Recomeço - Capa do livro

Recomeço

Haley Ladawn

Sendo Seguida

LILY

Seus olhos azuis. Seus dedos ásperos. Seu corpo nu.

Isso era tudo em que eu conseguia pensar desde que escapei daquele escritório. Claro, eu não tinha beijado Elliot Santoro. Eu não sou tão ~idiota.

Mas eu queria ter beijado?

Mais do que eu gostaria de admitir.

É tudo em que eu conseguia pensar.

E tudo o que minha melhor amiga Elisa parecia se importar também, agora.

"Você tirou uma foto?" ela perguntou.

"Tirar uma foto do quê?"

"Do pau, idiota!" Para uma garota inteligente, Elisa poderia ser muito estúpida as vezes.

"Não, eu não tirei uma foto do pau dele!"

"Bem, isso é uma pena. Eu precisava de algo para iluminar o meu dia. Quão grande estamos falando?"

Nós nos sentamos à mesa da cozinha de Elisa, cada um com um café Starbucks para viagem, e eu fiz o meu melhor para responder suas perguntas nada pausíveis.

"Bem... não que eu tenha visto muitos, mas foi bem assustador!"

"Ouça, garota," ela disse, exasperada, "tudo o que estou tentando descobrir é se era mais como um cadarço ou mais como uma cobra?"

Eu me encolhi ao dizer isso: "Acho que vi presas."

Ela riu e continuou, completamente descarada como sempre. "Olha! Se meu chefe no McDonalds fosse como o homem que você está descrevendo, eu não tiraria um dia de folga! Eu estaria lá fazendo minha jogada!"

"Elisa, o que quero dizer não é que ele era gostoso, é que ele era um babaca!"

"Um babaca com um tanquinho e um pau enorme!" ela gritou de volta.

Eu poderia dizer que ela estava considerando fazer mais algumas entrevistas de emprego...

"Então, ele está parado na sua frente, nu, músculos enormes... e você caiu de joelhos, certo? Deu a ele um trabalho com a boca ~para que ele te desse um trabalho de verdade?"

Ela piscou para mim sua piscadela mais travessa, apreciando o quanto essa conversa estava me deixando desconfortável.

"Não! Eu me virei, mantive minha dignidade e fui embora. E, além disso, tudo nele era meio... assustador."

Ela não podia acreditar em mim agora. E eu não podia acreditar nela!

Isso é uma coisa sobre melhores amigos, eu imaginei. Somos diferentes por uma razão.

ELISA

Uau. Minha melhor amiga tinha simplesmente saído, dando as costas para um presidente de universidade ítalo-americano gostoso, podre de rico e perigoso.

Lily e eu fazíamos as coisas de maneira muito diferente. Mas eu tinha que respeitá-la por seguir seus princípios.

"Então, é isso, você apenas foi embora?"

"Bem... não exatamente. Eu alcancei a maçaneta da porta, e então ele estava atrás de mim, e..."

"EU SABIA!" Eu gritei. "Então, esse garanhão italiano nu montou em você por trás e fodeu até sua cabeça explodir, certo? Eu sabia que tinha mais nessa história!"

"Não!" Lily balançou a cabeça, exasperada. "Eu disse a ele: 'Sr. Santoro, nenhuma quantia de dinheiro poderia me fazer ficar perto de você cinco dias por semana. Fui foda, certo?"

Meu queixo caiu. Olhei para minha amiga linda de morrer, com seu corpo curvilíneo e cabelo ruivo, e balancei a cabeça lentamente.

"Pode ter sido foda, mas garota, você precisa de um pouco de P! E não é nenhuma vitamina."

Ela zombou. "Só porque você está recebendo isso o tempo todo do seu namorado não significa que eu precise. Estou perfeitamente feliz como estou, obrigada."

Ah, é fofo vê-la tentando se enganar.

Não é que eu quisesse ser repetitiva, mas como amiga dela, senti que era meu trabalho convencê-la do contrário.

"Lily, querida, todo mundo precisa! O TEMPO TODO! Se você não entrar neste trabalho, vou te levar até lá e fazer você se despir bem na minha frente só para eu ter certeza!"

Às vezes, ser a melhor amiga de Lily também era um pouco como ser sua mãe; ela não sabia do que precisava, e era meu trabalho ajudá-la a conseguir.

E agora, o que ela precisava era de algo italiano, algo musculoso e algo com outro algo grande entre as pernas!

Lily e eu éramos melhores amigas desde que éramos crianças. Foi assim que Connor, ex de Lily e meu meio-irmão, a conheceu. Fui eu quem os apresentou.

Mas desde que Connor morreu?

Era como se Lily estivesse afundando. Tudo o que ela precisava era algo para se agarrar.

Talvez este trabalho, e este homem italiano que estava claramente afim dela, fosse exatamente o que ela precisava para mudar sua vida.

E se era função de alguém ajudá-la, era o minha!

Eu faria qualquer coisa por ela. Como melhores amigas, sempre nos apoiamos.

Nosso relacionamento não mudaria tão cedo!

"Lil," eu comecei, sabendo que essa conversa poderia ser difícil, "desde que Connor faleceu, é como se uma parte de você também tivesse morrido. Você precisa voltar a sair!"

"Há muitas outras pessoas no mundo que podem fazer você feliz", insisti, "e você merece isso!"

"Eu não posso acreditar que você está dizendo isso—ele era seu meio-irmão!"

"Então, eu o conhecia melhor que qualquer um! E eu sei que ele gostaria que você fosse feliz."

Eu podia ver que ela sabia que eu estava certa.

"É difícil não sentir falta dele, sabe?" ela disse com um suspiro.

"Eu sei, querida." Aproximei-me e dei-lhe um grande abraço, esperando que minha força pudesse de alguma forma passar para ela.

Eu a abracei tão ferozmente quanto pude, sabendo que as ações falavam mais alto que as palavras, e que com esse abraço, ela saberia exatamente o quanto eu a amava.

Nós nos soltamos e olhamos nos olhos uma da outra, marejados de lágrimas.

"Agora!" exclamei. "Você sabe do que você precisa?"

Lily soltou uma risada, "Do que eu preciso? E por favor, não diga pau."

"Bem..." Eu fingi pensar sobre isso por um segundo, só para animá-la, e engoli o resto do meu café. "Não. Agora, o que você precisa é do Walmart!"

LILY

Às vezes, Elisa realmente metia os pés pelas mãos. Mas outras vezes, ela sabia exatamente o que dizer.

E a coisa mais importante sobre melhores amigos? Os melhores amigos sabem exatamente quando uma tradição é necessária, como nossos passeios de compras no Walmart.

Elisa estava empurrando nosso carrinho de compras pelos cantos dos corredores como uma patinadora de velocidade! Ela sempre foi uma viciada em adrenalina.

Eu tive que correr para acompanhá-la!

As outras pessoas olhavam para nós enquanto ríamos como crianças.

"Ah, pipoca!" Elisa parou nosso carrinho e se virou para mim com um sorriso diabólico.

"Salgada ou doce?"

"Ambos, obviamente." Tecnicamente, eu ainda estava de dieta, mas depois daquela entrevista, ganhei um dia de folga.

"Uau, alguém está com um grande apetite. Poderia dizer ávida. Mas apenas ávida por comida, será? Ou você na verdade está ávida pelo amor de um bom homem?"

Revirei os olhos, enquanto uma vovó que passava olhava para Elisa como se ela tivesse acabado de tirar anos de sua vida.

"Apenas a pipoca, Elisa," eu disse bruscamente.

"Vamos ver..." ela respondeu, ainda determinada a me provocar. "Oh, o que há neste corredor, eu me pergunto?"

Elisa virou outra esquina com o carrinho, suas rodas rangendo contra o piso brilhante do Walmart.

"Veja só!" ela disse descaradamente. "Este corredor é de preservativos. Quais são as chances? Agora, quão grande você disse que o garanhão italiano Elliot Santoro era? GG ou XG?"

Eu ri, embora eu estivesse tentando evitar. Essa garota realmente sabia como me irritar, mas eu a amava ainda mais por isso.

Esse tipo de coisa estava fora da minha zona de conforto.

A mente de Elisa, por outro lado, era absolutamente suja e sempre foi. Ela sempre teve namorados mais velhos, e ela nunca sentiu vergonha em me dizer exatamente o que ela fazia com eles.

Eu sabia mais sobre a vida de Elisa na cama do que eu sabia sobre a história americana.

"Elliot não teria um irmão italiano sexy, não é?" Elisa perguntou, esperançosa.

"Eu não sei, eu vou perguntar a ele na próxima vez que o vir," eu respondi atrevidamente. "O que será nunca."

"Lily James! Você é a garota mais teimosa do mundo", repreendeu Elisa.

Eu ri, balançando a cabeça. Mas então, meu sorriso caiu. Eu senti. Um formigamento ao longo do meu pescoço. Um sexto sentido me dizendo que algo estava acontecendo.

Alguém estava nos seguindo.

Eu me virei lentamente, tentando manter a calma, e vislumbrei uma perna se arrastando pelo canto do meu olho, correndo pela esquina.

Eu estava ficando louca?

Às vezes, você apenas tem essa sensação, e às vezes, você tem que confiar nela.

Às vezes, o universo está tentando te ajudar a escapar do perigo.

Minha pele continuou a formigar na parte de trás do meu pescoço.

Um segundo depois, meu telefone tocou no meu bolso, me assustando e me fazendo literalmente pular.

Minhas mãos tremiam quando tirei meu telefone do bolso.

NÚMERO DESCONHECIDONão consigo parar de pensar em você...
LILYquem é?
NÚMERO DESCONHECIDOJá me esqueceu?
NÚMERO DESCONHECIDOTalvez eu precise te oferecer um show melhor da próxima vez…
LILYsério quem é?
LILYvou bloquear esse número
NÚMERO DESCONHECIDO$69 por hora.
NÚMERO DESCONHECIDOO trabalho é seu.
NÚMERO DESCONHECIDOPodemos fazer isso da maneira mais fácil ou da maneira mais difícil.
LILY😠
LILYa resposta ainda é NÃO Sr. Santoro
LILYboa sorte em conseguir alguém para preencher a vaga
NÚMERO DESCONHECIDOGrande erro.

Agora isso estava ficando realmente estranho. Primeiro, tive a sensação de que estava sendo seguida e, do nada, aquele homem me mandou uma mensagem.

Como Elliot Santoro conseguiu meu número? E o que ele quis dizer com "grande erro?" Isso era uma ameaça?

Eu senti que deveria ter medo dele. Mas por alguma razão... a ideia de que ele ia me perseguir ainda mais me deixou molhada entre as pernas.

E no meio de um Walmart, isso significa algo.

"O que foi?" Elisa perguntou, curiosa.

Claramente, ela podia ver pela minha expressão que eu estava sentindo muitas coisas ao mesmo tempo. Eu ainda não conseguia ignorar o fato de que ele estava seriamente me oferecendo US$69 por hora.

Uma referência de sexo ridiculamente óbvia.

Mas também... era muito dinheiro para um estágio.

Talvez, se eu pudesse me controlar, se eu pudesse manter o presidente a uma distância segura... talvez valesse a pena.

"Planeta Terra para Lily," Elisa disse, acenando com a mão na frente do meu rosto. "Alguma coisa aconteceu?"

"Não", eu disse, tentando me livrar do pensamento.

Mas eu sabia que, de uma forma ou de outra, precisaria responder a Elliot mais cedo ou mais tarde.

***

Elisa havia me deixado em casa há uns cinco minutos quando ouvi uma batida forte na porta.

TOC. TOC. TOC

Elisa deve ter esquecido alguma coisa.

Corri de volta para a porta e a abri.

"O que você esqueceu—?"

As palavras ficaram presas na minha garganta antes que eu pudesse terminá-las.

De pé diante de mim, preenchendo todo o espaço da porta, encharcado da cabeça aos pés pela chuva torrencial que caia, estava Elliot Santoro.

Era possível que ele tenha ficado mais alto? Sua estrutura de alguma forma ficou ainda mais musculosa?

Pela primeira vez, notei nitidamente as tatuagens em suas mãos enquanto ele se agarrava ao batente da porta com força.

"Sr. Santoro!" exclamei chocada. "O que você está fazendo aqui?"

Ele me deu um sorriso imponente cheio de dentes brancos e retos.

"Eu disse que você cometeu um erro", ele rosnou. "E agora é hora de pagar o preço."

Pagar o preço?

Por que isso soava tão ameaçador? E por que uma ameaça deixou meus joelhos tão fracos, minha respiração sem ar, e tão molhado entre minhas coxas?

O que Elliot Santoro estava prestes a fazer comigo?

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