
"E sua companheira?" Eu perguntei.
Tate sorriu e puxou alguém pelas costas. "Está aqui."
A garota corou e olhou para mim. Eu congelei completamente quando encontrei aqueles olhos tempestuosos.
"Livy?" Leah ofegou.
Livy sorriu timidamente. "Olá."
Eu estava paralisado. Olhei para o rosto dela, não esperando que ela estivesse aqui. Meus olhos desceram para o pescoço que era para ser meu, onde a marca de Alfa Peters estava orgulhosamente exibida.
Eu rosnei involuntariamente, e sem pensar duas vezes, eu pulei para a garganta dele.
Por mais rápido que eu me movesse, Tate se movia mais rápido. Em menos de um segundo, eu estava em uma chave de braço.
"Cole! O que foi que deu em você?" Leah gritou.
Eu rosnei e me puxei para fora do aperto de Tate. "Nada." Virei e fugi para o meu escritório, vergonha e raiva tomaram conta do meu peito.
Pela primeira vez em mais de um ano, eu podia sentir meu lobo se mexer dentro de mim.
Eu não tinha sido capaz de me transformar para proteger minha Matilha. Eu não fui capaz de ajudá-los da maneira que deveria, e é por isso que chamei os Lobos Brancos.
Nunca, em um milhão de anos, pensei que Livy se tornaria especial. Ela apenas... existia. Não tinha nada a acrescentar.
E agora, ela estava ali, acasalada com o Alfa mais poderoso da América do Norte, ela era uma Loba Branca! Que loucura. Era impensável. Parecia uma piada de mau gosto.
Eu rosnei e peguei um porta-canetas de vidro antes de jogá-lo na parede. Eu assisti enquanto o vidro se estilhaçava e se espalhava por toda a sala. Como ele ousa pegar o que não era dele? Como ela ousa permitir isso?
Eu congelei novamente. Meu lobo não falava comigo desde que rejeitei Livy.
Eu rosnei e bati meu punho na mesa.
As marcas não eram permanentes; não eram obrigatórias. Era simplesmente uma maneira de reivindicar sua companheira antes que o acasalamento ocorresse.
Minha marca superaria a de Tate, já que eu era o verdadeiro companheiro de Livy. Eu ainda poderia tê-la.
Eu sorri e estufei o peito com o pensamento. Tinha que haver uma forma de vencer Tate.
Afundei na cadeira e me virei, tentando clarear a cabeça. Vê-la naquele momento despertou algumas emoções indesejadas em mim. Ela ainda parecia a mesma, toda simples, normal e tal.
Mas ela cheirava diferente, mais poderosa e mais parecida com ele. Eu não podia negar que o interesse dele por ela mexeu com o meu.
Eu rosnei de novo e cerrei os dentes, desejando nunca ter convidado a Matilha Pura Lupus em primeiro lugar.
Mas os malditos Guerreiros do Sol estavam na minha cola e não havia nada que eu pudesse fazer a respeito disso.
Os membros da minha Matilha notaram minha incapacidade de me transformar e não me respeitavam mais. Eu tinha que impor minha posição de Alfa se quisesse que fizessem qualquer coisa.
Livrar-se dos Guerreiros do Sol era a única maneira de me redimir. Os Lobos Brancos me ajudariam a fazer isso, então eles poderiam ir embora.
Ouvi meu lobo gemer com o pensamento de Livy partir novamente, mas o ignorei. Se ele conseguiu me ignorar por mais de um ano, então eu faria o mesmo com ele.
Eu xinguei e joguei um livro do outro lado da sala, vendo a lombada quebrar, fazendo as páginas se espalharem por todo o chão.
Houve uma batida na porta e eu resmunguei, deixando a pessoa saber que não havia problema em entrar.
"Alfa Emerson."
Eu me levantei e rosnei, não gostando que Tate estivesse no meu escritório.
Tate rosnou de volta. "Estou acima de você e exijo seu respeito e obediência. Não vim até aqui por vontade própria. Na verdade, se bem me lembro, atravessei o país com minha Matilha para ajudar você."
Cerrei os dentes e me sentei. "Sinto muito." As palavras queimaram minha garganta.
Tate resmungou e sentou-se à minha frente.
"Estou aqui para fazer um trabalho, Alfa. Estou aqui para ajudá-lo a se livrar dos Guerreiros do Sol. Isso é tudo. Não tenho tempo pra drama, especialmente envolvendo Olivia. Ela é minha."
Mordi o lábio, mas não consegui me conter. "Não, ela é minha companheira."
Os olhos de Tate escureceram. "Você a rejeitou. Ela tem minha marca."
"Marcas não são tão importantes."
Tate rosnou e deu um soco na minha mesa. "Nem pense nisso, cara. Livy não deve ser incomodada. Na real, não se aproxime dela, não fale com ela e faça com que aquela sua vira-lata fique longe também."
Senti meu maxilar tenso. "Leah não será um problema, mas você não pode me impedir de falar com meu próprio membro da Matilha!"
Tate rosnou. "Ela não faz mais parte da sua Matilha. Ela estava destinada a coisas maiores do que Astoria. Coisas maiores do que você! Ela é minha companheira e, portanto, da minha Matilha."
"Não fale com ela. Ela é frágil e esta cidade deixa ela vulnerável. Eu não quero ter que ajudá-la a se recompor novamente!"
Engoli. "Como é?" Não consegui bloquear aquele golpe.
Tate riu secamente. "Você realmente acha que ela não sofreu consequências depois que você a rejeitou?"
Senti meu estômago torcer, mas permaneci frio. "Que ridículo."
Tate estendeu a mão e me deu um soco direto na mandíbula. Eu recuei, tentando me estabilizar.
"Não encosta nela. Não olha pra ela. Não mexe com ela." Ele se levantou e saiu do meu escritório.
Eu xinguei e esfreguei minha mandíbula; o cara deu um soco e tanto. Mas agora que ele me proibiu de ver Livy, isso me fez querê-la ainda mais.
Suspirei e me levantei, arrumando meu cabelo e camisa antes de sair do meu escritório.
Desci as escadas para encontrar os membros da minha Matilha quase babando sobre os Lobos Brancos.
Livy, no entanto, não estava em lugar algum. Procurei por ela, mas não a vi em lugar nenhum.
Procurei Jay também, mas não consegui encontrá-lo. Ele não tinha estado presente nas últimas semanas. Ele havia sofrido muito com a morte de sua mãe.
Atravessei a multidão e caminhei até uma loba da Matilha de Tate.
Ela estava deslumbrante, tinha um corpo esculpido pela própria Deusa. Seus longos cabelos ruivos e traços marcantes complementavam bem seus olhos assassinos.
"Olá, eu sou Alfa Emerson, e quem é você, linda?"
A garota se virou e rosnou para mim. "Não fale comigo."
"Jessie? O que foi?" Perguntou outro dos Lobos Brancos. Ele tinha cabelos castanhos curtos e uma expressão severa.
"É ele, Luke. O idiota que partiu o coração da Livy", sussurrou a garota.
Eu rosnei. "Isso não é da sua conta." Eu tive que resistir ao impulso de me virar para descobrir se alguém tinha ouvido. Essa história de rejeição ainda era um segredo.
O lábio de Luke se curvou. "Pior que é mesmo! Livy é como uma irmã para nós. Melhor não mexer com ela, entendeu?"
Eu olhei para eles. "Seu Alfa já deixou isso bem claro, obrigado."
Eu me afastei deles e continuei andando pela multidão até encontrar Leah.
Envolvi meus braços ao redor de sua cintura e a puxei para mim. Foi um gesto vazio, mais para me exibir do que qualquer outra coisa.
"Ah, aí está você! O que foi aquela ceninha?" Ela perguntou.
Eu dei de ombros indiferente. "Um mal-entendido."
Leah não insistiu no assunto. Ela não fazia muita pergunta. Ela estava muito empolgada com a visita, igual eu estava antes de eles chegarem. "Podemos falar com os Lobos Brancos?"
Olhei para ver o último membro da Matilha de Pura Lupus abraçado com sua companheira e decidi não tentar a sorte. Ele parecia bastante amigável, mas tenho certeza que isso mudaria após as apresentações.
"Talvez mais tarde."
Leah fez beicinho e gemeu. "Por favor, Cole?"
Eu rosnei. "Mais tarde."
Leah revirou os olhos e se afastou de mim, indo falar com eles sozinha.
Contive a vontade de gritar, odiando estar sendo constantemente desrespeitado.
Tate caminhou até a frente da sala e assobiou, chamando a atenção de uma forma que eu nunca consegui.
Minha Matilha se virou para olhá-lo com expectativa. Eu fiquei triste.
Tentei não rosnar para o Alfa.
"Muito bem, pessoal, pretendo que nossa estadia seja curta. Então, já que nos cumprimentamos, podemos ir direto ao assunto, e... Onde está Liv?"
Todos olharam em volta, assim como eu. Os outros Lobos Brancos olharam uns para os outros.
"Desculpa! Desculpa! Estou aqui." Liv entrou correndo na sala, puxando o boné sobre o rosto. Ela ainda não gostava de ser o centro das atenções, então.
Tate sorriu para ela antes de continuar. Aquele sorriso continha uma espécie de intimidade que fez meus dentes rangerem. "Tudo bem, precisamos saber a história completa. Como tudo começou?"
"Os caçadores começaram a atacar há dois meses. Nosso patético Alfa não pode se transformar e não foi capaz de fazer nada", um dos membros da minha Matilha gritou.
Eu rosnei. "Cuidado!" Olhei para Livy e a vi olhando para mim, mas seus olhos tempestuosos estavam avermelhados.
Meu lobo gemeu, querendo que fôssemos perguntar por que ela estava chorando. Afastei o pensamento e devolvi seu olhar com um olhar frio.
Tate franziu a testa. "Você não pode se transformar?"
Eu rosnei novamente, meus punhos fecharam. "Eu não quero falar sobre isso."
Houve um silêncio desconfortável antes de Tate pigarrear e continuar. Minhas bochechas estavam vermelhas e eu olhei para baixo, esticando minha mandíbula.
"Quando foi o último ataque?"
"Há alguns dias, perdemos um membro da Matilha", disse Jay, cruzando os braços sobre o peito. Ele estava bem atrás de Liv. Eles devem ter conversado. Isso explicava o vermelho ao redor dos olhos de Livy.
Tate assentiu. "Bem, quanto tempo eles esperam entre os ataques?"
Dei de ombros. "De alguns dias a uma semana, depende."
"Algum de seus lobos foi levado vivo?" Jess perguntou.
Jay balançou a cabeça, mudando de posição. "Não, ainda não, pelo menos."
Luke passou a mão pela boca. "Algum sinal do uso de Prata Celestial?"
Eu balancei minha cabeça. "Nenhum, apenas acônito."
Tate assentiu. "Certo, sobre essas balas, como funcionam?"
"Vamos deixar Sam te dizer, ele foi atingido por uma. Sam." Olhei na direção de Sam para vê-lo olhando para Livy. Eu quase tinha esquecido que eles eram melhores amigos. "Sam", eu repeti severamente.
Ele saiu de seu devaneio e limpou a garganta. "Ah, sim, são terríveis. Parece que você fica congelado, e dói pra cacete."
Vi que Livy começou a olhar para Sam com tristeza. Ela obviamente sentiu falta dele.
"Ok, certo, acho que teremos que pensar em uma maneira de derrubar esses caçadores. Mas acho que seria melhor se todos dormíssemos um pouco esta noite. Discutiremos os planos de batalha amanhã."
"Até então, gostaria que minha Matilha me encontrasse na floresta em cinco minutos. Os demais, estão dispensados".
A multidão se dispersou, mas eu fiquei para trás. Esperei que os outros Lobos Brancos saíssem e então fiz minha jogada.
Agarrei a mão de Livy e a puxei para o meu escritório antes que ela tivesse tempo de piscar e antes que Alfa Peters pudesse ver.
"O que você quer, Cole?" Ela perguntou, seu tom era afiado e duro. Ouvir meu nome em sua voz me fez inalar bruscamente. Aquilo me deixou um pouco instável.
"Sei lá... Conversar, eu acho?"
Livy olhou para mim com uma cara de ódio. "Desculpa por ter vindo. Eu não queria, pode acreditar."
Ela não estava ansiando por mim. Ela não estava me implorando para levá-la de volta. Ela não estava pedindo para ser acasalada. Eu estava confuso. Eu estava incrédulo. Eu esperava pegar sua mão e afastar suas súplicas.
Ignorei seu comentário, um assunto mais urgente surgiu em minha mente. "Como você pôde?"
Ela torceu o nariz. "Pude o quê?"
Senti a raiva começar a crescer. "Como você pôde deixar ele marcar você?" Até mesmo dizer as palavras era difícil.
Em todas as vezes que imaginei Livy vivendo sua vida, nunca sonhei que ela fosse marcada por outro lobo.
Os olhos de Livy brilharam, o primeiro vislumbre de sua raiva. "Como você pôde fingir abertamente que eu não era sua companheira? Você e eu sabemos que sou!"
Eu rosnei. "Isso não importa!"
"Sim! Importa! Porque se você tivesse me aceitado como deveria, então eu não estaria marcada por ele agora! Eu sou companheira dele, Cole, você escolheu a Leah."
Livy pegou meu braço e o torceu para que ficasse preso atrás das minhas costas, então ela pressionou meu rosto e meu peito contra a parede em que ela estava encostada.
"Não se engane, Cole, posso agir da mesma forma e parecer a mesma. Mas enquanto estive fora, estive treinando."
"Eu sou uma Pura Lupus e você não pode me dominar, entendeu? Se tentar qualquer palhaçada dessas comigo, eu quebro seu braço. Eu não sou sua, e nunca serei. Você deixou isso bem claro há um ano."
Saí do escritório de Cole, fumegando.
Quem era ele para ficar bravo comigo por seguir em frente? Ele escolheu outra pessoa em vez de mim.
Eu não tinha o direito de ser feliz? Eu deveria esperar por ele? Eu deveria viver minha vida de acordo com seus caprichos?
Fui para fora e tomei meu lugar entre os membros da minha Matilha. Todos eles inalaram e eu poderia dizer pelo olhar em seus rostos que eles podiam sentir o cheiro de Cole.
Eu cerrei os dentes. Eu não queria ser confrontada por Cole e certamente não queria ser examinada por eles.
"O que aconteceu?" Tate exigiu, vindo para o meu lado.
"Ele tentou falar comigo, ficou irritado por eu ter sido marcada. Mas eu lidei com isso", eu assegurei a ele. Tate ficou tenso ao meu lado, dava pra sentir sua raiva de longe.
Kevin zombou. "Espero que você tenha quebrado pelo menos uns dois ossos dele."
Eu ri. "Por pouco."
Tate rosnou. "Eu falei pra aquele lixo não se aproximar de você."
Suspirei. "Isso iria acontecer. Cole e eu temos alguns problemas não resolvidos, mas essa não é a questão agora, temos alguns caçadores para caçar."
Tate resmungou algo baixinho, mas deixou o assunto morrer. Eu fiquei agradecida por ele ter sido capaz de colocar o problema de lado. Eu precisava de tempo para desenrolar a bagunça em que meu cérebro estava.
"Primeiro de tudo, o que vamos fazer com um Alfa que não pode se transformar? Ele não pode comandar seus lobos na batalha."
Luke bufou. "Por que ele é Alfa então? Por que alguém não o desafia?"
Dei de ombros. "Jay não iria querer o título."
Tate franziu a testa. "Eu pensei que seu irmão passava por cima de tudo e todos para ser popular. Isso não daria mais poder a ele?"
Dei de ombros. "Ele gosta de ser Beta. Além disso, ele está passando por uma fase difícil no momento. Acho que ele conseguiria ser pior do que o Cole se liderasse essa Matilha."
Jess cruzou os braços sobre o peito. "Bem, vamos ter que encontrar uma maneira de contornar isso."
Kevin assentiu. "E rápido. Nora e eu temos planos. Estamos planejando concluir o vínculo de acasalamento em breve."
Todos nós sorrimos e cutucamos Kevin. "É bom ouvir isso, cara. Você e Nora vão ficar muito felizes", Luke deu um tapinha nas costas dele.
Kevin sorriu. "Sim, mas o pai dela não gosta da ideia de ela não ter uma Matilha."
Como Nora não era uma Loba Branca, ela não podia se juntar à nossa Matilha, mas por ser a companheira de Kevin, ela estava sob sua proteção.
Luke bufou. "Não vejo por quê. Ele devia dar graças a Deusa pela filha dele ser companheira logo de um Pura Lupus."
Jess riu. "Nossa, quanta modéstia, Luke."
Luke jogou as mãos no ar. "Ué! Mas é verdade!"
Subi as escadas depois que terminamos de conversar e abri a porta do meu antigo quarto. Leah havia se mudado para o quarto de Cole, então apenas minhas coisas foram deixadas para trás.
Fiquei surpresa ao encontrar tudo onde havia deixado há um ano. Eu pensei que todas as minhas coisas teriam sido jogadas no lixo depois que eu saí.
Fui até minha mesa de cabeceira e peguei uma foto minha e da minha mãe.
Eu só tinha descoberto hoje que ela tinha morrido. A maioria dos lobos não dura muito tempo sem seus companheiros; alguns meses, no máximo um ano. Mas minha mãe tinha sido uma exceção.
Ela foi morta por um dos caçadores há algumas semanas. Aparentemente, até então, ela nem estava tentando mais. Perder meu pai e eu tinha sido demais para ela.
Senti algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto e apertei a foto no meu peito.
"Liv?" Tate chamou.
Eu não me virei. Não me movi. Ouvi seus passos e depois senti sua mão no meu pulso, tentando me fazer olhar para ele.
Respirei fundo e trêmula e olhei para ele através dos meus cílios molhados.
"Ela se foi. Ela foi o membro da Matilha que eles perderam", eu sussurrei. Não tinha caído a ficha. Era surreal demais. Minha mãe estava morta e eu mal senti nada."
Tate franziu a testa. "Quem é ela?"
Olhei para os meus sapatos e entreguei a ele a foto que eu tinha com minha mãe.
Tate apertou os olhos e então me puxou para um abraço apertado, beijando o topo da minha cabeça. "Sinto muito, Liv. Eu sinto muito, mesmo."
Eu funguei e tentei me recompor. Tínhamos trabalho a fazer.
Eu lamentaria sua perda em New Jersey. Lamentaria sua perda quando estivesse em casa e cercada apenas por pessoas que me amavam e me apoiavam.
"Está tudo bem", eu disse a mim mesma. "Vamos para a cama."
Tate pegou minha mão na dele e deu um aperto suave antes de me levar para o nosso quarto.
Eu não podia ficar no meu antigo quarto. Muitas memórias que eu precisava evitar.
Assim que estávamos prestes a abrir a porta, alguém pigarreou.
"Desculpe, mas houve um engano." Eu me virei e tive que resistir à vontade de rosnar para Cole. Ele ficou orgulhoso e sorriu diante de nós, o cabelo escuro fazendo seus olhos castanhos brilharem.
"O que você quer dizer?" Tate perguntou firmemente.
Cole deu um sorrisinho. Dava raiva, mas deixava ele lindo. "Os quartos só têm camas de solteiro, então arranjamos outro quarto para você, Tate."
A mandíbula de Tate ficou tensa. "Nós podemos dividir."
Cole fez beicinho. "Compartilhar? Aquela cama minúscula? Seria muito desconfortável."
Os olhos de Tate escureceram. "Gostamos de dormir juntinhos. Bem perto."
Cole rosnou, perdendo a confiança de antes. "Eu insisto que você aceite outro quarto."
"Que tal trazermos outra cama para este quarto?" Tate sugeriu.
Cole franziu a testa. "Acho que não passaria pelo batente da porta."
"Pelo amor da Deusa, vou dormir aqui. Tate, você fica no outro quarto. Tenho certeza que Cole pode nos arranjar uma cama nova até amanhã à noite", eu interrompi, enviando um olhar afiado para Cole.
Os olhos de Cole se contraíram, mas ele colocou um sorriso no rosto para irritar Tate. "Claro, vou me certificar de que haja uma queen size lá até amanhã."
Tate suspirou. "Tudo bem, onde fica meu quarto?"
Cole sorriu. "No porão."
Olhei para Cole e balancei a cabeça. "Sério? Sério mesmo, Cole?"
Cole riu e deu um leve aceno. "Boa noite!"