Lutando por uma Segunda Chance

Sammy estava tendo uma tarde muito ruim.

Ela levou o carro e Adam, o mecânico deles, que era um grande amigo de Derek, lhe disse que era um caso perdido. Ele sabia que era o jipe do pai dela e que ela o adorava, mas já estava na hora.

"Sammy, tudo está desgastado."

"Não quero que você gaste seu dinheiro consertando esse carro a cada duas semanas, porque é isso que vai acontecer. Você vai perder muito dinheiro, e eu sei que você pode gastar seu dinheiro em coisas melhores."

Ela suspirou e concordou com ele. Ele lhe disse que poderia deixar o carro lá enquanto decidia o que fazer. Um dos outros técnicos levou-a para casa e ela teve que usar o caminhão do rancho até encontrar outra coisa.

Ela buscou Gracie e a levou para a aula de balé. Ela tinha mais uma hora para fazer suas tarefas antes de ir buscá-la.

Pegou a roupa da lavanderia e depois passou na padaria para pegar uma torta que Lynn queria que ela entregasse ao Mike. Ela inspecionou o vestido que havia sido limpo e ele parecia bom.

Ela tinha outro encontro com um rapaz da academia, Brett, de quem tinha sido amiga nos últimos meses. Amanhã à noite seria o quarto encontro deles. Ela estava nervosa, mas ele era um cara legal.

Seus relacionamentos nunca passavam desse ponto porque ou eles queriam sexo ou ela os comparava a Jake. Ela suspirou enquanto corria para a padaria, que ficava logo abaixo da lavanderia.

Lynn acenou. "Obrigada por levar a torta para o Mike. Sei que é o prato preferido dele e, quando o cliente cancelou, não queria que fosse desperdiçado."

Sammy riu. "Ele provavelmente vai comê-la no jantar. Obrigada, Lynn." Ela saiu correndo do prédio e foi até a casa de Mike antes de pegar Gracie.

Ela dirigiu, sem realmente prestar atenção, enquanto uma ótima música tocava no rádio. Ela entrou na garagem, pegou a caixa e correu até a porta dos fundos da cozinha, sem perceber o estranho veículo na garagem.

Ela abriu a porta e gritou: "Ei, Mike, trouxe o seu jantar. Além disso, você vai gostar de saber que preciso comprar um carro novo...".

Ela parou no meio da frase quando se virou e notou o homem parado na cozinha. E não um homem qualquer, mas o homem que era o dono de seu coração.

Oh, merda, ela está aqui!

O coração de Jake estava batendo forte em seu peito. Mike ficou em choque ao vê-los juntos na mesma sala e não sabia o que iria acontecer.

Kevin estava de pé ao lado, intrigado com o que poderia acontecer em seguida. Ele notou que ela realmente era tão bonita quanto nas fotos.

Sammy ficou ali, paralisada, apenas olhando para ele. Deus, ele ainda era tão incrivelmente sexy e, bem, gostoso.

Ela nunca havia sentido tantas emoções passando por ela de uma só vez. Ela podia sentir as lágrimas se formando em seus olhos e não sabia qual emoção venceria no final. Depois do que pareceu uma eternidade, ele falou.

"Oi, Samantha..."

Ela olhou para ele quando ele disse seu nome e sentiu uma onda de amor, dor e raiva atingi-la em cheio no peito. Ela deu um passo em direção a ele e depois parou.

A raiva venceu, e ela caminhou até ele enquanto ele sorria timidamente. Ela lhe deu um soco no rosto com toda a força que tinha. As lágrimas caíram quando ela se virou e saiu da casa. Ela voltou para o caminhão e foi embora.

Mike e Kevin ficaram de queixo caído ao verem a cabeça de Jake pender para trás. Sua mão foi até a bochecha, onde ela o havia atingido, e a pele estava sensível. Seu soco foi forte e ele realmente viu algumas estrelas quando ela o atingiu.

"Bem, meu amigo, acho que é seguro dizer que ela está muito brava com você," disse Kevin alegremente enquanto sentava o amigo em uma cadeira da cozinha.

Mike se esforçou para não rir enquanto entregava uma bolsa de gelo ao filho.

Jake estava atordoado, mas isso o deixou ainda mais determinado a falar com ela, consertar as coisas e dizer que a amava e somente a ela.

Ele olhou para seu melhor amigo e para o pai. "É um pequeno contratempo, mas eu a conheço e farei com que ela veja que ainda me ama."

"Você é um filho da mãe teimoso, Jake, mas admiro seu bom gosto. E o gancho de direita dela," disse Kevin enquanto ria.

Mike apenas balançou a cabeça enquanto ia para o escritório e ligava para ela, deixando uma mensagem: "Sammy, sinto muito que tenha sido assim que você descobriu que ele estava de volta à cidade."

"Na verdade, eu ia ligar para você amanhã e lhe contar. Ele não sabe nada sobre a Gracie. Se precisar de alguma coisa, é só ligar".

Sammy parou o carro a alguns quilômetros de distância e chorou intensamente no acostamento.

Ela não tinha ideia de por que estava chorando. Era de raiva ou de dor? Sua mão estava latejando e ela flexionou os dedos para aliviar um pouco o desconforto.

Mas, pelo menos, a dor em sua mão ajudava a abafar a dor em seu coração. Ela sentiu como se tivesse sido pega de surpresa ou traída por Mike.

Mas por quê? O filho era "dele." Ele tinha todo o direito de recebê-lo em sua casa.

Ela só queria ter sido avisada para poder se preparar. Ela se acalmou um pouco e olhou para os nós dos dedos. Eles estavam vermelhos e um pouco inchados. Ele sempre teve uma cabeça dura.

Ela viu que tinha uma chamada perdida e uma mensagem de voz e percebeu que nem tinha ouvido o telefone tocar em meio a tudo isso. Ela o atendeu e ouviu Mike se desculpar e explicar.

Ela estava exausta, e percebeu que só tinha cinco minutos para chegar ao estúdio de dança e buscar a Gracie. Ela voltou para a estrada, dirigiu mais rápido do que normalmente faria e conseguiu chegar.

Gracie não notou nada de errado no caminho para casa enquanto balbuciava, contando a Sammy tudo o que havia acontecido na aula.

"Ei, mamãe, quando é que vamos naquele médico que vai me testar? Eu esqueci o que você me disse," ela perguntou com seu vocabulário incrível.

Ela ainda deixava Sammy atônita quando dizia coisas tão sábias que ultrapassavam sua idade. "Bem, querida, você vai amanhã. Ainda está tudo bem?"

"Eu vou faltar à escola amanhã?"

"Sim, amor, você não irá amanhã, mas eu vou fazer um jantar especial depois. O que você acha?"

"Ah, posso escolher qualquer coisa?," ela implorou.

"Bem, como o quê?"

"Bem, que tal aquele macarrão com queijo que você tem que cozinhar no forno?"

"É isso que você quer?"

"Ah, sim. Eu adoro."

E conheço outra pessoa que também adora. Acabei de dar um soco nele.

"Ok, querida, vou contar ao tio Derek e à tia Lynn. Lembre-se de que você vai jantar com eles amanhã."

"Eu sei que você vai ter um encontro. Garotos são nojentos."

Sammy sorriu. "Sim, querida, alguns deles são."

Elas voltaram de carro, ouvindo rádio. Sammy ficou preocupada a noite toda, mas não disse nada até que Gracie estivesse na cama.

"Ok, ela está na cama, então fale, mana," disse Derek.

Sammy suspirou. "Bem, Adam disse que é oficial e que eu tenho que comprar um carro novo".

"Não sobre isso, Sammy!" Lynn a repreendeu.

Sammy olhou para a cunhada enquanto ela se sentava no sofá, esfregando a barriga que estava crescendo.

Ela estava muito feliz por eles finalmente terem um filho. Derek estava muito feliz. Em apenas mais três meses, seu filho estaria aqui.

Ela adorava Lynn e elas eram grandes amigas.

Lynn e Derek se conheceram quando Jake e Sammy estavam no primeiro ano da faculdade. Ela tinha acabado de abrir sua padaria na cidade e Derek ia lá todos os dias comprar alguma coisa até criar coragem suficiente para convidá-la para sair.

Ele finalmente criou coragem depois de umas vinte dúzias de biscoitos de açúcar com cobertura. Eles se casaram quando Gracie tinha três meses de idade e acabaram de comemorar o aniversário de casamento.

Sammy sorriu para ela e pensou em como a conhecia bem. Lynn era uma pessoa atenciosa e carinhosa, leal e protetora feroz daqueles que amava.

Ela foi de grande ajuda quando Gracie nasceu e quando a mãe de Derek e Sammy foi diagnosticada.

Ela se certificou de que todos comessem e estivessem bem nos seis meses seguintes, desde que Sally Hills soube do diagnóstico de câncer até sua morte. Gracie tinha apenas onze meses de idade quando ela morreu.

E, muitas vezes, a dor era tão real e crua para Sammy que ela desabava. Mas Lynn estava sempre presente e, junto com a melhor amiga de Sammy, Kate, ela conseguiu manter a cabeça acima da água.

"E então?" Derek perguntou.

"Fui levar a torta de creme de banana para o Mike, como Lynn me pediu, e Jake estava lá..."

"Jake? Você diz o Jacob Doogan? Jogador de futebol? Babaca?" Derek perguntou enquanto se levantava do sofá.

Ela assentiu com a cabeça, olhando para o chão.

"Oh, Sammy, querida, você está bem?" Lynn perguntou gentilmente enquanto ia até ela no sofá.

"Eu lhe dei um soco."

Lynn e Derek olharam um para o outro e depois de volta para Sammy.

"Como você deu um soco nele?" Lynn perguntou.

Sammy se levantou e demonstrou.

Derek começou a rir enquanto abraçava sua irmãzinha. "Meu Deus, você realmente é uma ruivinha cabeça quente."

Lynn não sabia o que dizer enquanto tentava disfarçar sua risada com uma tosse. Derek entrou na cozinha e, quando Lynn teve certeza que ele estava fora do alcance dos ouvidos, perguntou novamente como ela estava.

Sammy olhou para Lynn e ela viu as lágrimas nos olhos de Sammy. "Eu não sei... Ele parecia tão bem, melhor do que antes."

"Meu coração imediatamente começou a bater de forma diferente... Parte de mim queria começar a gritar com ele e dizer o quanto ele me machucou, parte queria pular em seus braços e beijá-lo até que nós dois não conseguíssemos respirar."

"E outra parte queria dar um soco nele e dizer que o odiava."

"Então, o soco venceu? Você disse alguma coisa a ele?"

"Não, eu não consegui encontrar minha voz."

"Eu sei o que sua cabeça está lhe dizendo, mas e o seu coração? O que ele diz?"

"Que eu o amo e quero desesperadamente beijá-lo."

"E quanto à Gracie?"

"Não tenho a menor ideia... Não tenho ideia de quanto tempo ele vai ficar e o que devo fazer."

"Bem, o seu encontro amanhã à noite é uma coisa boa ou não?"

"Boa, uma distração é exatamente o que eu preciso."

Lynn deu um tapinha na mão dela e deixou Sammy continuar pensando que era uma boa ideia.

O pobre homem não tinha nenhuma chance amanhã à noite, não com Jake Doogan andando pela cidade, e Lynn sabia disso. Se Sammy percebia isso ou não, era outra história.