FML: Mestre dos Metais - Capa do livro

FML: Mestre dos Metais

F.R. Black

Capítulo 3

"Filho... de uma puuutaaaaa," eu grito com uma respiração áspera. Eu engulo em seco quando o meu coração bate no meu peito, meu olhar focando na cena diante de mim.

Então é assim que é ser irradiada através da grade do nosso universo. Ser convertida em nano partículas e reconstituída em questão de segundos.

Minha pele está dormente e formigando ao mesmo tempo, e eu posso ouvir o meu batimento cardíaco ecoando na minha cabeça.

Eu rezo para que tudo esteja onde precisa estar, porque se a minha vagina ~estiver agora na minha barriga, vamos ter um grande problema.

Cores vivas e brilhantes. Eu pisco enquanto olho ao meu redor, tentando manter a calma.

Estou em uma calçada no meio de uma grande cidade com prédios imponentes e cintilantes chegando ao limite do céu. A cidade fervilha de vida, e há toneladas de pessoas em todos os lugares.

Eu me sinto como se estivesse em um set de um filme dos anos 50, com todas as roupas idênticas – cabelos perfeitos e ternos imaculados.

Meus olhos se arregalam quando vejo veículos estilo anos 50, deslizando pelas ruas com uma tecnologia extrema. Sem rodas – como uma aeronave híbrida. Eles até fazem um zumbido leve e pairam quando passam.

Já vi mundos como esse antes, mas nunca em carne e osso.

Eu sempre fui feliz por não morar em um lugar assim. Pessoalmente, se eu tivesse que escolher, iria pra um castelo escuro em alguma montanha isolada.

Respiro fundo e percebo que estou segurando uma bolsa amarela brilhante e um Tablet. Olho para a esquerda e vejo a Mama se ajustando, com os olhos piscando.

Sua forma de robô é bonita e borbulhante, como uma versão mais antiga da Betty Boop, tem até a marquinha no rosto. Ela olha para mim, com os olhos cheios de emoção, e então seu sorriso vacila.

"Aff, tire essa cara feia do seu rosto", ela sussurra, e sorri docemente para as pessoas que passam. "Você é um robô, programada para ser musical e perfeitamente encantadora."

Todo mundo parece que está se divertindo muito.

Eu inspiro fundo enquanto olho freneticamente ao redor, tomando notas mentais. Homens bem-educados com mulheres primorosamente vestidas nos braços, como se nada nessa utopia os incomodasse.

Alguns estão tomando sorvete, e outros estão ouvindo os artistas de música ao ar livre tocando sua música estilo swing – dançando, rindo... É totalmente nauseante.

Principalmente porque eu sei que metade dessas criaturas são robôs montando um show, e outros estão possivelmente lascados ou fingindo que se encaixam.

A minha visão pousa nos bancos com mulheres fofocando, olhos arregalados, suas expressões mostrando desaprovação, sussurrando por trás de suas luvas.

Ao mesmo tempo, outras mulheres têm homens correndo atrás delas com todas as suas lindas caixas de compras embrulhadas como se fosse uma cena de um filme irreal da Terra.

"Merda", eu murmuro. "Eu não vou conseguir."

Sinto uma onda de irritação extrema, a raiva penetrante de todos os sorrisos falsos que fluem em minha direção me faz querer ligar pra minha terapeuta. Caso contrário, eu poderia ser a próxima serial killer, sem nenhuma orientação moral.

Mama me dá um olhar severo, as ondas do seu cabelo preto curto captam a luz do sol.

"Se você quer sobreviver por mais de um dia, querida, ouça a Mama. Sorria, gata! Parece que você cresceu em um culto religioso e não pode se misturar na sociedade sem imaginar a morte de todos."

Forço um sorriso e olho para Mama. "Fofa. Diga ao Encantado que sou a garota errada para esse trabalho."

Tão errada.

Mama faz uma careta, seus lábios vermelhos se franzem. "Oh, querida, o seu sorriso é aterrorizante", diz ela. "Precisamos trabalhar nisso."

"Não, nós não precisamos", eu assobio. "Você diga a ele que eu quero sair..."

"Boa noite", diz um homem de terno preto com dois homens atrás dele. Ele acena para o prédio ao lado do qual estou. Meu olhar se alarga ligeiramente quando leio as enormes letras douradas.

Le'Rose Enterprises ~. ~

É claro.

É um arranha-céu com uma entrada gigantesca. Eu olho de volta para os homens e forço um sorriso, então ouço a Mama sussurrar, "Não, não dê esse sorriso. ~" ~

Eu paro de sorrir.

Seu olhar pousa no meu peito, e percebo que estou usando um crachá com números. O homem parece italiano, bonito daquele jeito de guarda-costas.

Ele me olha com uma expressão chocada em seu rosto, e então se vira para seus amigos, dizendo algo para eles que eu não consigo entender. Parecem mafiosos italianos — nada amigáveis.

"Gata, é a Mama aqui, ~" ~ela diz na minha cabeça, me deixando tensa.~ ~"Esses são os melhores homens do Dion. Não são do grupo dos cientistas, mas sim, os homens que cumprem as suas ordens.

~

"Bem, eles são capangas do pai do Dion. Mas, de acordo com os meus arquivos, eles só recebem ordens do Dion. O padrinho do Dion é o Oscar Colaianni, esse que está falando com você."

Mama olha para mim com um encolher de ombros, depois olha para os homens. "Com licença, senhores."

Eles se voltam para olhar para a Mama. Ela pisca os olhos para eles e caminha até o chamado Oscar.

"Querido, essa é a nova secretária do Dion, recém-chegada da fábrica. Assim como você pediu." Ela soa um pouco robótica, mas ainda assim, sensual. "Modelo Luna 24, Código: D7463748-20003."

Ele olha de volta para mim e depois para os seus amigos com uma risada, verificando o computador. "Quem fez os novos modelos Luna? Cacete."

O gordo franze a testa, com os seus olhos me devorando. Ele está suado com o cabelo preto encaracolado, brilhando contra o sol baixo. "Não importa. O Dion precisa dela. Os arquivos precisam ser realocados."

Oscar caminha até mim e suspira. "Luna 24. Modo de comando."

Eu estranhamente sabia exatamente o que dizer. "Sistemas atualizados para a versão 24."

Ele concorda. "Ative as configurações sociais e a entrada de informações."

"Ativado", eu digo, com o coração batendo forte.

"Tudo bem, vamos prosseguir."

"Apenas siga-o, querida. Pareça indiferente ~— ~sem sorrir. ~ ~" Mama diz, como se eu fosse uma bomba-relógio ambulante.

Eu o sigo até a grande entrada das portas do Le'Rose, e é como um museu.

Um robô, suponho, está em um palco elevado, tocando um trompete em uma batida rápida com a sua banda que dá vida a esse lugar. Vejo lojas e restaurantes espalhados pelo andar principal, há pessoas em todos os lugares.

Meus saltos batem no chão de mármore pálido enquanto ando rapidamente para acompanhar os homens de Dion.

Eu amaldiçoo a mim mesma.

Eu sei que esse vai ser um papel difícil, por ser um robô, mas são só três meses. Eu vou dar conta. Tudo o que tenho que fazer é focar em pensamentos felizes — pensamentos positivos.

Tenho que lembrar que sou uma agente disfarçada do FBI, então tenho que pelo menos ajudar nesse aspecto. A menos que eu seja descoberta primeiro.

"Boa tarde!" uma mulher de repente diz ao meu lado, com um sorriso largo mostrando seus dentes perfeitos. Seu longo cabelo castanho está puxado para trás em ondas brilhantes. Ela sorri para mim.

"Acho que vou tomar chá essa tarde. Ouvi dizer que o sabor de lavanda é de morrer!" Ela ri como se achasse isso adorável.

Eu nivelo meu olhar para ela, e minha personalidade bipolar bate no meu ombro. "Foda-se", eu digo, e continuo andando. Eu a ouço suspirar atrás de mim e, pela primeira vez, um sorriso genuíno se espalha em meus lábios.

Droga, isso foi bom.

" Misericórdia, doida!" ~Eu ouço Mama suspirar. " ~Não faça isso de novo~ ~!"

Eu reviro os olhos. "Ela vai ficar bem", eu murmuro.

" Se liga ~", Mama repreende, na minha cabeça. " ~Ninguém fala assim aqui. Ou, pelo menos, não as mulheres."~

Oh, por favor.

Eu olho para trás e vejo uma multidão de pessoas ao redor da mulher, com fumaça saindo de seus ouvidos como se os meus palavrões a fizessem ter um colapso, fritando a placa-mãe sensível.

Oscar olha para trás com uma carranca para a comoção, e meu pulso salta. Reduzimos a velocidade, e ele diz algo em seu fone de ouvido, acenando para um de seus homens para verificar.

Ninguém me viu, certo?

Quero dizer, exceto pela Mama.

Eu só disse foda-se ~. Ela agiu como se eu tivesse lhe dado um tapa no rosto e derramado ácido nela. Sinto o meu pulso pular enquanto fico o mais imóvel possível.

Eu sussurro. "Ninguém viu isso, certo?"

"Eles têm tecnologia bastante avançada aqui, cara. Eu não ficaria surpresa se eles assistissem a imagens de vídeo para ver o que aconteceu. Afinal de contas, estamos no prédio corporativo do Le'Rose, ~" ~ diz ela, parecendo nervosa~ ~.

~

"Você precisa manter um perfil discreto a partir de agora. Você será a secretária do Dion. Você é importante na missão. ~" ~

Perfeito .

Sem xingar?!

Eu poderia realmente enlouquecer aqui.

"Vamos", ouço Oscar dizer. "Eles conseguem lidar com o que aconteceu." Ele se vira e começa a andar entre a multidão de pessoas novamente.

Meus nervos estão em alerta máximo. Eu ando com a minha cabeça baixa, segurando a minha bolsa. O que acontece quando eles derem zoom em mim, aumentam ~o áudio e me ouvirem dizer ~foda-se? ~

Isso claramente não é o que um robô faria. Eles provavelmente me considerariam uma impostora, uma espiã.

Que é exatamente o que eu sou.

Atravessamos grandes portas duplas que diziam Só pessoas autorizadas, e Oscar passa um cartão, iluminando uma luz verde acima da porta.

Eu engulo em seco. Além desse ponto, tudo fica muito mais industrial — estéril. Vejo um amplo elevador no final do corredor. Eu olho para a Mama, e ela acena para mim.

"Você sabe o que dizer e como agir? ~" ~

Eu concordo.

"Sem mostrar sinais de raiva. ~" ~

Caralho. Deus me livre de fazer outro robô ter um colapso.

Oscar aperta alguns botões na porta, e um som alto e pressurizado ecoa quando ela se abre. Todos nós entramos, e é estranho. O silêncio é ensurdecedor.

Sinto olhos em mim como se estivessem me avaliando. Ou apenas me verificando.

Se alguém tentar fazer alguma coisa, vou dar uma joelhada nas bolas. Eu já fiz isso muitas vezes ao longo da minha vida, e eu sou boa nisso.

Posso dizer que estamos indo para o subsolo. Os números no elevador agora dizem B25, e toda a sala fica vermelha de repente.

Fico tenso com as luzes vermelhas, e o alarme soa quando as portas se abrem.

Eu entro em um espaço enorme – e é realmente espetacular. Enquanto desço as escadas de metal, meus olhos tentam absorver tudo, o máximo possível.

No centro da sala, um robô está em exibição sem a pele, parecendo tirado do filme O Exterminador do Futuro ~.

Os computadores estão por toda parte, com telas grandes exibindo dados, muitos homens de jaleco branco aparentemente fazendo o que os cientistas fazem de melhor.

"Oscar!" um homem grita, com cabelos brancos e grisalhos — muito elegante.

Ele caminha até nós em um terno elegante, com um charuto na mão esquerda. Oscar aperta a sua mão. "Nós trouxemos a Luna 24, senhor."

Ele dá uma tragada no charuto enquanto seu olhar castanho pousa em mim. "Bem, merda. Quem diabos fez ela?" sua voz áspera soa.

Oh, então os homens podem xingar. Saquei.

Estou no limite, dando a ele a minha expressão mais indiferente. Mas eu sei o que dizer.

"Saí do setor cinco, senhor. O cientista-chefe William Grant cuidou da minha produção," eu digo, tentando soar doce e profissional.

O homem franze a testa. "Sempre soube que aquele homem era um pervertido." Eu me abstenho de dizer algo desagradável, embora seja difícil.

Óscar suspira. "Ela está em boas condições de trabalho e vai fazer o trabalho", diz ele. "Onde está o Dion?"

O homem ri, e algo me diz que este pode ser o pai dele, o dono de tudo. Saffo Le'Rose. Ele se vira e olha para trás.

"O Dion não dá a mínima para ela." Ele continua enquanto me olha, seu olhar baixando para o meu corpo. Que vibe mais assustadora.

"Ele está sendo irracional. Eu quero que você lide com ele. Ele não quer que uma secretária robô mantenha seus novos designs. Mas eu estou colocando o meu pé no chão, e eu não quero que a porra do FBI se aproxime.

Eles estão com a corda no meu pescoço, e eu estou cansado disso."

" Esse é o Saffo ~, ~" Mama entra na conversa. ~ ~"Não deixe ele chegar até você, homens assim têm paus pequenos. Eu apostaria todo o meu dinheiro nisso. ~"~

Oscar acena com a cabeça, e em seguida, olha para mim. "Venha. Vou te mostrar a sua estação de trabalho."

Ando na frente de estações de trabalho e diferentes seções de experimentos, sentindo os olhos em mim. Eu engulo em seco quando meu coração bate forte, meus saltos batendo no chão de metal brilhante.

Sou levada a uma bela mesa ao lado de um grande escritório com a porta fechada.

O escritório de Dion, sem dúvida.

Mama é levada e sentada com outros robôs do outro lado da sala enorme que estão fazendo algum tipo de registro de informações nas mesas.

Meus olhos se arregalam quando vejo a Alicia, com seu cabelo ruivo empilhado no alto da cabeça. Ela sorri para mim, e então disfarça, como se ela tivesse esquecido de seu papel.

Eu quero revirar os olhos.

Excelente.

"Luna, por favor, comece a transferir dados do arquivo D-Innovate para o HD externo", ele ordena, e sai para o escritório de Dion. Ele olha para trás. "Você pode ativar as senhas."

"Claro, idiota", eu sussurro baixinho.

Estou em modo de controle, mas a Fada Madrinha mexeu os pauzinhos pro programa deles não interferir na minha mente. O FBI instalou em mim para enganar o Dion e os seus homens. Apenas rezo para que funcione corretamente.

Ouço a porta se abrir e olho para cima.

Dion.

Eu engulo e desvio o olhar, mas não antes que o meu cérebro tenha dez décimos de segundo para perceber que ele é um tipo de homem poderoso e imponente.

Estou tensa, sentindo os olhos dele em mim, os cabelos do meu pescoço se arrepiam. Meu pulso está batendo de nervosismo, rezando para que ele não possa perceber o meu nervosismo, através desse disfarce falso.

Eu mordo o meu lábio e começo a trabalhar com as mãos levemente trêmulas.

Eu nunca fico abalada por um homem, juro. Geralmente sou eu quem dá o susto neles, não o contrário.

"Luna 24", eu o ouço dizer, mais perto. Sua voz é baixa e calma, me fazendo olhar em sua direção. Eu mantenho o meu rosto indiferente enquanto os nossos olhares se chocam.

Fique parada.

Posso ver a luz vermelha de seu olho mecânico, o centro se alargando e se estreitando como se ele estivesse ampliando e diminuindo o zoom. Eu engulo em seco, sentindo o medo pontilhar a minha pele como agulhas.

Eu vi a foto dele e sei que ele é bonito, mas pessoalmente, vou ter que dizer que ele é de parar o coração. Eu não sou cega. As outras garotas vão amá-lo — vitória fácil.

Eu não vou dizer nada mais do que isso porque... Eu não quero.

Não.

Minutos se passam enquanto ele me olha com uma expressão indiferente. Ele olha para o Oscar. "De que setor ela veio?" ele diz baixinho, mas com um tom mortal.

Ele está atrás de mim, então?

"5."

Dion olha para mim e se aproxima, colocando as mãos na minha mesa, inclinando-se para ficar mais perto de mim. Não vou gritar porque nunca fiz isso na minha vida, a menos que fosse por estar com muita raiva.

É preciso cada grama da minha força de vontade para não tremer, embora meu pulso esteja batendo forte.

Estou tão ferrada.

Isso é quase idiota.

Dion parece filho de um modelo italiano exótico com uma androide robótica do futuro. Eu posso ver o seu olho vermelho se movendo ao redor do meu rosto, aproximando e diminuindo o zoom.

Ele tem metal na lateral de seu rosto que se conecta ao seu olho robótico, como se ele pudesse ser metade androide.

Isso é que é brisa, Zoya.

"Você precisa de mais alguma coisa de mim?" Eu digo com apenas um leve tremor, me fazendo querer socar alguma coisa.

Seu olho real é de um azul muito pálido, e os dois juntos são intimidantes. Ele se levanta até ficar em sua altura total, que é bem alta. Acho que li que ele tem 1,80m ou algo assim.

Com as mãos nos bolsos de seu terno preto perfeito, ele diz calmamente: "Atualize o seu vocabulário. Foda-se ~é desaprovado para qualquer androide, em qualquer nível."

Então, ele sai.

Estou feliz que ele foi embora, porque estou corando como uma cereja.

Alerta vermelho.

Pulso latejando.

"Bem, pelo menos ele não te despediu, gatinha! ~" ~ Mama diz suavemente, embora eu possa sentir a preocupação.~

"Sim", eu sussurro. "É disso que eu tenho medo."

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