Um Crush Alienígena - Capa do livro

Um Crush Alienígena

Raven Flanagan

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Chapter
15
Age Rating
18+

Summary

Desde o divórcio dos pais, Nova sofre com a timidez e a incapacidade de dizer aos outros o que quer. Tudo parece piorar quando seu pai se casa com uma Dragaken e Nova precisa conhecê-la a bordo de um cruzeiro intergalático. Mas as coisas mudam quando Nova conhece seu novo meio-irmão, Alek. Ele é tudo o que ela sempre quis. Quando os sentimentos de Alek se mostram recíprocos, Nova se vê presa em um vórtex de perigos e desejo. Não há como prever qual lado dela vencerá até o final desta viagem em família. Será que Nova se deixará levar pelos tabus da Terra, ou ela finalmente terá coragem de ir em busca da própria felicidade e ir atrás do que quer?

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18 Chapters

Chapter 1

Capítulo 1

Chapter 2

Capítulo 2

Chapter 3

Capítulo 3

Chapter 4

Capítulo 4
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Capítulo 1

NOVA

A nave do cruzeiro intergaláctico era linda e maior do que qualquer cidade que eu já tinha visto. Mas era difícil apreciá-la quando o motivo da minha vinda estava longe de ser lindo.

Eu não estaria aqui se não fosse pelo novo casamento do meu pai - anos depois que minha mãe nos deixou, é verdade, mas isso não torna a coisa toda menos dolorosa. Meu pai nem sequer estava na Terra quando minha mãe foi embora. Para falar a verdade, ele nunca esteve muito presente desde que eu era criança.

E agora, uma nova esposa misteriosa, com dinheiro suficiente para garantir passagens em um cruzeiro interestelar de luxo? Era difícil processar tudo isso.

Enquanto seguia a multidão pela ponte aérea que liga o ônibus espacial à nave, me neguei a ficar deslumbrada. Eu prometi que, independentemente do que acontecesse ou de quem fosse essa mulher ou do cargo que ela ocupasse, eu não seria a enteada feliz e grata por estar aqui. Eu ~não estava~ nem um pouco feliz por ser forçada a tirar uma semana de férias só para conhecer minha nova "família".

Tenho certeza de que meu pai contou para ela o quanto a minha vida era sem graça e monótona, e ela achou que poderia amenizar o choque da união deles me presenteando com férias inesquecíveis. Suspirei, exasperada, enquanto caminhava atrás de um alienígena peludo.

Pelo amor das estrelas, isso vai ser um saco.

O oxigênio fresco e artificial encheu meus pulmões quando pisei no terminal de pouso da nave. Nervos elétricos se eriçaram sob minha pele. Humanos e alienígenas de todos os tipos se misturavam sob o brilho das luzes, conduzindo-me ao convés onde os garçons do cruzeiro estavam reunidos.

Trajados com elegantes ternos brancos e azuis cintilantes e carregando bandejas cromadas com taças altas, preenchidas por líquidos vermelhos e azuis, os garçons se perdiam na maré de corpos multicoloridos feitos de pelos, escamas, nadadeiras e carne.

Eu não tinha ideia do que eles estavam servindo, mas sabia que precisava de um gole. Em algum lugar desta nave, meu pai e sua nova esposa esperavam por mim.

Era só uma questão de tempo até meu comunicador de pulso vibrar com uma mensagem deles, sinalizando que era hora de encontrar meu pai e conhecer a alienígena grã-fina que o conquistou tão rápido que eles mal tiveram tempo de organizar o casamento.

Um casamento para o qual sua única filha não foi convidada.

Embora a maioria das raças não tenha casamentos. Não como os da Terra, pelo menos.

Um garçom com membranas passou e eu peguei a bebida mais próxima - vermelha. O pequeno guarda-chuva amarelo balançava e cubos de gelo de formato estranho tilintavam na taça enquanto eu seguia o resto dos passageiros até o convés superior.

Enquanto meus companheiros de viagem se espalhavam para admirar as vistas incríveis da nave, inclinei minha taça e tomei um gole do misterioso líquido vermelho. Frutas vibrantes e sabores cítricos acentuados percorreram minha língua, e só quando o líquido atingiu o fundo da minha garganta é que eu senti o soco familiar do álcool.

Estrelas, que bebida deliciosa.

Deliciosa e perigosa. Tão frutada e marcante que eu me sentia compelida a continuar bebendo - não que eu precisasse de muito incentivo para isso. Chegar bêbada no jantar seria um recado claro para eles: eu não vim aqui para criar laços. Só queria aproveitar as férias do meu jeito e depois voltar para a minha vida solitária na Terra.

Levantei a taça para tomar outro gole, mas meus lábios sedentos encontraram apenas ar. A bebida tinha acabado, e senti minha cabeça começar a girar. Estendi uma mão diante de mim, como se quisesse me segurar em algo, e tentei respirar fundo.

Estrelas...

Não sei o que colocaram naquela taça, mas certamente era mais forte do que qualquer coisa que eu já provei antes. Uma dose foi suficiente para me deixar mais bêbada do que nunca.

Se continuar assim, talvez eu até vomite na minha nova madrasta. Ri um pouco ao imaginar a cena, mas logo estremeci quando algo vil ameaçou subir pela minha garganta. Balançando-me para a direita, cambaleei até me apoiar em uma parede de vidro. Apoiada no vidro, de olhos fechados, tentei me recompor em meio a pensamentos confusos.

Ok, acho que passei do ponto. E agora? O que eu faço?! Vou fingir que não estou bêbada. É isso. Vai dar certo.

Sim, a lenda proferida por todos que beberam mais do que o planejado. Até mesmo meu monólogo interior soava confuso.

O peso da minha mão subitamente desapareceu, e senti algo escamoso tocar meu braço. Continuei de olhos fechados, com medo de abri-los e vomitar em todo o convés.

Que porra de bebida era aquela?

Um som alto veio dos alto-falantes da nave, reverberando como um gongo dentro do meu crânio, e mordi o lábio em uma tentativa de conter a náusea. Estrelas, por que tão alto? Uma luz brilhante atravessou minhas pálpebras fechadas quando outro aviso sonoro tocou e, então, o som difuso e distante da voz de um capitão nos cumprimentando invadiu meu cérebro intoxicado e sobrecarregado.

Era impossível entender o que ele estava dizendo, então eu nem tentei.

De repente, um zumbido baixo sob a nave fez o chão vibrar. Os pelos da minha nuca se eriçaram e senti como se meu estômago estivesse em queda livre. Abri os olhos, mas logo percebi que foi uma péssima decisão. A centímetros do meu rosto, do lado de fora da janela, feixes de luz brancos e azuis cintilantes explodiram no espaço, e o estímulo visual trouxe o gosto azedo de vômito para a minha língua. Me esforçando para não colocar tudo para fora, engoli o vômito enquanto o impulso da nave me arremessou para longe da parede.

Cambaleei para trás, com olhos arregalados e agitando os braços freneticamente enquanto tentava me segurar em algo. De repente, vi o chão se aproximando, rápido demais para me proteger do impacto iminente.

De repente, braços quentes e fortes envolveram meu corpo e meu rosto se chocou contra o peito firme de um estranho. Um poderoso e inebriante perfume masculino encheu meu nariz, e o calor daquele corpo derreteu o pânico que tomava conta de mim.

Meu corpo se entregou à força calma do homem que me segurou. Mesmo através do tecido preto que o envolvia, consegui notar o quão alto ele era e o quão esculpidos eram seus músculos.

Pelo amor das estrelas, estou bêbada demais para cair nos braços de um cara gostoso.

E não foi só isso - as vibrações incontroláveis que há pouco tomavam conta do meu estômago se transformaram em uma calmaria repentina, como um oceano na maré baixa. A sensação era familiar, segura e profundamente reconfortante. Algo que eu não sentia há anos, desde que eu era criança. Ou talvez eu nunca tenha sentido algo assim antes.

"Você está bem?" A preocupação vibrou em sua voz grave, enquanto suas mãos subiam pela lateral do meu corpo e seguravam meus ombros.

A calmaria desapareceu. Um raio percorreu meu corpo, e cada toque seu em minha pele parecia causar uma miniexplosão. Senti como se meu coração batesse em cada centímetro do meu corpo. Estrelas, o que está acontecendo? Eu ainda nem olhei para cima.

Afastei meu rosto de seu peito e inclinei a cabeça para trás para ver o estranho gentil que me segurou.

Ao vê-lo, as palavras saíram da minha boca quase que instantaneamente. "Estou fodida."

Olhos sedentos percorreram meu corpo. O canto de sua boca se ergueu, e a risada que se seguiu fez meu coração acelerar. “Ainda não. Mas é algo que podemos arranjar. Afinal de contas, a viagem é longa."

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