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Espere Por Mim

Segura

KYRA

Chance me ergue como se eu não pesasse nada. Com sua mão enorme, ele empurra minha cabeça contra seu ombro, tentando esconder meu rosto. Então, rapidamente se dirige aos fundos do escritório antes que alguém me veja.

Ele fecha a porta e me coloca no chão. Tranca a porta, o que me faz sentir segura, mesmo estando num escritório pequeno com um homenzarrão que poderia facilmente me machucar. Eu sabia que ele era alto, mas estando perto dele, me sinto uma formiguinha.

“Quem era aquele?” ele pergunta com uma voz grave e rouca que soa muito atraente. Seus olhos azuis lindos, com tons de roxo e cinza, parecem me atravessar.

“Não se preocupe com isso. Me desculpe. Só fiquei assustada. Pode ir agora. Vou sair pela porta dos fundos.”

Ele me olha como se não tivesse ouvido o que eu disse.

“Quem era aquele?” ele pergunta de novo, mais firme. Em vez de ficar chateada com o jeito que ele fala, me sinto estranhamente reconfortada por ele se importar com o motivo do meu medo.

“Meu pai adotivo”, abaixo o olhar.

Ele fica quieto por um momento, e tenho medo de olhar para seu rosto bonito para ver o que está pensando. Mesmo com um nariz que parece já ter sido quebrado, ele é um gato, e não gosto de pensar assim.

“Quantos anos você tem?” ele pergunta.

Quero mentir para ele. Não quero que pense que sou nova, mas como sinto que está tentando me proteger, decido dizer a verdade a esse homem que acabei de conhecer.

“Dezessete”, digo baixinho.

“Caramba”, ele diz suavemente e se vira. Caminha até a mesinha e se apoia nela, me olhando, me fazendo sentir muito exposta. Cruzo os braços sobre o peito como se isso pudesse me esconder de seus olhos.

“Seu pai adotivo machuca você?” ele me pergunta, parecendo um pouco preocupado em seu rosto sério. Ele se afasta da mesa e vem na minha direção de novo.

“N-não, não exatamente.”

“O que ‘não exatamente’ quer dizer, Kyra?” ele pergunta enquanto segura meu queixo, não me deixando desviar o olhar. Seu toque é como eletricidade. Seus olhos e rosto sérios me dizem que isso não é só uma pergunta, mas uma ordem. Ele quer saber.

“Ele me bateu algumas vezes, tá?” Balanço a cabeça, me afastando. “Mas aprendi a simplesmente fazer o que ele manda, então tá tudo bem. Eu tô bem. E-eu saio de casa quando ele vai dormir algumas noites e venho pra cá.” Sorrio, tentando parecer feliz. “Acho que o pessoal que trabalha aqui tem dó de mim, então são legais comigo.”

Aponto para a porta.

“Não pensei que ele viria aqui hoje à noite. Tem uma festa lá em casa.” De repente, me sinto muito cansada. “Se ele me ver na rua, vai ficar uma fera!”

Começo a chorar na frente desse estranho. Ele parece preocupado e então coloca as mãos em volta da minha cintura - não de forma sexual, mas de um jeito gentil.

Ele me puxa para perto e me dá um abraço forte. Relaxo ao sentir seu cheiro gostoso de baunilha e algo fresco, como pinho misturado com um pouco de cigarro e óleo. Ele tem um cheiro muito bom.

Ele me abraça por um breve momento e então me solta. Dá um passo para trás, e sinto frio. Tremo, o que o faz parecer preocupado de novo.

“Eu devia ir pra casa.”

Ele me olha por um momento e então balança a cabeça.

“Não gosto da ideia de te mandar de volta pra um lugar que te assusta tanto”, ele diz. Não soa emotivo, mas ainda assim é a coisa mais gentil que já ouvi.

“Você nem me conhece.” Sorrio timidamente pra ele.

“Mas quero te conhecer”, ele diz, me surpreendendo e a si mesmo também. Ele parece quase... assustado. Dá mais um passo pra longe de mim. “Vou te dar uma carona pra casa”, ele diz.

“Hum, não.” Balanço a cabeça e vou em direção à porta. “Moro pertinho daqui. Alguém vai ouvir sua moto.”

“Beleza. Então te acompanho a pé”, ele diz enquanto me segue.

Estou prestes a argumentar, mas acho melhor apenas obedecer. Olho cuidadosamente pra fora da porta do escritório e então saio de fininho pelos fundos. Chance vem logo atrás. Caminhamos silenciosamente pelo beco estreito dos fundos, tomando cuidado pra ficarmos escondidos da rua. Andamos próximos, nossas mãos até se tocam algumas vezes - três vezes, exatamente. Continuamos andando em silêncio por um minuto.

“Me dê seu telefone”, ele me diz. Ele não pede; isso não é um pedido.

Tiro meu velho iPhone quebrado do bolso. Ele me devolve depois de um minuto.

“Me liga se precisar de qualquer coisa. Às vezes estou na cidade. Só... Me avisa.”

Sorrio pra ele, me sentindo estranhamente reconfortada por esse estranho grandalhão.

“Me manda uma mensagem agora”, ele diz enquanto acende um cigarro. “Assim eu também fico com seu número.”

Olho pro meu telefone e vejo que ele se adicionou como Chance com uma foto de uma moeda ao lado do nome. Mando uma mensagem pra ele.

Kyra
Oi

Nos aproximamos dos fundos da minha casa. Vejo seus olhos se arregalarem de surpresa quando ele vê a casa grande.

“Parece bonita por fora”, digo baixinho.

Ele não diz nada, e paramos de andar quando chegamos ao portão.

“Então, você me manda mensagem”, ele diz.

“Quantos anos você tem?” finalmente pergunto. Quanto mais olho pra ele, mais acho que ele não é muito mais velho que eu; talvez alguns anos a mais, cinco no máximo, seu rosto jovem revelando sua idade.

Seus olhos me examinam antes de ele me dar um sorriso muito atraente.

“Velho demais pra você, meu anjo.”

Coro como uma garotinha, mostrando que ele está certo.

“Me diz, vai.” Pisco os olhos pra ele, mas ele aperta o maxilar e balança a cabeça.

“Não me olha assim, Kyra”, ele diz rispidamente.

Dou um passo pra trás, me sentindo magoada e um pouco envergonhada. Ele se aproxima de mim de novo na hora, o que faz meu coração bater muito rápido. Ele se inclina e beija minha testa suavemente, quase nervosamente, antes de se afastar.

Então ele se vira e me deixa.

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