
O Chamado do Alfa
Lyla vai até o coração do Mississippi com uma fraca esperança de encontrar seu companheiro. Achar um par é uma coisa rara, e sinceramente Lyla ficaria contente com o seu namoradinho de infância. Quando a temporada começa sob a lua cheia, Lyla segue um uivo arrepiante para encontrar o seu verdadeiro companheiro - Sebastian, o Alfa Real. Será que Lyla aceitará o seu destino como parte da Matilha Real ou escolherá o seu primeiro amor?
Classificação etária: 18+
Autor Original: Bianca Alejandra
A Última Noite
LYLA
"Vem, me beija mais forte", exigi.
Caspian obedeceu, pressionando seus lábios nos meus. Nossas línguas se enrolaram com prazer.
Ele estava em cima de mim, seus quadris apertando os meus com força. Eu podia sentir seu pau crescendo, e isso me deixou louca de desejo.
"Porra, Lyla."
A perna de Caspian deslizou entre minhas coxas, seu pau latejando através dos jeans. Tudo estava perfeito, mas era o momento errado.
Eu não deveria ter concordado em vê-lo uma última vez antes de nossa grande viagem no dia seguinte…
Um grito de gelar o sangue irrompeu pelo carro, enviando minha cabeça contra a de Caspian.
"É só o filme", disse ele, esfregando a mancha vermelha que se formava em sua testa.
Respiração pesada.
Passos rápidos.
Um grunhido horrível.
O filme de terror passando na tela gigante... alguma história estúpida sobre criaturas terríveis invadindo uma cidade pequena.
Olhei para ele e sorri. "Isso é o que você ganha por me trazer aqui. Você sabe que não suporto filmes de terror."
Ele se inclinou e me deu um beijo rápido.
"E o que é mais assustador do que assistir a um filme de terror com um lobisomem?" Seu sorriso maligno se espalhou, e fingi ficar com medo.
Caspian era o meu namorado e filho do beta da nossa matilha.
Éramos amigos desde pequenos... mas sempre tive uma queda por ele. E eu não era a única.
Ele era o palhaço da turma e tinha essa energia magnética que atraía as pessoas.
Mas nunca admiti minha paixão. Mantive meus sentimentos em segredo, provavelmente porque já tinha percebido, naquela época mesmo, que a coisa era séria.
Então, em uma noite há dois anos, quando Caspian se declarou para mim, me tornei a garota mais feliz do mundo.
E, desde aquele momento, somos inseparáveis.
Embora seu pai, o beta da matilha, não aprovasse nossa relação, éramos muito felizes.
Eu nunca me canso do jeito que ele olha para mim com aqueles olhos castanhos...
Caspian continuou a beijar minha clavícula até que minha camisa o deteve. Sua mão deslizou sob meu sutiã, acariciando meus mamilos duros.
Seus quadris se moviam para frente e para trás, fazendo uma pressão suave. Senti um suspiro escapar dos meus lábios.
"Não aqui", avisei, enquanto puxava seu corpo ainda mais contra o meu.
"Por que não?", ele murmurou no meu ouvido. "Eu só penso em você..."
Dei um beijo nele e puxei sua mão da minha camisa.
"Você me ama ou ama a ideia de me comer?"
"As duas coisas. Não são sentimentos mutuamente exclusivos."
"A partir de agora, eu diria que eles são."
Embora estivéssemos juntos por dois anos, ainda não tínhamos transado. Não que eu não quisesse, mas respeitava os costumes da minha cultura.
Caspian e eu éramos da matilha Blue Moon. E, como lobisomens, estávamos ligados pelo destino aos nossos verdadeiros companheiros, que – se tivéssemos a sorte de encontrá-los – ficariam para sempre ao nosso lado.
Mas, ao longo das últimas décadas, ficou cada vez mais difícil encontrar o companheiro verdadeiro. Isso deixou centenas de lobos sem seus companheiros, forçados a desperdiçar relacionamento após relacionamento, sabendo que não estavam com sua metade destinada.
A Cúpula foi criada em resposta a isso, reunindo o maior número possível de matilhas. Todos os anos, um ritual de acasalamento acontecia com o objetivo de conectar verdadeiros companheiros.
E eu e ele acabamos aqui, colados um ao outro no banco de trás do seu carro, porque estávamos perdendo as esperanças.
Assisti enquanto os olhos de Caspian bebiam meu corpo. Ele foi banhado pela luz bruxuleante da tela do cinema; um caleidoscópio de cores manchava sua pele.
"Vamos oficializar. Bem aqui, agora", ele insistiu, seus olhos fixos nos meus.
"A Cúpula começa neste fim de semana."
"Mas eu te amo."
Suspirei. Era tão bom ouvir essas palavras. Mas o momento não poderia ser pior.
"O ritual de acasalamento é em uma semana, e já esperamos tanto. Não faz sentido fazer nada até que tenhamos certeza de que não temos companheiros."
Caspian gemeu e pressionou seus quadris nos meus uma última vez.
Senti a queimadura familiar... aquele desejo inescapável de senti-lo...
Ele desabotoou meu jeans. Em seguida, o zíper foi para baixo e sua mão deslizou sob minha calcinha.
Depois de alguns começos desajeitados, seus dedos encontraram seu lugar, esfregando suavemente, ainda sem entrar.
Apertei meus dedos juntos, cavando em seus ombros.
"Eu não preciso de um ritual para me dizer o que eu já sei", ele sussurrou no meu ouvido. "Você é a pessoa certa para mim, Lyla."
"Nós concordamos em esperar", eu o lembrei através de uma respiração sufocada.
Seus lábios beijaram os meus, e senti meu corpo estremecer.
Eu gostaria de ter tanta certeza quanto Caspian, mas toda vez que eu estava perto de ceder, ficava difícil respirar.
"Porra, eu sabia!"
A porta de trás do carro se abriu e, de cabeça para baixo, avistei Teresa, minha melhor amiga. Ela estava me encarando com um olhar selvagem.
Ela varreu uma mecha do cabelo escuro de seu rosto e sorriu, sua pele morena clara acentuando seu sorriso brilhante.
"Você está atrasada para a nossa festa do pijama, sua idiota", disse ela, encostada na porta.
Empurrei Caspian de cima de mim e rapidamente abotoei minhas calças.
"Obrigado, Teresa. Você sabe mesmo como arruinar um bom momento", Caspian resmungou.
"Não acredito que QUALQUER momento com você possa ser muito bom", ela respondeu.
"Ei...", adverti Teresa.
Ela ergueu as mãos em sinal de rendição e se afastou do carro, indo em direção ao seu, convenientemente estacionado a apenas alguns espaços de distância.
Teresa e Caspian se odiavam desde que eu conseguia me lembrar.
Era irritante não poder estar perto de meus dois melhores amigos ao mesmo tempo, mas era particularmente problemático considerando que seus pais eram alfa e beta.
"Eu te amo", disse ele novamente enquanto ajustava sua protuberância.
"Também te amo", respondi, beijando sua bochecha. "Vejo você amanhã." Saí do carro e me abaixei para poder vê-lo. "E descanse um pouco. Podemos continuar de onde paramos."
A porta do carro se fechou, me deixando com uma pontada de arrependimento.
Eu sabia que deveria estar feliz – a Cúpula poderia ser o começo de uma vida totalmente nova.
Mas isso era o que mais me assustava.
CASPIAN
Assisti Teresa roubar minha namorada, e fui deixado com nada além de um saco inchado e um filme de terror de um drive-in idiota.
A única coisa que restava fazer era ir para casa e me preparar para a Cúpula.
Uma pontada de aborrecimento passou por mim enquanto eu pensava sobre a cerimônia sensacionalista. A voz do meu pai ecoou na minha mente, um sermão que ele praticamente latia para mim repetidamente:
Eu não precisava da Deusa da Lua para me dizer o que eu queria.
Eu sabia exatamente o que – ou quem – eu queria.
Mas infelizmente Lyla era tão obcecada pela Cúpula quanto meu pai.
Já nos amávamos.
Isso era tudo que eu precisava saber.
Mas aparentemente não era o suficiente para Lyla…
Suspirei, colocando meu carro em marcha a ré e saindo do cinema drive-in antes que eu ficasse ainda mais deprimido.
LYLA
Teresa e eu chegamos em casa bem depois da hora de dormir de meus pais. Fiquei surpresa ao vê-los sentados com sorrisos em seus rostos enquanto caminhávamos para a cozinha.
"Vocês não precisavam esperar por nós," eu disse.
"Nós queríamos nos despedir esta noite, já que você vai sair bem cedo", minha mãe disse sonolenta.
Eu me perguntei sobre o primeiro ritual deles. Como devem ter ficado assustados – a incerteza de um futuro pairando sobre suas cabeças.
Meus pais foram namorados do ensino médio antes de serem companheiros. Eles sempre esperaram que estivessem destinados um ao outro.
E estavam.
A Cúpula havia confirmado o que eles sabiam o tempo todo. Suas vidas não foram nada além de amor e felicidade. Era tudo o que eles conheciam como companheiros.
Eles já tinham passado exatamente pela mesma coisa que Caspian e eu estávamos passando.
Eu amava Caspian. Desde crianças, parecíamos destinados a ficarmos um com o outro.
Caspian parecia pensar assim...
"Vou me certificar de cuidar muito bem de Lyla", disse Teresa. "Eu sei que ela vai deixar vocês orgulhosos."
"Vocês duas vão nos deixar orgulhosos", minha mãe respondeu.
Eu estava tão presa nas minhas próprias preocupações que tinha quase esquecido o quanto o ritual de acasalamento era importante para todos os envolvidos.
As consequências da Cúpula eram determinantes tanto para toda a matilha quanto para cada lobo individualmente.
Ninguém do nosso bando tinha acasalado nos últimos dez anos.
Menos pares acasalados significavam menos filhos.
Especialmente porque era incomum que um par acasalado tivesse mais de um filhote.
Meus pais eram uma exceção, e minha irmã de nove anos, Skye, era o membro mais novo do nosso bando.
Nosso futuro coletivo dependia da união de companheiros para ajudar nossa espécie a sobreviver.
Meus pais nos deram um último abraço antes de desaparecerem no andar de cima.
Teresa os observou partir com um sorriso.
Olhando para a minha melhor amiga, percebi que meu relacionamento com Caspian não era a única coisa em pauta.
A semana seguinte era um grande ponto de interrogação.
Então Teresa se virou e sorriu para mim, e tive certeza de uma coisa: nós sempre estaríamos lá uma para a outra. Não importa o que o ritual irá trazer.
"Acho que vou vomitar", resmunguei quando o carro virou por outro caminho de cascalho.
Saímos cedo e Teresa insistiu em dirigir o dia todo.
A princípio, permiti isso facilmente; minha mente estava focada em muitas outras coisas. Mas, depois de algumas horas, me arrependi de ter concordado com ela.
"Ah, sua bebezona", disse ela, pisando no acelerador. "Se não chegarmos lá logo, vamos nos atrasar para os discursos de abertura!"
Meu estômago embrulhou quando ela passou por um sinal de pare.
"Você está sempre atrasada", eu disse com os dentes cerrados.
Mas eu não podia culpar Teresa por tudo. Todo a Cúpula me deixava ansiosa. Eu não tinha ideia do que esperar.
Caspian, Teresa e eu completamos 21 anos recentemente, que é o primeiro ano em que você tem permissão para participar.
Na verdade, quase todos os lobos da matilha Blue Moon Pack estavam indo pela primeira vez.
Mas a maioria de nós voltaria sozinha.
"Aí está!", Teresa disse, sem ar, e segui seus olhos até o fim da estrada.
Escondida atrás de diversos ulmeiros e acácias, em uma colina com vista para a área, estava uma mansão pré-guerra.
"A Casa Real da Matilha?", perguntei.
Teresa visitou o lugar uma vez, anos atrás, a negócios da matilha com seu pai, e disse que se apaixonou.
Não só pela casa, mas também pelo seu alfa, Sebastian. Segundo ela, ele era o "homem mais sexy do mundo".
"Não é linda?", Teresa suspirou. "Quem for companheira do alfa real será uma cadela de sorte."
"Talvez ele não encontre uma companheira."
"Esse tipo de conversa é deprimente", disse Teresa com desdém. "Pense em coisas felizes. Se um solteirão real não é uma motivação, não sei o que seria."
Revirei os olhos e decidi satisfazer suas fantasias, mesmo que apenas por uma semana. "Você é a próxima na fila para ser a alfa do nosso bando. Se alguém tem uma chance com Sebastian, é você."
"Que seja. Já estamos chegando?"
"Minha Deusa, sim. Sossega esse fogo", Teresa disse enquanto fazia outra curva.
Como mágica, uma grande mansão convertida em estilo italiano apareceu. Um pequeno pântano logo atrás dava a verdadeira sensação do Mississippi.
Entramos em uma vaga de estacionamento e saímos para esticar nossos corpos.
"Eu disse que nos traria aqui a tempo", ela se gabou.
"E inteiras também!", exclamei, tirando minha bolsa do porta-malas.
Olhei ao redor do estacionamento, tentando identificar algum carro familiar. O carro do alfa Hugo não estava longe do nosso. E o do beta Alexander estava estacionado ao lado.
Isso significava que Caspian já estava lá.
Sorri ao pensar em deixar tudo isso para trás e voltar à minha antiga vida. Isso aliviou a preocupação alojada em meu intestino.
Atravessamos a porta da frente para o saguão e fomos atingidos por uma onda de atividade ansiosa.
O alfa Hugo e o beta Alexander estavam no centro da comoção, expressões sérias enquanto gritavam ordens.
"Pai?", Teresa disse enquanto nos aproximávamos, sua postura mudando para o modo alfa em treinamento.
"Ah, meninas, graças a Deusa." alfa Hugo jogou seus braços em volta de nós. "Nós estávamos ficando preocupados."
"Por quê?", perguntou Teresa. "O que está acontecendo?"
"Convoquei uma reunião de emergência", ele explicou. "Faça check-in no seu quarto de hotel e junte-se ao nosso grupo no salão principal. Houve um ataque nas fronteiras da matilha real."
"Um ataque?", perguntei.
"Explicaremos mais tarde", disse alfa Hugo. "Podem ir agora, encontrem os outros."
Teresa e eu fomos para o salão principal, nos espremendo entre a massa de outros lobisomens esperançosos. Havia muitos outros bandos reunidos lá, e todos tinham ouvido a notícia.
Teresa cutucou meu braço e mudou minha atenção para o topo de uma grande escadaria. "Bom, olha só quem é", ela ronronou.
Fiquei na ponta dos pés, esticando o pescoço sobre a multidão para ter um vislumbre.
O alfa real.
Sebastian.
Teresa estava certa. Ele era um super gato.
Seu cabelo loiro estava penteado para trás, sua camiseta preta apertada mal segurava os músculos volumosos por baixo, e seu maxilar poderia cortar uma pedra.
E seus olhos…
Eles eram azuis elétricos, e senti um choque quando trocamos olhares.
Ele sorriu para mim, e sua atitude arrogante enviou uma emoção correndo pela minha espinha.
De repente, a notícia de um ataque renegado não era a coisa mais urgente na minha mente...










































