrar um companheiro e voltar à vida normal vai ser muito mais difícil do que ela imaginava.
Classificação etária: 18+
Autor original: Danni D
O Dom da Deusa
ARIEL
"Vamos lá, Ariel, mostre do que você é capaz”
Os braços musculosos de Xavier me envolvem, e ele empurra minhas costas contra a parede.
Seu cheirode terra faz com que eu me sinta atordoada, e é difícil respirar quando seu tórax volumoso é pressionado contra o meu.
Estou perdendo o foco, mas não posso deixar que isso aconteça.
Não posso me entregar.
Rapidamente, pego Xavier pelo pulso, o puxo por cima de meu ombro e torço o corpo—virando o cara de costas.
Eu sorrio. "Era isso o que você queria?"
Ao olhar para os lados, observo todos os meus colegas torcendo por mim, esperando que eu passe no teste final para me tornar uma guerreira completa para a matilha.
Estou usando apenas um top, e nossos corpos suados ficam grudados enquanto ele me prende.
Ele se inclina e sussurra no meu ouvido. "Renda-se, Ariel. Não vale a pena resistir."
Meu coração está latejando, ameaçando explodir do meu peito.
Sua mão desliza pelo meu estômago até minha coxa, agarrando-a com força, com vontade.
Meu corpo se contorce sob ele, desejando seu toque, rendendo-se ao calor.
Ceder é uma proposta tentadora, especialmente considerando o quão sexy Xavier é, mas neste momento tenho coisas mais importantes em minha mente...
Aprecio a surpresa no rosto de Xavier enquanto giro minhas pernas para cima e as envolvo em torno de seu pescoço, colocando-o em um estrangulamento triângulo.
"Parece que sou eu quem está por cima agora,” sussurro.
Pressiono minhas coxas o máximo que posso, garantindo que Xavier não consiga se libertar.
Momentos depois, Xavier bate no chão, sinalizando sua rendição.
O público irrompe em aplausos, e meus colegas de equipe se aglomeram na arena, pulando, gritando, jogando bebidas isotônicas para todos os lados.
Xavier se levanta antes de mim e estende sua mão. Eu aceito e ele me puxa para cima, diretamente para seu tórax.
"Muito bem, Ariel. Hoje, você provou ser uma verdadeira guerreira."
Ele se inclina, e por um momento penso que vai me beijar, mas—
Meu coração salta na garganta e fico totalmente sem palavras.
Sento-me ao lado do lago sereno, sombreado pela copa das árvores acima de mim, e tiro minhas botas, atirando-as para o lado.
Mergulho meus pés na água e suspiro de alívio.
Não sou mais apenas uma aprendiz...
Hoje, sou oficialmente um membro dos guerreiros da matilha.
Observo com orgulho a tatuagem da lua crescente no interior do meu braço—a marca de um guerreiro.
Minha matilha, a Matilha da Lua Crescente, tem um dos melhores programas de treinamento de guerreiros da região e meu esquadrão se tornou minha segunda família.
Nós nos intitulamos o "Esquadrão X" em homenagem ao nosso destemido líder de equipe, Xavier.
Bem, na verdade, ele inventou o nome, mas eu realmente acho uma graça.
O som de grunhidos e rosnados guturais chama minha atenção de repente para as docas.
Xavier está lutando com nosso colega de esquadrão, James.
Ele lança socos rápidos na direção de James, mantendo-o desequilibrado, depois salta no ar e dá uma voadora direto em seu estômago, derrubando-o.
Xavier tira sua camisa lentamente, revelando seu torso tonificado e seus músculos definidos enquanto limpa o suor de seu corpo reluzente.
Cheio de si, Xavier sorri para James. "Você pode ter conseguido sua marca da lua, mas ainda não está à minha altura, garoto.”
Xavier começa a fazer flexões, e enquanto me inclino para frente para ver melhor, quase caio de cara no lago.
Consegui me equilibrar a tempo, encontrando-me em meu reflexo na água.
Meu cabelo castanho está completamente bagunçado, mas meus olhos amarelos escuros se destacam da sujeira em todo o meu rosto.
Quando eu era jovem, meu pai sempre dizia que meus olhos pareciam girassóis, então ele começou a me chamar de seu pequeno girassol até que eu protestei contra esse apelido de menina.
Depois disso, ele começou a me chamar de sua pequena guerreira, e esse sim pegou.
De todos, mal posso esperar para contar a ele primeiro as novidades sobre minha aceitação no programa de guerreiros.
Eu sei que ele ficará muito orgulhoso de mim.
Minha mãe, por outro lado...
Ela acha inapropriado as meninas serem guerreiras. Ela sempre diz que eu deveria ser mais como minha irmã, Natalia.
Natalia jamais seria vista com os cabelos emaranhados e a cara suja—sempre tão bonita e certinha.
Quando olho para cima, noto que Xavier está me encarando das docas. Imediatamente tento me arrumar, suavizando os nós do meu cabelo.
A proposta de Xavier ainda está fresca em minha mente, mas não sei o que fazer.
Ainda não está confirmado se somos pares e parte de mim quer esperar...
Mas Deusa, ele é muito sexy. Ele me dá um sorriso, e eu me viro rapidamente, envergonhada.
Estou realmente arrependida de não ter tomado uma ducha depois da minha sessão de treinamento, mas estava tão animada em receber a marca dos guerreiros.
"Mas que diabos você está fazendo," disse uma voz arrogante, mas reconfortante, que vinha de trás de mim.
"Você sempre parece que acabou de lutar contra uma matilha de lobos—pentear o cabelo com os dedos não vai mudar isso."
Minha melhor amiga, Amy, senta-se ao meu lado e me acotovela no ombro.
Me surpreende que sejamos tão amigas, considerando que ela combina mais com a personalidade da Natalia do que com a minha, mas somos inseparáveis desde a infância.
"Fiquei sabendo da novidade! Precisamos sair e comemorar!", diz ela, balançando seus pés na água, ao lado dos meus.
"Sinceramente, estou exausta," digo. "Talvez tenhamos que deixar a comemoração para outra noite.”
"Não sei do que você está falando,” digo, meu rosto está ficando quente.
"Ele também é um lutador muito bom,” respondo, na defensiva.
"Acho que você terá certeza quando fizer 18 anos daqui poucos meses,” responde ela, levantando as sobrancelhas.
Os lobisomens só podem reconhecer seus pares quando ambos fazem 18 anos, então, provavelmente, ela tem razão; meu par poderia ter estado bem debaixo do meu nariz durante todo esse tempo.
Mas alguns lobos nunca encontram seus pares destinados... e acabam ficando com outros lobos na mesma situação.
Fico triste ao pensar em não esperar por seu verdadeiro par.
"Se meu par está em alguma matilha remota, do outro lado do mundo, acho que posso me converter a uma nova religião," diz Amy com um sorriso.
Caímos na gargalhada e deitamos de costas na grama. Conforme o céu escurece, a lua crescente torna-se cada vez mais brilhante.
"Acho que vou ter que esperar e ver o que o destino tem reservado para mim,” digo, sorrindo.
Sinto as correntes mais apertadas, e luto contra a vontade de gritar de dor. Os grilhões de prata roem meus pulsos.
Eu deveria estar acostumada à dor depois de dois anos sendo tratada como um animal sem valor, como uma experiência científica, mas às vezes ela se torna insuportável.
O primeiro ano foi o pior...
Os experimentos— injeções em microdoses de acônito líquido em minhas veias para analisar os efeitos no meu corpo. E na minha loba.
Aprendi no início que a sensação de ardor que corria pelas minhas veias era o acônito, pois enfraquecia e cortava minha conexão com minha loba.
Fiquei um ano inteiro sem minha loba. Sentindo-a apenas nos cantos mais distantes de minha mente, chorando de dor e tristeza.
Nunca na minha vida eu me senti tão esmagadoramente só.
Eles levaram minha família...
Meus amigos...
E minha loba.
Meus olhos começam a se fechar à medida que a dor se torna insuportável.
Sinto uma ponta afiada contra meu rosto já machucado.
"Não desmaie ainda, vagabunda.” Acabamos de começar hoje.” Curt, o líder dos caçadores, crava suas unhas sujas no meu ombro.
"Vá para o inferno," respondo, com a pequena força que me resta.
Os olhos frios e cinzentos de Curt—por mais estranho que pareça—são a única coisa que tem me mantido viva. A ideia de arrancá-los de sua cabeça...
Penso bastante na primeira vez que vi esses olhos—na mesma noite em que passei no treinamento de guerreiros.
Eu tinha adormecido perto do lago, e quando acordei, aqueles olhos pairavam sobre mim, me encarando com absoluta maldade.
Nossa matilha nunca havia feito nada de violento à humanidade, mas isso não importava para os caçadores.
Tudo o que eles querem é erradicar completamente os lobisomens.
Mas o que eles querem de mim—por que me mantiveram viva para fazer experimentos em mim por dois anos—não tenho ideia.
"Acho que você precisa ser lembrada de seu lugar, vira-lata," diz Curt enquanto pega uma seringa cheia de prata líquida.
"Não... NÃO!" Grito enquanto ele perfura minha pele.
Minha coluna começa a esticar e, um horrível barulho de rachadura ecoa por toda a sala enquanto meus ossos quebram.
Ele está forçando minha loba a sair de alguma forma, mas a prata está impedindo que meu corpo se cure durante a transformação.
A dor é surreal.
Sinto minhas costelas perfurarem meus pulmões e o sangue escorrer da minha boca.
Na verdade, está escorrendo de vários lugares do meu corpo enquanto meus ossos penetram na minha pele.
"Merda, merda, merda!" Curt grita. "Acho que lhe dei demais! Médico! Vem cá, porra!"
Eu quero tanto uivar de dor, mas tudo o que eu consigo expressar é um patético sibilo frenético.
A sala começa a ficar embaçada e a se fechar ao meu redor.
"Faça ela ficar estável!" Curt grita. "Não podemos perder nossa melhor amostra de teste.” Ela está quase aperfeiçoada!"
Enquanto a escuridão se instala, ouço uma voz suave e etérea.
Eu me levanto, ainda acorrentada à mesa de operação, embora a sala esteja vazia.
Quando a confusão do sonho começa a passar, uma coisa se torna clara.
Antes de desmaiar, meu corpo inteiro estava quebrado, meus ossos saltavam para fora do meu corpo, eu estava perdendo tanto sangue...
Então imagine minha surpresa quando estiquei meu pescoço para olhar para meu corpo espancado e descobri que...
Todas as minhas feridas estavam curadas.










































