A Última Esperança

LAKE

"Você, então, deve aplicar essa pomada dentro e ao redor da ferida, depois de limpá-la com soro, durante três semanas." O médico da matilha empacotou os medicamentos e me entregou uma bolsa cheia de pomada e gaze. "Você vai se curar logo, logo."

Sorrio levemente enquanto o médico sai do meu quarto. Percebo que meu pai e minha mãe estão ansiosos para fazer perguntas a ele.

Passo pelas portas da escola com Riley e Landon, eu entre os dois. Todos os olhos dos membros da nossa matilha estão colados em mim. Os humanos ao redor não parecem notar a energia que sai da marca no meu pescoço

Estremeço quando a porta bate levemente no meu ombro antes de entrarmos no refeitório. Sussurros parecem ricochetear nas paredes.

"Pobre garota..."

"Não me surpreenderia se ela se matasse agora..."

"É só uma questão de tempo até que ela se perca de vez."

Fecho meus olhos e respiro fundo. O sinal toca logo após tomarmos o café da manhã. Riley e Landon acenam um para o outro e nós duas, entramos na primeira aula.

"Como você está se sentindo?", Riley pergunta.

Encolho os ombros. "Estou tão bem quanto é possível estar agora. Eu só queria que as pessoas cuidassem de suas próprias vidas."

Quando a aula termina, pego minha bolsinha com os remédios e digo a Riley que preciso ir limpar minha marca. Ela encontra Landon do lado de fora e eles caminham para a próxima aula.

Felizmente, o banheiro está vazio quando tiro a gaze do ombro. O inchaço diminuiu ligeiramente, mas a marca ainda está aberta.

"Ah, uau." Ouço uma risadinha atrás de mim. "Eu não tinha ideia que essas coisas ficavam tão grandes."

Pelo espelho, vejo Delilah parada atrás de mim. Reviro meus olhos e continuo limpando minha marca.

"Pobre Lake Mavris." Ela se aproxima. "Nunca irá encontrar a felicidade."

Posso sentir Lynne arranhando suas barreiras. Ela está no seu limite com essa menina.

"Isso parece doer...", Delilah arfa dramaticamente. "Diga-me. Qual foi a sensação?"

Congelo enquanto meus olhos se fixam no reflexo da menina atrás de mim. Seu sorriso só aumenta com a minha reação.

"Você o culpa pelo que ele fez?" Delilah move o cabelo para o outro lado do pescoço para expor a sua marca.

A marca que deveria ser minha.

"Uma vira-latinha fraca 'guerreira' como você nunca vai ter o que é preciso para liderar este bando. Meu parceiro e eu somos feitos um para o outro."

Chega.

Eu me viro para encarar Delilah. Seu sorriso é rapidamente substituído por uma mandíbula aterrorizada que cai quase até o chão. Então ela só late, mas não morde.

Quando dou um passo em sua direção, Delilah começa a gritar: "Socorro! Ela está tentando me matar!"

Ela sai correndo do banheiro. Simplesmente volto a fazer o que eu estava fazendo.