O Beijo do Caubói - Capa do livro

O Beijo do Caubói

Natalie K

Conhecendo os irmãos

Deixamos o caubói que atende pelo nome de Tobias na casa dele. Parece pequena, mas parece fazer parte de uma fazenda maior.

"Obrigado, Frankie," ele grita enquanto bate na frente da velha caminhonete enferrujada.

Estou surpresa que a frente não caia com a força muscular dele.

"Ele é um cara legal," comenta Frankie enquanto o observa entrar em casa.

Ele pareceu um babaca para mim!

"Quanto tempo até chegarmos em sua casa? Eu meio que estava querendo dormir um pouco em algum momento hoje."

"Não se preocupe, dois minutos aqui e estamos em casa."

Ele mora literalmente a dois minutos do caubói rude.

Levando a minha bunda cansada da caminhonete e deixo que o velho pegue as malas. Nunca me senti tão cansada em toda a minha vida.

A primeira coisa que noto é o tamanho da casa e a segunda é a falta de limpeza.

A varanda da frente parece boa e atrai você para uma falsa pretensão, porque assim que você entra na casa propriamente dita, puta que pariu, é uma merda.

Panelas cobrem a lateral da cozinha da casa e merdas aleatórias consomem o resto do espaço.

"Onde vou dormir?" Pergunto enquanto ele puxa minha mala para a sala.

"Bem, Dawn veio e arrumou o seu quarto. Ela comprou roupas de cama novas e ofereceu algumas sutilezas para você. É bem ali no alto da escada."

Estou com tanta raiva do meu pai por ter me mandado para cá, eu vou entrar em contato com a universidade na segunda-feira para morar no campus. Qualquer coisa é melhor do que isso. Subo as escadas e arrasto minha mala comigo.

Surpreendentemente, quando abro a velha porta de madeira que range, o quarto é bastante agradável. Há uma grande janela de sacada com vista para os campos na frente da casa. O quarto tem uma pequena cama de solteiro e um grande guarda-roupa de madeira.

Abro o zíper da minha mala no chão e tiro algumas roupas de dormir. Felizmente, essa espelunca velha tem banheiro privativo.

Embora a cabine de chuveiro de plástico seja velha e mofada em alguns lugares, minha necessidade de usá-la é grande. Calço meus chinelos e agradeço a Deus por ter trazido minha própria toalha de banho.

Durmo surpreendentemente bem e, quando acordo, está escuro e temo que meu jet lag me coloque no fuso horário errado. Saio da cama e estou sentindo tanto calor que mal consigo respirar.

As almofadas da janela de sacada são confortáveis, então me aconchego com meu telefone ao lado da janela aberta que traz uma brisa suave.

Sem wi-fi, como previsto. Eu tenho um pacote de dados, mas só está pegando a porra de um 3G. A internet por aqui parece tão lenta quanto as pessoas.

Devo ter voltado a dormir perto da janela aberta. Acordo com o som dos pássaros cantando e um carro parando em frente à casa.

Vejo aquele caubói Tobias pular com outro homem. Eles estão rindo enquanto caminham até a cerca perto do campo.

Ele não está usando aquele chapéu tosco hoje, mas sim um boné. Ao dar uma boa olhada nele, percebo o quão gatinho ele realmente é. O cara com quem ele está também é gato. Talvez este lugar tenha algumas vantagens, afinal.

"Ella," meu tio grita enquanto bate na porta.

"Você não precisa gritar, estou bem do outro lado da porta," comento enquanto abro a velha porta.

Ele se levanta e sorri para mim. "Tenho alguns trabalhos para você," ele sorri.

Trabalhos? Que merda é essa!

"Prepare-se e me encontre lá embaixo em dez minutos," acrescenta ele, e então sai antes de esperar pelo debate.

Bem, se ele acha que posso ficar pronta em dez minutos, ele está muito enganado. Depois de vinte e cinco minutos, ele está de volta à minha porta. Este velho não tem piedade.

"ISOBELLA," ele grita.

Abro a minha porta. "É Ella. Ninguém me chama de 'Isobella' a não ser aquelas pessoas que não me conhecem."

"Bem, é o nome que sua mãe lhe deu, então vou chamá-la assim, se eu quiser."

Eu balanço minha cabeça. "Por favor, não fale sobre minha mãe."

"Por que não? Ela ainda é sua mãe."

"Dificilmente. Eu nem me lembro dela."

"Bem, deixe-me refrescar a sua memória. Sua mãe era a mulher que não tinha medo de ficar presa, que acordaria de madrugada para fazer o que precisava ser feito. Ela tinha boas maneiras e falava com os mais velhos com respeito. Deixei passar ontem porque você estava cansada, mas me escute: eu não vou permitir que uma pirralha rude e mimada fique comigo."

Eu fico olhando para ele enquanto ele continua a reclamar, e ele diz que sou rude. Como se você falasse com seus convidados nesse tom.

Ele não me conhece. Meu mundo virou de cabeça para baixo — novo país, nova cultura, nova universidade e morando com uma família que nem conheço. O que esse velho espera de mim?

"Que trabalhos você tinha para mim?" Eu pergunto, ignorando o discurso retórico dele. Se isso o calar, eu farei isso.

"Tobias e Tanner estão a caminho, eles precisam de uma ajuda."

"No que eu poderia ajudá-los? Não sou nenhum tipo de trabalhadora braçal."

"Tenho certeza de que eles vão encontrar algo para você fazer, mas acho melhor você trocar esses shorts. A grama é alta por aqui."

Se ele acha que eu vou usar calças compridas com esse calor, ele está muito enganado. Está tão quente que até o short jeans que estou usando está grudado nas minhas pernas.

O top mais fino que consegui encontrar é o colete vermelho que estou usando — é leve e arejado e ainda assim tem material demais.

Pego algumas frutas e saio. Pelo menos ficar aqui vai ajudar com meu vício em comida — não tenho certeza se vou conseguir ter estômago para sentar para uma refeição naquela mesa.

Sigo Frankie até os dois homens que estava observando mais cedo. Tobias se vira e faz uma careta quando me vê. O outro cara é menos rude e manda um sorriso em minha direção.

"Esta é minha sobrinha," diz Frankie enquanto coloco meus óculos escuros Chanel.

"Bem, olá," diz o outro cara, me olhando de cima a baixo e estendendo a mão para eu apertar.

Ignoro a mão dele.

"Ei," eu digo.

Ele sorri sem jeito e deixa cair a mão ao lado do corpo. "Eu sou Tanner e este é meu irmão T-"

"Sim," eu interrompo. "Eu conheci Tobias ontem."

"Ah, ninguém o chama de Tobias. Você pode chamá-lo de Toby," Tanner ri.

Tobias fala comigo pela primeira vez. "Não, Tobias está bem," acrescenta.

Idiota!

Frankie sorri e arranja as desculpas dele, me deixando com os dois caras.

"Então você é…?" Tanner pergunta enquanto se aproxima de mim.

Ele é atraente — tem um brilho nos olhos e um sorriso bonito. Ele também é muito confiante, e não preciso ser daqui para saber que ele é um mulherengo.

"Para você é Ella," eu digo. "Mas para ele é Isobella," acrescento.

Tobias olha para mim da cerca, ele está amarrando uma corda e faz uma careta.

Eles devem ser irmãos — Tobias também tem aquela mesma boca bonita que cria covinhas nas bochechas, mas a pele dele está escondida atrás da barba por fazer que está crescendo.

Tobias está vestindo jeans azul claro novamente e uma camisa cinza de botão com as mangas arregaçadas — tem um logotipo comercial em um lado do peito e Toby no outro.

Eu me pergunto se é uma camisa de trabalho de verdade ou se é fashion. No Reino Unido, muitos estudantes as usam como uma declaração de moda.

Ele virou o boné para trás e eu me esforço para tirar os olhos dele.

"Ohhh, uma arisca," Tanner ri. "Teremos que ficar de olho nessa aqui," ele acrescenta enquanto cutuca Tobias, que parece mais irritado.

"Certo, o que eu tenho que fazer?" Eu pergunto.

"Basta levar alguns naquela cerca ali e ficar bonita," Tanner ri, formando covinhas em seu rosto atrevido.

Obedeço e pego meu telefone enquanto subo na cerca e aproveito o sol.

"Você está falando sério?" Tobias ruge.

Algum bicho mordeu nele!

Tiro uma foto dele com meu telefone e ele vem até mim.

"Apague isso," ele exige.

"Qual é o seu problema?" Eu estalo.

"Você é meu problema, pessoas como você. Que acham que são melhores que os outros, não valorizam o que lhes foi dado. Que porra você está fazendo aqui, princesa?"

Meus olhos encontram os dele. Tudo o que vejo é raiva neles.

Porra, ele realmente me odeia.

"Não estou aqui por escolha," respondo.

"Oh, boo-hoo-hoo," ele late antes de pular a cerca e seguir em direção ao caminhão que está estacionado.

"Não ligue para ele, querida," Tanner diz enquanto observa a poeira levantar com a pressa dos passos de Tobias. "Ele está amargurado porque sempre quis ir para a universidade. Ele tinha grandes planos para si mesmo, você sabe, mas a vida real o mandou para um caminho diferente."

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