
Eu estava sentado no bar vendo Aliana dançar como ela já fez tantas vezes, mas parece que nunca me canso. Eu sabia como ela se sentia quando era mais jovem. Eu sabia disso antes mesmo do momento que tivemos juntos.
Sou bom em ler pessoas. Eu estaria mentindo se dissesse que não sinto atração por ela, mas ela está fora dos limites. Ela colocou uma música country depois que terminamos de conversar e começou a cantar e rebolar perto da porta.
A porra da Blue Moon. Eu os odeio desde que me lembro. Meu ódio por eles ficou ainda mais profundo quando eles tentaram e falharam em massacrar minha família, porque me juntei aos Broken Angels em vez de a eles.
Por que eu não faria isso? Meu pai é um dos fundadores deste grupo. Ele foi para o exército com o pai de Westyn e Ali. Todos os fundadores faziam parte do mesmo pelotão. Cresci neste clube e nunca me passou pela cabeça ir para outro clube.
Só sobrevivemos porque o clube chegou num instante e voltamos. Havia mais do que apenas nós três poderíamos suportar. Meu pai, meu irmão e eu. Braxton tinha apenas treze anos, na época, e eu quinze.
Eu sabia que estávamos só atrapalhando, mas de jeito nenhum permitiria que meu pai lutasse contra eles sozinho.
"Afaste-se dela." Rosnei para Alexander. Não perdi tempo, tirei minha arma do colete e apontei para a cabeça dele.
Olho em volta para ver que todos na sala fizeram a mesma coisa e imediatamente volto meu foco para Aliana e Alexander Harris.
"Eu não sou sua querida. Então, nunca mais me chame assim." Ouvi Aliana dizer a ele. "Tire suas malditas mãos de mim antes que eu te obrigue." Ela estava bêbada. Seu estado de embriaguez se dissipou rapidamente quando Alexander riu dela.
"Oh, a minha putinha fraca está finalmente ganhando força. Você não fará nada. Não fez esses anso todos. Poderíamos ter governado juntos se você tivesse me dado a informação que eu queria.
"Agora, seja uma boa putinha e suba na minha moto." Ele disse e isso fez meu sangue ferver. Ninguém fala com a minha senhora dessa maneira. Ninguém.
"Você realmente não deveria ter dito isso para minha senhora. Eu vou te matar, porra." Rosnei enquanto puxava Aliana para longe dele, colocando-a atrás de mim.
"Ora, ora. Nada disso. Eu só quero o que me pertence. Eu sabia que a vagabunda devia estar transando com outra pessoa. Só nunca pensei que seria o melhor amigo do irmão dela.
"Sua senhora? Você não a reivindicou quando era importante e agora que ela voltou você quer reivindicá-la? Depois que ela for reivindicada por mim. Bem, não oficialmente.
"O pai e o irmão dela sabem que você a reivindicou como sua senhora?" Alexandre perguntou.
"Claro que sabem. Eles não são idiotas. Algo que não pode ser dito sobre você. Você a torturou e a deixou para morrer. Que tipo de homem faz isso com uma mulher que diz amar?
"Só porque ela não lhe deu informações sobre nós. Patético. Assim como você sempre foi. Agora, pegue seus capangas e saia do nosso território antes que comecem uma guerra que não vão querer.
"Especialmente, uma guerra que você não vai vencer, e você sabe disso. Não que isso não vá acontecer pelo que você fez com ela. Eu deveria matar você agora mesmo." Eu fervi.
"Ela não pertence a você. Nunca pertenceu. Um homem que coloca as mãos em uma mulher e a faz passar pelo que você fez não é homem. Só um puto." Percebi que o irritei, porque as balas começaram a voar.
Puxei Aliana apressadamente para trás de uma mesa que derrubei para nos proteger. "Fique aqui e não se mova."
"Eu não acho que você precise se preocupar com isso." Ela disse com a voz trêmula, levantando a mão, foi aí que percebi que ela havia sido atingida. Ela estava segurando suas costelas e o sangue jorrava.
"PORRA!" Eu gritei, levantando a cabeça de trás da mesa e pensando um pouco antes de arrancar minha camisa e segurá-la ao lado dela. O tiroteio cessou depois de alguns minutos, até que não havia nada.
O único dano causado ao nosso lado foram alguns tiros de raspão. Conseguimos eliminar dez membros da Blue Moon. "DOC! Venha aqui e ajude Aliana! Ela perdeu muito sangue. Grito para o médico do clube e um dos nossos reforços.
Ele corre até nós e a deita no chão antes de levantar a camisa dela olhando para o ferimento. Felizmente não atingiu nada grave, apenas um arranhão, por isso foi fácil de costurar.
Ela ficaria dolorida por um tempo até sarar, mas isso é melhor do que estar morta.
"O que diabos aconteceu aqui?" Westyn gritou quando entrou na sede do clube. Meu pai e Robert, pai de Ali e Westyn, correm atrás dele. Eles haviam ido verificar coisas em um de nossos armazéns.
"Aliana! O que diabos aconteceu com minha filha!" Robert exclama, correndo em nossa direção.
"Pai, estou bem. Alexander veio me levar de volta. Eu congelei e tudo se transformou em um banho de sangue. Eu estaria morta se não fosse por Axyl, ou estaria de volta naquele maldito buraco do inferno.
"Quando Alex começou a falar merda, eu me virei e disse a ele para me deixar em paz, ele tinha que me soltar, então Axyl veio, me agarrou e me puxou para trás dele.
"As balas começaram a voar e, antes que Axyl pudesse me colocar atrás da mesa, fui atingida," eu expliquei. Estou farta deste dia. Eu só quero ir para a cama. Eu me movi para me levantar e estremeci de dor.
"O que você pensa que está fazendo?" Axyl me disse com um olhar furioso, que eu devolvi.
"Eu vou para a cama. Esse maldito dia já deu para mim. Você pode se juntar a mim ou pode ficar aqui fora," eu rosnei. Ele me ajudou a levantar e eu comecei a ir para o meu quarto, mas fiquei tonta e caí no sofá próximo.
Acho que ainda estou um pouco bêbada ou pode ser por causa da perda de sangue. Mesmo que não tenha atingido nada grave, ainda perdi bastante sangue, mas não o suficiente para precisar ir ao pronto-socorro.
"Merda. Ali, você está bem, princesa?" Meu pai pergunta, correndo até mim. "Axyl! É melhor você cuidar bem da minha filha. Presumo que você esteja virando homem e pegando o que sempre quis."
Ele questiona e minha boca se abre. Que porra? "Eu sei que você pensava que ela era intocável, mas não sou cego nem idiota. Eu vejo o jeito que ela olha para você e o jeito que você olha para ela.
"Diabos, toda a porra do clube pode ver isso. É uma pena que você tenha escolhido Lana como segunda opção, quando poderia ter tido a versão real desde o início."
"Estou bem," eu disse, ignorando essa revelação por enquanto. "Vou até a cozinha pegar um suco de laranja e depois procurar o Doc para tomar uns analgésicos."
Quando me levanto, ainda me sinto um pouco vacilante, mas consigo recuperar o equilíbrio enquanto a tontura diminui. Vou para a cozinha, pego meu suco e depois vou para a enfermaria improvisada para encontrar o Doc.
"Ei, Ali. O que posso fazer por você, querida?" Ele pergunta quando entro. Sorrio e ando em direção a ele.
"Estou tonta e com um pouco de dor, então vim ver se você poderia me dar uns analgésicos."
"Sim, mas tenho algumas perguntas que preciso fazer antes de entregá-los a você." Ele diz e eu apenas gemo um 'tudo bem' e me sento em uma das camas. "Primeiro de tudo, quando foi a última vez que você fez sexo?"
Quase engasgo com a pergunta dele. Não contei a ninguém sobre a última vez que "fiz sexo," se é que se pode chamar assim. O último e único homem com quem fiz sexo, voluntariamente, foi Alex.
De boa vontade, no começo, depois ele me jogou nas celas... não tão de boa vontade. Ele se juntou aos seus homens com essa coisa de me pegar contra a minha vontade.
"Hum... bem... há um mês, quando fui atacado pela última vez... infelizmente," eu digo a última parte calmamente, esperando que ele não tenha ouvido, mas é claro, ele ouviu.
Não que ele não soubesse o que foi feito comigo, porque ele estava na sala quando eu contei tudo.
"Eu sei que você foi estuprada, Ali. Eu estava na sala, mas preciso perguntar. Presumo que você não estava tomando nenhum tipo de anticoncepcional e não tenho certeza se eles próprios usaram proteção, então preciso saber," ele disse.
O único homem que nunca usou proteção foi Alex. Ele não teve vergonha de perguntar isso. Mesmo que ele já soubesse, eu ainda não esperava que ele me perguntasse descaradamente quando havia sido minha última menstruação. Bem, da última vez que fiz sexo.
"Por que você precisava saber quando foi a última vez que fiz sexo? Vim aqui para tomar alguns analgésicos." Eu disse, ficando um pouco irritada. Eu não estava irritada com Doc, apenas com toda essa situação fodida.
"Eu faço essa pergunta antes de perguntar quando uma mulher teve seu último ciclo menstrual." Ele disse e honestamente, não sei quando foi a última vez que menstruei. Tenho estado sob muito estresse ultimamente e fui deixada para morrer.
"Eu... eu não me lembro. Tenho estado sob muito estresse e depois de ter sido deixada para morrer e ter tido tempo para me curar um pouco antes de voltar aqui, não consegui acompanhar." Eu disse honestamente. Oh Deus... eu não posso... posso?
Não. Não é possível. Se eu estivesse, então o que eles fizeram comigo teria... não consigo nem terminar esse pensamento.
"Bem, vou preparar um teste de gravidez e você pode fazer agora. Não vou te dar nenhum analgésico se você estiver grávida. Não seria bom para o bebê." Ele explica antes de ir até o armário e pegar uma caixa.
Ele me entrega e eu pego com as mãos trêmulas. "O banheiro fica logo ali. Apenas no caso de você não se lembrar." Ele riu. Eu apenas olho para ele e me levanto da cama. Como ele pode fazer piada agora?
Estou pirando! Chego ao banheiro e rasgo o teste. Eu não estou grávida. Não tem como. Se eu estivesse, o bebê não teria sobrevivido ao que fizeram comigo.
Faço o teste e volto para sentar na cama. Porra, estou exausta. Entrego o teste para o Doc, não consigo olhar.
Deus, o que eu vou fazer? Minha vida é um show de merda agora. Eu deveria ter ido para a porra da cama, então não estaria lidando com isso agora. Já superei tudo que deu errado.
Não que um bebê seja uma coisa ruim, apenas imaginei que estaria casada e feliz, daí teria filhos. Não ter um filho do amor da minha vida acabaria sendo meu pior pesadelo.
Quero dizer, ele não deixou nenhum outro cara me tocar daquele jeito, até os últimos meses em que estive na prisão dele.
"Bem, Ali... não sei como dizer isso, mas você está, de fato, grávida." O médico disse. Achei que não conseguiria ficar mais pálida. Por que isso está acontecendo comigo?
Eu me levanto, saio da enfermaria e vou para o meu quarto, como a tapada que sou.
"Ali, você está bem?" Axyl pergunta.
"Princesa?" Meu pai diz.
"Mana?" Meu irmão diz.
"Não. Eu não estou bem. Estou... grávida e o pai é o homem que me atormentou e me estuprou sempre que quis." Eu digo com uma voz suave cheia de raiva antes de ir para o meu quarto.