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Já Não Te Vi Antes?

Capítulo 3

EDWARD

Você é o primeiro desta manhã.

Minha boca resseca enquanto encaro a enfermeira da noite, tentando assimilar as palavras dela.

“Depois de tomar este comprimido, pode se lavar, vestir esta camisola e deitar-se. Volto em dez minutos para levá-lo lá para baixo.”

Eu faço que sim com a cabeça, atordoado demais para falar. Tudo está acontecendo em um piscar de olhos.

Na porta, ela para e se vira. “Você está preocupado?”

Dou de ombros e a encaro, me sentindo abatido. “Para falar a verdade, não sei. Não faço ideia de como me sinto.”

Ela me observa em silêncio. “Quer que eu o acompanhe e espere até que o levem para a sala de cirurgia? Sei por experiência própria que esperar sozinho na sala de pré-operatório, especialmente para uma cirurgia grande, pode ser duro.”

Eu olho para o rosto dela novamente antes de concordar. “Sim, acho que isso ajudaria.”

Não sou de me assustar facilmente, mas ter alguém comigo que já passou pelo mesmo é um alívio.

Ela retorna dez minutos depois, segurando um aparelho estranho. “Não se preocupe, isso não é um desfibrilador. É só o controle da cama”, ela brinca, notando minha expressão apreensiva com o objeto esquisito.

Mesmo começando a ficar com os nervos à flor da pele, solto uma risadinha da piada dela.

Os corredores do hospital ainda estão quietos enquanto ela conduz minha cama por eles. Só vemos enfermeiras e médicos. Apenas quando nos aproximamos da emergência é que avistamos alguns visitantes perdidos.

Enquanto aguardamos para entrar na sala de pré-operatório, começo a ficar muito nervoso, e minhas mãos se apertam involuntariamente.

De repente, sinto uma pequena mão quente sobre meu punho frio e tenso. “Você está bem?” Ela pergunta.

Olho para ela, sentindo uma pontada de irritação. “Não, eu não estou bem!~” Quero berrar para ela. Mas então a vejo recuar ao ver meu rosto, sua mão se afastando da minha. Rapidamente, eu agarro a mão dela. “Me desculpe, eu não estou bravo com você. É só que…”

Ela me interrompe antes que eu possa terminar. “Não precisa explicar. Foi uma pergunta boba. Claro que você não está bem. Provavelmente está uma pilha de nervos”, ela diz.

Eu não digo nada, apenas aceno concordando. Ela está certa, estou nervoso. Então percebo algo. “Você cuidou de mim por horas, mas ainda não sei seu nome.”

Ela parece surpresa, então olha para o peito. Ela sorri um pouco, sem graça. “Opa! Eu esqueci de colocar meu crachá de novo. De qualquer forma, meu nome é Alex, apelido para Alexandra.”

Eu abro um sorriso largo, esquecendo por um momento da cirurgia iminente. “Prazer em conhecê-la, Al…”

Antes que eu possa terminar, a porta da sala de cirurgia se abre, e um homem vem em nossa direção. “Sr. Winter?”

Aceno com a cabeça, meu estômago dando voltas. É agora.

Alex se inclina antes que me levem. “Durma bem, Edward. Nos vemos à noite.” Então ela sai, e eu fico ali sozinho com a equipe cirúrgica.

ALEX

Enquanto troco de roupa, vestindo minhas roupas normais e colocando o uniforme sujo no cesto, meus pensamentos se voltam para Edward.

Não é comum eu acompanhar um paciente até a sala de pré-operatório, mas algo naquele homem grandão despertou meu instinto protetor. Apesar do tamanho e da aparência intimidadora, eu senti que por dentro ele não era tão durão quanto parecia.

Por sorte, uma colega que chegou cedo para o turno do dia se ofereceu para me cobrir, então pude levar o motoqueiro de cara fechada até o centro cirúrgico.

Dou uma olhada no relógio — já são 8h30. A essa altura, Bart deve ter saído para o trabalho. Espero que ele tenha lembrado de acordar a Nena. Se ele esquecesse, essa não teria sido a primeira vez.

Eu me apresso pelo corredor até o consultório da minha oncologista para a consulta. Sou a primeira a chegar e conheço a recepcionista. Enquanto me registro, ela avisa a médica, que aparece em um piscar de olhos.

“Bom dia, Alex. Como você está?” Ela pergunta com um sorriso caloroso que me traz um pouco de tranquilidade.

Eu a sigo para o consultório me sentindo mais confiante.

“Sente-se. Espero que tenha tido um plantão tranquilo”, ela comenta enquanto olha para o computador.

Eu me sento com as mãos no colo, observando o rosto dela. Ela está franzindo a testa ou apenas concentrada na tela? Será que me enganei sobre seu tom animado? Ai, meu Deus! Será que encontraram…

A médica levanta os olhos da tela com um sorriso largo, mas ao ver minha expressão, o sorriso dela desaparece. “Ah, me desculpe, Alex. Eu não quis deixá-la mais nervosa do que você já estava. Acabei de ver outra mensagem do laboratório. Mas vamos acabar agora com esse suspense. Pelo que podemos ver, está tudo bem e não há sinais de que o câncer tenha se espalhado, então você pode parar com a medicação. Só lembre-se de que o seu corpo precisa de tempo para se recuperar. Isso pode levar…”

Eu não escuto o resto do que ela diz. Sinto um alívio tão grande que fico até tonta. Não há metástase!

Em menos de dez minutos, eu saio do consultório me sentindo nas nuvens. Os resultados foram bons e só preciso voltar daqui a seis meses. A melhor notícia é que posso parar de tomar o remédio que me faz sentir como se estivesse na menopausa.

Com um sorriso de orelha a orelha, caminho pelos corredores até a saída. Ainda não estou totalmente curada, mas isso é um começo.

No caminho para casa, ligo para minha mãe para contar as boas novas. Quando ela não atende, lembro que ela também tinha uma consulta médica hoje pela manhã. Por um momento, fico na dúvida se devo contar os resultados por mensagem ou pessoalmente, mas decido esperar até a noite quando Nena também estiver lá.

Em seguida, tento o número de Bart, mas cai direto na caixa postal. Fico chateada e desligo. Tentarei de novo quando chegar em casa.

Ao entrar na garagem vazia, solto um suspiro. Uma parte de mim até fica aliviada que Bart não esteja em casa para não ter que ouvi-lo reclamar sobre cuidar da Nena à noite. Ela tem treze anos, não é nenhum bebê!

Mas o que mais me incomoda é o jeito como ele olha para mim, como se não gostasse do que vê. Eu sei que não sou mais a mesma de antes, mas isso é normal diante da situação, não é? Por outro lado, também sinto falta de tê-lo por perto. Sinto falta do meu amigo. Meu porto seguro. Mas se posso ser honesta, ele já não tem sido isso há muito tempo.

A casa está completamente silenciosa. Ao entrar na sala, vejo um bilhete na mesa de jantar.

“Oi mãe,
Como foi o trabalho? Papai teve que trabalhar até tarde e vai dormir na casa do Mark, um colega. Estou na casa da vovó. Ela trouxe sopa de tomate para você ontem e eu tinha que te avisar para colocar o despertador às cinco porque ela vai fazer o jantar para nós.
Te vejo mais tarde e durma bem!
Te amo! XXX”

O bilhete carinhoso, claramente escrito pela minha filha de treze anos, me deixa com um misto de alegria e tristeza.

A parte sobre o Bart, por outro lado, me incomoda. Quem é esse tal de Mark? Já ouvi ele falar dos colegas de trabalho, mas nunca mencionou nenhum Mark.

Será que... De novo?
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