A Filha do Alfa-Rei

"E então, ele me pegou e me jogou na parede... estou te falando, foi quente pra porra que eu não aguentei!"

"De jeito nenhum! Você é tão sortudo! Quer dizer, eu gosto do Harry; Eu gosto muito. Eu só não acho que ele sente a Bruma tanto quanto eu, sabe? Eu quero paixão e intensidade! Essa merda é insana! Certo, G? G? GIANNA?"

Saí do meu devaneio. "Huh? O que?" Olhei para o espelho que estava na minha frente e vi as meninas olhando para mim.

Liv parecia levemente curiosa, mas Emily estava batendo o pé com os braços cruzados. Ela parecia chateada. Ela deveria estar falando sobre seu sexo na Bruma com o cara qualquer com quem ela estava desta vez.

Mark? Não.

Neil? Não.

Ralph! É esse... Ralph!

"Gianna, está me ouvindo?" ela reclamou.

"Sim, querida, claro que estava! Você e Ralph transaram tão gostoso esta tarde que ele te jogou contra a parede, certo?", eu disse, sorrindo largamente para ela.

Ela estalou a língua em frustração. "É Ron."

"Ralph é muuuuito temporada passada!", ela revirou os olhos, e nós rimos.

Peguei meu batom e comecei a aplicar. Chocolate escuro, meu favorito. "E você, Liv? Alguma colisão com a parede acontecendo?", eu pisquei para ela.

Ela sorriu timidamente e corou. "Não exatamente, não, mas espero que aconteça em breve," ela riu, e Emily a cutucou.

Eu sorri e continuei a fazer minha maquiagem. Eu nunca tinha experimentado uma Bruma.

Meu pai, o rei alfa, e minha mãe, uma poderosa feiticeira, foram forçados pelo conselho dos anciões a suprimir meu lobo quando eu era apenas uma criança.

Aparentemente, alguém com minhas habilidades não deveria ter permissão para perambular sem controle. Era simplesmente inédito. Revirei os olhos com o pensamento.

Minha mãe e eu conversávamos sobre isso a cada temporada. Ela sabia que ouvir sobre as Brumas dos meus amigos muitas vezes me deixava mais excluída do que o normal.

Minhas amigas eram ótimas, e eu as amava, mas eu sempre seria a realeza — a princesa, a filha do rei alfa.

A Bruma, também conhecido como época de acasalamento, acontecia uma ou duas vezes por ano quando todo mundo – e quero dizer todo mundo – transava feito loucos…

Mamãe me disse que as limitações do meu lobo começariam a ser ultrapassadas assim que eu encontrasse meu companheiro.

Ela disse que meu companheiro acalmaria minha alma de lobo, e uma vez que ele aceitasse tudo de mim e meu poder como sua companheira, finalmente estaria livre.

Uma parte de mim mal podia esperar; outra parte de mim se perguntava se algum homem ou lobo poderia lidar com minha alma selvagem.

Na verdade, eu só me transformei em minha forma de lobo uma vez. Eu tinha uns dez, talvez onze. Meus pais insistiram que o conselho esperasse até que eu tivesse passado pela transformação antes de me reprimir.

Meu irmão Diego e meu pai me ajudaram com o processo. Durou horas, cada osso do meu corpo quebrando e mudando. Meu corpo ficou coberto de suor da febre.

Doeu, admito, mas Diego prometeu que ficaria melhor a cada transformação até ficar tão fácil quanto respirar.

Muitos humanos pensavam que os lobisomens se transformavam em bestas em forma de homem que corriam com duas pernas, mas na verdade nos transformamos completamente em lobos.

Parecíamos lobos comuns, mas um pouco maiores. Se um humano nos visse, pensaria que tinha encontrado um grande lobo selvagem.

Nosso cabelo se espalhava pelo corpo, se tornando nossa pelagem. A cor do nosso cabelo determinava a cor do nosso pelo.

Na maioria das vezes, os olhos de lobo eram de um amarelo-dourado suave, mas havia algumas exceções. Havia alguns lobos cujos olhos permaneciam da mesma cor que seus olhos humanos. Como eu disse, algumas exceções.

Terminei minha maquiagem, tirando esses pensamentos da minha mente, e me admirei no espelho. Caralho, eu estava gostosa!

Eu ouvi as garotas fazerem oooh atrás de mim "G! Você tá uma bomba, menina!"

"Sim, G! Você está maravilhosa!"

Eu me virei. "Obrigada, meninas! Vocês também! Uau!"

Emily usava um vestido vermelho justo que combinava perfeitamente com sua pele morena e bronzeada e cabelos escuros, que ela estava com seus cachos caindo soltos sobre os ombros.

Liv vestia uma saia jeans azul com uma camisa branca ombro a ombro; seus cachos dourados estavam presos em um elegante coque bagunçado, que eu nunca conseguiria fazer sem parecer uma sem-teto.

Droga, minhas amigas eram bonitas. Eu sorri e peguei minha bebida. Esta noite ia ser boa; Eu conseguia sentir.

"Vamos lá; vamos acabar com nossas bebidas e sair daqui antes que o Diego nos veja e me dedure para o papai," eu disse, virando minha vodka tônica.

As meninas riram e Liv corou. "Diego é tão gostoso, porém," ela disse.

"Eca, que nojo, Liv!", eu a empurrei e revirei os olhos.

Brindamos nossos copos desejando uma boa noite e viramos nossas bebidas.

Pensei em Diego quando saímos de casa em caminho à cidade. Ele era meu irmão mais velho, o próximo na linha para ser o rei alfa, e levava seus deveres futuros muito a sério.

Pesada é a cabeça daquele que usa a coroa e tudo mais. Revirei os olhos com o pensamento. Ele era meu protetor, como ele se intitulava, sempre intervindo quando eu precisava dele...

Mas eu nunca precisei dele. Eu era forte, mais forte do que ele de longe, e ele odiava.

Meus irmãos e eu não éramos apenas lobos; éramos feiticeiros — bem, meio a meio, na verdade. Todos nós tínhamos habilidades especiais.

Diego tinha super força e velocidade; seus sentidos eram aguçados, o que o tornava o caçador perfeito. Não importa onde você estivesse ou a distância, Diego sempre te encontraria.

O lobo dele era maior. Com mais de um metro e noventa de altura, ele se elevava sobre mim a meros um metro e sessenta.

Seu cabelo preto como azeviche significava que o pelo de seu lobo também era preto, e seus olhos verdes penetrantes deixavam todas as lobas com os joelhos fracos tanto na forma humana quanto na forma de lobo, algo que ele simplesmente amava.

Depois havia eu.

Com meu cabelo branco como neve e olhos azul-gelo, eu era o lobo branco, aquele sobre quem as mães contavam histórias para seus filhotes enquanto eles adormeciam, histórias sobre um lobo branco que não era visto há mais de uma década, já que só me deixaram correr na minha forma de lobo uma vez.

Eu tinha ouvido algumas histórias do lobo branco, um lobo raro, eles chamavam.

Alguns lobos olhavam para mim com curiosidade, imaginando se talvez eu fosse o tal lobo. Ninguém realmente sabia se o lobo era de fato um lobisomem ou apenas um selvagem, mas ninguém se atreveu a perguntar.

Meus poderes eram um pouco mais complicados do que os outros. Minha mãe disse que sempre soube que eu seria mais talentosa que os outros.

E então tinha os gêmeos, Lucas e Levi, ambos altos como Diego, com mais de um metro e oitenta de altura. Como nossa mãe, eles tinham cabelos dourados e olhos verdes.

Eles também tinham três Ts — telecinese, telepatia e teletransporte. Eles eram fortes separados, e ainda mais fortes quando estavam juntos.

"Chegamos!!"

O grito de Emily me puxou do meu devaneio quando o táxi parou do lado de fora do clube.

"ah não! Olha a fila! Vamos esperar séculos!" Liv gemeu, suas mãos puxando sua jaqueta com força enquanto ela saía.

"Garota, você é burra?! Estamos com a realeza, vadia! Vamos receber tratamento VIP." Emily revirou os olhos para Liv. Eu ri e saí do táxi atrás delas.

"Não se preocupe, meninas, eu cuido isso", eu falei por cima do ombro, caminhando para o segurança na porta.