
Eu olhei para o homem na outra cama, roncando suavemente, seu peito musculoso subindo e descendo em um ritmo lento e fácil.
Nate era um cara bom. Ele tinha planejado toda a nossa viagem para Las Vegas. E pago por ela. Ele tinha sido um cavalheiro perfeito. Eu gostaria que as coisas pudessem ser diferentes.
Não seria incrível se isso fosse real, e não apenas um truque para aparecer em um programa de TV? Mas um cara como Nate nunca se interessaria por uma nerd sem peitos como eu.
Aposto que sua última namorada tinha peitos grandes. E ela provavelmente sabia como dar prazer a um homem. Eu não fazia ideia. Eu podia resolver equações matemáticas e físicas complexas.
Com um QI de 145 aos dezesseis anos, fui rotulada de gênio. Mas eu não sabia nada sobre sexo além dos aspectos mecânicos e biológicos. Eu tinha vinte e dois anos e nunca tinha sido beijada.
Hoje foi o dia do meu casamento. Como a maioria das garotas, eu fantasiei muitas vezes como seria eu entrando pelo corredor. E o Nate sempre foi o noivo. Mas nenhuma das minhas fantasias envolvia um casamento falso em Las Vegas, sem família ou amigos presentes.
Corri as costas da minha mão na minha bochecha, enxugando as lágrimas silenciosas. Algum dia, eu teria o meu casamento de verdade. Meu príncipe estava lá fora em algum lugar.
Um homem que queria se casar comigo por amor. Esse era apenas um acordo de negócios. Eu não podia perder isso de vista, ou arriscaria ter meu coração partido em tantos pedaços que não haveria esperança de algum dia juntá-lo novamente.
Saí da cama e fui na ponta dos pés até o banheiro, pegando as roupas que arrumei na noite anterior. Quando voltei, o Nate estava acordado. Ele rolou para o lado e apoiou a cabeça no cotovelo.
"Bom dia”, disse ele. "Você dormiu bem?"
"OK. Não muito bem."
"Por quê?"
"Estou nervosa."
"Você não está pensando em fugir, né?"
"Não. Eu não vou ser uma noiva fugitiva.”
"Venha aqui", disse ele, dando tapinhas no colchão.
Um formigamento de nervoso percorreu minha barriga. O que ele queria? Mordi meu lábio inferior enquanto caminhava lentamente para a cama, onde um homem seminu estava deitado esperando, me olhando com uma mistura de curiosidade e diversão.
"Relaxe, baby", ele sussurrou quando me sentei. "Não há motivo para ficar nervosa. Não é um casamento de verdade. Bem, tecnicamente é. Mas você entende o que quero dizer.”
"Eu sei disso,” eu suspirei.
Ele estendeu sua mão e agarrou a minha, acariciando o espaço entre meu polegar e meu dedo indicador, provocando um arrepio no corpo inteiro. Cada vez que ele me tocava, era como se mil choques de eletricidade disparassem pelo meu corpo.
Eu poderia dizer pelo sorriso arrogante em seu rosto, que ele estava muito ciente do efeito que provocava em mim.
"Deixe-me tomar um banho rápido", disse ele, pulando tão rápido que quase cai em cima da chaleira ao lado da cama. "Depois nós podemos tomar o café da manhã. Seu compromisso é apenas às dez horas, então temos muito tempo.”
"Que compromisso?”
"No spa.”
"O quê?"
"Está incluído no nosso pacote de casamento.”
"Eu não preciso de tudo isso, Nate."
"Talvez não,” ele disse enquanto remexia em sua mala. "Mas eu aposto que uma massagem ajudaria você a relaxar. E toda noiva merece ser mimada no dia do casamento.”
Eu caminhei até a janela, olhando para a avenida principal de Las Vegas, já cheia de turistas. Esse casamento estava saindo do controle.
Minha pulsação acelerou quando ele veio atrás de mim. Ele colocou a mão na minha cintura e me virou, erguendo meu queixo com o polegar. Engoli em seco, tentando não pensar no fato de que ele estava de cueca. Bem, cueca samba-canção. Mas ainda uma cueca.
"As fotos do nosso casamento vão estar na tv. E na Internet. Temos que concordar com isso como parte de nosso contrato com o programa. Quero minha noiva linda.”
"Bem, eu não gostaria de te envergonhar,” eu rebati, me esquivando dele antes de invadir a grande sala.
"Stella, sinto muito", disse ele. "Me expressei mal."
"Está tudo bem, Nate. Eu sei que não sou bonita. Eu não sou idiota."
Ele respirou fundo, inflando as bochechas antes de expirar lentamente enquanto passava os dedos pelos cabelos. "Eu não disse isso."
"Você não precisava. Sem problemas. Vou fazer meu cabelo e maquiagem. Está tudo bem."
Ele abriu a boca como se fosse dizer mais alguma coisa, mas ficou quieto e foi para o banheiro.
Eu me joguei na cama, lutando contra as lágrimas enquanto suas palavras se repetiam na minha cabeça. Talvez eu tenha exagerado um pouco. Eu tinha problemas de autoestima e insegurança que precisava resolver durante essa viagem.
"Você precisa levar seu vestido e tudo o que você precisa esta noite,” Nate me informou enquanto subíamos no elevador depois do café da manhã.
"Eu não vou me vestir no quarto?"
"Não. Eu não posso te ver até que você entre pelo corredor. "
"Por quê?"
"Porque isso dá azar”, disse ele quando saímos para o corredor.
"Isso não é um casamento de verdade,” eu o lembrei.
"Tanto faz”, eu disse.
Ele jogou a chave do quarto sobre a cômoda. "Você ainda está com raiva por causa do que aconteceu?"
"Não,” eu menti enquanto passava por ele e pegava meu vestido do armário.
"Stella, acho importante que sejamos honestos um com o outro."
"Tudo bem,” eu rebati. "Você magoou meus sentimentos ao insinuar que eu precisava de um dia no spa e no salão para ficar apresentável o suficiente para ser vista com você."
"Eu disse que sentia muito."
"Você está com vergonha de ser visto comigo?"
"Claro que não. De onde você tirou essa ideia?”
"Eu não sei,” eu sussurrei, meu lábio inferior tremia. Eu parecia patética, parada ali olhando para o chão.
"Você pode olhar para mim, por favor?"
Eu olhei em seus lindos olhos azuis, e engoli em seco quando eles turvaram com pura luxúria. Não me pergunte como eu sabia que era luxúria. Não é como se qualquer outro homem já tivesse me olhado assim. Mas eu sabia. E isso me deixou apavorada.
"Eu acho que você é a mulher mais sexy que eu já vi, Stella Crane. Com ou sem maquiagem. Estou fazendo um esforço sobre-humano para controlar o meu corpo e não te jogar na cama agora e te foder todinha."
Olhamos um para o outro, o calor entre nós alimentava a tensão sexual que vinha crescendo desde que chegamos em Vegas. O Nate queria transar comigo. Eu não tinha certeza do que fazer com essa confissão. Uma leve batida na porta do quarto me salvou de dar uma resposta.
"Provavelmente é a Viola”, disse Nate. Mas ele não se mexeu. Nossos olhares não se desgrudaram nem um milésimo de segundo. Sempre me perguntei o que as pessoas queriam dizer quando falavam sobre foder com os olhos. Agora eu sabia.
"Quem?" Eu perguntei com a voz rouca.
"Nossa coordenadora de casamento,” ele respondeu, enquanto finalmente quebrava o feitiço e se movia em direção à porta.
Uma mulher loira alta irrompeu na sala. "Você deve ser a Stella", ela exclamou, batendo palmas.
"Olá”, eu disse.
"Eu sou a Viola. Estou aqui para garantir que tudo esteja perfeito para o seu grande dia.”
"Ok,” eu disse, olhando para Nate. "Meu noivo não me contou sobre você."
"Não se preocupe, querida,” ela rebateu. "Onde está o seu vestido?"
"No armário."
"Bem, pegue-o e vamos indo. Temos muito que fazer”.
Peguei meu vestido e segui a senhora até a porta.
"Vejo você mais tarde, querida,” Nate gritou, piscando quando eu olhei para ele.
Eu mal reconheci a garota no espelho. Meu cabelo estava preso em um coque colmeia, com algumas mechas soltas emoldurando meu rosto muito maquiado. Eu nunca usei tanta maquiagem na minha vida. Eu raramente usava, a menos que fosse uma ocasião especial.
Minhas unhas estavam perfeitas, graças à minha primeira manicure e pedicure. Eu estava mais limpa do que provavelmente jamais estive depois do meu banho de euforia. E literalmente não havia cabelo no meu corpo, com exceção da minha cabeça.
Viola me convenceu de que uma depilação brasileira era obrigatória na minha noite de núpcias. Claro, eu não podia dizer a ela que minhas regiões inferiores não seriam afetadas porque não estávamos consumando nosso casamento de mentira.
Mas decidi fazer mesmo assim porque pensei que tornaria mais fácil me raspar depois na estrada. Eu apenas teria que aparar os pelos assim que começassem a crescer novamente.
"É hora de colocar seu vestido!” A Viola gritou enquanto entrava no salão.
Eu a segui até um provador onde meu vestido estava pendurado.
"Você tem lingerie apropriada por baixo?" ela perguntou. Era tão óbvio que eu era uma nerd sem graça, que não se arrumava com frequência?
"Sim”, respondi.
Fiquei só de calcinha e sutiã quando ficou óbvio que ela não iria embora. Ela me ajudou a vestir meu vestido simples, que ia até o chão. O decote em formato de coração ficou bom com o sutiã push-up.
A senhora da loja de vestidos em Sault Ste. Marie estava certa. Parecia que meus seios eram muito maiores do que realmente eram. Pura propaganda enganosa.
Mas o Nate me viu de maiô. Ele sabia que a comissão de frente não era meu forte. E ele não estava se casando comigo pelo meu corpo. Ele estava se casando comigo para que pudesse participar de um programa de TV.
"É hora de casar com seu príncipe, Stella", disse Viola.
Respirei fundo e a segui por um longo corredor até um elevador particular que nos levou para o térreo. Ela me guiou para um belo pátio externo com fontes borbulhantes e flores lindas.
"Assim que a música começar, você vai seguir esse caminho e virar aquela esquina, ok?” Ela me entregou um buquê de rosas cor de rosa e sorriu gentilmente. "Boa sorte."
Eu agradeci. Isso estava realmente acontecendo. Eu estava me casando com o Nate Miller. Minha paixão de infância. Uma vozinha no fundo da minha cabeça estava gritando para mim que isso era errado. Mas eu a calei. Eu tinha tomado a decisão de casar e não estava prestes a desistir agora.
Quando as primeiras notas da marcha nupcial começaram a tocar, eu caminhei lentamente pela passarela de mármore.
Quando virei a esquina, Nate estava esperando com o ministro sob um arco elegante. Seu rosto se abriu em um largo sorriso quando ele me viu.
Nos momentos seguintes, só existia nós dois no mundo. Ele parecia tão bonito em seu terno preto, com uma gravata cinza esfumada que realçava o azul de seus olhos.
Quando cheguei ao altar, um casal mais velho apareceu, um de cada lado de nós. Eu acho que eles foram as testemunhas.
"Estamos reunidos aqui hoje na presença dessas testemunhas, para unir Nathaniel e Stella em sagrado matrimônio, algo que deve ser honrado e respeitado por todos, portanto, deve ser encarado com reverência, paixão, amor e solenidade.
Sendo assim, essas duas pessoas presentes agora se unirão. Por favor, deem as mãos para a troca de votos.”
A senhora testemunha segurou o meu buquê e eu me virei para encarar o Nate. Ele parecia tão nervoso quanto eu. Era estranhamente reconfortante saber que eu não era a única com as pernas bambas. Mas quando eu olhei em seus olhos, todas as minhas dúvidas desapareceram.
Eu queria me casar com esse homem. Mesmo que fosse apenas por um curto período, eu queria ser a Sra. Nathaniel Miller. A adolescente dentro de mim merecia isso.
"Eu, Nate, aceito você, Stella, para ser minha legítima esposa, e prometo diante de Deus e dessas testemunhas, ser seu marido amoroso e fiel, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, enquanto ambos vivermos.”
"Eu, Stella, aceito você, Nate, para ser meu marido, e prometo diante de Deus e dessas testemunhas, de ser sua esposa amorosa e fiel, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, enquanto ambos vivermos.”
"Onde estão as alianças?" perguntou o ministro.
Minha mão tremia quando Nate colocou a aliança de ouro em meu dedo. Não sei como consegui colocá-la sem deixá-la cair.
"Pelo poder investido em mim pelo estado de Nevada, eu agora os declaro marido e mulher. Pode agora beijar a noiva."
Meu coração estava batendo rapidamente quando ele se inclinou. Fechei os olhos antes que ele pressionasse seus lábios nos meus com uma carícia suave e terna.
Minhas pernas tremeram. Eu senti como se estivesse andando no ar. Meu primeiro beijo foi perfeito. Com o cara perfeito. E naquele momento, isso era tudo o que importava.
"Eu tenho mais uma surpresa para você,” Nate disse enquanto terminávamos nosso jantar de filé.
Esvaziei meu copo, e rindo o coloquei sobre a mesa fazendo um barulho alto. Eu não bebia. Nunca. Então, fiquei levemente bêbada depois de duas taças de champanhe.
"Quero mais!”, eu disse.
"Chega de champanhe para você", disse ele, tirando a garrafa do meu alcance. "Está na hora de ir."
"Eu quero ligar para o meu pai."
"Tem certeza?" Nate deu uma risadinha. "Você está um pouco alta."
"Eu preciso fazer isso, Nate."
"Ok", ele concordou.
"Merda,” eu murmurei quando paramos na frente de uma fonte. "Eu não estou com meu telefone.”
"Você pode usar o meu", disse ele, entregando-me seu telefone. "E acho que é a primeira vez que ouço você falar um palavrão."
"Eu juro,” eu falei um pouco alto demais.
Algumas pessoas riram ao passar. "Parabéns”, elas gritaram.
"Obrigado”, disse Nate.
"Meu pai vai se perguntar por que estou ligando para ele do seu telefone,” eu disse enquanto abria o aplicativo de bate-papo por vídeo e disquei seu número.
"Oh, bem,” Nate riu, balançando a cabeça. "Ele não vai ficar pensando por muito tempo."
Tocou algumas vezes. Eu estava quase desligando quando o rosto do meu pai finalmente apareceu na tela.
"Querida?"
"Sou eu, pai."
"Por que você está me ligando do telefone do Nate Miller?"
"Não estou com meu telefone”, expliquei.
"Onde você está, Stella?" ele perguntou. "Aquilo é uma fonte atrás de você? E por que você está todo arrumada?”
"Estou em Vegas. Nate e eu nos casamos.” Uau. Champanhe faz maravilhas para nos destravar. Não teria sido tão fácil pronunciar essas palavras se eu estivesse sóbria.
"O quê?" ele engasgou, sua boca estava tão aberta que eu podia ver suas amígdalas.
Nate passou o braço em volta da minha cintura e se inclinou para entrar no enquadramento da câmera. "Oi, Sr. Crane", disse ele, sorrindo nervosamente.
"Stella Louise Crane, é melhor você começar a se explicar!"
Opa. Meu pai quase nunca gritava. Ele era um cara muito tranquilo. Ele não saía do sério por qualquer coisa... Aparentemente, eu descobri algo que fazia ele explodir e perder as estribeiras.
"O Nate e eu voamos para Las Vegas e nos casamos”, respondi. "Engraçado, né? Você se casou aqui na semana passada, e agora eu me casei aqui esta semana.”
"Stella, você está bêbada?"
"Não,” eu ri. "Só um pouco tonta com o champanhe que bebi no jantar."
"Stella, ainda estou esperando uma explicação."
"Bem, você vai esperar um pouco mais. Porque eu sou adulta e não te devo nada. Você não me deu uma explicação quando se casou com uma garçonete que tinha acabado de conhecer.
"É por isso que você está fazendo isso?" ele engasgou. "Para se vingar de mim?"
"Sério, pai? Você acha que eu me casei só para me vingar de você? "
"Eu espero que não. Como ela te convenceu a fazer isso, Nate? "
"Foi ideia minha”, disse Nate, dando um beijo na minha têmpora.
Meu pai olhou para nós com uma expressão de completo espanto em seu rosto.
"O Nate e eu estaremos viajando nos próximos quatro meses,” eu disse. "Os pais dele sabem onde estaremos e vamos manter contato com eles periodicamente. Então você saberá que estou bem. Eles vão te manter atualizado.”
"O quê?!"
"Temos que ir agora, pai. Vejo você quando voltarmos.”
"Stella!"
"Tchau, pai. Te amo."
Desliguei e entreguei o telefone de volta para o Nate, enquanto lutava para conter as lágrimas que ameaçavam cair e estragar toda a minha maquiagem.
"Venha aqui", disse ele, puxando-me em seus braços fortes. Eu encostei minha cabeça no seu peito e fechei meus olhos até que consegui controlar minhas emoções. Ele fez carinhos nas minhas costas e deu beijos suaves no topo da minha cabeça.
"Estou bem,” eu disse, me afastando. "Vamos ver minha surpresa.”
Ele me levou ao longo do canal até a Praça de São Marcos, onde cantores de ópera encheram o ar com uma música incrível. Uma gôndola branca estava parada na plataforma. As outras eram pretas. Um homem com uma camisa listrada preta e branca estava de pé no barco.
"Vamos dar um passeio de gôndola?” Eu perguntei animadamente.
"Sim,” ele disse, apertando minha mão. "Achei que seria uma boa maneira de terminar a noite.”
Eu levantei a bainha do meu vestido enquanto Nate me ajudava a entrar no barco branco reservado apenas para noivas e noivos. Ele deslizou seu braço em volta da minha cintura quando estávamos acomodados no assento.
O gondoleiro parou diante de nós enquanto levava o barco pelo canal. Ele nos perguntou de onde éramos antes de começar a cantar uma música. Eu não saberia dizer que música era. Eu estava alterada pelo champanhe e pelo clima de romance do passeio de gôndola.
"Você precisa beijar sua noiva quando passarmos por baixo da ponte,” o gondoleiro disse, cutucando o joelho do Nate com o remo.
Me deu um frio na barriga, arrepios de excitação se espalharam pelo meu corpo com o pensamento de outro beijo.
Quando passamos por baixo da ponte, Nate se inclinou e me beijou suavemente, assim como fez antes. Mas em vez de recuar, ele segurou a parte de trás da minha cabeça, puxando-me mais perto enquanto sua língua se movia, percorrendo meus lábios.
Quando eu abri minha boca, ele enfiou sua língua e a esfregou contra a minha em uma valsa erótica que fez meu corpo entrar em parafuso.
Eu estava formigando em lugares que nunca tinha formigado antes. E eu não queria que essa sensação parasse. Eu gemi baixinho quando ele aprofundou o beijo, sua mão serpenteando minha cintura enquanto ele pressionava seu corpo contra o meu.
"Já está bom, né?”, o gondoleiro riu, cutucando Nate de brincadeira novamente. "Eu disse para beijar a moça, não para consumar o casamento aqui mesmo na minha gôndola. Há famílias aqui.”
Se não fosse pelo pileque do champanhe, eu teria ficado morta de vergonha. As pessoas na ponte aplaudiram e gritaram parabéns enquanto navegávamos.
Terminamos a viagem em silêncio. Nate manteve o braço em volta de mim, acariciando minhas costas enquanto o gondoleiro cantava para nós. Foi o final perfeito para um dia quase perfeito. Só faltou uma coisa para tudo ser perfeito: que o casamento fosse de verdade.
"Podemos parar no cassino um minuto?” Eu perguntei enquanto caminhávamos em direção aos elevadores.
"Claro", disse Nate, arqueando a sobrancelha. "Você quer jogar black jack com seu vestido de noiva?"
"Não,” eu ri. "Eu quero jogar nos caça-níqueis. Eu nunca fiz isso antes.”
"Você nunca foi a um cassino?”
"Não."
"OK. Vamos lá."
Ele me conduziu através de um mar de milhares de caça-níqueis que brilhavam, reluziam, piscavam, giravam e apitavam sem parar.
"Experimente este aqui,” ele sugeriu, puxando uma cadeira na frente de uma máquina desocupada.
"O que eu faço?"
Ele pegou sua carteira e me entregou uma nota de vinte. "Coloque ali”, disse ele, apontando para o local onde dinheiro deveria ser inserido.
"E agora?" Eu perguntei depois que a máquina comeu a nota.
"Você pode pressionar o botão de aposta ou puxar o braço para baixo.”
"Oh, eu definitivamente quero puxar o braço!" Puxei-o em minha direção e observei as bobinas girarem. A máquina se acendeu e começou a apitar e tinir enquanto três cerejas se alinhavam. "Eu ganhei! Eu ganhei!"
O Nate riu quando a senhora ao meu lado olhou com uma cara feia e cheia de inveja.
"É a primeira vez dela,” ele explicou. "Você ganhou um dólar, querida."
"Oh. Olha, posso fazer melhor do que isso.” Eu agarrei o braço e puxei com força. Três cerejas de novo! Que divertido!
"Sério?" a senhora disse, me olhando com raiva no exato momento em que eu levantei a mão para puxar o braço de novo, ao mesmo tempo que ela ia pegar sua bebida, fazendo nossos cotovelos baterem. "Usa a porra do botão."
"Ei,” Nate gritou. "Se ela quiser puxar o braço, ela vai. Pare de importunar."
A mulher resmungou baixinho antes de pegar sua bebida e sair correndo.
"Que vadia,” eu disse.
"Uau. Minha esposa é boca suja.”
"Eu não sou!" Chorei.
Eu gastei os vinte dólares do Nate muito rapidamente. Depois que torrei mais vinte meus, ele sugeriu que encerrássemos a noite.
"Vamos, querida,” ele disse, pegando minha mão. "Temos que acordar cedo para pegar nosso voo para Los Angeles.”
Quando voltamos para o quarto, ele me pegou pela mão e me levou para a pequena área de estar, perto das janelas.
"Há mais uma coisa que precisamos fazer,” ele murmurou, puxando-me em sua direção.
"Nate,” eu sussurrei. "Nós concordamos que não iríamos."
"Eu sei", disse ele. "Eu não estou falando sobre isso. Precisamos ter nossa primeira dança como marido e mulher.”
Ele pegou seu telefone e mexeu um tempo nele. Uma música clássica começou a tocar. Ele o colocou na mesa antes de me puxar para seus braços, circulando minha cintura com as mãos. Passei meus braços em volta do seu pescoço e dançamos com a música.
O quarto estava escuro, iluminado apenas com o brilho suave da avenida Strip, de Las Vegas. Ele se inclinou e roçou seus lábios nos meus. Mas logo parou. Ele se afastou e desligou a música.
Eu tive que lidar com minha decepção. Eu realmente pensei que ele tentaria mudar minha opinião sobre consumar nosso casamento. E eu não tinha certeza se seria capaz de dizer não.