
Enquanto espera desconfortavelmente no elevador com Emilio, Cassandra sente seu telefone vibrar em sua bolsa. É da creche.
"Oi, Sra. Williams. Tudo bem por aí?" Ela torce para que não haja nenhum problema com seu filho.
"Sra. Miller, o Alex está com febre e ficou agitado o dia todo. Dei a ele o remédio que você nos deu, mas ele continua piorando. A febre está mais alta do que há uma hora."
Cassandra fica pálida e seus joelhos fraquejam, então ela se agarra ao corrimão para se apoiar. "Já estou indo aí, Sra. Williams. Você já tentou dar um banho nele para refrescar?"
"Não, ainda não. Não tinha pensado nisso. Estava tão preocupada." Cassandra consegue ouvir a preocupação na voz da Sra. Williams, e isso a incomoda.
"Estou a caminho, Sra. Williams. Não sei quanto tempo vou demorar porque vou pegar o metrô, mas tentarei chegar o mais rápido possível."
Assim que Cassandra encerra a ligação, o elevador finalmente abre no térreo. Correndo para fora, ela esbarra em alguém e murmura: "Desculpe".
Na entrada do banco, Cassandra sente uma mão forte agarrar seu braço, puxando-a e salvando-a de esbarrar em um entregador que entra segurando uma pilha de caixas. Ela olha para cima e vê Emilio, de quem ela tinha esquecido completamente.
"Cuidado," ele diz.
"Preciso ir," Cassandra murmura. Ela tenta soltar o braço, mas ele aperta mais forte.
"Você parece preocupada. O que aconteceu?" Ele pergunta.
A preocupação de Emilio parece genuína e, por um segundo, ela quer confiar nele. Mas ela só diz: "Alguém próximo a mim está doente, e preciso ir para casa."
"Eu te dou uma carona."
Amanhã, o escritório inteiro estará falando sobre o que aconteceu, mas, a essa altura, ela não se importa. Sua única preocupação é garantir que seu filho esteja bem.
Vinte minutos depois, eles chegam à creche, e Cassandra corre para dentro. Ela nem sabe se Emilio está vindo atrás dela ou não.
"Sra. Williams," ela chama, indo direto para o fundo, onde estão todas as crianças.
A voz da Sra. Williams ecoa do banheiro. "Srta. Miller, venha. Ele está aqui."
Quando entra, Cassandra vê seu anjinho sentado na banheira, chorando. Ela se ajoelha ao lado dele e toca suas bochechas. Ele está pegando fogo. Ele chora mais alto.
"Ele precisa ir ao médico. Onde estão as roupas dele?"
Não há tempo para pensar nisso. Ela precisa secar e vestir Alex, mesmo que isso signifique que Emilio saiba a verdade.
"Ele deve ser o pai do pequeno Alex," diz a Sra. Williams.
As mãos de Cassandra congelam quando ela alcança a fralda de Alex. Por que a Sra. Williams não consegue ficar calada? Ela não está ajudando em nada.
Com medo de olhar na direção de Emilio, Cassandra termina de vestir Alex.
"A semelhança entre os dois é clara," continua a Sra. Williams.
Ele não esperava por isso.
Quando chegaram à creche, Emiliano ficou curioso sobre o que ela estava fazendo ali, então a seguiu. Nunca em um milhão de anos ele pensou que ela teria um filho.
Perguntas correm por sua cabeça enquanto a mulher da creche — Sra. Williams, como Cassie a chamou — diz que ele deve ser o pai do bebê. Emiliano percebe Cassie enrijecer. Por que ela não a corrigiu?
Emiliano abre a boca para dizer à mulher que ela está enganada, mas as palavras morrem quando ele vê o rosto do bebê. Todo o ar de seus pulmões desapareceu naquele instante.
O bebê de Cassie se parece com ele. Cabelos e olhos escuros, sobrancelhas retas e grossas, mas o mais chocante de tudo — uma marca de nascença escura logo abaixo da orelha. Sem pensar, Emiliano estica a mão para tocar a marca de nascença que ele tem exatamente no mesmo lugar.
O bisavô, o avô e o falecido pai de Emiliano tinham essa marca. É um traço de família. Esse bebê é dele?
Ele ouve Cassie dizer: "Preciso levá-lo ao médico, Sra. Williams. Obrigada por ligar." Então Cassie se vira, e está claro que ela sabe que ele descobriu, mas ela passa direto e vai para fora, preocupada apenas com o filho.
Emiliano alcança Cassie enquanto ela tenta chamar um táxi. Ele a puxa pelo braço e a faz voltar para o carro, pegando a bolsa de bebê dela e dizendo ao motorista: "Para o hospital, José".