Reaprender a Amar - Capa do livro

Reaprender a Amar

E. Adamson

A Restauração do Rose's

BROOKE

Eu realmente acabei de dizer— ~

"Sim," sua boca repetiu novamente, sem a permissão total de seu cérebro. "Eu adoraria jantar com você."

"Ótimo", disse Josiah. Ele pareceu surpreso, até mesmo aliviado, com a resposta dela. "Venho buscá-la quando seu expediente terminar."

Ela assentiu. Ele se virou rapidamente e saiu da Lawson & Son, em direção à luz da tarde.

Ela o estudou até que ele desapareceu de vista. Seu andar confiante. Suas costas fortes e musculosas. Seu traseiro firme e, com toda a franqueza, adorável.

Este homem parecia conter multidões. Poder e vulnerabilidade em igual medida.

Foram essas qualidades que devem tê-la compelido a dizer sim ~a um encontro, apesar do fato de que ela praticamente rejeitou todos os homens desde o incidente.

Durante meses, ela desconfiava de cada novo pretendente que encontrava; preocupada com o que eles poderiam fazer com ela—ou obrigá-la a fazer—se a pegassem sozinha.

Havia algo diferente em Josiah. Ela tinha certeza disso.

Frequentemente em sua vida, Brooke fora objeto de desejo.

Agora, pela primeira vez no que parecia uma eternidade, havia alguém que ela ~desejava. E isso parecia tão poderoso.

Era como se ele tivesse aberto as cortinas e deixado entrar um raio de sol, brilhante como todas as possibilidades em um futuro desconhecido.

Vamos torcer para que essas cortinas permaneçam abertas. ~

Mas quando ela olhou para seu telefone, ela foi engolida pela escuridão mais uma vez.

RonNão vai me responder né?
RonÉ assim que você quer fazer?
RonEu vou te encontrar hoje à noite.

***

JOSIAH

Josiah saiu da Lawson & Son com dois novos comércios e, de alguma forma mais impressionante, um encontro .~

Um encontro? É isso que vai ser? ~

Josiah percebeu que ele não tinha um primeiro encontro desde que conheceu Misty.

Ele nem mesmo havia se interessado por outra mulher até encontrar Brooke. O que havia nela que o fez convidá-la para sair, assim sem mais nem menos?

Ele não tinha certeza se estava pronto para namorar novamente. Ou se ele merecia namorar novamente.

Misty havia perdido a vida porque o amava. Na mente de Josiah, amor e perda se tornaram inseparáveis.

Não é justo. Não é justo, Misty. ~

Josiah desejou, pela milionésima vez, poder trocar de lugar com Misty.

Poder ter levado aquela bala.

Assim, ela estaria a caminho do Restaurante Rose's agora, herdando o que era dela por direito.

Seus pensamentos estavam disparados quando finalmente chegou ao Rose's, um estabelecimento pitoresco, ainda que um pouco antiquado.

Josiah se recompôs na porta. Ele era o proprietário agora e queria causar uma boa impressão nos funcionários.

Mas, quem ele estava enganando? Com suas tatuagens, piercings e jaqueta de couro, ele sempre causou uma impressão matadora.

Quando ele entrou pela porta, o lugar ficou em silêncio. Esta não era uma ocorrência incomum na inofensiva cidade de Bracketville.

Eles estão com medo de mim... E talvez devessem ter. ~

Josiah riu sozinho antes de girar nos calcanhares e caminhar até uma mesa próxima, as solas dos sapatos fazendo pequenos ruídos contra o piso de linóleo.

A gerente não se preocupou em cumprimentá-lo—ela estava ocupada demais batendo papo com uma mesa de policiais locais.

Tudo bem. Eu não estou aqui nem nada... ~

Depois de se sentar, uma adolescente—com a boca cheia de chiclete, as pontas de seus longos cabelos negros tingidas de verde—se aproximou dele.

Garçonetes em patins?! Sério? ~

"Aqui está o cardápio", disse ela, impassível, "o que você quer?"

Josiah arqueou uma sobrancelha.

"É assim que eles ensinaram você a receber os clientes?"

A garota olhou para ele, enquanto o som úmido e estalado dela mastigando representava um sinal claro de como ela pouco se importava com sua resposta.

"Ninguém reclama, desde que consigam a comida. Agora, o que você quer?"

Josiah suspirou e observou o restaurante.

A pintura nas paredes estava desbotada. O chão estava sujo. Os tampos das mesas estavam cobertos de graxa. A apatia estava em todo lugar.

Bem, se eu ficasse, certamente teria uma tarefa difícil. ~

"Coca. Sem gelo. E eu gostaria de um hambúrguer com batatas fritas extras. Sem cebolas. Sem mostarda. Ah, e um pouco de molho branco à parte."

"Molho branco?" a garota perguntou, parando de mastigar e inclinando a cabeça para o lado.

"Para mergulhar minhas batatas fritas."

A garota torceu o nariz em desgosto, mas não disse nada; ela simplesmente rolou de volta para o balcão.

Assim que ela saiu, Josiah abriu o arquivo que o Sr. Lawson lhe dera e folheou-o.

Demorou cerca de vinte minutos para compreender totalmente a linguagem jurídica em exibição.

Parte disso se devia ao fato de ele não conhecer os termos. Parte disso era porque ele estava constantemente procurando sua garçonete, que nunca se preocupou em trazer sua bebida.

Mas, de longe, o maior motivo era o fato de que ele continuava sendo desviado pela dúvida.

Ele estava animado para ver Brooke novamente. Mas ele também estava absolutamente enojado consigo mesmo por pensar que uma garota como Brooke iria querer se envolver em uma bagunça como ele.

Um motociclista.

Um viúvo.

Por sua própria avaliação, Josiah estava danificado.

No entanto, ele conseguiu afogar essas questões e entender a essência de seus documentos.

De acordo com os documentos, o Restaurante Rose's não tinha sido muito lucrativo recentemente, apesar de ser um dos únicos—senão o ~único—restaurantes da cidade.

Josiah ergueu os olhos dos documentos e examinou os clientes. Ou melhor, investigou a falta de clientes.

Apenas um pequeno grupo de pessoas se esforça em comer aqui—e no almoço, ainda por cima. Isso diz muito. ~

Além disso, a gerente não cobrou nada aos policiais.

Eu me pergunto quantas vezes ela faz isso? ~

Embora Josiah soubesse que não poderia ficar em Bracketville, ele se pegou balançando a cabeça de desgosto. Os Tuckers mereciam coisa melhor do que isso—seus comércios deveriam estar prosperando.

Ele devia isso a eles.

Ele devia isso a Misty.

Ao pensar nisso, descobriu que encontrava maneiras de melhorar o lugar.

Como ele fez nos primeiros dias de Fury Rider, quando ele estava tentando aumentar o número de membros.

Pintar as paredes novamente, para começar. Livrar-se desses patins ridículos. E definitivamente fazer algo sobre os funcionários— ~

Como se fosse uma deixa, a garota de antes rolou com a comida e a bebida nas mãos.

Aw, que atencioso, ~Josiah meditou sarcasticamente. ~ Ela trouxe minha bebida depois de vinte minutos. ~ ~

Josiah largou os documentos e pigarreou.

"Qual o seu nome?" ele perguntou à garota.

"Jem," ela disse, soprando—e estourando—uma bolha.

"Há quanto tempo você trabalha aqui?"

Ela encolheu os ombros.

"Alguns meses."

"Primeiro emprego?"

"Se você não considerar babá, o que eu não considero."

Josiah assentiu e coçou o queixo.

"Quando eles a contrataram, eles lhe deram algum tipo de treinamento de atendimento ao cliente?"

"Quero dizer, mais ou menos, mas— Ei! Por que você está me interrogando?" Jem perguntou, levantando a voz alto o suficiente para que uma gerente de rosto severo e cabelos grisalhos viesse correndo da outra mesa.

"O que está acontecendo? O que há de errado, Jem?" ela perguntou, franzindo a testa para Josiah.

"Esse cara está me fazendo todo tipo de pergunta." Jem fez um bico, apontando um dedo acusatório para ele.

A mulher colocou as mãos nos quadris e olhou para Josiah.

"Que tipo de perguntas?"

"Sobre a maneira como este estabelecimento é administrado", disse Josiah, tomando um gole de sua Coca, que estava, é claro, em temperatura ambiente.

"Bem," a mulher bufou, "se você quisesse saber sobre isso, deveria ter me perguntado. E não aos meus funcionários."

"Então, você é a gerente?" Josiah perguntou, lembrando-se das palavras que o Sr. Lawson lançara sobre suas capacidades.

A mulher assentiu antes de lançar a Jem um olhar de desprezo.

"E meus funcionários não deveriam ter respondido a nenhuma pergunta especificamente dirigida a mim."

Jem torceu o lábio de vergonha.

"Sinto muito, Marg. Eu não—"

"Saia daqui", Marg disparou. "Seu expediente acabou."

Jem ficou vermelha de vergonha e patinou para longe, mas não antes de lançar um último olhar suspeito para Josiah.

Assim que ela saiu, Josiah entrelaçou os dedos e se dirigiu a Marg.

"Jem me disse que ela não recebeu nenhum tipo de treinamento de atendimento ao cliente."

"Ela disse?" Marg rosnou, olhando feio para a garota.

"Sim", disse Josiah, tomando outro gole de sua Coca morna.

Ele fez uma careta e pousou a bebida.

"Você tem uma semana para treiná-la sobre como receber os clientes adequadamente."

Marg olhou para ele sem acreditar.

"O quê?"

"Se eu voltar e ela ainda não for profissional, ela não terá mais um emprego aqui. E é melhor você começar a cobrar de todos os clientes, incluindo aqueles policiais."

Marg soltou uma risada curta e debochada.

"Quem é você para dizer como devo administrar meu restaurante?"

"O novo proprietário", disse Josiah.

O queixo de Marg caiu. E Josiah sentiu seu coração cantar com alegria sádica.

Aposto que ela vai cantar uma música diferente agora. ~

"O quê?" Marg disse impotente.

"É verdade", Josiah sorriu, indicando o arquivo que estava lendo. "Este documento diz que você trabalha para mim agora."

"Me dê isso!" Marg rosnou, pegando o arquivo.

Assim que ela viu a primeira página, seu rosto desabou. Ela olhou para trás para Josiah, expressando uma mistura de horror e descrença.

"Você realmente é o novo proprietário."

Josiah assentiu.

"E parece que não cheguei muito cedo. Porque, para ser perfeitamente honesto, você está destruindo este lugar."

"Ora, espere aí—" Marg gaguejou.

"Quase ninguém está comendo aqui." Josiah respondeu com frieza. "Isso me diz que algumas mudanças sérias são necessárias. Fico feliz em mantê-la como gerente, mas apenas se você implementar minhas alterações. Se não, você terá que ir embora."

Um olhar furioso não descrevia adequadamente como Marg estava olhando para ele. Seus punhos estavam cerrados. Sua mandíbula estava cerrada. Seu corpo estava tremendo de raiva.

"Escute aqui, amigão", disse Marg, sua voz baixa e mortal. "Rose’s é meu lugar. Meu. E de jeito nenhum vou receber instruções de algum gorila com rabo de cavalo em—"

"Então você está despedida", disse Josiah, pegando seu hambúrguer e dando uma mordida.

A notícia demorou um minuto para ser absorvida. Mas, quando o fez, todo o corpo de Marg se contorceu de raiva.

"Você não pode me substituir!" ela cuspiu.

"Eu não posso?" Josiah perguntou, arqueando uma sobrancelha.

Ele pegou seu telefone e abriu um de seus contatos.

***

JosiahEi, Promise, você está procurando emprego?
PromiseClaro! Um $ extra é sempre bem-vindo.
JosiahÓtimo. Porque eu acho que tenho algo para você.
PromiseOoh! Legal! O quê? & Onde?
JosiahGerenciar um pequeno restaurante em Bracketville.
JosiahOlha, apenas venha aqui o mais rápido que puder, e nós conversaremos sobre isso.
PromiseOk. Até logo!

***

Josiah sorriu para Marg.

"Acabei de encontrar um gerente substituto."

Ele esperava que ela gritasse. Ou talvez batesse nele. Mas ela não fez nenhum dos dois.

Em vez disso, ela acabou fazendo algo ainda mais perturbador.

Ela simplesmente balançou a cabeça e disse: "Rapaz, você cometeu um grande erro."

Com isso, ela se virou e saiu pela porta, batendo-a com força atrás de si.

Josiah suspirou.

Bem, isso é uma dor de cabeça a menos, suponho. Mas com quantos mais terei que lidar? ~

Ele se levantou e foi até o balcão, onde Jem estava conversando com outra garota, de cabelo ruivo e encaracolado.

Jem o viu se aproximando e revirou os olhos.

"O que você quer?"

Josiah sorriu e estendeu a mão.

"Eu só queria começar de novo. Sou Josiah Anderson. O novo proprietário."

Os olhos de Jem se arregalaram e seu queixo caiu tanto que Josiah ficou surpreso por seu chiclete não ter ido para o chão.

Josiah manteve a mão estendida, esperando que ela a pegasse, mas ela estava atordoada demais para se mover.

A outra garota, ao contrário, sorriu para Josiah.

"Prazer em conhecê-lo, bonitão."

Esta frase tirou Jem de seu estupor momentâneo. "Sério, Carol, você tem que flertar com todo cara que você conhece?"

"Não!" A ruiva fez um bico, cruzando os braços sobre o peito. "Apenas os que são bem altos."

Isso provocou uma risada calorosa em Josiah.

"Eu sei que tudo isso é muito surpreendente. Eu mesmo estou um pouco sobrecarregado. Acabei de herdar dois comércios locais e queria conhecê-los. Falando nisso—"

Ele se virou para Jem.

"Por acaso você sabe o que as pessoas da cidade dizem sobre a Loja de Motocicletas Tucker?"

"Uh, sim." Jem franziu a testa.

"O que você pode me contar?"

Ela encolheu os ombros.

"Eles acham que é boa. Eu acho."

Josiah estreitou os olhos.

"Você acha?"

Jem torceu o lábio.

"Quero dizer, é boa. Muito boa. E esse meio que é o problema. É um pouco caro demais para as pessoas comuns."

Josiah processou essa novidade.

Se o que ela disse fosse verdade, então ele poderia ter muita dificuldade em administrar esse segundo negócio.

Mas ele resolveu se preocupar com isso mais tarde, porque o sol estava se pondo e Brooke estaria esperando por ele.

Ele se despediu de Jem e Carol, saiu correndo do restaurante e voltou ao escritório de advocacia.

Enquanto caminhava, ele enfiou a camisa para dentro. Em seguida, retirou-a da calça. Em seguida, enfiou-a novamente.

Ele não conseguia se lembrar da última vez em que estivera tão preocupado com sua aparência.

Normalmente, ele gostava do medo que seu estilo provocava nas pessoas. Mas agora, ele esperava o oposto. Ele queria que Brooke se sentisse completamente segura com ele.

Mas quando o escritório estava à vista, ele viu que ela já estava em perigo. Ela estava parada na entrada, cercada por cinco jovens marginais.

Ela não tem um descanso, hein? ~

Josiah os reconheceu. Eles eram os mesmos caras que mostraram o dedo para ele esta manhã.

Josiah não conseguia ouvir as palavras, mas dava para perceber, pela expressão de Brooke, que o que quer que estivessem dizendo a estava incomodando.

E mesmo que ele mal conhecesse Brooke, mesmo estando cheio de dúvidas sobre onde o encontro deles os levaria, Josiah sentiu a raiva crescendo em seu peito contra aqueles homens.

Nenhum dos pedestres na rua parou para ajudar ou até mesmo percebeu que Brooke estava em perigo.

Ele tentou respirar fundo, para controlar sua raiva como ele havia praticado. Mas não estava funcionando. Alguém teria que intervir.

Ele cerrou os punhos e disparou.

Esses caras não sabem no que se meteram. ~

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