Playboy Bilionário

Primeiro dia na nova escola e eu já estava dez minutos atrasada.

Chovia torrencialmente. Meu humor estava igual ao clima. Minhas costas doíam, minha cabeça latejava e minha perna ainda ardia da noite passada.

Olhei para o meu horário de aulas, tentando descobrir aonde eu precisava ir. Pensei em pular as primeiras aulas apenas para relaxar e dar tempo ao meu corpo para se curar.

Mas meu pai descobriria e apenas acrescentaria algo ao meu corpo já quebrado e espancado. Eu estava verificando o quadro de avisos quando uma risada alta e estridente me fez dar um pulo.

Olhei ao redor e fixei os olhos no espécime mais lindo que já tinha visto.

Seus olhos cativantes eram cristais que pareciam olhar diretamente para minha alma.

Ele estava andando direto em minha direção com outras cinco pessoas: três rapazes e duas garotas. Uma garota estava praticamente pulando nele, tentando chamar sua atenção.

Eu não poderia culpá-la. Ele era a encarnação do sexo, todo o seu visual gritava isso, de alguma forma fazendo minha boca secar e babar ao mesmo tempo.

Seu cabelo preto estava penteado para trás e o rosto esculpido era impressionante, com maçãs do rosto acentuadas, nariz reto e lábios convidativos, do tipo "me beija agora".

Sua camiseta preta esticava contra seu peito largo e musculoso, escondendo muito pouco da minha imaginação suja. Tatuagens apareciam em sua gola e mangas, acentuando seus braços fortes.

Pela maneira como seus músculos flexionavam enquanto ele andava, imaginei que ele tivesse um tanquinho de dar água na boca por baixo. Isso me fez apertar minhas coxas.

Olhei novamente para o quadro e consegui encontrar instruções para minha primeira aula. Mudando minha bolsa para o outro ombro, me virei apenas para esbarrar em uma sólida parede de músculos.

Dei um passo para trás, esfregando o nariz e esticando a cabeça para olhar para a pessoa que havia encontrado, e minha alma simplesmente morreu.

"Olha por onde anda!" ele disse, franzindo a testa para mim como se eu fosse uma formiguinha patética, mas eu poderia jurar que seus olhos brilharam com algo diferente de irritação.

"Bem, com licença, princesinha!" Eu respondi, olhando para ele e esfregando meu nariz dolorido.

Suas narinas dilataram-se para mim e seu rosto endureceu ainda mais. Qualquer outra pessoa teria se mudado para outro país ao ver aquela carranca, mas eu? Eu apenas ri.

"O quê?" ele rosnou, seu rosto ficando vermelho de aborrecimento.

"Nada, princesa. Você já desperdiçou bastante do meu tempo."

Eu me virei e me afastei dele, mas não fui muito longe antes que a chihuahua saltitante agarrasse meu braço e me puxasse de volta. Seu rosto estava tão perto que eu podia sentir seu globo ocular contra o meu.

"Meu Deus, você precisa de um Tic Tac." Acenei com a mão na frente do nariz, tentando me livrar do cheiro de fumaça do hálito dela.

Ela era deslumbrante, mas uma típica Barbie loira com seios enormes e cintura fina. Um clichê com esse tipo de homem.

Seu rosto chocado e os três caras rindo atrás dela me disseram que ela não estava acostumada a ouvir essas coisas, então eu apenas revirei os olhos e olhei para seu namorado novamente.

Ele estava com um leve sorriso enquanto seus olhos me estudavam. Corando, me virei e fui para minha sala. Vinte minutos atrasada. Isso me rendeu meu primeiro comprovante de detenção, além de dever de casa extra.

No terceiro período, conheci uma garota maluca de cabelos cacheados chamada Mona. Ela era barulhenta e não tinha filtro. Ela me disse a primeira coisa que lhe veio à cabeça e seguiu em frente.

Eu a amei imediatamente. Foi amizade imediata.

Chegou a hora do almoço e ela me mostrou o refeitório, onde comemos antes de sair para o pátio.

"Mona!" Um cara alto e bonito a chamou e ela me arrastou até a mesa.

Todos os olhos estavam em mim e eu odiei isso. Eu geralmente preferia passar despercebida.

"E aí, suas periguetes? Esta é Skye. Skye, essa é minha turma: Elsie, Evan, Nathan, e essa coisinha gostosa aqui é minha mina, Liza," disse ela antes de se abaixar, beijar a Liza e sentar em seu colo.

Corei ao cumprimentá-los. Geralmente levava um ou dois dias para me sentir confortável com as pessoas.

Os caras ficavam me perguntando todo tipo de coisa: de onde eu era, qual era minha cor preferida, onde eu morava, era solteira? Eu apenas ri e respondi algumas perguntas.

Elsie e Nathan se entreolhavam com amor, mas não conversaram muito.

"Vocês namoram?" Perguntei. A vida seria mais fácil se eu soubesse onde todos estavam uns com os outros. Elsie engasgou com o suco e o rosto de Nathan ficou vermelho.

"Todos nós sabemos, mas eles não... ainda," disse Liza, piscando para Elsie e rindo quando um guardanapo molhado foi jogado em seu rosto.

"N-não, somos apenas amigos," disse Elsie, corando para Nathan. Nathan apenas sorriu para ela e tomou um gole de suco antes de voltar a conversar com Evan sobre seu jogo de fim de semana.

O sinal tocou e Mona me levou para minha próxima aula. Abri a porta e o único assento disponível era ao lado do próprio sr. cuzão. Endireitei meus ombros e me aproximei.

"O que você pensa que está fazendo?" ele perguntou entre os dentes cerrados.

"Sente-se, seja bonzinho e fique quieto," respondi, olhando-o bem nos olhos. Ele apenas revirou os olhos para mim. Os olhos mais lindos que eu já vi. Eu não conseguia desviar o olhar.

"Igualzinha aos outros," ele murmurou baixinho, balançando a cabeça.

"Não estou interessada, princesa," eu sussurrei de volta para ele, voltando toda a minha atenção para o professor, ignorando seus olhos queimando um buraco na minha cabeça.

Quando a aula acabou, fiquei muito aliviada por me afastar dele. Peguei todas as minhas coisas e saí antes que ele pudesse me dizer alguma coisa.

A próxima aula foi a minha favorita: educação física. A maioria dos alunos odeia, mas eu adoro. É a minha maneira de me livrar de todo o estresse e a merda de casa. Quanto mais eu me fodo, mais eu me esforço na educação física.

Eu tinha acabado de me trocar no vestiário quando a professora entrou.

"Hoje tem queimada, meninas!" ela gritou. Todo mundo choramingou e reclamou, mas eu mal podia esperar. Eu ansiava por liberar toda essa raiva reprimida dentro de mim antes de ir para casa.

A última vez que voltei para casa com problemas na escola, levei uma surra tão forte que tive que estudar em casa por duas semanas para que ninguém pudesse ver meus hematomas.

Quando saí do vestiário, vi todas as meninas se espreguiçando como se estivessem se preparando para fazer movimentos de pole dance.

Olhei para a minha direita e fixei os olhos no cuzão de sempre. Todas as garotas estavam obviamente babando por ele, tentando dar um showzinho.

Os três amigos ao lado dele sorriram para mim enquanto seus olhos passavam pelo meu corpo e voltavam para cima. Seu rosto endureceu em uma carranca mais profunda.