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Sounders Hockey Livro 1: Forward Defense

Capítulo 3

MEDA

O cronograma de treinos elaborado pelo técnico Lubeck era puxado, quase brutal. Os exercícios também não eram moleza. Meda estava em boa forma, mas os treinos a faziam se esforçar como nunca antes.

Ela não poderia reclamar. Ela era uma jogadora profissional de hóquei, e esse fato importante a motivava a se dedicar ainda mais todo santo dia.

No entanto, ele também complicava a sua vida. Desde que assinou o contrato, sua privacidade deixou de existir. O povo vivia correndo atrás dela com câmeras e microfones. Todo mundo queria interagir com a famosa jogadora mulher da Liga Nacional de Hóquei.

E olha que a temporada nem tinha começado ainda.

Conforme os primeiros treinos iam passando, ela ficava cada vez mais frustrada. Ela sentia que os companheiros de equipe estavam pegando leve demais com ela, com medo de machucá-la se batessem forte ou a empurrassem com muita força. Até o Blake a tratava diferente.

No fim da semana, ela estava farta.

Ela acertou Liam O'Connell com tudo, empurrando-o contra a parede com tanta força que o cara deslizou vários metros pelo gelo. Ela se virou para encarar todo mundo, com um olhar cheio de fúria.

“Escutem aqui, seus cabeças-duras! Já deu!”

Ela estava possessa.

“Eu não sou fraca nem de porcelana. Sou uma jogadora de hóquei! Jogo e ganho desde os quatro anos! NÃO vou deixar nenhum de vocês estragar minha chance de jogar nessa liga porque estão com medo de me machucar!”

Meda estava tão furiosa que começou a soltar uns palavrões em grego que só o Apollo entendia. Ele nunca tinha ouvido ela falar tão pesado assim.

Liam, ainda esparramado no gelo depois da pancada, sentou gemendo de dor. Ele olhou para ela, surpreso com as palavras em grego e com a fúria da Meda.

“Botem isso na cabeça. Sou parte dessa equipe e vocês não vão pegar leve comigo. O fato de eu ser uma mulher não quer dizer que vocês podem me tratar diferente de qualquer outro novato. Não cheguei aqui sendo fraca e deixando os meninos me protegerem. Cheguei aqui porque arraso no gelo e vocês vão aprender a me levar a sério!”

A arena ficou num silêncio de cemitério quando ela terminou. Ela botou a mão no rosto, balançando a cabeça de frustração. Em seguida, olhou para o Blake com olhos que soltavam faísca.

“Durante toda a minha vida, tudo que eu sempre quis foi jogar hóquei. Meu pai me ensinou a jogar, a marcar e a fazer parte de uma equipe. Ele também me ensinou a aguentar o tranco.”

Ela foi patinando devagar na direção deles, se certificando que todos estavam ouvindo.

“Para vencer, precisamos de TODO MUNDO. Se vocês não conseguem parar de ser machistas, talvez o lugar de vocês não seja aqui.”

“Eu vou ficar, vou jogar, e com certeza não preciso da “proteção” de vocês para isso!”

Blake ficou quieto observando. Caramba, ela ficava uma delícia quando estava brava.

Opa. De onde saiu esse pensamento?

Balançando a cabeça, ele soltou um suspiro alto e bateu o taco no gelo.

Meda olhou para ele com um olhar assassino.

“Eu vou jogar contra qualquer um de vocês para mostrar o quanto sou boa para essa equipe. Se vocês acham que têm colhões para jogar contra mim, estarei aqui amanhã às cinco da matina, esperando.”

APOLLO

Os colegas de time de Meda a observaram se afastar decidida em direção aos vestiários. Liam fez uma careta e massageou o pescoço.

“Ela tem a mão pesada”, resmungou ele. “Acho que o perigo já passou, galera.”

Apollo, no entanto, ainda sentia a raiva e frustração da irmã pairando no ar. Ele já esperava por isso.

“Pessoal, vocês mexeram com fogo”, ele advertiu. “É melhor se prepararem, porque amanhã o treino vai ser de lascar.”

MEDA

No chuveiro, Meda ainda fervia de raiva. Ela deixou a água quente escorrer pelo corpo, na esperança de que isso a acalmasse.

Idiotas! Eu me esforcei tanto para chegar até aqui!, pensou.

Por fim, Meda desistiu, lavou-se rapidamente e saiu do chuveiro. Secou-se, enrolou uma toalha no corpo e usou outra para os cachos.

Ao terminar, ela jogou as toalhas no cesto e foi até o armário. Ela suspirou enquanto vestia a lingerie branca de renda. Colocou uma calça jeans escura justa e uma camiseta que dizia “Hockey é coisa de menina”. A blusa curta mostrava a barriga lisa e a cintura fina, valorizando suas curvas.

Após calçar seus sapatos favoritos, ela pegou a bolsa e saiu.

Ela precisava ver o pai. Precisava falar com a Tess. E estava precisando de uma bebida forte.

Ela mandou uma mensagem rápida para a melhor amiga marcando de se encontrarem no Mickie's, e foi para o carro.

Ao sair do estacionamento, ela nem olhou para trás na direção da arena, pois ainda estava furiosa. Ela não sabia como faria aqueles homens a verem como uma jogadora séria, e não apenas como a única garota da liga.

Sem falar no Blake. Ela queria arrastar a cara dele no gelo.

Por fim, ela decidiu ligar para o pai. Ele sempre sabia o que dizer e poderia ajudá-la a ver as coisas com mais clareza.

“Oi, Baba”, ela disse quando ele atendeu.

A voz dele a fez se sentir melhor na hora.

“Oi, minha filha”, ele respondeu. “Estava justamente pensando em você.” Ele percebeu que ela estava chateada. “Vamos lá, angélo̱s mou, me conte o que está acontecendo.”

Meda soltou um suspiro e contou tudo a ele. Falou sobre todos os seus problemas, e lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto. Quando ela terminou, já estava estacionando no Mickie's. Depois que achou uma vaga, ela parou o carro e o desligou.

“Eu imaginei que isso pudesse acontecer”, Damon suspirou. “Essa é a coisa mais difícil que você já fez, Meda. Você sabe o quanto se esforçou para chegar aqui. Você vai deixar que uns babacas metidos a besta te impeçam de virar uma estrela?”

“Não, Baba, não vou. Só não sei como fazê-los enxergar além do meu corpo.”

Seu pai deu uma risadinha.

“Essa é a parte difícil, querida. Continue se esforçando, dando o seu melhor e jogando com garra. Não pare só porque eles não conseguem pensar direito. Vou falar com o Bogie e ver o que posso fazer para ajudar.”

“Não, Baba, eu vou dar um jeito nisso. Só precisava desabafar, e você é sempre a pessoa com quem eu converso.”

Ela quase podia ouvir o sorriso caloroso dele pelo telefone.

“Você é uma guerreira, Meda. Nunca se esqueça disso. Se fosse para desistir, você já teria jogado a toalha há muito tempo.”

Seu pai estava certo. Ela vinha provando que as pessoas estavam erradas desde os quatro anos de idade, quando disseram que ela não podia jogar um esporte de meninos.

“Pode deixar, Baba. Não vou desistir. Sou uma Dakiedes! Nós não sabemos o que é jogar a toalha.” Ela riu um pouco. “Talvez você queira vir ao treino amanhã. Pode rolar um massacre.”

Suas lágrimas haviam secado e ela estava sorrindo de novo.

“Essa é a minha garota!” Damon riu. “Mostre para eles do que você é feita, Meda, como sempre! Tenho uma reunião, então falo com você em breve, certo?”

“Certo, e obrigada, Baba... por tudo. Te amo.”

“Também te amo, angélo̱s mou. Óchi ypochórisi óchi parádosi!” Sem recuar, sem se render.

“Óchi ypochórisi óchi parádosi!” Meda repetiu.

Depois de desligar, ela ficou sentada em silêncio por alguns minutos. Não importava o que estivesse acontecendo, seu pai sempre sabia o que dizer. Ela se sentia muito mais tranquila depois de conversar com ele.

Depois de checar sua maquiagem no espelho do carro, ela saiu.

Tess já estava no bar e Meda foi até ela. Uma dose de uísque e uma cerveja a esperavam. Sem dizer nada, as garotas ergueram seus copos e viraram o uísque. A queimação que desceu pela garganta da Meda foi reconfortante.

“Caramba, Tess, eu estava precisando disso”, ela disse.

“Imaginei, pela sua mensagem.” Tess tomou um gole da sua cerveja e olhou atentamente para Meda. “Você andou chorando. Quem eu preciso encher de porrada?”

Rindo, Meda tomou um gole de sua cerveja e pediu mais doses.

“O time inteiro do Michigan Sounders. Eles estão me tratando como se eu fosse só uma menininha.”

“Ué, Meda querida, você É uma menina.” Tess riu.

Meda lançou-lhe um olhar irritado, e Tess riu de novo.

“Okay, okay, eu sei o que você quer dizer. Mas não estou surpresa. Você é a primeira mulher da história da NHL. O que você esperava que eles fizessem?”

“Sei lá, Tess. Acho que pensei que seria como sempre. No começo, ficariam chocados... mas assim que me vissem jogar, perceberiam que sou fera e me levariam a sério.”

“Esses não são moleques do colégio ou da faculdade, querida. São homens adultos que nunca jogaram com uma mulher no time antes. Aposto que isso é novidade para eles.”

“É, acho que você tem razão. Mas ainda assim é complicado. Fiquei uma fera com eles hoje. Empurrei o Liam contra a parede e gritei com eles, e acabei falando em grego.”

“Nossa, você ficou realmente possessa, né?” Tess ergueu seu copo. “Vamos esquecer o hoje. Um brinde a dar uma surra neles amanhã e mostrar o quanto você é boa! Óchi ypochórisi óchi parádosi!”

“Com certeza! Óchi ypochórisi óchi parádosi!”

As garotas ergueram seus copos de novo e beberam tudo de uma vez.

“Ah, agora sim estou me sentindo bem melhor.”

“Claro que sim. Eu sou demais!” O rosto de Tess exibia um sorrisão que fez Meda rir.

Elas passaram o resto da noite batendo papo e bebendo.

Meda tentou esquecer o treino e curtir a noite, mas por algum motivo, não parava de pensar na reação do Blake.

O idiota teve a cara de pau de parecer entediado, suspirando alto e batendo o taco no gelo. Era como se ele estivesse sendo cruel de propósito.

Por que isso a incomodava tanto? Ela sempre o detestou! Esse comportamento era exatamente o que ela deveria esperar dele.

Balançando a cabeça, ela tentou tirar os pensamentos sobre Blake Reinholdt da cabeça. Ela lidaria com ele pela manhã.

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