Com as pernas fracas, consegui andar até chegar ao lado do meu avô, o mais longe que pude respeitosamente ficar dos dois homens que estavam enlouquecendo minha loba.
Agora, a um pé deles, entendi exatamente por que ela estava agindo assim. Os aromas combinados que faziam meu estômago dar um nó e meu clitóris latejar em necessidade desesperada de ser tocado vinham de Viktor e Erik.
"Vô." Optei por uma saudação formal, não me sentindo inteiramente confortável na situação para abraçá-lo.
O gesto seria totalmente inapropriado na frente de outro alfa.
Não sendo capaz de resistir agora, meu olhar deixou o do meu avô para encontrar os do alfa e beta. Eu imediatamente me arrependi.
Ao ver os olhos de seus lobos brilhando, minha loba instantaneamente saltou para frente. Tive que reunir todas as minhas forças para não mudar.
Felizmente, a voz do meu avô soou, rompendo o olhar estranho e o silêncio entre nós três.
"Anna, eu gostaria de apresentá-la ao alfa do bando Oborot, Viktor Belinsky." O alfa bonito de cabelos escuros estendeu a mão em saudação. Relutantemente, coloquei minha mão na dele que estava esperando.
A mão de Viktor era áspera e grande enquanto ele fechava a minha em um aperto de aço. A ação não foi dolorosa, mas eu estava mais do que consciente de que não seria capaz de me afastar se tentasse.
"É um prazer conhecê-la, Anna." Um pequeno suspiro de prazer escapou dos meus lábios ao som de sua voz profunda e rouca falando meu nome.
Meus músculos do estômago se apertaram quando um espasmo de pura necessidade percorreu minha mão e pousou bem no meu já latejante feixe de nervos.
Relutante, Viktor soltou minha mão quando meu avô apresentou o outro homem.
"E Erik, o beta de Viktor."
Pegando a mão estendida de Erik em seguida, eu não pude deixar de choramingar quando meu olhar encontrou o seu poderoso. Se eu estivesse na forma de loba, estaria deitada de costas com a barriga à mostra.
Minha loba normalmente dominante estava completamente submissa em relação a esses dois machos. Alfa ou não, eu nunca me encolhi. Esse fato pareceu esfriar minha libido furiosa. O que diabos estava acontecendo comigo?
Erik obviamente tinha ouvido o gemido patético porque os cantos de seus lábios beijáveis se transformaram em um sorriso conhecedor. Uma covinha apareceu na lateral de sua bochecha direita, dando um ar estranhamente infantil para aquele homem – e que homem.
"Não se preocupe, meu doce. Meu lobo está fazendo barulhos semelhantes." Corando com suas palavras, puxei – quase puxei – minha mão da dele e a apertei no meu peito como se seu toque queimasse.
Meu avô continuou falando, felizmente inconsciente dos estranhos acontecimentos entre mim e os dois homens.
"Embora Nina seja minha beta, Anna deve ser a alfa da minha matilha quando eu deixar o cargo", vovô disse, um aviso claro em seu tom.
Eu estava surpresa. Obviamente, ele estava ciente do efeito que os homens tinham sobre mim, e seu aviso me irritou. Eu não pude evitar o rosnado inesperado que meu lobo enviou para meu avô.
O rosnado não era um desafio, felizmente, apenas raiva. Suprimindo minha loba dentro de mim, eu me recompus o melhor que pude.
"Sinto muito, vô. Ela está um pouco rabugenta hoje. Ela precisava de uma corrida, mas não tive tempo."
"Venha." Ele agarrou meu braço acima do cotovelo; raiva estava escorrendo dele como suor. Se eu não o conhecesse, acreditaria que ele estava me levando para me punir.
"Nós precisamos conversar." Ele se virou para os homens com quem minha loba queria desesperadamente ficar. "Erik, Viktor." Ele acenou com a cabeça em respeito.
Os homens retribuíram o movimento e, com isso, fui virada pelo meu avô e conduzida em direção à saída.
Virando a cabeça, não pude deixar de olhar para trás para os homens que pareciam mergulhados na conversa agora, seus rostos imagens de raiva. O que estava acontecendo?
O ar frio da noite chamou minha atenção de volta para o meu avô, que havia aberto a porta do bar e agora estava entrando no caminho que levava às casas.
Não havia quase ninguém; a maioria do bando estava no bar ou em suas casas, acomodando os membros do bando visitantes.
Cansada de ser praticamente arrastada atrás de meu avô como uma boneca de pano, puxei meu braço livre de seu aperto e cruzei meus braços sobre o peito.
Imediatamente, percebi que meu casaco tinha ficado no bar e eu não estava mais aquecida da minha corrida.
"O que há de errado com você, vovô?" Minha própria raiva estava espessa no ar, misturando-se com a dele.
Ele olhou para mim como se eu devesse saber o motivo dele me arrastar para fora e causar uma cena desnecessária na frente de outro alfa.
"Você não sentiu isso, Anna? Sua loba não te disse que você é a companheira deles?"
Suspirei. "Companheira? Dos dois? Impossível. Você está enganado."
Ele zombou, o que só alimentou minha raiva. "Eles farejaram você em Nina e a confundiram com você porque seu cheiro era muito forte; eles estavam prestes a brigar antes que eu interviesse.
"Ambos sentem que você é a companheira deles, embora não pareçam felizes em te compartilhar."
"Compartilhar?!", gritei, mas minha loba praticamente babou com o pensamento. Às vezes eu desejava que estivéssemos separadas.
"Vô, eu não sou companheira deles. Eles estão errados. E, mesmo quando eu decidir acasalar, será com um homem, não com dois. Eu nunca ouvi falar de mulheres com dois companheiros."
"Acontece." Ele rangeu os dentes.
"Por que você está tão bravo? Você é tão ruim quanto Casey para tentar me encontrar um companheiro. Você não deveria estar feliz por dois homens estarem tentando me reivindicar?
"Eles são alfa e beta de outro bando. Você deveria ser a alfa deste bando quando eu passar ou deixar o cargo. Você é minha neta.
"Eu não vou deixar você correr de floresta em floresta com a matilha deles, se escondendo de caçadores. Você não duraria cinco minutos. Eles não são companheiros adequados para você, Anna.
Pura raiva ondulada atormentou meu corpo. Minha loba se recusou a ficar longe e estava rosnando e lutando para ser libertada.
Em vez de agir com violência, eu disse a única coisa que eu sabia que iria machucá-lo mais, embora fosse verdade.
"Esse é o discurso que você deu ao meu pai antes de ele fugir para a Rússia para ficar com a minha mãe?
"Não cometa o mesmo erro comigo, vovô." Meus olhos se encheram de lágrimas ao ver o olhar de dor que cruzou suas feições. Ele se encolheu, como se as palavras tivessem sido um golpe físico.
Eu me arrependi das palavras assim que as disse. Esta noite deveria ter sido tão diferente. Mas em vez disso, meu avô e eu estávamos agora mais distantes do que antes.
"Anna." Ele respirou a palavra, sua voz falhando.
"Eu vou ficar com Casey, então se você ou tia Nina precisarem de mim, é só chamar. Boa noite." Virei as costas para ele e desci o caminho que levava para a casa de Casey.
Ele não tentou me seguir, e de repente não senti mais o frio no ar. Eu estava entorpecida.
