Após a morte de seu pai, o rei, Deanna se encontra em uma situação perigosa. Ela é uma princesa bastarda, e sua madrasta, a rainha Rosaline, e seu meio-irmão, o príncipe Lamont, não vão parar até que ela seja removida da corte. Sozinha e sem ninguém para protegê-la, Deanna começa a temer por sua vida. Mas quando os pretendentes começam a chegar para cortejar a rainha Rosaline, Deanna conhece um belo estranho de uma terra distante que pode oferecer a salvação que ela procura...
Classificação etária: 18+
Autor Original: Audra Symphony
Chapter 1
O Leito de MorteChapter 2
A Torre OcidentalChapter 3
O Capitão da GuardaChapter 4
O CastigoDEANNA
Deanna estremeceu quando um espinho de uma rosa perfurou sua pele delicada.
Um gosto metálico invadiu sua boca quando ela levou o dedo aos lábios para se confortar.
Não era comum ela cometer tal erro, mas nuvens rodopiantes e o som de trovões suaves desviaram sua atenção.
Não havia lugar no mundo, ela acreditava, mais pacífico do que os jardins de seu querido castelo, mas o céu escuro acima contava uma história diferente.
Ela se virou alarmada quando ouviu o retinir de um sino.
Algo está errado.
Deanna viu sua fiel serva, Mary, correndo em sua direção, acenando freneticamente.
Ela estava sem fôlego quando alcançou a princesa, mas conseguiu falar.
"O rei! Seu pai, o rei!"
O sangue sumiu do rosto de Deanna.
Sem esperar outra palavra, Deanna largou a tesoura e correu para o castelo.
Ela chegou aos aposentos de seu pai.
Ela bateu suavemente, com medo do que encontraria lá dentro.
"Entre," veio uma voz severa.
Deanna entrou e fez duas reverências na direção da grande cama.
A única luz do quarto vinha do fogo moribundo.
Deanna estremeceu. Até as chamas pareciam frias.
"Minha adorável Deanna," seu pai sussurrou através das cortinas da cama. Ele parecia tão pequeno em sua grande cama.
"Como você está, pai?" perguntou Deanna.
"Como você acha, sua garota estúpida?" a voz que a mandou entrar exclamou. "Ele está morrendo."
Deanna virou-se para a mulher sentada ao lado de sua cama. Ela usava um luxuoso vestido vermelho e joias que brilhavam à luz do fogo em volta do pescoço.
"Olá, Rainha-Mãe" Deanna respondeu. A rainha virou-se para o marido.
"Pai, eu trouxe flores frescas para você", disse Deanna, movendo-se em direção a um vaso.
Ela removeu um arranjo velho e murcho, substituindo-o por rosas recém-cortadas.
A rainha soltou um espirro delicado e cobriu o nariz com um lenço.
Deanna reprimiu um sorriso.
"Obrigado, meu coração." O rei sorriu.
Ele estendeu a mão para ela, e Deanna abandonou as flores para se aproximar dele.
Os dedos de seu pai se moveram nos dela, seu aperto apenas um resquício das mãos fortes que costumavam segurá-la acima de sua cabeça quando Deanna era criança.
"Você sempre foi mais filha das flores do que minha," o rei riu.
Deanna teve que se aproximar para ouvi-lo falar. Ela nunca o tinha visto tão fraco.
Já me sinto sozinha.
"Sou abençoada por ser filha de um rei como você, pai." Deanna sorriu, tentando mascarar sua preocupação.
A rainha lançou-lhe um olhar de desgosto.
"Minha rainha." O rei virou-se para ela. "Você poderia nos dar um momento? Eu gostaria de falar com Deanna a sós."
"Eu preciso cuidar dos criados," ela respondeu, levantando-se. "Alguém precisa administrar esta casa."
Deanna estava grata pela privacidade.
A porta fechou um pouco mais forte do que o necessário. Deanna olhou para ele por um momento.
Será que ela sempre vai me odiar assim?
"Sinto muito que você tenha crescido tão duramente", disse o rei, chamando de volta a atenção de sua filha.
"Não, pai," Deanna respondeu, apertando sua mão. "Eu tive mais do que qualquer princesa bastarda poderia desejar."
Seu pai franziu a testa com a palavra bastarda ~.~
"Você é minha filha e herdeira tanto quanto qualquer uma de suas irmãs," o rei assegurou a ela.
Ele era de fato um rei e pai generoso.
Deanna, no entanto, não era filha da rainha e, portanto, nunca poderia ser considerada a filha legítima do rei Harold Harrell de Albarel.
"Eu me preocupo mais com você," o rei continuou.
"Por que?"
"Eu não estarei aqui por muito mais tempo—"
Mesmo agora, ele teve que parar de falar para respirar, e Deanna aproveitou a oportunidade para interrompê-lo.
"Pai, você não deve dizer essas coisas." Mesmo enquanto ela falava, o coração de Deanna parecia apertado em seu peito.
Ele estava doente há semanas, e nos últimos dias, ele piorou.
Os médicos do castelo não conseguiam ajudar seu rei.
"Silêncio, Deanna, e deixe-me terminar," o rei respondeu.
"Sim, sua Majestade."
O rei estendeu a mão para cobrir sua bochecha. "Eu não estarei aqui por muito mais tempo."
Uma pausa.
Olhando nos olhos de seu pai, Deanna sabia que ele estava certo. Era como ver a chama oscilante de uma vela de cera de abelha queimando até a ponta do pavio.
Eu nunca o vi tão fraco antes.
Parte meu coração ele estar em tal estado.
Mas, por Deus, eu temo o que está por vir.
O rei continuou: "Como você sabe, a rainha governará até a coroação de seu irmão Lamont."
O príncipe Lamont a detestava tanto quanto a rainha, e Deanna nunca entendeu por quê. O resto de seus meio-irmãos a tratavam como família.
Deanna já havia desistido há muito tempo de desenvolver um relacionamento caloroso com a Rainha-Mãe, mas ainda tinha esperança de que Lamont se tornasse mais aberto à medida que amadurecesse.
O príncipe era o próximo na linha de sucessão ao trono, mas não poderia governar até completar 25 anos, o que significava que a rainha seria a única governante por cinco anos se o rei Harrell morresse.
Deanna segurou as lágrimas enquanto seu pai falava.
"Rosaline nunca me perdoou por me apaixonar por sua mãe…"
Deanna permaneceu em silêncio. Seu pai raramente mencionava sua mãe, e quando o fazia, ela se agarrava a cada sílaba.
"Temo que ela desconte seu rancor em você quando eu partir," ele terminou, fechando os olhos enquanto ele fazia uma pausa no esforço de falar.
Deanna conhecia a história dos criados, dos aldeões, de todos.
A mãe de Deanna tinha sido uma das damas de companhia da rainha Rosaline.
Ela e o rei se apaixonaram e começaram um caso.
A rainha não se importou com a infidelidade, mas seu amor um pelo outro era inaceitável.
O amor era muito mais poderoso do que um mero caso.
A rainha era inteligente e sabia que com amor uma mulher tinha grande influência.
Ela tentou banir a mãe de Deanna da corte, mas o rei não permitiu.
Era tarde demais.
Ela estava grávida.
Quando a mãe de Deanna morreu durante o parto, em vez de enviar o bebê para seus parentes como era costume, o rei reivindicou a criança e a chamou de Deanna.
A fim de proteger a linha de sucessão, a rainha queria garantir que sua enteada fosse enviada para um convento quando tivesse idade suficiente.
Mas o pai de Deanna discordou, nomeando sua filha como herdeira como seus irmãos.
Deanna se viu em uma posição incomum, pois, embora herdeira do rei e igual aos seus irmãos aos olhos dele, ela ainda era uma filha bastarda de acordo com a lei tradicional.
O reino conhecia Deanna como a "princesa bastarda", um título que ela conheceu cedo na vida.
Crescendo, Deanna tinha sido uma criança incomum.
Ela frequentemente acompanhava o rei até a aldeia ao redor do castelo.
Os aldeões se apaixonaram por sua beleza e generosidade. Ou assim diziam a ela em todas as oportunidades que tinham.
Deanna passou o tempo que lhe foi permitido aprendendo com os curandeiros sobre os remédios que eles usavam para ajudar os pacientes.
Ela queria saber os ingredientes de cada pomada e onde poderia encontrar as plantas das quais elas eram feitas.
Ela persuadiu os jardineiros a plantar essas ervas úteis nos terrenos do castelo, onde ela cuidava e as colhia para ajudar os doentes.
Atualmente, ela ainda fugia para a aldeia às vezes para ajudar no hospital.
Deanna voltou sua atenção para o pai, que abriu os olhos mais uma vez e estava tentando continuar a conversa.
Ela novamente se inclinou para mais perto.
"Enviei cartas aos reinos vizinhos em busca de um marido para você", disse o rei, "para levá-la embora daqui, para que possa viver sua vida com segurança e felicidade."
"Mas, pai, você sabe que nenhuma pessoa nobre vai se casar comigo," Deanna respondeu.
Ele nunca entende que o mundo não me vê do jeito que ele vê.
Eu não sou um par desejável para ninguém.
"Você não deve ficar aqui, Deanna," seu pai insistiu.
"Mas Albarel é minha casa", ela respondeu.
Lágrimas começaram a escorrer por suas bochechas enquanto Deanna contemplava o reino sem seu pai.
"Sua casa pode em breve ser um lugar perigoso para você. Você é um produto do amor, não do dever. Como tal, você é uma ameaça para a rainha, quer você entenda ou não…"
"E embora ela seja minha esposa," ele continuou, "ela não terá pena de uma criança do ventre de outra. Lamont, tenho motivos para acreditar, será pior."
"Ele é jovem e imprudente, e não mostra a mesma contenção que sua mãe. Preste atenção no meu aviso, criança. Você deve ser cuidadosa."
"Eu vou, pai," Deanna prometeu. Ela o abraçou com força, sentindo seus ossos através da camisola.
"Eu te amo", ela sussurrou, tentando estabilizar suas emoções.
"Eu sei, meu coração," seu pai respondeu.
Eles se sentaram em silêncio enquanto a respiração do rei se tornava mais difícil a cada respiração.
Deanna temia que esta fosse a última conversa que teria com o pai.
Ela sabia que tinha comunicado tudo o que queria que ele soubesse, e ainda assim desejava ter mais a dizer.
Como se a urgência de uma última mensagem pudesse atrasar sua morte por mais um dia.
Não muito tempo depois, os médicos do rei expulsaram a princesa do quarto.
A rainha estava esperando do lado de fora, junto com Lamont. Eles estavam à espreita no corredor do lado de fora da porta do quarto do rei.
A rainha fingiu estar inspecionando os danos em uma das tapeçarias penduradas ali, mas Lamont fez contato visual direto com Deanna quando ela saiu da sala.
Por que a presença dele sempre me dá calafrios?
Quando Deanna passou por sua madrasta, enxugando as lágrimas de seus olhos, a rainha falou suavemente.
"As coisas vão mudar, Deanna. Espero que você esteja pronta."
***
BIANCA
Ao norte, no Reino de Summoner, um mensageiro curvou-se antes de entregar um pergaminho enrolado para uma mulher magra e idosa com cabelos brancos como a neve.
"Obrigada, Peadar," Lady Bianca disse, pegando o pergaminho e quebrando o selo de cera de Albarel que o mantinha fechado.
Era amplamente conhecido que o rei Harold Harrel estava com problemas de saúde, e Bianca suspirou ao pensar na morte do gentil e bondoso governante.
Ela desdobrou a carta. Seus olhos percorreram a página.
…então você deve entender a situação em que me encontro. Peço sua ajuda no meu momento de necessidade. Seu filho não poderia encontrar uma esposa mais doce se ele procurasse entre os próprios anjos nos céus…
A porta da sala do trono se abriu e a mulher parou de ler.
"Olá, tia. Como vai você?" seu sobrinho a cumprimentou casualmente, passando a mão pelos cabelos loiros.
"Estou bem hoje."
"O que é essa carta?"
"Nada que te preocupe."
Ele riu, mas sua testa franziu ligeiramente com a resposta evasiva.
Ela chamou seu servo novamente, que entrou prontamente e se aproximou do trono.
"Queime isso," Lady Bianca disse a ele, devolvendo a mensagem.
Ela tinha pena da situação da jovem, mas o bem-estar de sua família vinha em primeiro lugar.
A princesa bastarda teria que enfrentar sua situação sozinha.