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Voraz

4

RICHARD

Richard não tinha certeza de por que contara a Mia Harnett sobre seu passado. Quando ele encontrou seu olhar, vendo aqueles olhos castanhos, ficou impressionado com sua beleza.

Um arrepio percorreu de seus braços até as pernas, fazendo-o estremecer apesar das camadas de roupas que vestia.

Não importava se ele ainda não soubesse o nome dela. Ao vê-la pela primeira vez, algo ganhou vida.

Uma vez que Richard encontrou o olhar de Mia, ele perfurou o seu. Ele então sentiu uma necessidade protetora de levá-la com ele. Richard viu cautela e medo neles.

Há muito tempo, ele tinha visto os mesmos olhos os encarando no espelho também. Mas ele não podia fazer suposições sobre uma estranha. Não até que ele soubesse seus motivos.

A sensação o pegou desprevenido.

Depois de uma conversa, ficou claro que ela não precisava de sua proteção. Ela obviamente tinha recursos para conseguir essa proteção em outro lugar, sendo sobrinha de um multimilionário viúvo.

No entanto, havia essa sensação assustadora na boca do estômago. Ele a estudou mais de perto enquanto ela não estava olhando para ele.

Seu cabelo negro caía abaixo de seus ombros como seda. Ele podia imaginar que sua pele tinha gosto de caramelo doce, seu rosto corado como cereja quando ele pressionou seus lábios contra a sua...

Ele balançou a cabeça, surpreso com a direção dos seus pensamentos.

Felizmente, sua avó falou, matando o ímpeto nas sombras da sua mente.

"Ah, quase esqueci de mencionar. Ofereci de cê ajudar Mia", Adelia disse.

"Ajudar? Como assim ajudar?"

"Cê sabe o que quero dizer. Ela gostaria que alguém a guiasse para um passeio ou só uma mão para se estabelecer na cidade."

Ele gemeu e mordeu o lábio. Caso contrário, um comentário astuto viria em seguida. "Tá. E o que ela disse?"

Ela zombou. "Ela disse que sim, lógico."

Ele pensou que seu coração tivesse parado por um segundo.

"Mo ghràidh,há algo errado?", Adelia perguntou sinceramente.

Ela tinha usado aquele termo carinhoso na língua antiga em três ocasiões. Uma delas foi quando ela soube que cometeu um erro de julgamento sobre ele.

O silêncio cresceu no interior frio do carro.

"Não, vovó, está tudo ótimo." Ele finalmente engasgou com uma resposta.

A mentira estava grossa em sua garganta. Seu aperto no volante ficou mais forte. Ele soltou um suspiro pesado, seus olhos não se afastando da estrada escura na frente deles.

O Fusca da Volkswagen rugiu quando ele pisou no acelerador.

Richard deu uma espiada em sua avó. Mesmo na penumbra do carro, ele viu uma silhueta tênue de seu sorriso malicioso.

Ele sabia o que se passava em sua mente, que trama ela tinha na manga, sem saber da sua motivação até o fim.

Em sua juventude, houve ocasiões em que sua avó armava planos para obter favores de seu falecido avô. No entanto, ele nunca reconheceria os primeiros sinais se fosse ele o alvo.

Não até que fosse tarde demais.

No entanto, ela estava sendo muito óbvia no momento. Talvez a escuridão tenha pregado uma peça nele. Ele pode estar vendo coisas ou entendeu mal a intenção de sua avó. Talvez ela só quisesse ajudar.

Quando sua mente voltou para Mia, seus pensamentos anteriores haviam evaporado. No entanto, seu senso de proteção em relação a ela permaneceu.

***

De manhã, ele tentou se concentrar em suas tarefas diárias habituais.

A maior parte das responsabilidades da fazenda eram assumidas pelo Sr. Peter Ramsay, sua esposa, Mindy, e seu filho, Alfie, que seus avós contrataram muito antes de ele ficar com eles.

Eles eram funcionários de confiança e considerados familiares. Mesmo assim, a fazenda não era a única fonte de renda de seus avós.

Eles também possuíam uma lanchonete e um pub na cidade chamado Tavern. Um tanto óbvio.

Ao entardecer, o lugar se transformava em um covil de trabalhadores, que clamavam com chopes e cervejas artesanais locais nas mãos, conversando sobre o dia de trabalho: lavoura, pesca ou outros ofícios.

Na noite anterior, ele havia deixado o lugar nas mãos da senhora Imelda Clarence, a cozinheira, e de sua filha Greta.

Depois de quase nove anos no serviço, a Sra. Clarence era uma funcionária de confiança que Richard admirava agora que era o patrão no lugar do avô.

Enquanto Richard passava a maior parte de seus dias no Tavern, sua avó ficava em casa e ajudava a cuidar da fazenda com a família Ramsay.

Ela também fazia a maioria das tarefas leves ao redor da casa e deixava o trabalho pesado e os reparos para Richard quando ele chegava em casa.

Na noite anterior, sua avó demorou um pouco para convencê-lo a tirar a noite de folga para cumprimentar a Sra. Stanton e Mia.

Ele confiava na Sra. Clarence para lidar com o trabalho, mas ela era mais próxima da idade da avó dele, e Greta acabara de fazer dezoito anos no ano passado. Ele não gostava de deixá-las trabalhar no turno da noite por razões morais.

Assim que Richard estacionou o carro na parte de trás, como de costume, ele entrou na área da cozinha com determinação.

Olhando para o relógio de pulso, ele tinha certeza de que a Sra. Clarence estava em algum lugar limpando, antes de abrirem para o trabalho.

Enquanto se dirigia para a frente, ele viu as cadeiras ainda empilhadas em cima das mesas e nenhuma alma em qualquer lugar.

"Sra. Clarence?", ele chamou.

Seus olhos semicerraram-se na escuridão do quarto. Ele chamou novamente, o som ecoando nas paredes escuras.

Quando ele estava prestes a voltar para a cozinha, ouviu a porta dos fundos se abrir. Passos se seguiram quando alguém entrou na sala principal.

O coração de Richard deu um salto de alívio ao ver a filha de sua cozinheira. Greta se assustou quando ele pigarreou, chamando sua atenção.

Ela colocou a mão no peito. "Meu Deus! Sr. McKenzie, cê me assustou."

"Sinto muito, Greta. Não era minha intenção." Ele achou graça, mas disfarçou com um sorriso tímido. "Cê sabe onde sua mãe tá?"

"Sim, senhor. Ela está lá fora. Nós acabamos de chegar... hum... lamento se nos atrasamos, Sr. McKenzie."

Ele fez um gesto com a mão. "Está tudo bem, Greta. Foi uma longa noite? Você deveria ter me ligado. Eu poderia ter pedido licença do compromisso de ontem à noite e ajudado aqui."

Greta balançou a cabeça. "Och, não! Não havia necessidade, senhor. Mamãe e eu conseguimos cuidar de tudo."

Foi então que a Sra. Clarence apareceu. Ela também pareceu surpresa, mas foi mais rápida em se recompor do que a filha.

"Sr. McKenzie, bom dia. Achei que cê chegaria um pouquinho mais tarde. Como foi sua noite com as convidadas da sua avó?"

"Foi tudo bem", Richard respondeu timidamente. Ele então limpou a garganta e fingiu estudar o pub. "Devemos começar a nos preparar para o horário de abertura?"

"Sim, devemos." A Sra. Clarence acenou com a cabeça e gesticulou para Greta em direção às cadeiras viradas.

Richard ajudou Greta na parte da frente enquanto a Sra. Clarence administrava a cozinha. Por volta das dez da manhã, o Tavern estava aberto.

Richard assumiu sua posição atrás do bar e Greta preparou as mesas, certificando-se de que tudo estava arrumado e limpo. A conversa abafada da Sra. Clarence na cozinha tinha cessado enquanto ela preparava o menu do dia.

O verão já tinha acabado e o fluxo de turistas havia diminuído. Portanto, Richard só contava com seus clientes habituais ao longo do dia.

Na hora do almoço, o primeiro lote deles tocou o sino pendurado no topo da porta ao entrarem. Ele contornou o balcão do bar e cumprimentou o grupo familiar de aposentados.

"Bom dia, senhoras e senhores. Vocês vão almoçar conosco, para variar?", Richard os cumprimentou e acenou para Greta em direção à mesa de costume, que rapidamente a arrumou.

"Você sabe que sempre almoçamos aqui, rapaz", respondeu a Sra. Meyer.

Seu cabelo prateado estava cuidadosamente preso em uma trança. Sua blusa de tricô e sua saia estampada balançaram enquanto ela se movia mais para dentro do salão. Ela era conhecida pela população local como a líder dos aposentados.

Seu marido, o tímido e gentil Sr. Meyer, estava atrás dela. Ele tirou o chapéu de feltro, inclinando-o na direção de Richard em saudação. "Bom dia, Sr. McKenzie."

"Bom dia para o senhor, Sr. Meyer."

"Vamos, mo chridhe. Vamos sentar. Meus tornozelos e joelhos estão começando a ficar dormentes com este tempo frio." A Sra. Meyer resmungou e passou por ele em direção à mesa.

"Já está frio lá fora? Ainda é meio-dia, Sra. Meyer", Richard comentou e caminhou atrás dela enquanto olhava para o Sr. Meyer, que parecia incomodado com o tempo também.

"É, rapaz. E pensar que ainda é agosto", ela disse. Assim que chegaram à mesa, Richard puxou a cadeira para ela. Depois que se acalmou com um suspiro, ela olhou para ele com gratidão.

"Obrigada, coração. Você sempre foi um querido. Por favor, diga à Sra. Clarence que eu e Don queremos o de costume."

Richard ajudou o Sr. Meyer a sentar antes de responder. "Sim, senhora. Levará de dez a quinze minutos, como de costume."

Ela acenou com a cabeça e sorriu. "Claro. Obrigada novamente."

Com isso, Richard se voltou para os outros pares de aposentados, a quem Greta acomodou rapidamente.

O lugar agora servia um grupo de três casais e duas viúvas, com quem Richard também conversou antes de se retirar para a cozinha para ajudar a Sra. Clarence em sua preparação.

Ele chegou a tempo de ela colocar a comida no prato. O aviso de dez e quinze minutos era por cortesia.

Como os aposentados sempre visitavam a Taverna pontualmente, a Sra. Clarence sempre preparava a refeição no mesmo horário. Demorou apenas cerca de cinco minutos depois que eles se sentaram para que Greta e Richard os servissem.

Havia pelo menos mais dois ou três clientes durante o horário de almoço. Depois disso, o início da tarde foi tranquilo.

Richard voltou ao balcão do bar e começou cedo sua preparação para os clientes da noite.

Já que a Sra. Clarence e Greta cobriram sua seção na noite anterior, ele fez uma avaliação rápida do inventário para ter certeza de que tudo estava estocado.

Ele confiava na competência da Sra. Clarence; no entanto, depois de assumir a responsabilidade de seu falecido avô, ele se sentia responsável por fazer o trabalho sozinho.

Enquanto pegava uma caixa de cerveja na despensa dos fundos, Richard tomou um susto com a campainha da porta da frente, anunciando a entrada de um cliente.

Era quase o fim do turno do dia. Eles também esperavam convidados para o jantar, mas era muito cedo para isso. E essa não era a única coisa inesperada sobre o novo cliente.

Richard ficou surpreso com as roupas do homem. Teria se encaixado melhor em Milão ou Paris do que em uma ilha de fazendeiros e pescadores.

Ele não usava boné para cobrir o rosto, e seus traços inegavelmente bonitos impediram Richard de cumprimentá-lo imediatamente.

Como ninguém o recebeu, Richard notou a ausência de Greta, o que o fez suspirar de alívio de alguma forma. Estranho. Ele se sentiu desconfortável.

Quando Richard não falou nada, o homem arqueou a sobrancelha para ele e um leve sorriso afetou seus lábios. "Bom dia, senhor. Você trabalha aqui?"

O claro sotaque londrino do homem tirou Richard de seu estupor.

Ele estava certo. O homem não era daqui.

"Trabalho. Cê precisa de algo, senhor?" Richard enxugou a mão no avental e caminhou lentamente ao redor do balcão. "Cê quer beber ou comer algo?", ele acrescentou quando o homem não respondeu.

"Você mora aqui, senhor?", o homem perguntou ao invés de responder.

Richard não tinha certeza se deveria responder, mas não doeria dizer a verdade, já que era óbvio.

"Sim. Por que cê tá perguntando?", ele indagou, cauteloso sobre o tom questionador do sujeito.

"Conhece bem os turistas que passam por aqui ou quem não é daqui que se hospeda nesta área?"

Sirenes de alarme começaram a soar na cabeça de Richard.

"Como eu perguntei, senhor, por que cê quer saber?" Ele endureceu sua postura, tentando parecer o mais intimidante que podia.

"Não é da sua conta, mas estou perguntando porque estou procurando por alguém." O homem manteve uma postura calma, o que deixou Richard inquieto.

"Alguém? Quem cê está procurando?", ele perguntou, a curiosidade levando a melhor sobre ele.

"Não tenho certeza se você conhece a pessoa." O homem suspirou e olhou ao redor da lanchonete. De alguma forma, ele parecia derrotado.

"Qual o nome? Eu conheço a maioria dos locais ​​aqui. Posso perguntar para você", ele ofereceu sem entusiasmo.

O homem voltou seu olhar para ele, que captou o tom mais profundo de azul. Richard ficou surpreso que tal cor existisse nos olhos de uma pessoa.

"Por que você se oferece para me ajudar? Você não sabe quem eu sou."

"Então, diga-me quem é você, senhor", afirmou Richard e estendeu a mão em direção ao homem. "Sou Richard McKenzie, proprietário deste estabelecimento."

Ele sorriu, mostrando seus dentes brancos perolados. Ele agarrou a mão de Richard, sacudindo-a brevemente enquanto respondia. "Meu nome é Erik."

"Apenas Erik?"

"Erik Alexander Kingsley."

"Kingsley?" Richard olhou para o homem em compreensão. "Você quer dizer Kingsley de Kingsley Castle? Vocês são da família que—"

Ele não foi capaz de terminar sua frase antes de Erik interromper. "Sim. É propriedade da minha família, especificamente do meu pai."

Richard sorriu, balançando a cabeça. "A Dhia! Nunca pensei que chegaria o dia em que veria um dos donos daquele velho castelo."

Ele estudou Erik sob uma nova luz. "O que o trouxe aqui, senhor? Certamente, um de seus funcionários teria feito a viagem sozinho aqui. Quer dizer, eu conheço o Sr. Burkhart. Ele teria ajudado mesmo—"

Erik pigarreou, interrompendo seu discurso. "Eu conheço o Sr. Burkhart, Sr. McKenzie. Mas este é um assunto pessoal."

"Certo." Ele arqueou a sobrancelha. "Quem cê tá procurando, afinal?"

Erik hesitou por um momento, seus olhos perscrutando a lanchonete vazia. Ele então olhou para trás de Richard em direção à porta que dava para a cozinha. Quando ninguém apareceu para perturbá-los, ele falou.

"Você conhece uma pessoa chamada Leanna Stanton?"

Richard manteve sua expressão o mais neutra que pôde, mas, de alguma forma, seus olhos o denunciaram.

"Você a conhece, não é?", Erik observou quando ele não respondeu.

Em vez de falar, ele acenou com a cabeça.

"Ela está aqui na ilha?"

Ele acenou com a cabeça novamente.

"Há alguém com ela?"

Foi então que o intestino de Richard se retorceu de preocupação. Ele não gostou do rumo da conversa, mas foi sua curiosidade que o trouxe a este ponto. Quando ele não respondeu, Erik pressionou.

"Há uma garota com ela? Uma sobrinha, talvez?"

"Não!"

Richard foi muito apressado com sua mentira. Erik percebeu isso também; ele podia ver em seus olhos, como uma aranha espreitando sua presa.

Por favor, deixa eu estar enganado,ele pensou desesperadamente. Mas o sorriso no rosto de Erik foi o suficiente para assegurá-lo de seu erro.
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