
Minha boca de repente ficou muito seca. Lambi ao redor dela e puxei meu lábio inferior entre os dentes.
Fiquei nervosa enquanto Ace esperava pacientemente pela minha resposta. Nós dois sabíamos qual seria, mas eu estava tensa mesmo assim.
"Eu... uh... sim, gosto da ideia", consegui dizer finalmente. Minha voz mal passava de um sussurro.
Ace exalou alto. "Graças a Deus, não sei o que eu faria se você tivesse me deixado sem resposta", ele disse com uma risada. Ele se levantou da cama e voltou para o guarda-roupa.
Depois de um momento, olhou para mim, seu rosto pensativo. Olhei para cima, de onde eu estava montando uma cômoda.
"Por que você usou aquela pulseira na noite passada?"
Olhei de volta para as instruções antes de responder. "Eu me mudei pra cá há três meses. Rowan não sabe nada sobre minha relação com o BDSM, e ela é minha única amiga na cidade.
"Eu estava nervosa de ir ao clube pela primeira vez e sabia que não queria fazer uma cena logo de cara, então pensei em me poupar de ter que explicar isso repetidas vezes. A pulseira me ajudou a afastar qualquer possível interessado."
"Ah, entendi." O rosto de Ace se suavizou. "Quando foi a última vez que você teve um mestre? Ou você nunca teve uma relação d/s fora de um clube?"
Ele perguntou de um jeito super casual. O BDSM era uma parte tão importante da vida dele que ele ficava obviamente confortável falando sobre isso fora do clube.
Mas era estranho para mim. Eu estava muito acostumada a limitar o BDSM ao clube porque nenhum dos meus amigos tinha interesse nisso. Não era algo que eu estava acostumada a discutir no mundo real.
"Nunca tive um mestre oficial. Eu só fiz cena algumas vezes com doms; acho difícil encontrar a dinâmica certa.
"Confesso que não sou uma sub perfeita. Sou malcriada e testo a paciência dos doms às vezes. Mas só porque eu adoro provocá-los e ser punida por isso", admiti com uma risadinha.
Era sempre divertido observar a fúria no rosto de um dom quando você o desrespeitava – aquele olhar pasmo de descrença por você ter falado com ele daquela maneira, a dureza em seus olhos que entregava o momento exato em que ele pensou em como iria te punir.
Senti o olhar caloroso de Ace em mim novamente, seus lábios curvados em um meio sorriso. "Sinceramente", ele disse, soltando o ar, "é um alívio ouvir isso. Muitas subs com quem estive eram muito obedientes, bem-comportadas.
"Elas não me desafiavam; só perguntavam: 'Em que altura?', quando eu ordenava: 'Pule'. Às vezes, os doms gostam de um desafio."
Eu sorri para ele. "Bom, pode crer que eu sou um desafio."
Ele riu. O ar estalou ao nosso redor de novo, e nossa química ressurgiu na superfície.
Voltei meu foco para as instruções da gaveta, tentando interromper aquilo antes de nos distrairmos.
Nós não conversamos mais sobre BDSM, mas, pela nossa curta interação, eu tinha esperança de que a gente se encaixasse. Claro, a gente teria que conversar mais sobre isso antes de fazer uma cena.
Quando finalmente terminamos o quarto de hóspedes, Rowan nos chamou no andar de cima para avisar que a gente tinha acabado.
Eu me virei para descer as escadas, mas Ace pegou meu pulso. Ele me virou de volta e gentilmente segurou meu queixo.
"Quando você vai voltar para o clube? Quero fazer uma cena com você esta semana", disse ele. Pelo olhar dele, ele queria uma cena comigo agora mesmo.
"Hum, pensei em ir na quarta-feira. Imaginei que durante a semana fosse mais calmo. Aí eu poderia conhecer o clube um pouco melhor", respondi.
Ace assentiu e sorriu. "Topa fazer uma cena na quarta?"
Meu corpo vibrava de nervosismo e excitação com a perspectiva de encontrar esse dom delicioso em três dias. "Topo", murmurei timidamente, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
Ace riu e peguei seu olhar predatório quando olhei para cima. Ele se inclinou para perto, deixando-me inalar sua loção pós-barba inebriante.
"Ah, pequena sub", ele murmurou. "Vou me divertir muito com você."
Fiquei vermelha com essa declaração sexy, uma mistura de promessa e advertência.
Ele me pegou de surpresa me beijando novamente. Não que eu tenha achado ruim.
Fiquei na ponta dos pés e envolvi meus braços em seu pescoço, querendo ficar o mais próximo possível dele. Suas grandes mãos deslizaram pelas minhas costas, me deixando louca com a sensação da sua pele na minha.
Ele agarrou minha bunda e apertou com força, me fazendo ofegar na sua boca. Ele aproveitou a oportunidade para mergulhar sua língua na minha.
Assim como nosso beijo de antes, esse foi instantâneo e intensamente viciante. Eu não queria nada mais do que continuar beijando Ace, mas Rowan estragou a diversão nos chamando.
Nós nos afastamos, nossa respiração irregular. Ace riu e colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. "Vem, pequena sub, vamos descer."
Corei com o apelido; ele parecia gostar dele.
Eu o segui até a cozinha.
Rowan e Dale nos agradeceram e Ace me levou até seu carro. Era uma linda caminhonete Ford, e eu subi na cabine, ansiosa.
No caminho, a conversa fluiu naturalmente como. Era incrível como trocar uns beijos podiam deixar você totalmente à vontade com um estranho – eles realmente quebraram o gelo.
Ace parou do lado de fora da minha casa e desligou o motor. Ele torceu o corpo para me encarar, com o braço apoiado no volante.
"Então, vejo você na quarta-feira?", ele disse com um sorriso.
Balancei a cabeça e peguei minha bolsa. "Sim."
"Beijo de despedida?", ele perguntou descaradamente.
Ri como uma colegial animada beijando pela primeira vez. Eu me inclinei e pressionei suavemente meus lábios nos dele - muito suavemente para o gosto de Ace, pelo visto. Ele agarrou minha nuca e me beijou com firmeza.
Eu grudei nele; ele era irresistível. Larguei minha bolsa e agarrei sua camiseta com os dedos.
Antes que eu percebesse, estávamos nos agarrando loucamente dentro do carro, como dois adolescentes. Eu não sabia por que a coisa tinha ficado tão quente; acho que porque a gente só ia se ver dali uns dias.
Quando finalmente nos afastamos, nós dois estávamos ofegantes e meus lábios latejavam.
Ace deu um beijo doce na ponta do meu nariz. "Até logo, Ana."
⋆⋆⋆
Meu coração batia tão forte que pensei que outras pessoas podiam ouvi-lo. Retorci meus dedos e procurei pelo salão mais uma vez.
O clube abria às seis nas quartas-feiras. Cheguei às seis e quinze. Já tinha se passado meia hora, e eu tinha terminado meu drinque. Resolvi dar mais uma volta no salão, fingindo assistir às demonstrações.
Eu só conseguia pensar no Ace e quando ele chegaria aqui. Eu estava parada na frente de uma demonstração, tentando me concentrar nela. De repente, dois braços grossos envolveram minha cintura por trás.
Fiquei momentaneamente alarmada, mas então um cheiro da sedutora loção pós-barba de Ace me cercou. Olhei por cima do ombro para Ace, que sorriu e me virou.
"Preciso te dizer, pequena Sub, que aprovei 100% essa roupa", ele murmurou com a voz rouca.
Seus dedos brincaram com a renda do meu espartilho de couro. Sorri para ele. Mesmo de salto alto, eu ainda era muito mais baixa do que ele, só conseguia alcançar seus lábios ficando na ponta dos pés.
"Estou feliz que você gostou, gentil senhor", respondi.
Ele estava gato demais naquela camisa preta com alguns botões abertos. Até suas pernas pareciam deliciosas nos jeans pretos justos, e ele estava usando aqueles Timberlands novamente.
"Você quer dar uma olhada por aí?", Ace perguntou.
Ele colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha – isso parecia estar virando um costume dele – e eu instintivamente me inclinei em sua mão.
Eu não podia acreditar que iria fazer uma cena com ele esta noite. Sem saber se precisava começar a agir como se estivéssemos já nos nossos papéis ou não, decidi pela opção mais segura.
"A escolha é sua, senhor; farei o que você quiser", respondi, obediente.
Ace não pareceu reagir muito, mas notei como sua mandíbula se contraiu. "Pensando bem, quero levar você para a masmorra agora", ele disse. Sua voz estava rouca de tesão, e ele parecia tão excitado quanto eu.
Ele segurou minha mão, que ficou minúscula dentro da dele, e me conduziu pelo salão.
Os outros nos observavam com interesse. Eram muitos olhos na gente, alguns com admiração, outros com inveja.
Ace não fazia cena com frequência, eu era nova e os membros adoram carne fresca. Não era de surpreender que nossa combinação atraísse a atenção das pessoas.
Ace me levou escada abaixo para uma das salas privadas. Ele parou do lado de fora e verificou se estava vazia. Então se virou para mim.
"Você está pronta para fazer isso, pequena sub?"