Profecia: A História dos Reis Alpha e Luna - Capa do livro

Profecia: A História dos Reis Alpha e Luna

Daphne Anders

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15
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18+

Summary

Filha do Alfa da Matilha do Luar, Anna está com os dias contados. Se não encontrar seu verdadeiro companheiro até o Baile do Alfa, será tomada pelo Alfa Victor da Matilha da Meia-Noite, como sua companheira de segunda tentativa – um destino que ela teme. Determinada a evitar isso, Anna deposita suas esperanças no baile. Mas o destino reservou a ela mais do que se pode imaginar. Não apenas ela descobre dois reis Alfa como seus companheiros predestinados, mas uma antiga profecia também ameaça mudar tudo. Agora, Anna precisa percorrer um mundo de poder, paixão e destino, onde as apostas são mais altas do que nunca. Ela aceitará o seu destino ou lutará contra ele?

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24 Chapters

1: Capítulo 1.

ANNA

Folhas úmidas e terra grudavam em minhas patas enquanto eu corria pela floresta. Correr na mata antes do amanhecer é uma delícia, pensou minha loba. O silêncio reinava e o ar fresco me envolvia. Estar em contato com a natureza me ajudava a me esquecer da minha vida sem graça.

Normalmente eu já estaria atolada em mil e uma tarefas designadas pelo meu pai. Ele fazia o papel de "filha do Alfa" parecer o de uma "princesa real," como se eu tivesse que dar conta de tudo.

Ultimamente, ele me colocou para treinar. Não me incomodava. Preferia lutar a estudar, os estudos eram um saco. Eram sobre história dos lobisomens e lendas antigas. Meu pai chamava isso de cultura.

Havia uma antiga profecia sobre crianças com poderes especiais, o que me dava arrepios. Eram como contos de fadas, mas para lobisomens.

"Anna", a voz ecoou em minha mente.

Fingi que não ouvi e continuei correndo. Sabia que ia levar bronca depois por desobedecer, mas não ligava. Precisava de um tempinho sozinha, mesmo que fosse curto.

Nada no mundo me faria gostar menos da floresta. Era onde eu me sentia realmente livre.

"Anna!" a voz gritou. Era uma ordem, e das fortes. Ninguém ousava desobedecer. Mas segui em frente, rumo ao topo das Montanhas Rochosas.

"Anna! Volte já para cá!"

Puxa vida, ele estava uma fera! Lembrei que não tinha permissão para correr sozinha na mata, então parei. Respirei fundo o ar puro.

"Estou voltando, Alfa", respondi pela nossa conexão mental.

Ele rosnou furioso, e eu voltei calmamente para a casa da matilha.

Parei onde havia deixado minhas roupas numa pilha de folhas secas, retornei à forma humana e me vesti.

Antes de chegar à porta da casa da matilha, ela se escancarou e dois olhos dourados me fuzilaram. Revirei os olhos, o que deixou o Alfa ainda mais irritado.

"Entre, agora!," ele rosnou.

Entrei devagar e vi o conselho do Alfa me olhando com cara feia. Fiz uma reverência exagerada, quase zombando deles. Eu estava toda suja de lama e usando o que eles considerariam trapos - legging e regata.

Ouvi Victor dar uma risadinha. Ele era o Alfa da matilha vizinha, a Matilha da Meia-Noite.

Meu Alfa da Matilha do Luar me olhou com sua costumeira cara de poucos amigos.

"Você sabe que não deve fazer isso, Anna," disse o Alfa furioso.

"Pa... Alfa, eu precisava deixar minha loba correr. E no maior silêncio! Além disso, como vou achar meu parceiro se ficar presa aqui pela eternidade? Não temos recebido muitas visitas ultimamente, e eu ainda estou encalhada," falei com sinceridade. Não tinha por que fazer tipo.

Aos dezoito anos, o pessoal da matilha geralmente encontrava seus parceiros. Aos vinte e três, eu ainda estava na seca. Meu pai, irmão e o conselho viviam jogando isso na minha cara. Uma filha de Alfa já deveria ter um parceiro nessa idade, eu podia ouvi-los dizer.

Meu irmão, Anthony, achou sua parceira aos vinte anos, depois de ir a todas as cerimônias de acasalamento por dois anos. Ele encontrou sua cara-metade, minha linda cunhada Charlotte, que era filha do Alfa de uma matilha na Alemanha.

Quando fiz dezoito, fui a todas as cerimônias de acasalamento, até os vinte. Nunca senti o tal vínculo. Desde então, convenci meu pai a me deixar ficar na matilha por três anos para treinar e aprender, e ter um pouco de liberdade.

Mesmo a contragosto, ele topou, provavelmente porque meu irmão me deu uma forcinha. Anthony já tinha presenteado meu pai com três netos, futuros Alfas. E eu estava me esforçando nos estudos e treinamentos. Sem um parceiro, era o melhor jeito de ajudar minha matilha.

Achei que as duas coisas seriam suficientes para meu pai não ficar no meu pé por eu ainda não ter um companheiro.

Não fazia ideia por que de repente havia tanto interesse em eu achar um parceiro agora.

"Chega, Anna, você não vai encontrar um parceiro zanzando sozinha na floresta ou no nosso território. Você vai à cerimônia de acasalamento dos reis Alfas daqui a duas semanas." Meu pai estava sendo curto e grosso hoje; algo devia ter acontecido na reunião do conselho.

"Mas Pai... Alfa," me corrigi. "Eu já fui à cerimônia dos reis Alfas há uns anos."

O Alfa da Matilha da Meia-Noite me encarou. Devolvi o olhar. Ele sorriu e piscou para mim.

Eu realmente não ia com a cara daquele sujeito.

Claro, ele não era de se jogar fora. Era alto e forte, mas se achava demais. Me incomodava como seus olhos passeavam pelo meu corpo. Eu queria mandar ele parar de me secar e cair fora.

Lobisomens sem parceiros podiam transar com outros. Fazia parte da nossa cultura. Mas Victor passava dos limites pro meu gosto. Não devíamos ficar só com uma pessoa a menos que tivéssemos um companheiro. Mas eu duvidava muito que ter uma companheira faria Victor ser fiel a ela.

"Aquelas festas foram realizada pelos antigos reis," disse meu pai. "Eles passaram os reinos para seus filhos recentemente, Ares e Apolo. Os novos reis Alfas estão convidando certos Alfas e filhas de Alfas sem parceiros. Você foi convidada."

Meu peito apertou e meu estômago embrulhou. Eu sabia o que aquilo significava. Achei que teria mais tempo antes que me pedissem para fazer isso.

"Anna, essa cerimônia é muito importante," meu pai continuou. "Os novos reis Alfas não têm companheiras. Esta é uma grande oportunidade. Preciso lembrá-la que conheci sua mãe nessa festa?" Ele bateu a mão com força, fazendo um barulhão na sala.

"Por que de repente é tão importante para você e o conselho que eu ache um companheiro?" disse calmamente, embora por dentro estivesse fervendo de raiva. "E por que ele está aqui?" apontei para o Alfa da Meia-Noite e franzi a testa.

"Anthony, leve o conselho e o Alfa Victor para a sala de jantar. Peça à matilha para trazer uns petiscos enquanto estou fora," disse meu pai.

Victor continuava me secando. Me fazia sentir desconfortável.

Quer dizer, o cara era uns dez anos mais velho do que eu.

Sua barba já começava a ficar grisalha. Não entendia por que ele ficava me encarando como se eu fosse um pedaço de carne.

Nem morta. Sorri comigo mesma.

Meu pai falou novamente:

"Anna — isso é sério!"

"O quê, Pai?" disse friamente.

"Anna, ser uma companheira é mais do que ser esposa ou mãe. É encontrar sua alma gêmea e liderar uma matilha!" sua voz ficou mais suave. "Sua mãe iria querer isso."

"Isso se eu encontrar um parceiro que me veja como uma igual," eu disse com raiva.

"É por isso que você não quer encontrar seu parceiro?" ele se sentou. Seus olhos agora pareciam gentis.

Coloquei minha mão sobre a dele.

"Estou bem sem um companheiro. Ainda tenho muitos anos pela frente para encontrar um e ter filhos. Estou me esforçando para me tornar uma lutadora melhor e aprender o máximo que posso. Há muitas maneiras de ajudar uma matilha."

"Queria que fosse verdade," ele balançou a cabeça. "Este ano, vou passar o bastão de Alfa para seu irmão assumir. Ele está mais forte agora que tem uma companheira e filhos. Sem sua mãe, não tenho o mesmo apoio. Seu irmão se sairá bem com sua companheira o ajudando. Prometi à sua mãe que ajudaria você a encontrar um parceiro," seus olhos pareciam esconder algo. Ele não estava abrindo o jogo comigo.

"O que mais você não está me contando, pai?" segurei sua mão e pedi que olhasse em meus olhos.

Ele desviou o olhar, fitando a janela por um momento. Finalmente, olhou para mim e apertou minha mão.

"Se você não encontrar seu companheiro na próxima cerimônia, você se unirá ao Alfa da Matilha da Meia-Noite."

"Victor?!" disse com raiva, puxando minha mão. "Eu nunca aceitaria isso, e você sabe!" andei de um lado para o outro da sala, muito preocupada.

"Se você não encontrar seu parceiro, será ele. Talvez isso a ajude a ver por que seus estudos são importantes e por que isso importa," ele disse com raiva, deixando claro que não voltaria atrás.

"Por que está fazendo isso comigo? Anthony não permitiria!" gritei, tentando não chorar de raiva.

"Ele é nosso amigo, nosso vizinho mais próximo, e também não tem companheira. Se ele a tomar como companheira, garantirá que não desafie Anthony quando ele se tornar Alfa."

Eu não estava mais com raiva.

"Ele disse que gosta de você," meu pai continuou. "É a melhor escolha. Ele é um Alfa e é forte!"

"A segunda união não é tão forte quanto uma verdadeira, você sabe disso," continuei falando como se fosse minha última chance de dizer essas coisas. "Ele facilmente dormiria com outra loba sem o verdadeiro vínculo."

Meu pai mostrou os dentes, muito irritado por eu não concordar.

"Está decidido. Você será prometida a ele se não tiver um parceiro quando voltar em duas semanas," então ele se levantou e saiu da sala.

Quebrei tudo ao meu redor, destruindo metade da sala da matilha de tanta raiva.

Minha felicidade é realmente mais importante do que manter minha matilha segura?

Não era. Eu sabia disso na hora.

Minha mãe teria desejado que eu tivesse um companheiro e filhos. Ela teria desejado que eu fosse forte e sensata em momentos como este, não infantil e desobediente.

Pensei em minhas opções. A festa em si sempre me pareceu uma cafonice só. Era uma tentativa meia-boca dos dois reinos mostrarem que estavam "unidos" por uma noite. Que tipo de união. Nunca estivemos tão divididos como sociedade.

Se os reis Alfas realmente quisessem união, deveriam juntar os reinos em um só, não fingir que dois reinos poderiam equilibrar o poder.

Mas haveria centenas de lobos sem parceiros na festa. Havia uma chance de eu encontrar meu companheiro, alguém que me visse como igual.

E de Victor encontrar qualquer outra parceira além de mim.

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