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Capricho do Destino

Capítulo 3

Acontece que seus instintos eram péssimos.

Depois de vários minutos correndo pela floresta e com suas meias rosa felpudas praticamente cobertas de terra e folhas, Kenzie diminuiu a velocidade até parar, tentando desesperadamente recuperar o fôlego.

Corridas semanais com a família ajudavam a mantê-la em forma, mas ela não poderia correr assim para sempre.

Ela não era super magra por um motivo, e esse motivo era, sem dúvida, o fato de o cardio ser uma das piores coisas que se pode imaginar.

Ao contrário dos lobos que eram dotados de força e resistência sobrenaturais, a condição de Kenzie era a de um humano.

Um humano que gostava de lanches e considerava um treino difícil ler um livro pesado de capa dura por horas ao longo do dia.

Seu físico não era a única característica humana que ela tinha.

Os lobos poderiam viver para sempre, mas Kenzie estava destinada a uma vida muito mais curta, a menos que encontrasse seu companheiro predestinado... e esse companheiro fosse um imortal.

Se não, então ela era tão vulnerável quanto um ser humano de verdade.

Não que isso importe, ela pensou, irritada. Ela estava condenada a uma morte precipitada, assim como seus pais.

Condenada a morrer nessa mesma noite, graças à sua sorte, só porque era uma bruxa.

Ela nem era uma ameaça para o Alfa Louco! Mas se aquele lunático era tão preconceituoso contra sua espécie, como ela achava que poderia convencê-lo a deixá-la viver?

Por que isso pareceu um bom plano em algum momento?

Pense na sua família, na sua matilha. Proteja-os.

Kenzie queria gritar noite adentro enquanto caminhava pela floresta.

Ela queria lançar uma explosão de magia tão poderosa que derrubaria qualquer alfa se ela se sentisse ameaçada, mas isso nunca aconteceria, e ela precisava parar de desejar coisas que simplesmente não aconteceriam.

Ela não seria nada útil se não conseguisse nem mesmo se concentrar no próximo passo.

Por falar nisso... Ela deu uma olhada ao redor, com um pequeno som de frustração escapando de seus lábios.

Ela tinha certeza de que estava perdida.

Correr na direção oposta de Sam parecia uma ideia inteligente. Fazia sentido correr em direção ao perigo, mas não havia lobos ao seu redor, nenhum uivo se aproximando dela.

Talvez Kenzie tenha se perdido em algum lugar no caminho. Ela tinha um senso de direção péssimo.

Ela continuou indo para a esquerda, com a espessura das árvores lembrando-a de sua premonição, e ela estremeceu, olhando ao redor em busca de um lobo espreitando nas sombras.

Ela não viu nada, e enquanto uma onda de medo subia por sua espinha, ela continuava se lembrando do motivo pelo qual estava se sacrificando. Era pela sua família, sua matilha.

Sua família, sua matilha. Kenzie repetiu como um mantra em sua cabeça até tropeçar em uma raiz, e por pouco não caiu.

Ela estava prestes a desistir e seguir na direção oposta, quando houve uma mudança distinta na natureza.

Os grilos ficaram quietos e até a própria floresta pareceu prender a respiração, alertando-a sobre problemas. Ela lentamente se virou para encarar o que se escondia atrás dela.

A mais de alguns metros de distância estava um homem corpulento, não muito mais alto que a própria Kenzie, mas com uma forma física que poderia levantar um ônibus escolar sem nenhuma dificuldade.

Ele poderia ser bonito, se não fosse pela expressão em seus olhos.

O homem olhava para ela como se ela fosse um inseto sob um microscópio, um inseto que ele quisesse dissecar.

Definitivamente um lobo e um predador.

Ele estava vestindo um moletom cinza, claramente sem cueca, com base na protuberância crescente em suas calças.

Um rubor de nervosismo tomou conta de suas bochechas, e Kenzie olhou do peito nu para o rosto dele, registrando o sorriso cruel e a cabeça careca quando o medo realmente começou a se instalar.

Sua aura estava misturada com preto e cinza escuro, manchada contra o contorno de seu corpo, e ela deu um passo involuntário para trás.

Ela se concentrou na falta de cabelo dele, esperando que isso a deixasse menos nervosa, e de alguma forma conseguiu.

Até mesmo os lobos eram sujeitos à genética.

O Careca não se mexeu por alguns instantes antes de caminhar lentamente em direção a ela, com sua expressão ficando mais sinistra a cada passo.

Ela sabia que reagir como uma presa seria estúpido, mas ela não pôde deixar de se afastar dele, desesperada para criar uma distância que ele estava determinado a diminuir entre eles.

Kenzie recuou rapidamente a cada um de seus passos sem pressa, até sentir sua coluna encostada em uma árvore.

Ela se agarrou a ela como se fosse um salva-vidas, esperando que sua pequena conexão com a natureza a ajudasse, embora soubesse que isso era uma ilusão.

"Você é o Kieran?" ela perguntou baixinho, quase com medo de que levantar a voz pudesse provocá-lo a um ataque. Até mesmo fazer a pergunta parecia ridículo. Esse homem não era nada parecido com seu lobo dos sonhos.

Espere, seu lobo dos sonhos? Ela estava pensando em um maníaco homicida que ela nunca conheceu como seu? O que tinha acontecido com ela? Bendita Hécate, o Alfa Louco estava lá para matá-la!

Naquele momento, Kenzie queria mergulhar a cabeça em um balde de água gelada para clarear seus pensamentos se conseguisse sobreviver durante a noite.

Esperançosamente, o choque do frio iria limpar os pensamentos estranhos que a bombardeavam.

O Careca parou por um segundo, sorrindo para ela de uma forma que a fez tremer de medo. Seus dedos cravaram-se na casca da árvore enquanto Kenzie contornava a lateral dela.

Seu plano de se render virou fumaça diante do olhar hostil e carnal dele, substituído pelo forte desejo de fugir e não olhar para trás.

Ela precisava fugir dele o mais rápido possível.

Corra, uma força orientadora sussurrou, com a palavra atravessando o medo em sua mente. Kenzie poderia jurar que sentiu uma pulsação de energia na palma da mão, onde ela tocou o tronco do grande carvalho.

Seus músculos rígidos relaxaram, sua respiração ofegante se acalmou. Até mesmo seu terror diminuiu sob a calma que parecia invadi-la.

O lobisomem se aproximou, com a orelha se contraindo ao captar a batida agora constante do coração dela. Ele provavelmente podia sentir o cheiro das emoções dela, apesar de tudo.

Kenzie fez uma careta, sentindo a vontade repentina de levantar o braço e farejar qualquer odor ofensivo, apesar da situação angustiante em que se encontrava.

"Você vai desejar que eu fosse ele antes de eu acabar com você."

Os olhos dela se voltaram para o Careca, com o corpo tenso diante do tom cruel dele. Ele sorriu de novo, esperando assustá-la como antes.

Que idiota.

Em um instante, ele se mexeu, quase rápido demais para ela acompanhar enquanto ele saltava pelo ar, transformando seus dedos em garras e atacando-a.

Kenzie se afastou da árvore, sentindo os músculos revigorados enquanto se esquivava dele.

Ela não sabia como diabos tinha ganhado força da natureza naquele momento, mas fez uma oração silenciosa de agradecimento ao universo, determinada a escapar do lobo idiota que a estava perseguindo.

Um xingamento ecoou no vento atrás dela, fazendo com que ela pensasse que realmente tinha conseguido fugir dele, até que o corpo robusto dele atingiu seu quadril.

As garras dele cortaram o suéter dela, e ela gritou de dor quando ele a jogou para o lado, derrubando-a no chão.

Kenzie caiu com um estrondo, atordoada pela súbita mudança de posição, com as costelas doendo quando o corpo maior dele caiu sobre ela, prendendo-a na terra dura.

Suas garras cravaram-se em sua cintura, virando-a de costas enquanto ela gritava, trazendo de volta à vida o terror que tinha acabado de vencer.

Ao montar em sua cintura, o Careca se posicionou com mais firmeza em cima dela, até que ela mal conseguia respirar, em uma posição muito parecida com a que o lobo dos seus sonhos tinha feito, mas essa parecia uma completa violação.

A sensação do lobo de seu sonho era como um carinho.

A diferença era nauseante, e Kenzie não queria analisar seus sentimentos conflitantes de jeito nenhum.

O Careca balançou o quadril contra a pélvis dela, deixando claro que pretendia estuprá-la antes que ela morresse. Ela não ia deixar isso acontecer de jeito nenhum. Sem chance!

Gritando, Kenzie se debateu violentamente embaixo dele até que seu joelho bateu em sua virilha. Ele caiu, quase a esmagando antes que ela desviasse, com o corpo congelando de medo.

Ela queria correr, fugir do perigo, mas ficou imóvel, observando-o se contorcer no chão.

Suas mãos se fecharam na grama do chão da floresta e ela sentiu aquela sensação peculiar de calma tentando se infiltrar de volta em seu corpo.

Não era o suficiente para acabar com seu medo como antes, mas era o suficiente para descongelar seus membros.

Kenzie se levantou do chão, usando o medo para aumentar sua força e se afastar da ameaça que choramingava atrás dela como uma cadelinha.

Espero que as bolas dele murchem e caiam, ela pensou calorosamente, determinada a encontrar segurança agora que seu agressor estava momentaneamente incapacitado.

Suas meias ficaram presas em alguns galhos caídos e ela as arrancou rapidamente, com o desespero tornando seus movimentos desajeitados.

As solas dos seus pés se rasgaram na pressa de fugir, mas ela continuou, sem olhar para trás.

Encontre-o, encontre-o, encontre o Kieran, sua mente parecia gritar com ela.

Ela sabia que seus instintos e sua premonição estavam dizendo algo que seu cérebro não queria entender, que ela não poderia e não iria compreender.

Ele era claramente o perigo, e ainda assim ela corria freneticamente na esperança de que ele a encontrasse e a protegesse do lobo que a caçava.

O que diabos ela estava pensando? Era uma loucura sem tamanho. Não fazia sentido, mas ela confiava na sua intuição.

Não que isso importasse muito, de qualquer maneira. Kieran era um problema para resolver depois que ela escapasse das garras do lobo que estava dando fortes sinais de ser um estuprador.

Será que o Alfa Louco mandaria mesmo um de seus lobos para atacá-la antes que ela fosse levada até ele e assassinada?

Instintivamente, ela sabia que a resposta seria um sonoro não, sem saber por que tinha certeza absoluta de que o lobo atrás dela estava agindo fora das ordens de seu alfa. Mas ele estava. Ela podia sentir.

Talvez fosse o fascínio da lua que estivesse compelindo o agressor a se acasalar, mas a influência de sua presença brilhante deveria ter sido suficientemente fraca para que ele agisse de forma racional. Talvez ele fosse apenas um idiota.

Kenzie só avançou mais alguns metros antes de ser agarrada por trás e jogada de bruços no chão.

Sua cabeça bateu no chão com um baque forte, enquanto seus braços foram presos atrás dela pelas mãos pegajosas dele.

"Me solte!"

Ela lutou com todas as suas forças, o que não era nada contra um metamorfo, especialmente um lobo.

Houve um estalo alto quando ele puxou a mão dela para trás, antes que ela sentisse uma dor aguda no ombro esquerdo e um gemido passasse por seus lábios.

"Ah!"

O filho da puta deslocou o ombro dela! Kenzie gemeu de dor. A risada sombria do Careca se espalhou pelas árvores.

Os insetos já estavam quietos há muito tempo durante a luta entre eles, tornando a noite ainda mais sombria do que antes.

Ele riu de novo enquanto ela chorava com raiva no chão por seu tratamento cruel. Que tipo de pessoa doente gostava de machucar alguém, ainda mais assim?

O Careca continuou puxando seus braços, indiferente à dor que estava causando enquanto ela gemia baixo em sua garganta. Ele pressionou a pélvis contra a bunda dela, e o movimento fez com que o quadril de Kenzie afundasse na terra.

Ela quase vomitou com a dor que queimava seu corpo e com a fria compreensão de que talvez não conseguisse sair dessa.

"Você vai gritar por mim daqui a pouco, bruxa, e por um motivo totalmente diferente." Ele soltou o braço esquerdo dela, que ficou pendurado inutilmente ao seu lado.

"Pare!" Ela implorou silenciosamente por um poder superior, por alguém, para ajudá-la a se libertar, mas nada aconteceu, sua magia era inútil contra o inimigo real.

"Vou fazer você gostar de tudo que vou fazer com você." Os joelhos dele apertaram cada lado do quadril dela, e ela podia ouvi-lo segurar o tecido do moletom, tocando-se através do material.

"Mas mesmo se você não gostar," ele gemeu, "saiba que vou adorar cada grito que sair desses seus lábios bonitos."

Kenzie sentiu outro lampejo de medo e suor se formando em sua testa. Ela choramingou sem querer, mas foi o suficiente para arrancar outra risada do homem que a segurava.

"Já está gostando? Mal começamos."

Os dedos dele apertaram com força o jeans que cobria a bunda dela, sem dúvida deixando um hematoma com o toque de sua mão robusta.

A dor era forte o suficiente, combinada com a dor latejante do ombro, para que o medo de Kenzie finalmente ficasse em segundo plano em relação a uma emoção muito mais perturbadora.

O medo rapidamente se transformou em raiva pela situação em que ela se encontrava, juntamente com todos os eventos que levaram a esse momento.

Sua cabeça doía, seu ombro latejava e o Careca estava tentando estuprá-la.

Kenzie sabia que seu tempo tinha acabado. Ela ia mesmo se deixar ser violentada por esse homem patético?

Não, ela definitivamente não ia.

Se ela fosse morrer essa noite, não seria por causa disso. Não seria assim.

Ela sabia, sem sombra de dúvida, que Kieran Gallagher ficaria muito irritado com o fato de um de seus lobos ter roubado a presa dele, e Kenzie não tinha dúvidas de que o Careca acabaria com a vida dela depois de estuprá-la.

"Você tem algo a dizer, linda?" ele sussurrou em seu ouvido, fazendo-a estremecer com seu hálito quente e fedorento. Kenzie engasgou, ganhando uma bofetada na lateral da cabeça.

Abalada, ela cerrou os dentes, sentindo o crânio latejar.

Ela tinha algo a dizer? Sim, na verdade, ela tinha.

Abrindo a boca, Kenzie soltou um grito agudo antes de gritar: "KIERAN!"

O lobo que a segurava xingou.

Kenzie gritou por Kieran de novo, sua garganta estalando com a força de seu grito.

Sua voz ecoou noite adentro, como se o próprio vento levasse seu apelo ao metamorfo que ela ansiosamente desejava conhecer.

Seu agressor rosnou atrás dela antes de dar um forte golpe na parte de trás de sua cabeça. Depois disso, tudo ficou escuro.

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