FML: O Príncipe das Profundezas - Capa do livro

FML: O Príncipe das Profundezas

F.R. Black

Capítulo 4

Eu prendo a respiração enquanto a minha visão se foca, minha pele formigando com consciência. Meu olhar se alarga enquanto o meu cérebro tenta desesperadamente entender o que estou vendo.

Impossível.~

Isso não pode ser real.

Uma névoa do mar atinge meu rosto enquanto tento contemplar o cenário ameaçador ao meu redor.

"Oh, Camila,~" eu suspiro. Posso ouvir o estrondo profundo das ondas do mar e os relâmpagos quando atingem o pico da montanha, me deixando tensa.

Eu lentamente fico de joelhos, com medo de que a minhas pernas possam ceder. Eu mal contenho um grito enquanto cubro a minha boca para garantir que eu não faça nada estúpido.

Meu coração bate tão forte contra o meu peito que dói quando meus olhos freneticamente contemplam esse novo mundo.

Isso é sério.

Estou à beira de um penhasco que dá para um mar negro. O céu está raivoso e pisca com luzes estranhas. Estou em uma montanha negra irregular a cerca de sessenta metros de altura.

E toda uma cidade escura está incorporada nessa massa de terra pontiaguda.

Olho para trás, vendo luzes laranja brilhantes iluminando o perímetro com pessoas distantes andando em saliências distantes.

A montanha parece um caco de cristal que foi quebrado e agora está perfurando o céu noturno furioso.

Olho para a esquerda e vejo portas de metal que levam para dentro da rocha ameaçadora. Parece uma porta de entrada para o inferno.

Eu não vou entrar.

"Biiiichoooooo," eu ouço Steve dizer ao meu lado, onde ele está coberto com uma capa marrom. Sinto que somos o Frodo e o Sam aqui, prestes a jogar o anel no fogo. "Abaixe! Você tá vendo aquele Orc lá em cima?!"

Eu olho para cima e vejo uma criatura que você só veria no filme O Senhor dos Anéis.~ É alto e parece um troll ou criatura reptiliana. Feio pra danar.

"Steve," eu sussurro, e corro até a parede de pedra, me achatando contra ela. "O que diabos estamos fazendo aqui?!"

"É Steven. E eu já disse," ele sussurra. "Você vai ficar com o seu homem até que a ajuda chegue.

Aqui, coloque isso e aja como um Orc. Ande mancando e fique curvada. Apenas abaixe a cabeça."

Colocamos capas de malha, que só deixavam os nossos olhos aparecendo.

"Eu preciso fumar um", ouço Steve dizer.

"Eu também," eu concordo, sentindo o frio cortante do vento.

Preciso muito.

Nós dois ficamos em silêncio, ouvindo o estrondo do trovão. "Precisamos chegar ao nível mais baixos onde os prisioneiros são mantidos", diz ele, finalmente.

"Como vamos ficar aqui por uma semana?!"

"O Encantado tem um quarto para nós na cidade Orc", diz Steve.

"Você está falando sério? Temos que entrar nesse buraco infernal? Que generosidade da Fada Madrinha arranjar um quarto pra gente."

Ele ri alto, como um típico maconheiro.

Eu xingo.

Cada coisa que eu tenho que fazer pra ficar rica.

"Vamos", diz ele, e começa a mover a mão como se estivesse digitando em um computador invisível.

"O quê... você está fazendo?" Eu pergunto, e então estremeço quando outro relâmpago atinge esse pesadelo de montanha. Eu me agarro ainda mais contra a parede irregular.

"Esse lugar é assustador. Eu me pergunto se as outras garotas estão relaxando no luxo, vendo as vistas maravilhosas que esse mundo tem a oferecer," eu assobio. Sinto como se fosse um gato com as orelhas para trás que acaba de ser mergulhado em água gelada.

"Não posso simplesmente encontrar o Brayja no Império Gaya? Isso é mesmo necessário? Estou começando a achar que não. Por que tivemos que cair justo aqui?!"

"Estou recebendo as coordenadas."

"Você está me ouvindo?!"

"Infelizmente, sim."

Eu solto um suspiro, e Steve faz a sua risada idiota.

"Tô te zuando, relaxa, ~cara. Não posso fazer nada até fumar um e usar os meus poderes místicos. Então, me siga," ele diz, e começa a mancar como se todo o seu corpo estivesse quebrado.

Ele parece ridículo.

"Você está exagerando, Steven,~" eu sussurro, e o sigo, abaixando o capuz sobre o meu rosto. Eu não acredito que estou fazendo isso.

É melhor esse Brayja me escolha depois disso tudo, ou eu vou acabar com a raça dele. Vou fazer ele ter uma morte lenta e dolorosa, depois de ameaçá-lo até que ele me coloque no seu testamento.

Nós nos escondemos atrás de umas padras, esquivando de alguns Orcs feios. Meu coração está batendo forte enquanto esperamos os guardas passarem para o próximo posto.

Eles são criaturas aterrorizantes, semelhantes a répteis, com longos dentes afiados e pele viscosa com guelras nas laterais de seus rostos. Meu reflexo de vômito está entrando em ação.

Não consigo imaginar passar uma semana aqui na masmorra.

Um pesadelo.

Sinto muito pelo Brayja e nem o conheci. Também estou muito curiosa para descobrir como é esse homem. Ele é bonito? Não que isso importe, mas seria uma vantagem.

Finalmente chegamos à entrada da masmorra e nos sentamos contra a parede de pedra, sem fôlego. "Quando os guardas voltam?"

Steve está acendendo um baseado. "Dez minutos."

"Merda", eu respiro.

"Você precisa entrar no jogo. Você sabe como abrir uma fechadura? O Encantado achou que você sabia muito bem. As fechaduras aqui são bem básicas. Só funciona nas portas," Steve diz e sopra a fumaça, com os olhos semicerrados.

Essa é a primeira vez que eu realmente olho para o rosto de Steve. Ele está se parecendo com uma versão humana do seu eu natural. Então, em outras palavras, ele se parece com o Seth Rogan, mas com longos cabelos dreadlocks presos em um rabo de cavalo.

Não é uma ótima aparência.

Eu olho para ele e lhe dou um olhar dããããã.~ "Claro que eu sei." Eu aprendi a arrombar fechaduras quando fiz seis anos, tive aulas com os amigos obscuros do meu pai.

"Entãããããoooooo você precisa se esconder na cela do Eluno, que é a primeira porta de metal que você vai ver. Eu vou te avisar quando estiver livre, e você pode ir para a cela do seu futuro amante.

Você só vai ter quinze minutos com o Brayjo antes do retorno dos guardas. Não é muito tempo, mas é melhor do que nada." Ele dá outro trago e me entrega o baseado.

Eu o encaro. "É Brayja, não Brayjo. E uma hora com o cara idiota?" Eu gemo de raiva, não vendo realmente um ponto para tudo isso.

"É por isso que estou te dando um pega. O Encantado não gosta que as agentes fumem, mas vai valer a pena." Ele faz uma pausa com a mão para cima.

"O Eluno é super malvado e perigoso. Eu preciso te dizer isso antes que eu fique muito chapado e esqueça tudo. Segundo o Encantado ele já matou escravas Orcs antes."

"Perfeito", murmuro, e trago. Eu imediatamente começo a tossir, com os olhos lacrimejando. "Steven, essa merda é forte!" Eu tusso mais em minha mão e sinto fogo em meus pulmões.

"Não tussa demais." Ele está rindo, com os olhos quase fechados. "Você vai ficar chapadona."

Eu xingo e rio também. "Não posso acreditar que estou subindo na montanha Orc, em um mundo paralelo diferente. Posso riscar isso da minha lista de desejos." Faço uma pausa nos pensamentos.

"Você pode me dar um celular e fones de ouvido? Por favor? Uma hora em uma cela de prisão vai ser brutal sem nada para fazer."

Ele está olhando para mim como se eu fosse um traficante de drogas - deve estar em seu modo místico agora. "Vou falar com algumas pessoas e te retorno. Tenho alguns favores que posso cobrar."

Eu rio, me sentindo um pouco confusa. Espero não cair do penhasco em direção à morte. "Você pode fazer isso?"

Eu estava só brincando.

"Não deveríamos, mas posso dizer que fiquei muito chapado e esqueci. O Steven vai te ajudar," ele diz, e dá de ombros. "Vá agora e não seja pega." Ele acena com a mão como se fosse um rei.

Um rei de pálpebras pesadas, mais louco que o Batman.

Eu respiro fundo. "Excelente. Obrigada, Steven."

Eu suspiro e me levanto, indo para a masmorra. Eu sou boa nisso - me esgueirar e estar em lugares que são restritos.~

Meus olhos rapidamente se ajustam à escuridão e eu desacelero a minha respiração. É escuro e assustador, com tochas de fogo iluminando as cavernas. Se um Orc aparecer, eu vou me mijar.

Eu engulo e encontro a cela da prisão que fica de frente para as ondas do mar quebrando com pedras irregulares abaixo.

Tem que ser aqui.

Eu respiro novamente e rapidamente abro a fechadura, enfiando a ferramenta fornecida pela Fada Madrinha LTDA no buraco enferrujado.

"Depressa! Os guardas estão vindo! ~"

~

"Você acabou de falar dentro da minha cabeça!" Eu grito, e xingo, baixando a minha voz. "Merda."

Eu largo a ferramenta e digo uma série de palavrões. A maconha está deixando os meus dedos desajeitados. Sinto o suor pingar na minha testa enquanto tento novamente e finalmente ouço a fechadura se abrir.

Eu ouço uns sons esquisitos vindos dos Orcs assim que abro a pesada porta de metal e entro, trancando-a novamente, esperando que eles não tenham ouvido.

Nota mental: Não fique chapada e tente arrombar fechaduras novamente. Estou respirando com dificuldade enquanto espero na porta, rezando para que eles não entrem.

Coloco meu ouvido no metal frio, ouvindo seus passos pesados passando pela porta.

Eu expiro em alívio.

"Cara. Essa foi por pouco. Você está segura!" Eu ouço a risada desleixada dele. ~ "Cara. Eu sou um inseto agora e estou muito louco. Tô meio que fora do eixo. Estou voando alto e estou chapadão. ~ ~"

~

Eu reviro os olhos. "Não se mate", murmuro, me virando. Eu grito, pois não estava esperando um par de olhos cor de fogo olhando para mim.

"Oi. Meu deus do céu, você me assustou," eu sussurro, com meu coração batendo forte, colocando a mão no meu peito.

Ele é grande.

Assustador.

A única coisa que posso ver nesse homem são os seus olhos, pois ele está envolto em uma capa enorme e surrada. Eu engulo em seco ao ver que metade do seu rosto está amarrado em algum tipo de engenhoca de couro.

É um pouco inquietante.

Talvez ele morda as pessoas, como um vampiro?

Eu tremo.

Meu rosto está coberto, exceto pelos olhos, por essa máscara de malha, então não tenho certeza se ele está alarmado com a minha presença. Espero que ele não pense que estou aqui para torturá-lo ou ele pode tentar me matar.

Ele não pode ser tão ruim se for o guarda-costas do Brayja. Né? Ele é deficiente mental, então não tenho certeza se ele pode sentir medo.

Estranho.

Seu olhar anormal me segue.

Que tom chocante de laranja. O olhar dele brilha levemente.

Eu aceno a minha mão. "Eu só vou ficar sentada aqui um pouco. Apenas ignore a minha presença. Desculpe por isso," eu digo sem jeito, e me abaixo para sentar contra a parede.

Eu posso ouvir as ondas quebrando através das rachaduras na rocha. "Faz vento aqui, hein?"

Ele não diz nada e fecha os olhos.

Eu exalo. "Durma bem, não se importe comigo."

Merda.

O que vou fazer por uma hora inteira? Falar com um cara que é incapaz de conversar? Suspiro e olho para ele, me sentindo triste por ele já estar aqui há uma semana.

"O seu nome é Eluno? Estou certa?"

É muito louco como o pessoal da Fada Madrinha automaticamente faz a gente saber falar as línguas nativas dos outros mundos.

Os olhos dele ainda estão fechados.

"Eu não gosto de silêncio", eu admito, falando comigo mesma, descansando a minha cabeça contra a pedra gelada. "Desde que eu era uma garotinha, nunca consegui lidar bem com isso, não sei por quê. Eu pedi ao Steven ~para me dar um celular." Eu rio, me sentindo muito chapada.

"Vocês têm música aqui? Nesse mundo? Tenho certeza que sim", eu me calo.

Seus olhos ainda estão fechados.

Não importa.

"Você gosta de lutar? Você deve gostar, já que é um guarda-costas e tal," eu digo, sem esperar uma resposta. "Eu fiz algumas aulas de karatê quando era mais jovem. Eu gostei. Meu pai sempre foi muito bom em defesa pessoal."

Eu rio, pensando nisso, sentindo muita falta do meu pai. "Eluno, estou tãããão chapada agora." Eu rio mais, imaginando como o Steven consegue fazer isso o dia todo e ainda trabalhar.

— E parece impossível parar de falar.

Aparentemente, eu falo muito quando estou chapada.

Nenhum movimento dele.

"Então, o Brayja é rico? Tipo, ele é um príncipe, então ele deve ser rico. Como você provavelmente pode ver, eu não sou um Orc." Eu rio e fecho os meus olhos, então os abro imediatamente. "Não feche os seus olhos depois de fumar esse treco. Nunca. Maior viaaaageeeeeem."

Suspiro e sento em silêncio, por um tempo.

Eu posso ouvir um gotejamento, e parece ecoar na minha cabeça.

Acho que posso estar suando.

"Eles alimentam você?" Eu finalmente pergunto. "Sou uma cozinheira muito boa. Eu posso fazer tacos de peixe, e aposto que você gostaria. Já que esse planeta é todo de água." Percebo que estou faminta. "Ah merda, a larica bateu."

Morta de fome.

É melhor o Steven ter comida com ele.

"Steven! Quanto tempo. Fale na minha cabeça e me diga, oh grande místico!"

Provavelmente só se passaram dez minutos.

Se o Eluno tivesse a mente sã, ele definitivamente pensaria que eu sou louca. Seus olhos ainda estão fechados. Muito provavelmente ele nem me ouve, coitado.

Se eu estivesse presa nesse lugar como prisioneira, provavelmente mataria alguém.

Quem sou eu pra julgar?

"Esse lugar é super assustador, a propósito. Não consigo me imaginar aqui por uma semana. Eu teria tantos pesadelos.

E veja bem – eu tenho um quarto aqui. Não consigo imaginar como é, algo saído da Revista da Hotelaria Infernal.~" Eu bufo. "Eu não vou nem encostar a cama, juro. Prefiro dormir no chão. Que nojento."

Faço uma pausa, tentando organizar os meus pensamentos através da névoa da erva. "Aposto que o lugar de onde você veio é lindo. Não como aqui. Mal posso esperar para ver, na verdade. Essa será uma semana loooongaaaaaa."

Uma semana bem longa.

"Você sabe que eu não sou desse planeta?" Eu rio e expiro, me sentindo tão maluca. "Eu venho do outro lado do arco-íris." Isso realmente me faz rir. "Vou pintar um arco-íris de energia pra deixar o mundo cheio de alegria! Se tá feio ou dividido, vai ficar tão colorido", eu canto.

Eu sou uma idiota.

Por que não consigo parar de rir?

Por que tudo é tão engraçado?

Eu rio mais, e minha voz ecoa nas paredes de pedra.

Socorro, @Deus.

Meu estômago dói de tanto rir – estou literalmente chorando.

Agora estou deitada no chão, olhando para a rocha escura do teto. Talvez o Steven entre mesmo em níveis místicos. Não vou mentir, estou me sentindo um pouco mística também.

"Somos companheiros de cela. Quer saber, Eluno? Podemos nos tornar melhores amigos depois disso."

Isso me faz rir mais.

Eu rolo para o lado e levanto as minhas pernas, meus pés agora estão na parede. Eu puxo a minha capa para trás, expondo a minhas pernas fabulosas. Uuuui, o Encantado me colocou em um vestido marrom surrado. Não importa, meu corpo ainda parece um tesão.

As minhas pernas já eram sexy antes, mas agora estão pegando fogo!~ Minha pele é de um marrom dourado perfeito, e minhas pernas estão tonificadas, mas também muito curvilíneas.

Aposto que o Brayja definitivamente vai gostar delas.

Eu puxo o manto ainda mais alto para ver o meu bem mais precioso: a minha bunda.

Sim, senhoras e senhores, meu traseiro é grande e perfeito com uma cintura fina. Meus olhos se arregalam.

"Puta merda, Encantado, o que temos aqui?" Que calcinha safadaaaaaa! Eu nem percebi que estava usando uma tanga dourada minúscula.

Que fofo da parte dele.

O Encantado é muito travesso, mas também é atencioso. Talvez ele soubesse que eu iria atrás do Brayja e queria que eu acidentalmente~ mostrasse a minha bunda pra ele.

A calcinha fio dental dourada brilha contra a minha pele bronzeada, quase fascinando o meu cérebro místico. ~Eu rio, me sentindo um pouco delirante.

Olho para Eluno e suspiro.

Seu olhar ardente está vagando sobre as minhas pernas e a parte traseira meio exposta. Sento rapidamente, puxando a minha capa para baixo. Uau, esse homem provavelmente está tão confuso.

"Desculpe, Eluno. Achei que você estava dormindo."

Seu olhar me queima, me fazendo estremecer.

Estranho.

O olhar de Eluno não parece... lento. Na verdade, se eu não soubesse que esse homem era meio zoado da cabeça, eu o acharia muito inteligente. A maneira como ele está olhando para mim me deixa nervosa, quase me alarmando.

Talvez eu tenha perturbado as suas delicadas sensibilidades?

Talvez ele nunca tenha visto as pernas e bundas nuas de uma mulher antes?

"Sinto muito", eu digo lentamente. "Se a minha," eu olho para baixo, "exposição indecente ofendeu você. É que assim, o meu amigo me deu um pouco de maconha." Eu aceno a minha mão.

"Tenho certeza que você não sabe o que é isso, mas acredite em mim, eu não deveria ter dado um trago tão grande. Estúpida, eu sei." Eu suspiro e dou de ombros. Ele não tem ideia do que estou falando.

"Geralmente não sou tão descuidada em missões. Talvez eu esteja perdendo a mão."

Ah, Camila.

Eu olho de volta para ele, e ele me considera muito atentamente agora.

Mas os olhos dele...

Talvez esse guerreiro bruto seja gostosão?

"Você tem olhos incríveis, pra ser sincera. De onde eu venho, as pessoas não possuem essa cor brilhante nos olhos." Eu mordo o meu lábio enquanto ele olha para mim, e eu lentamente rastejo em direção a ele.

"Não tenha medo. Eu só quero ver os seus olhos mais de perto."

Eu nunca vi olhos tão fascinantes antes.

Talvez os olhos do Brayja sejam semelhantes?

Espero que sim.

Estou mais perto e engulo em seco, sentindo o meu pulso martelando. Eu posso ouvir a chuva cair na parede da montanha, atrapalhando esse momento profundo e peculiar.

Seu olhar é tão feroz que não ouso chegar mais perto. Os olhos de Eluno queimam os meus. Posso vê-lo observar o meu rosto oculto e depois o meu corpo, como se ele fosse inteligente.

Bem, ele não está com morte cerebral.

Definitivamente não.

Mas posso sentir o seu poder extremo. É um dom. Sou capaz de espionar as habilidades das pessoas e roubá-las por um tempo.

Eu sinto tanto poder vindo dele, o que me confunde.

Não é à toa que ele é um guarda-costas. Estou surpresa que esses Orcs foram capazes de contê-lo. Eu me pergunto como eles conseguiram. Eu olho melhor e parece que ele está sentado em uma plataforma de borracha.

Qual a chance?

Eu olho para ele e vejo tantas cores girando em sua íris – tons de laranja e amarelo ardente.

"Eu não tenho certeza se você sabe, mas você realmente tem olhos deslumbrantes."

Seus olhos se estreitam.

"Isso é um elogio, Eluno." Eu me pergunto se ele já foi elogiado antes. Com olhos assim, eu acho que sim.

Mas talvez o seu comportamento severo assuste a todos.

"Ô safadinha! É hora de ir! ~"

~

Puta merda, já se passou uma hora?

Quanto tempo eu fiquei deitada no chão expondo as minhas pernas para o Eluno?!

Eu fecho meus olhos – que vergonha.

Nada de maconha nas próximas etapas da missão.

Pelo menos o Eluno não entende. Eu preciso ser mais cuidadosa ou vou criar um monte de problemas.

Primeiro dia: Camila fica super chapada e expõe a sua bunda para um homem que foi torturado por uma semana na Montanha dos Orcs.

Que beleza.

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