Riley Maylon
LINK
Eu olhava para a Lexi esperançoso, enquanto esperava para ouvir o que ela responderia sobre o meu convite para um café.
O sorriso que ela tinha no rosto era tipo um sorriso amarelo.
"Obrigada, agradeço o convite", disse ela. "É muito legal da sua parte e tal..."
Mas... ~
"Mas não posso encontrar os clientes fora do centro", disse ela.
Clientes? ~
Afe. Claro. ~
Ela pensa que eu sou apenas mais um veterano fodido que ela precisa ensinar como relaxar. ~
A Lexi estendeu a mão e agarrou a minha, dando um pequeno aperto. Meu coração acelerou.
"Mas você volta semana que vem, ouviu? E quarta-feira também. Estou ansiosa para vê-lo."
Com uma risada estranha, ela deu de ombros e saiu, me deixando sozinho no grande corredor.
O ar condicionado, que havia ficado silencioso por um tempo, voltou a ligar.
Eu olhei em volta, sem saber o que fazer.
Eu não vim aqui procurando um encontro. ~
Eu vim buscar... algum tipo de ajuda. ~
Acho que isso eu encontrei. ~
Com um suspiro, esfreguei meu rosto com as duas mãos.
Uma energia desagradável e tensa estava voltando agora que o relaxamento da sessão estava passando.
Eu preciso sair para correr. ~
Olhei para o meu short e meu tênis, eu pensei, Bem, por que não? Não há hora melhor que agora. ~
Peguei uma garrafa de água na máquina de venda que havia no caminho para a saída do Centro dos Veteranos de Guerra e a bebi.
Momentos depois, eu estava lá fora, encontrando meu ritmo, controlando a minha respiração.
O ar estava quente e úmido. Setembro era o pior mês de umidade em Nashville. Minha camiseta logo ficou encharcada de suor enquanto eu corria pela calçada.
Apressei o passo um pouco, olhando para os lados com frequência para evitar parar nos cruzamentos.
Conforme o ritmo se estabelecia, deixei minha mente vagar.
E, claro, ela voltou para a Lexi.
Melhor ela do que o Rowan e meu pesadelo.
Eu me sentia atraído pela Lexi.
Desde que tinha assinado os papéis da baixa, eu me sentia como se estivesse olhando para todos através de um pedaço de plástico bolha.
Mas não sentia isso com ela.
A Lexi estava bem ali.
Cada vez que ela me tocava, eu sentia eletricidade passar por mim.
Mas tudo o que ela via quando olhava para mim era um veterano problemático que precisava de ajuda.
Se isso era tudo que ela via, não havia esperança. Eu também poderia seguir em frente.
Mas como eu poderia simplesmente deixar de lado esse sentimento de conexão?
Uma bifurcação me forçou a parar, e eu aproveitei a oportunidade para me alongar.
Do outro lado da rua, duas mulheres passeavam com um cachorro, conversando. Uma delas bebia café em um desses copos para viagem.
Elas eram até atraentes, mas não mexeram comigo.
A Lexi tinha me chamado a atenção naquele bar.
Ela era especial.
Eu não poderia simplesmente deixar isso de lado.
LEXI
A Kiara e eu nos olhamos e viramos os olhos, enquanto corríamos ao redor da lanchonete, tentando nos antecipar ao caos do brunch de domingo de manhã.
O pessoal levava o brunch de domingo muito a sério aqui no Rise & Shine.
"E o que vocês vão comer?" Perguntei para dois pais em um mesa, um pouco atordoados por causa dos seus vários filhos.
Momentos depois, eu estava indo para a cozinha para fazer milkshakes - milkshakes em uma manhã de domingo, mas quem era eu para julgar? - quando o Evan, o ajudante de garçom, esbarrou em mim.
"Desculpa," eu disse.
Evan, um cara magro e bronzeado com cabelo castanho curto, sorriu. "Não se preocupe, Srta. Lexi. Encontrar você é a melhor parte deste trabalho."
Tentei rir, mas Evan estava dando em cima de mim descaradamente.
"Que bom que não te machuquei," eu disse, sabendo que ele tinha trombado e mim de propósito.
"Bem, posso ter deslocado o ombro", disse Evan. "Você poderia me compensar. Ouvi dizer que você sabe fazer massagem."
Embora isso fosse verdade, não havia possibilidade alguma que eu fizesse uma massagem no ombro de Evan - ou em qualquer outra parte dele.
"Eu posso recomendar um bom quiroprático," eu disse e o empurrei.
A Kiara me encontrou perto da máquina de milkshakes.
"O Evan está dando em cima de você de novo?" ela perguntou.
Ela era bonita, tinha uma franja reta sobre um dos olhos, e sabia como realçar sua pele escura com suas roupas.
Mais importante, ela era uma boa amiga, que não tinha paciência para bobagens.
"Sim," eu respirei.
Meu coração estava disparado e eu demorei um pouco para inspirar em oito, segurar em quatro e expirar em quatro.
"O que ele queria dessa vez?" Kiara perguntou, enquanto eu estava exalando.
"Uma massagem no ombro que ele afirma que eu acabei de machucar."
A Kiara revirou os olhos e balançou a cabeça. Ela passou por mim em direção à grande bandeja de pãezinhos, pegando as pinças para colocar alguns em sua bandeja.
"Isso me lembra da época em que aquele velho começou a me contar como ele era atraente", disse ela, "e como tudo o que ele queria era uma garota legal como eu, que lhe fizesse massagens no couro cabeludo".
"Uma 'massagem no couro cabeludo', hein?" Eu bufei e comecei a preparar os milkshakes. "Eu tinha que aguentar um cara que costumava vir de muletas. Ele jogava o guardanapo e me pedia para pegá-lo. Tipo, cinco vezes em uma refeição!"
"Garota, você sabe que ele estava tentando ver por baixo da sua camiseta!", Kiara riu. "Ah, e havia aquele velho que queria me pagar o jantar toda vez que vinha?"
"Verdade, aquele cara! Ele sempre elogiava a minha 'blusa'", eu ri.
"Garota, eu também ~."
Ela piscou para mim e saiu.
Eu a segui, segurando um milkshake em cada mão.
Engraçado, não me incomodei muito quando o Lincoln me convidou para sair.
Eu deveria me incomodar. Ele é um cliente. ~
Mas ele também é muito bonito. ~
- Estou lhe dizendo, mal posso esperar para fazer meu exame AMCB - Kiara estava dizendo. O exame AMCB serve para certificar enfermeiras obstétricas. "Falta muito para chegar abril?"
"Seis meses," eu disse, enquanto passávamos pelas portas da cozinha para o restaurante.
"Até lá, você terá terminado suas horas de estágio também", disse Kiara.
Nós nos separamos e eu fui entregar os milk-shakes, enquanto a Kiara servia os pãezinhos.
Depois de atender mais duas mesas, encontrei com ela novamente voltando para a cozinha.
"Você já sabe o que fará depois do Centro de Veteranos de Guerra?" ela perguntou, enquanto enchia uma jarra de suco de laranja.
"Bem, terei que encontrar um emprego," eu respondi enquanto carregava minha bandeja com o pedido da mesa cinco. "Talvez lá, talvez em outro lugar. Espero trabalhar com sobreviventes de traumas, em um lugar onde me deixem incorporar trabalho corporal."
Kiara acenou com a cabeça. "Acho que vou fazer algo assim por um tempo, sabe, trabalhar em uma clínica feminina. Mas eu quero ter um consultório particular no futuro."
"Meu sonho é abrir meu próprio centro de bem-estar. Talvez você possa ser nossa especialista em saúde feminina ou algo assim."
Kiara sorriu. "Tudo o que precisamos é de um prédio, pessoal, dinheiro e clientes. Moleza."
Voltei para o restaurante, animada de imaginar o futuro. Eu não teria que lidar com os babacas do mundo para sempre.
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As coisas ainda estavam um pouco tensas entre o Rowan e eu, e ele estava andando alguns passos atrás de mim no estacionamento da lanchonete Rise & Shine, quando eu parei abruptamente.
- O quê... disse Rowan.
"Uma Honda Rebel 1950, vermelho maçã, totalmente restaurada, foi isso," eu disse a ele, com meus olhos admirando a beleza da motocicleta na minha frente.
Acrescentei: "Com toda a parte cromada original".
Rowan fez uma careta e balançou a cabeça. "Você está traindo sua caminhonete, Link. Eu não esperava por isso."
"Ah, mas essa moto daria uma amante e tanto, né?" Eu disse, passando minha mão sobre o assento.
Rowan riu, e cruzou os braços sobre o peito." Limpe a baba da cara, mano. É hora de babar por aquelas panquecas que você decidiu que precisava comer."
Eu desviei meu olhar da Honda Rebel e fui atrás dele até a lanchonete.
Eu não tinha dito para ele que a Lexi estaria lá.
Quando Rowan parou para esperar na fila, ele a avistou.
"Aquela não é...?"
Eu dei um sorrisinho amarelo.
"Seu grande filho da puta. É por isso que você estava com desejo de panquecas."
A preocupação desapareceu de seu rosto.
Eu ri. Foi bom ter o Rowan brincando comigo novamente. As coisas estavam voltando ao normal.
"Que coincidência", eu disse de maneira pouco convincente. "Quem diria que ela trabalhava aqui?"
"Bem-vindos ao Rise & Shine, mesa para quantas pessoas?" A anfitriã tinha o cabelo curto e tingido de preto e usava uma etiqueta com o nome "Ambar".
Rowan a encantou, como costumava fazer com mulheres heterossexuais, que logo se decepcionariam.
"Bem, Amber, somos apenas eu e o palhaço do meu irmão. Acho que você poderia nos acomodar em...", ele olhou para mim.
"Lexi."
"- Na seção que a Lexi atende?"
Ele sorriu para ela usando todo o seu charme.
A Amber corou e sorriu.
"Bem, acho que o casal da mesa dois está terminando", disse ela.
"A mesa dois parece perfeita, obrigado", disse Rowan. Ele piscou para ela e se virou para mim.
"Eu achava que você tinha dito que ela havia te dado um fora," ele sussurrou.
Dei de ombros. "Você sempre me disse que eu era teimoso."
LEXI
Eu corri da mesa dois, onde o casal estava se preparando para ir, para a mesa quatro.
"Bom dia, senhor", eu disse ao senhor mais velho com cabelos grisalhos e olhos redondos que estava sentado lá.
"Vou querer uma jarra de Bloody Mary e uma omelete Denver", disse ele, sem responder à saudação. "E sem papo furado."
Eu sorri, pensando que ele estava brincando, mas o olhar em seu rosto me disse, Não. Ele está falando sério. ~
"Claro," eu disse, e fui pegar a jarra. Talvez os Bloody Marys ajudassem a melhorar seu humor um pouco.
Depois de deixar a bebida, voltei para a mesa dois, onde dois homens estavam se acomodando.
Meu coração pulou quando percebi quem era um deles.
"Oi, Link", eu disse.
Ele me deu um sorriso tímido. "Você mencionou que trabalhava aqui, então achei que o lugar deveria ser bom."
"Ah," eu disse, levantando minhas sobrancelhas.
Acho que você não aceita "não" como resposta, né? ~
"Eu só estou - uh -" ele gaguejou.
"O que o idiota do meu irmão está tentando dizer é que ele tem uma queda por você e ele espera que você abra uma exceção à sua política de não sair com clientes," o cara loiro que estava com ele disse suavemente.
Link empalideceu e olhou para mim para ver minha reação.
Eu não pude deixar de rir.
Link deu um soco no braço do loiro sentado do outro lado da mesa. "Meu irmão. Um ícone da sutileza, perfeito."
Tentei segurar o sorriso. "Acho que me sinto lisonjeada."
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Senti um aperto no peito quando vi seus olhos brilharem.
Ela nos entregou os cardápios e anotou nossos pedidos de bebidas, prometendo voltar em breve.
Quando ela se foi, olhei para o Rowan.
"Você estava prestes a parecer um Neanderthal, Link."
Esfreguei meus olhos, frustrado, mas sabia que ele estava certo.
"Você acha que ela vai?" Eu perguntei. "Abrir uma exceção para mim, quero dizer?"
Rowan encolheu os ombros ao ler o menu. "Não faço ideia. Mas pelo menos eles têm ovos florentinos."
Suspirei. "Você sabe..."
Fui interrompido por um ruído metálico, seguido pela voz elevada de Lexi.
"Ei," ela dizia, enquanto um cara mais velho, segurando um Bloody Mary, agarrou seu pulso.
A raiva me invadiu imediatamente.
A Lexi deu um passo para trás, mas o cara continuou segurando o pulso dela, enquanto o líquido vermelho espirrava no copo que ele segurava na outra mão.
"Senhor!" ela disse.
"Não vou tolerar ser desrespeitado!" o velho estava dizendo. "Eu pedi omelete Denver e esperava ter cogumelos."
Ele a estava puxando em sua direção.
"Link, sente-se!" Rowan disse, agarrando meu braço.
Antes mesmo de saber o que estava fazendo, eu já tinha levantado da minha cadeira e estava parado perto dele, com o punho levantado para trás.