Ariel é uma lobisomem de vinte anos que sonha em se tornar uma guerreira da Matilha. Pelo menos este era o plano antes de ser raptada por caçadores há dois anos para ser cobaia de terríveis experimentos. Com a ajuda da Deusa da Lua, Ariel finalmente consegue sua liberdade. Mas encontrar um companheiro e voltar à vida normal vai ser muito mais difícil do que ela imaginava.
Classificação etária: 18+
Autor original: Danni D
Chapter 1
1: O Dom da DeusaChapter 2
2: Quebrando CorrentesChapter 3
3: O Anjo CaídoChapter 4
4: Tudo NormalARIEL
"Vamos Ariel, mostre-me o que você consegue fazer.”
Os braços musculosos de Xavier me envolvem, e ele empurra minhas costas contra a parede.
Seu cheiro terroso faz com que eu me sinta atordoada, e é difícil respirar quando seu grande tórax é pressionado contra o meu.
Estou perdendo o foco, mas não posso deixar que isso aconteça.
Não posso me entregar.
Eu tenho que provar do que sou capaz.
Rapidamente, pego Xavier pelo pulso, o puxo por cima de meu ombro e torço o corpo—virando o cara de costas.
Eu sorrio. "Era isso o que você queria?"
O público vai à loucura—sim, o público. Porque estou no meio do teste mais difícil da minha vida, e todos estão na expectativa de saber se estou à altura da situação, ou se vou quebrar a cara.
Ao olhar para os lados, observo todos os meus colegas torcendo por mim, esperando que eu passe no teste final para me tornar uma guerreira completa para a matilha.
De repente, sinto minhas pernas saírem do chão, e caio de costas no chão, com força.
Dentro de segundos, Xavier está em cima de mim—tipo bem em cima de mim.
Estou usando apenas um top, e nossos corpos suados ficam grudados enquanto ele me prende.
Ele se inclina e sussurra no meu ouvido. "Entregue-se, Ariel. Não lute contra isso.”
Meu coração está latejando, ameaçando explodir do meu peito.
O hálito de Xavier aquece meu pescoço. "Talvez mais tarde possamos fazer isto sem roupa.”
Sua mão desliza pelo meu estômago até minha coxa, agarrando-a com força, com vontade.
Meu corpo se contorce sob ele, desejando seu toque, rendendo-se ao calor.
Ceder é uma proposta tentadora, especialmente considerando o quão sexy Xavier é, mas neste momento tenho coisas mais importantes em minha mente...
Aprecio a surpresa no rosto de Xavier enquanto giro minhas pernas para cima e as envolvo em torno de seu pescoço, colocando-o em um estrangulamento triângulo.
Coisas mais importantes—como acabar com ele.
"Parece que sou eu quem está por cima agora,” sussurro.
Pressiono minhas coxas o máximo que posso, garantindo que Xavier não consiga se libertar.
Momentos depois, Xavier bate no chão, sinalizando sua rendição.
O público irrompe em aplausos, e meus colegas de equipe se aglomeram na arena, pulando, gritando, jogando bebidas esportivas para todos os lados.
Eu caio de novo no chão, atordoada. Eu realmente acabei de derrotar Xavier? Será que eu realmente venci?
Xavier se levanta antes de mim e estende sua mão. Eu aceito e ele me puxa para cima, diretamente para seu tórax.
"Muito bem, Ariel. Hoje, você provou ser uma verdadeira guerreira.”
Ele se inclina, e por um momento penso que vai me beijar, mas—
Xavier rosna suavemente no meu ouvido. "E esta noite, você se provará digna de um alfa de outras maneiras.”
Meu coração salta na garganta e fico totalmente sem palavras.
Ah, minha Deusa—Xavier ME quer?
***
Sento-me ao lado do lago sereno, sombreado pela copa das árvores acima de mim, e tiro minhas botas, atirando-as para o lado.
Mergulho meus pés na água e suspiro de alívio.
Meus pés estão me matando. O treinamento é sempre torturante, mas definitivamente me fortaleceu, e hoje, tudo isso finalmente valeu a pena.
Não sou mais apenas uma aprendiz...
Hoje, sou oficialmente um membro dos guerreiros da matilha.
Observo com orgulho a tatuagem da lua crescente no interior do meu braço—a marca de um guerreiro.
Minha matilha, a Matilha da Lua Crescente, tem um dos melhores programas de treinamento de guerreiros da região e meu esquadrão se tornou minha segunda família.
Nós nos intitulamos o "Esquadrão X" em homenagem ao nosso destemido líder de equipe, Xavier.
Bem, na verdade, ele inventou o nome, mas realmente acho bastante cativante.
O som de grunhidos e rosnados guturais chama minha atenção de repente para as docas.
Falando no diabo...
Xavier está lutando com nosso colega de esquadrão, James.
Ele lança socos rápidos na direção de James, mantendo-o desequilibrado, depois salta no ar e dá uma voadora direto em seu estômago, derrubando-o.
Xavier tira sua camisa lentamente, revelando seu torso tonificado e seus músculos definidos enquanto limpa o suor de seu corpo reluzente.
Deusa, ele está em ótima forma...
Convencido, Xavier sorri para James. "Você pode ter conseguido sua marca da lua, mas ainda não está à minha altura, garoto.”
Xavier começa a fazer flexões, e enquanto me inclino para frente para ver melhor, quase caio de cara no lago.
Consegui me equilibrar a tempo, encontrando-me em meu reflexo na água.
Meu cabelo castanho está completamente bagunçado, mas meus olhos amarelos escuros se destacam da sujeira em todo o meu rosto.
Quando eu era jovem, meu pai sempre dizia que meus olhos pareciam girassóis, então ele começou a me chamar de seu pequeno girassol até que eu protestei contra esse apelido de menina.
Não sou uma flor, sou uma guerreira! Eu gritava, indignada.
Depois disso, ele começou a me chamar de sua pequena guerreira, e esse ficou.
De todos, mal posso esperar para contar a ele primeiro as novidades sobre minha aceitação no programa de guerreiros.
Eu sei que ele ficará muito orgulhoso de mim.
Minha mãe, por outro lado...
Ela acha inapropriado as meninas serem guerreiras. Ela sempre diz que eu deveria ser mais como minha irmã, Natalia.
Natalia jamais seria vista com os cabelos emaranhados e a cara suja—sempre tão bonita e certinha.
Quando olho para cima, noto que Xavier está me encarando das docas. Imediatamente tento me arrumar, suavizando os nós do meu cabelo.
A proposta de Xavier ainda está fresca em minha mente, mas não sei o que fazer.
Ainda não está confirmado se somos pares e parte de mim quer esperar...
Mas Deusa, ele é muito sexy. Ele me dá um sorriso, e eu me viro rapidamente, envergonhada.
Ugh, por que estou tão desajeitada logo agora?
Eu sempre achei que Xavier gostasse de garotas puritanas, como minha irmã. Eu nunca teria pensado que ~eu~ fosse o tipo dele.
Estou realmente arrependida de não ter tomado uma ducha depois da minha sessão de treinamento, mas estava tão animada em receber a marca dos guerreiros.
"Mas que diabos você está fazendo," disse uma voz arrogante, mas reconfortante, que vinha de trás de mim.
"Você sempre parece que acabou de lutar contra uma matilha de lobos—pentear o cabelo com os dedos não vai mudar isso.”
Ah, Amy, nunca muda
Minha melhor amiga, Amy, senta-se ao meu lado e me acotovela no ombro.
Me surpreende que sejamos tão amigas, considerando que ela combina mais com a personalidade da Natalia do que com a minha, mas somos inseparáveis desde a infância.
"Fiquei sabendo da novidade! Precisamos sair e comemorar!", diz ela, balançando seus pés na água, ao lado dos meus.
"Sinceramente, estou exausta," digo. "Talvez tenhamos que deixar a comemoração para outra noite.”
E, talvez eu tenha planos com Xavier esta noite...
"Você de fato está mais vermelha do que uma lua de sangue," diz ela quando percebe Xavier desfilando ao redor da doca, sem camisa. "É por causa do treinamento ou por causa dele.”
"Não sei do que você está falando,” digo, meu rosto está ficando quente.
"Por favooor, diz que você não está a fim desse idiota musculoso,” diz Amy, negando com a cabeça. "Você sabe que ele só é líder da equipe porque ele é o próximo na fila para ser o Alfa.”
"Ele também é um lutador muito bom,” respondo, na defensiva.
"Ah, minha Deusa, você quer que ele seja seu par!" Amy diz, provocando. "Você quer ter filhotinhos com ele, não quer?"
"Claro que não!" Exclamo, jogando água nela. "Não penso nele assim de maneira alguma! O único tipo de “par” que somos é o parceiro de esquadrão.”
Claro, continue dizendo isso a si mesma.
"Acho que você terá certeza quando fizer 18 anos daqui poucos meses,” responde ela, levantando as sobrancelhas.
Os lobisomens só podem reconhecer seus pares quando ambos fazem 18 anos, então, provavelmente, ela tem razão; meu par poderia ter estado bem debaixo do meu nariz durante todo esse tempo.
Mas alguns lobos nunca encontram seus pares destinados... e acabam ficando com outros lobos na mesma situação.
Fico triste ao pensar em não esperar por seu verdadeiro par.
"Olha só—o seu par destinado poderia ser qualquer um desta matilha," diz Amy, suspirando.
"Ou outra matilha," respondo, corrigindo-a. "Nossos pares destinados nem sempre estão tão perto de casa.” Embora a Deusa queira, não teremos que procurar muito longe.”
"Se meu par está em alguma matilha remota, do outro lado do mundo, acho que posso me converter a uma nova religião," diz Amy com um sorriso.
Caímos na gargalhada e deitamos de costas na grama. Conforme o céu escurece, a lua crescente torna-se cada vez mais brilhante.
"Acho que vou ter que esperar e ver o que o destino tem reservado para mim,” digo, sorrindo.
Sinto as correntes mais apertadas, e luto contra a vontade de gritar de dor. Os grilhões de prata roem meus pulsos.
Eu deveria estar acostumada à dor depois de dois anos sendo tratada como um animal sem valor, como uma experiência científica, mas às vezes ela se torna insuportável.
O primeiro ano foi o pior...
Os experimentos—injetando microdoses de acônito líquido em minhas veias e analisando os efeitos no meu corpo. E na minha loba.
Aprendi no início que a sensação de ardor que corria pelas minhas veias era o acônito, pois enfraquecia e cortava minha conexão com minha loba.
Fiquei um ano inteiro sem minha loba. Sentindo-a apenas nos cantos mais distantes de minha mente, chorando de dor e tristeza.
Nunca na minha vida eu me senti tão esmagadoramente só.
Eles levaram minha família...
Meus amigos...
E minha loba.
Meus olhos começam a se fechar à medida que a dor se torna insuportável.
Sinto uma ponta afiada contra meu rosto já machucado.
"Não desmaie ainda, vadia.” Acabamos de começar hoje.” Curt, o líder dos caçadores, crava suas unhas sujas no meu ombro.
"Vá para o inferno," respondo, com a pequena força que me resta.
Os olhos frios e cinzentos de Curt—por mais estranho que pareça—são a única coisa que tem me mantido viva. A ideia de arrancá-los de sua cabeça...
Penso bastante na primeira vez que vi esses olhos—na mesma noite em que passei no treinamento de guerreiros.
Eu tinha adormecido perto do lago, e quando acordei, aqueles olhos pairavam sobre mim, me encarando com absoluta maldade.
Nossa matilha nunca havia feito nada de violento à humanidade, mas isso não importava para os caçadores.
Tudo o que eles querem é erradicar completamente os lobisomens.
Mas o que eles querem de mim—por que me mantiveram viva para fazer experimentos em mim por dois anos—não tenho ideia.
"Acho que você precisa ser lembrada de seu lugar, vira-lata," diz Curt enquanto pega uma seringa cheia de prata líquida.
"Não... NÃO!" Grito enquanto ele perfura minha pele.
Minha coluna começa a esticar e, um horrível barulho de rachadura ecoa por toda a sala enquanto meus ossos quebram.
Ele está forçando minha loba a sair de alguma forma, mas a prata está impedindo que meu corpo se cure durante a transformação.
A dor é surreal.
Sinto minhas costelas perfurarem meus pulmões e o sangue escorrer da minha boca.
Na verdade, está escorrendo de vários lugares do meu corpo enquanto meus ossos penetram na minha pele.
"Merda, merda, merda!" Curt grita. "Acho que lhe dei demais! Médico! Vem cá, porra!"
Eu quero tanto uivar de dor, mas tudo o que eu consigo expressar é um patético sibilo frenético.
A sala começa a ficar embaçada e a se fechar ao meu redor.
"Faça ela ficar estável!" Curt grita. "Não podemos perder nossa melhor amostra de teste.” Ela está quase aperfeiçoada!"
Enquanto a escuridão se instala, ouço uma voz suave e etérea.
"Não desista, minha filha.”
***
Estou sentada na beira do lago novamente, como há dois anos, mas desta vez não é Amy sentada ao meu lado, mas uma mulher que eu nunca vi antes.
Ela é linda em todos os sentidos—olhos azuis pálidos, longos cabelos prateados descendo pelas costas e pele lisa e sedosa que quase parece brilhar.
Quem é esta mulher cativante?
"Olá, Ariel. Gostaria que nos encontrássemos em melhores circunstâncias,” diz a mulher calorosamente.
"Quem...quem é você? E como você me conhece?" Pergunto, confusa.
"Meu nome é Selene, embora alguns me chamem de Deusa da Lua," ela responde com uma risada suave.
Ah, minha Deusa, A Deusa da Lua. Sagrada...
"Não fique nervosa, minha filha. Devo pedir desculpas a você.”
A Deusa da Lua me pedir desculpas? Acho que não sinto exatamente a presença dela há bastante tempo.
"Você nunca deveria ter sido levada pelos caçadores,” diz ela calmamente, seu sorriso quente sempre presente em seu rosto.
"Mas minha irmã, Fate, pode ser bastante vingativa e ela tinha outro plano em mente. Não costumamos estar de acordo.”
"Sei como é,” digo eu, pensando em minha própria irmã.
"Para corrigir esses erros, estou lhe dando um dom—o dom da cura.”
Selene se inclina para frente e me beija na testa. "Que você possa curar tanto sua própria dor... como a dor dos outros.” Seja uma luz para aqueles que mais precisam dela.”
Selene recua, coloca a palma da mão contra minha bochecha e seus olhos brilham.
"Mais uma coisa, Ariel. Esta não é a vida que eu planejei para você. Você deve fugir deste lugar—e encontrar seu par.”
"Meu par? Espere, quem é meu par?"
Sinto um calor percorrer meu corpo enquanto a Deusa começa a desaparecer.
"Encontre-o, Ariel. Só você pode curá-lo.”
***
Eu me levanto, ainda acorrentada à mesa de operação, embora a sala esteja vazia.
Será que isso foi um sonho esquisito por conta da febre?
Quando a confusão do sonho começa a passar, uma coisa se torna clara.
Eu deveria estar morta.
Antes de desmaiar, meu corpo inteiro estava quebrado, meus ossos saltavam para fora do meu corpo, eu estava perdendo tanto sangue...
Então imagine minha surpresa quando estiquei meu pescoço para olhar para meu corpo espancado e descobri que...
Todas as minhas feridas foram curadas.