
Noiva Por Acaso: A Noiva de Draco
Jade nunca pensou que Ivan Draco pudesse se interessar por ela de alguma forma.
Afinal, quando se conheceram, ela jogou água nele, e ele a expulsou de seu hotel, pensando o pior dela e de sua irmã.
Mas agora que ela possui algo que ele desesperadamente deseja, ele fará de tudo para conseguir. O problema é que, nesse jogo de poder, eles não estão sozinhos.
Talvez eles se odeiem, mas ambos amam e querem a mesma coisa.
Será que isso é suficiente para ela se tornar a noiva de Draco?
Capítulo 1
Eu não sabia como tinha chegado a um hotel tão luxuoso que parecia uma grande esfera reluzente. Só sabia que precisava encontrar o homem que tinha deixado minha irmã arrasada.
As portas do hotel abriram e meu coração disparou. Não havia mais volta. Minha irmã em casa não comia nem dormia há dias, e isso tinha que acabar. Lena estava muito triste e sem se alimentar, mas não era mais só sobre ela. Havia um bebê crescendo dentro dela que precisava de cuidado.
Ela não tinha pai ou irmão para lutar por ela, mas tinha a mim. E eu ia mostrar a Ivan Draco que ele não podia tratá-la daquela maneira.
Olhei para o letreiro luminoso do hotel enquanto começava a transpirar um pouco. Eu tinha trabalhado em empregos de serviço a vida toda, mas nunca num lugar tão requintado.
"Você consegue, garota", murmurei, segurando o corrimão ao entrar.
Ajeitei meu uniforme. A garçonete cujo turno eu pegara esta noite era um pouco maior que eu, mas pelo menos usava o mesmo número de sapato.
O som suave do elevador interrompeu meus pensamentos. Eu tinha chegado ao último andar.
Ouvi o som de saltos altos ecoando pelos corredores. O barulho me lembrou dos passos apressados de Lena quando saiu para ver Marco.
Ao entrar na suíte Draco, vi paredes douradas e de seda ao meu redor. As luzes da cidade entravam pelas janelas enormes, me fazendo sentir pequena e invisível.
Este lugar exalava poder e dinheiro, feito para aproveitar as coisas boas da vida.
Meu coração batia forte. A cada respiração, eu entendia que devia haver um motivo pelo qual ninguém enfrentava a família Draco. Talvez Ivan Draco tivesse tentado esconder o passado sombrio de sua família, mas ainda dava para sentir no ar.
Devagar, olhei para o homem alto e moreno parado perto de mim junto à mesa de jantar, e percebi algo. Os poucos vídeos que tinha assistido para me preparar para este encontro não mostravam o quão imponente ele realmente era. Era fácil ignorar sua presença forte numa tela, mas pessoalmente, era como se fizesse parte dele.
Um dos garçons empurrou meu ombro, me entregando uma jarra de água gelada e mandando seguir em frente. Segurei a alça com muito cuidado. Estava tão fria quanto as mãos de Lena naquela noite, quando me deu a notícia.
Lembrar disso fez meu coração acelerar. Ela estava enganada; bebê ou não, Ivan Draco estava controlando a felicidade de Lena. Eu só precisava de uma chance para falar com ele sobre Lena e lembrá-lo que seu sobrinho tinha responsabilidades com ela.
Enquanto eu caminhava até a mesa, o segurança me olhou desconfiado, e tentei sorrir o mais gentilmente possível.
A loira sentada ao lado de Ivan tocou seu braço, chegando mais perto da cadeira dele.
"Ivan, tem certeza que não quer ir à balada hoje? Estou louca para dançar.”
Aproveitei para observá-lo mais de perto. Reparei em seu maxilar definido e pescoço forte e bronzeado. As únicas coisas suaves nele eram os cabelos escuros e espessos e os cílios longos, que emolduravam olhos negros como a noite.
Engoli em seco, sentindo uma estranha inquietação crescer dentro de mim.
Você pode vestir um lobo com pele de cordeiro, mas nunca o transformará em um cordeiro. O mesmo valia para Ivan Draco.
As mulheres ao seu lado nem me notaram. Eu era invisível para elas, apenas uma garçonete. Mas Ivan olhou diretamente para mim com olhos de caçador. Aposto que ele nunca deixava passar nada. Devia ser um velho hábito, de quando precisava ser cauteloso.
O canto de sua boca se ergueu enquanto seus olhos percorriam meu rosto sem maquiagem, demorando-se um pouco demais em meus lábios.
Senti arrepios por toda minha pele suada. Queria ter passado maquiagem hoje. Com o rosto nu, me senti como se ele pudesse ler meus pensamentos.
"Água?", ofereci, erguendo a pesada jarra de cristal.
Ele se inclinou na cadeira. "Eu te conheço?”
A jarra de cristal começou a escorregar em minhas mãos.
"Não." Respirei fundo. "Mas eu te conheço.”
"Ah", ele disse lentamente, saboreando o momento.
Ele desabotoou casualmente o paletó. A loira o ajudou a tirar, e ele arregaçou as mangas da camisa. Vi um relógio dourado brilhante. Devia custar uma fortuna—ao contrário do falso que tentei vender para comprar os remédios da minha avó.
"E você quer algo de mim?" O pequeno traço de emoção que vi antes desapareceu.
"Na verdade", disse, dando um passo à frente —, eu queria falar com o senhor. Nunca tive chance, então criei uma.
Olhei ao redor, dando-lhe um segundo para entender por que me infiltrei. Ele ergueu a sobrancelha, e eu respirei fundo.
"Seremos família, Sr. Draco, então achei que era hora de nos conhecermos.”
O clima mudou, e recuei instintivamente. Seu lábio inferior sumiu enquanto ele me olhava com raiva.
"Lena é sua irmã?" O jeito como ele disse o nome dela, como se fosse algo sujo, fez minhas mãos se fecharem.
"Sim." Endireitei a postura, erguendo o queixo.
As duas mulheres pararam de falar e olharam para mim.
Ivan abriu o celular, e contei até dez para acalmar meu coração. Eu sabia que nada de bom sairia da boca dele.
O homem era muito grosseiro, e Lena tinha razão.
"Sua conta?" Ele perguntou.
"Minha o quê?" Disse, confusa, enquanto o suor escorria pelas minhas costas.
"Sua conta bancária, Srta...?" Ele repetiu.
"Se você é irmã de Lena, só pode querer uma coisa de mim." Ele se recostou na cadeira. "Então, quanto dinheiro você precisa para manter você e sua irmã longe da minha família?”
Minha boca se abriu em choque. Ele agia como se Lena tivesse engravidado por mágica. Sua grosseria me deixou sem palavras.
Ele colocou as mãos na mesa, levantando-se. "Vamos acabar logo com isso, Srta. Jade" disse. "Se você não tem uma conta, teremos que fazer isso outra hora. Não ando por aí carregando dinheiro.”
Suas palavras tornaram o ar pesado. Eu tinha sido tola em pensar que poderia fazer esse homem entrar em razão. Minhas pernas tremeram. A jarra escorregou um pouco, machucando minhas mãos, e me senti profundamente humilhada. Ele nos via como nada além de pessoas tentando conseguir dinheiro. Éramos como insetos sob seu sapato caro.
Minha avó estava certa: não existe homem bom.
Fiquei furiosa e, antes que pudesse pensar, joguei a jarra nele. Ela encharcou Ivan com água gelada antes de bater na mesa e cair ruidosamente no chão. O som do vidro quebrando fez meu coração pular para a garganta, quase me engasgando.
Meus ouvidos zumbiram enquanto a sala explodia em gritos.
Bem, não a sala toda.
Ivan Draco permaneceu imóvel, me encarando furiosamente, com gotas d'água escorrendo pelo rosto.
Antes que eu pudesse processar o que tinha feito, mãos fortes me puxaram para trás, me arrastando pelo corredor.
"Me solte!" Gritei, lutando contra o segurança enorme.
Ele me largou no pátio atrás do hotel. O espaço vazio me fez sentir ainda mais desconfortável.
Ainda de joelhos, vi sapatos brilhantes e impecáveis no último degrau da porta dos fundos. Não precisei olhar para cima para saber quem estava de pé sobre mim, e minha posição ajoelhada demonstrava o quanto mais poder ele tinha.
Ri alto com o pensamento, fazendo seu maxilar se contrair novamente. Ele ergueu uma sobrancelha e ofereceu a mão para me ajudar a levantar.
Quando seus dedos longos envolveram os meus, senti um choque elétrico e soltei, dando um passo para trás. Ele agarrou meu cotovelo para me impedir de cair, e o chão frio sob meus pés me fez olhar para baixo.
Em toda a confusão, eu tinha perdido um sapato.
"Obrigada", disse, tentando manter a compostura enquanto ajeitava minha saia.
O coque arrumado no topo da minha cabeça estava solto. Alcancei o elástico e o tirei. Cabelos loiros claros caíram ao redor dos meus ombros enquanto eu erguia os olhos para encará-lo, pronta para seu olhar maldoso e palavras cruéis.
Mas o homem à minha frente parecia muito surpreso. Seus olhos se fixaram em algo acima da minha cabeça tão intensamente que me virei, querendo ver o que ele estava olhando. Nada incomum estava atrás de mim, apenas um estacionamento e um gato de rua.
Franzi a testa e me virei de volta—bem quando sua mão passou pelo meu cabelo, deixando-o escorrer por sua pele.
Meu corpo inteiro ficou tenso. Eu sabia que devia impedi-lo, mas não o fiz. Observei enquanto ele esfregava uma mecha macia entre os dedos.
Seu cheiro limpo e masculino invadiu minhas narinas, e respirei fundo para me manter calma.
Isso era como um jogo de gato e rato. Eu nunca tinha sido um rato, e não seria um hoje.
"Eu não quero seu dinheiro!" Exclamei, desejando que ele se afastasse e me deixasse respirar.
Como se tivesse ouvido meus pensamentos, sua mão deixou meu cabelo e passou pelos próprios fios, salpicando meu rosto com minúsculas gotas de água.
Cambaleei para trás. Meu pé prendeu no chão irregular, e perdi o outro sapato.
Ele recuou para os degraus, colocou as mãos nos bolsos e se virou para me encarar.
"O nome Draco é bom demais para você ou sua irmã.”
O celular do segurança tocou, quebrando o silêncio entre nós.
"Pegue o dinheiro enquanto ainda estou oferecendo. Pense bem antes de deixar seu orgulho decidir por você.”
Ele realmente achava que toda mulher queria ser uma Draco? Talvez não fosse culpa dele; talvez as mulheres em sua vida fizessem de tudo para fazê-lo pensar que o mundo girava ao seu redor.
Meus lábios se curvaram numa estranha sensação de pena por quão pouco ele sabia.
Com uma graça que não sabia que tinha, me abaixei, peguei o outro sapato na mão e joguei nele.
O segurança se moveu para me impedir.
"Deixe-a”, Ivan ordenou, seus olhos se fixando nos meus com um olhar de diversão.
O sapato caiu ao lado dos pés dele, mostrando o quão triste e desesperadora era minha situação. Este homem era intocável.
Meus ombros tremeram, revelando minha agitação interior.
Eu odiava Ivan Draco.















































