Galatea logo
Galatea logobyInkitt logo
Obter acesso ilimitado
Categorias
Logar
  • Início
  • Categorias
  • Listas
  • Logar
  • Obter acesso ilimitado
  • Suporte
Galatea Logo
ListasSuporte
Lobisomens
Máfia
Bilionários
Romance com bullying
Slow Burn
Enemies to Lovers
Paranormal e fantasia
Picante
Esportes
Faculdade
Segundas chances
Ver todas as categorias
Avaliado em 4.6 na App Store
Termos de ServiçoPrivacidadeFicha técnica
/images/icons/facebook.svg/images/icons/instagram.svg/images/icons/tiktok.svg
Cover image for A Princesa Alfa

A Princesa Alfa

Capítulo 5

CELINA

Sem pensar muito, forço um sorriso e aponto para a saída.

“Na verdade, acabei de ver a minha amiga. V-vou encontrar ela e ir embora. Preciso estar bem para amanhã, para morderem o meu pescoço e essas coisas.”

Dou uma risada nervosa antes de me afastar. Ele parece confuso enquanto tento sair mantendo a minha dignidade, mas assim que estou fora da vista dele, começo a correr.

“Jenna!” grito ao chegar no meu quarto.

Assim que abro a porta, sinto o cheiro nauseante de vômito. Sigo o odor e quase solto um grito com o que vejo.

O cabelo ruivo da Jenna está todo bagunçado e coberto de vômito e ela está gemendo no chão, perto do vaso sanitário. A sua pele está branca como papel e ela está suando muito.

“Jenna!” exclamo, segurando o seu corpo mole nos meus braços. “O que aconteceu com você?”

O vestido dela está sujo de vômito e tem uma mancha enorme de vinho. Tem outro cheiro forte no ar. O que poderia ser?

Olho em volta e vejo uma garrafa de vinho quebrada em cima do meu tapete, que deixou uma mancha vermelha. Será que ela bebeu alguma coisa?

“Jenna, por favor, fala comigo,” imploro, afastando o cabelo dela do rosto. “Consegue me contar o que aconteceu?”

Ela franze a testa, olhando para mim. Tiro a minha máscara e toco o rosto dela de leve. “Sou eu. Celina.”

Ela geme, seus lábios parecem pálidos por baixo do batom vermelho. Está todo borrado. Ela estava beijando alguém? Foi por isso que ela me deixou sozinha na festa?

“A minha barriga... Está doendo,” ela consegue dizer.

Olho para as mãos dela, apertando a sua barriga. Ignorando os meus instintos, respiro fundo e imediatamente sinto ânsia. Wolfsbane. Alguém envenenou ela.

“Socorro!” grito, em voz alta e via conexão mental para a médica da matilha. Ela está dormindo. Tento de novo. “Socorro! Alguém!”

“Celina,” ouço uma voz grave enquanto a minha porta se abre.

“Aqui!” respondo, tentando segurar o corpo cada vez mais pesado da Jenna.

“O que aconteceu?” o Príncipe Christopher pergunta, entrando no banheiro.

“Alguém colocou wolfsbane na bebida dela,” digo a ele enquanto ele pega a Jenna no colo. “Vem comigo. Temos que levar ela para o hospital,” eu falo, correndo na frente.

Deixo o meu poder se manifestar, chamando atenção enquanto corro pelos corredores. “Curandeira Benson,” digo através da conexão mental da matilha. Sinto ela acordar. “Hospital. Agora. Envenenamento por wolfsbane.”

Com a minha velocidade de lobisomem e os passos largos de licano do Christopher, chegamos ao hospital em menos de dois minutos.

“Coloca ela na cama,” oriento ele e abro as portas para uma sala branca. Corro para pegar o remédio no armário. Em um piscar de olhos, volto para o lado da Jenna.

Ela está praticamente desmaiada, então preciso segurar o seu rosto enquanto faço ela beber o líquido amargo. Em poucos minutos, ela começa a vomitar em um balde que o Christopher achou enquanto apoio as costas dela.

“O que está acontecendo?!” a Curandeira Benson grita, entrando no hospital usando uma camisola rosa. O seu cabelo verde está todo bagunçado. Ela olha para mim, ainda com o meu vestido de festa, e depois para a Jenna. “Você falou wolfsbane?”

Confirmo com a cabeça. “Perdi a Jenna de vista durante a festa. Ela me chamou via conexão mental depois de uns dez minutos, dizendo que precisava de ajuda e que estava no meu banheiro. Senti o cheiro do wolfsbane. Acho que estava no vinho, considerando a mancha no vestido dela e a garrafa quebrada no meu quarto.”

“Vou investigar,” Christopher diz, saindo na mesma hora.

“Dei um remédio para ela vomitar,” conto para a Benson enquanto seguro o cabelo da Jenna.

“Mantenha ela sentada,” ela diz antes de sair. Ela volta depois que a Jenna já vomitou seis vezes e coloca um acesso intravenoso para dar mais remédios.

Depois de quinze minutos, a Jenna começa a relaxar. A Benson acena para mim, permitindo que eu deite a Jenna na cama. Ela insere um tubo de oxigênio no nariz da Jenna e levanta a cabeceira da cama.

A Jenna finalmente abre os olhos castanhos. “Bom, uma de nós está péssima, e não sou eu.”

Dou uma risada, me sentindo aliviada. “Não me assuste assim.” Aperto a mão suada dela. “Achei que ia te perder.”

“Só vou morrer depois de chutar o meu ex nas partes baixas, já que ele gosta tanto que mexam nelas.” Ela ergue uma sobrancelha. “A não ser que você queira fazer isso.”

“Vou deixar essa honra para você.” Pisco para ela. “Algo para te animar no futuro.”

Ela geme. “Nem sei se vou ter a chance, já que não vou sobreviver à Reivindicação nesse estado.”

Coloco a minha mão no rosto dela. “Jen, estou te liberando da Reivindicação desse ano. Vou quebrar a cara de qualquer conselheiro que reclamar.”

Ela faz uma careta. “Ainda assim vão me arranjar um companheiro.”

“É, para mim também,” dou uma risada. “Talvez possamos ter sorte e sermos a companheira uma da outra. Podemos começar a nossa própria matilha e acabar com todo esse acasalamento forçado.”

Ela dá uma risada fraca. “Já vou ficar feliz com a cabeça do Eddy numa estaca. Quem finge um noivado por três anos só para fugir da Reivindicação? Aquele cretino podia ter esperado mais um mês.”

“Um covarde, é isso que ele é,” digo, tentando não ficar furiosa com aquele ser patético agora. “É por isso que você estava no meu quarto?”

Lágrimas surgem nos olhos dela, e ela concorda.

“Tentei beijar alguém para me distrair. Não deu certo, e me senti mal. Não consegui te achar, então fui esperar no seu quarto. Pensei em tomar um vinho enquanto esperava, mas—” Ela arregala os olhos de repente. “Você não bebeu aquilo, né?”

Balanço a cabeça. “Não, não bebi. Vamos focar em você. Estou preocupada.”

Ela franze o nariz. “Tinha um cheiro diferente, mas achei que fosse só a marca. Nunca tinha visto antes. 'Pour Mon Ami.' O que significa?”

“É francês,” digo. “Para a minha... para a minha alguma coisa.” Penso por um momento, então o medo me atravessa.

Levanto a cabeça devagar. “Para a minha companheira. Quem quer que tenha me dado aquela garrafa estava tentando me envenenar, mas você acabou bebendo no meu lugar.” Olho para a Jenna me sentindo péssima. “Desculpa, Jen.”

Ela balança a cabeça e se senta. “Estavam tentando te matar?”

“Não tenho certeza, mas acho que não.” Olho para o meu braço onde a cicatriz está escondida pelas luvas. “Se não estavam tentando me tirar da Reivindicação, talvez quisessem me enfraquecer para alguém poder me marcar mais fácil amanhã.”

A Jenna franze a testa. “Fico feliz de ter bebido no seu lugar, então.”

Me sinto culpada. “Jenna, me desculpa. Eu devia ter avisado os guardas quando você encontrou o vinho.”

Ela dá um aperto reconfortante na minha mão. “Sou tão culpada quanto você. Também não achei que tinha nada errado. O único cheiro que senti no quarto foi o seu, e não tinha nenhum cheiro vindo da garrafa...” A voz dela some enquanto nós duas percebemos a mesma coisa.

“Não tinha nenhum cheiro,” falamos juntas, nos encarando.

“Jenna!” uma voz feminina chama.

Uma mulher de cabelos ruivos brilhantes e olhos azuis escuros entra no hospital. A sua pele clara tem muitas sardas, o que a deixa mais bonita. É a Miranda, a mãe da Jenna. O irmão dela, o Zeke, entra logo atrás.

“O que aconteceu?” Miranda pergunta, se sentando do outro lado da cama e segurando a outra mão da Jenna.

“Bebi um vinho estragado, mãe. Estou bem,” Jenna fala rapidamente, me lançando um olhar para ficar quieta.

“Jenna, por favor, toma mais cuidado com o que você bebe,” Zeke diz. “Vi como o quarto da Celina está. Os faxineiros estão lá agora limpando.”

Ele coloca a mão no meu ombro, me fazendo olhar para ele. “O rei licano e o seu pai querem te ver.”

Suspiro. “Pode dizer para eles que não me achou?”

Ele aponta para a porta. “O Príncipe Christopher e o Príncipe Ruben estão esperando para te acompanhar.”

“Então, é um não?”

“Princesa Celina,” uma voz séria chama, e vejo o rosto do Ruben pela porta aberta. “Vai vir por vontade própria ou vamos ter que te levar?”

Lanço um olhar irritado para a Jenna antes de abraçá-la. “Lembra que você não precisa participar da Reivindicação, então é bom eu não te ver lá.”

Me levanto e vou em direção aos príncipes. “Malditos ataques dessas feras idiotas...,” resmungo baixinho enquanto caminho para o escritório do meu pai.

Quando abro a porta, tiro o lenço do meu pescoço, paro de resmungar e ergo a cabeça com orgulho. O meu pai e o rei licano estão sentados na beirada da mesa com uma cadeira na frente deles. Que ótimo.
Sem que digam nada, me sento e falo, “Seja lá o que for, a resposta é não.”

“Celina, você precisa entender que foi atacada duas vezes em menos de dois dias,” meu pai diz, cruzando os braços. “O Rei Exzecial ofereceu alguns dos soldados dele para te proteger desses ataques dos ladinos.”

“Não foi um ladino,” digo baixinho. Sei exatamente o que vai acontecer depois que ele souber disso. Adeus, liberdade.

O rosto do meu pai fica confuso e corado. “O que você está me dizendo, mocinha? Estava tentando fugir da Reivindicação?”

Dou uma risada com desdém. Como se eu fosse desistir da minha última luta pela liberdade! Vou conquistar a minha liberdade, não trapacear. Só preciso sobreviver a essa última reivindicação, me formar e aí vou estar livre do conselho para sempre.

“Não,” digo com firmeza. “A Jenna encontrou uma garrafa de vinho no meu quarto antes de irmos para a festa. Não pensei muito sobre isso. Achei que fosse só mais um presente de um admirador.”

Pelo canto do olho, percebo o Christopher ficar tenso. Seus punhos estão tão apertados que estão ficando brancos.

Para não ficar ainda mais tempo sendo interrogada, ignoro ele e continuo. “No rótulo estava escrito 'Pour Mon Ami', que quer dizer 'Para a Minha Companheira'. Acho que era de alguém na festa. Não tinha cheiro nenhum.”

Não consigo evitar de olhar para o Christopher de novo. Posso sentir como ele está furioso, e parece que as suas garras estão saindo dos seus dedos.

“Entendo,” papai diz, me fazendo olhar de volta para ele. “Nesse caso, fique aqui. Exzecial, você e os seus filhos podem investigar quem entrou no quarto dela? Vou lidar com os lobos ansiosos.”

Gemo, deixando a minha cabeça cair para trás na cadeira, e fecho os olhos. “Posso só ir dormir? Tenho que escapar de algumas mordidas amanhã.”

O meu pai demora um pouco para responder. “Pode ficar em um dos quartos onde as outras fêmeas que vão participar da Reivindicação estão. São muito bem vigiados. A sua mãe vai te levar as suas roupas.”

“Chris, garanta que ela chegue lá em segurança,” Exzecial acrescenta rapidamente.

CHRISTOPHER

Celina abre os olhos com a ordem do meu pai. Não consigo desviar o olhar dos seus olhos azuis. O tempo parece desacelerar enquanto ela respira fundo, me fazendo notar o movimento suave do seu peito. Quase posso sentir as batidas do seu coração.

Observo as veias delicadas que levam ao colar que esconde a sua marca. Sinto um desejo quase incontrolável de arrancar ele e provar a pele macia que está por baixo.

A minha fera, Rajin, começa a rosnar. “Minha! Minha! Minha!” ele repete sem parar. Ele sente a presença da loba dela e a sua força. Ele a deseja.

Os meus caninos crescem e os meus olhos escurecem enquanto a minha fera tenta emergir. As minhas unhas se alongam e sinto os meus ossos começando a se transformar. O Ruben me lança um olhar de advertência.

Uma memória surge na minha mente. As palavras severas do meu pai. “A princesa não deve ser marcada na Reivindicação de jeito nenhum. Entenderam?”

A Reivindicação. Se eu a marcar antes da cerimônia, serei executado, não importa quem eu seja.

“Ela é nossa!” Rajin grita, tentando se libertar.

“Ela não vai ser nossa se estivermos mortos,” argumento. “Não podemos marcar ela até a Reivindicação, e não podemos participar. Se desafiarmos o Conselho das Feras, a sentença será a morte.”

Ele se acalma, relutante, e a Celina se endireita com um suspiro, o que me tira do meu transe. Olho para o relógio na escrivaninha do pai dela. Apenas três longos segundos se passaram.

“Bom, é melhor irmos,” ela diz. “Quem sabe tenho sorte e um licano me mata,” ela murmura, fazendo a minha fera rugir furiosamente.

“Mi—"

“Não,” eu o repreendo. “A nossa vida depende de você não dizer essa palavra.”

“Príncipe Christopher,” Celina chama, parada à porta. “Você vem?”

Aceno e me afasto do meu pai e do Ruben sem falar nada, porque os meus caninos ainda estão alongados. Ela suspira, como se estivesse desapontada.

“Você não é muito de conversar, né?” ela comenta quando saímos para o corredor. “Tudo bem, acho. Pelo menos não está tentando cravar os dentes no meu pescoço.”

Quase rio com a ironia. “As pessoas costumam tentar te morder?” pergunto, tentando disfarçar o meu ciúme e fazendo os meus dentes voltarem ao normal.

“Só nessa época do ano. Faz os malucos aparecerem. Qualquer alfa daria tudo para ter a filha do rei alfa como a sua luna.”

Rajin rosna com as suas palavras, mas ignoro ele. “Tem algum maluco específico que devemos ficar de olho?”

Ela pensa por um momento. “Não tinha pensado nisso antes, mas talvez o meu ex-namorado.”

Ex? “Por que você acha isso?”

Ela cora de leve e o seu coração acelera. “Bem, ele me pediu em casamento há seis meses e não lidou bem quando eu disse não.” Ela parece constrangida, esfregando o pescoço, e sinto uma pontada de ciúmes.

“Como assim?” pergunto, me esforçando para manter a compostura.

“Ele não para de me importunar. Tive que me mudar. O meu pai colocou seguranças para me vigiar na faculdade. Troquei de número de celular seis vezes, e ele sempre descobre.”

Ela balança a cabeça. “Ele me ligou hoje inclusive, dizendo que vai me ver na Reivindicação. Eu o rejeitei de novo, mas ele disse 'Depois de amanhã, você não vai ter escolha.'”

Meus olhos emitem um brilho dourado, o que me obriga a fechá-los. Aperto o meu nariz para disfarçar. “Esse maluco tem nome?”

“Declan,” ela responde. “Tudo bem? Você parece incomodado com alguma coisa.”

Ela não está errada. “Estou bem. Só cansado,” invento rapidamente. “Você não é a única que viajou hoje.” Afasto a mão e abro os olhos. “Por que o seu pai não manda ele te deixar em paz? Ele não pode desobedecer uma ordem do rei alfa.”

Ela dá de ombros. “Porque ele é um licano.”

Alguém que posso derrotar, então. “Vou ver o que posso fazer.”

De repente, ela se vira, e percebo que estamos na frente de uma escadaria protegida. Quatro guardas licanos me encaram com hostilidade.

“Bem, é aqui que eu fico,” ela diz, indicando a escada. “Obrigada por me acompanhar.”

Ela inclina o pescoço, um gesto de respeito; a minha fera fica em êxtase.

Faço um aceno rápido, apertando o meu braço enquanto me curvo. “Boa noite, Princesa.”

Ela ergue a cabeça, o que me acalma um pouco, e sorri. “Por favor, me chama de Celina.”

Ela se vira para subir as escadas. Para me impedir de observá-la, encaro os guardas com autoridade, e uso o meu poder; eles logo inclinam os pescoços em submissão.

“Coloquem um guarda casado para vigiar a porta dela a noite toda,” ordeno com firmeza.

Continue to the next chapter of A Princesa Alfa

Descubra o Galatea

Publicações mais recentes