Um Crush Alienígena - Capa do livro

Um Crush Alienígena

Raven Flanagan

Capítulo 4

NOVA

A caminhada da área de retirada de bagagens até os quartos foi uma marcha silenciosa. Alek permaneceu a uma distância respeitável à minha frente, e eu mantive meus olhos nas paredes brancas curvas atravessadas por elegantes luzes fluorescentes azuis e roxas.

Do jeito que eu estava, não conseguia apreciar nem ao menos a flora e a fauna da nave, que eram incríveis. Vários vasos de plantas, samambaias verdes e hera, ou plantas monstruosas roxas, laranjas e vermelhas que não são encontradas na Terra, todas apareciam e desapareciam rápido demais.

Minha cabeça estava uma bagunça, consumida pelas minhas piores fantasias e pelo fato de que o homem com quem eu queria transar era meu parente. Bem, não de sangue. Mas era parente de consideração e, na Terra, isso era praticamente a mesma coisa.

Como eu poderia alimentar essa ideia? Eu nem sabia o que dizer para ele. Fiquei sem palavras após o choque inicial do nosso primeiro encontro.

Em um segundo, eu estava pronta para deixar que ele fizesse o que queria comigo e, no outro, éramos da mesma família. Eu não conseguia pensar em nada mais tabu do que isso.

Paramos na frente de uma porta branca brilhante em um dos andares superiores. Alek tirou um cartão do bolso e o encostou na maçaneta cromada. A porta se abriu com um som.

"Fique à vontade." Ele acenou com a mão para dentro. "Descanse, tome um banho ou explore o que quiser. Vou me encontrar com um mioriano por causa da minha mãe. Mas voltarei para buscá-la para o jantar."

Ele permaneceu no corredor enquanto eu passava pela porta, sua presença pesando em meu ombro.

"Ah, tudo bem,” eu disse por cima da minha omoplata quente. "A propósito, obrigada por isso."

"Não me agradeça ainda, luz das estrelas." Seu tom foi muito baixo. "Nossa primeira noite juntos mal começou."

Eu cambaleei, mas a porta se fechou na minha cara.

Estrelas, eu sabia!. Ele tinha segundas intenções quando se ofereceu para dividir o quarto.

Meu coração disparou e meu estômago se revirou. O sangue elétrico zumbia sob a superfície da minha pele. E essa não era a pior parte.

O pior de tudo é que ele me deixou excitada.

Como distração, voltei meu foco para o quarto em que estávamos confinados. O interior combinava com as curvas suaves e arredondadas do resto da nave, mas a luz fraca que beirava o teto fazia com que as paredes parecessem azuis em vez de brancas.

À direita, encontrei a porta de um banheiro luxuoso com um enorme chuveiro com paredes de vidro e azulejos cinza. Uma tela holográfica embutida no espelho de parede a parede exibia imagens do entretenimento disponível para esta noite.

Os produtos de higiene pessoal de Alek, cuidadosamente organizados, estavam em um canto perto da pia, mas eu não dei muita atenção. Não tinha interesse em bisbilhotar suas coisas.

Pelo menos por enquanto.

A suíte interna tinha uma janela enorme com vista para a hiper onda. As luzes do lado de fora refletiam como ondulações de água nas paredes e móveis brilhantes.

No centro da sala, flores holográficas roxas e verdes piscavam sobre uma pequena mesa de centro. Um sofá circular de couro branco estava encaixado em uma espécie de buraco no meio da sala - um tipo de arquitetura popular na Terra há algumas centenas de anos.

Uma risada inesperada surgiu em mim. Aquela seria minha cama durante todo o cruzeiro.

Por outra porta à direita, encontrei o quarto. As paredes e os móveis combinavam com o restante da suíte, e até a cama era circular. Mas também notei que era grande e poderia acomodar várias pessoas confortavelmente, se necessário.

Parada na porta, meu olhar se deteve sobre os lençóis brancos e imaculados. A luz da hiper onda brilhou sobre o quarto e, em meio à iluminação trêmula das luzes, visões totalmente impuras de Alek inundaram a minha mente.

Me afastei do quarto, deixando a porta se fechar na minha cara.

Deitada no sofá, apoiei a cabeça nas mãos e soltei um longo gemido.

Ah, estrelas, eu quero transar com meu meio-irmão.

Interrompi essa linha de pensamento.

Era culpa do Alek eu me sentir assim. O que eu poderia fazer se ele flertou comigo daquele jeito enquanto eu estava sob efeito de álcool? Além disso, ele literalmente me salvou, como se fosse um príncipe encantado interestelar com uma armadura cósmica.

Sob o leve zumbido do álcool, meu corpo se lembrou da segurança que senti em seus braços. O conforto de seu toque, embora isso não fizesse sentido. Ele era um estranho e eu nunca havia visto alguém da espécie dele. Junto com a lembrança, fui tomada por um desejo profundo e visceral de estar perto, de entrelaçar não apenas nossos corpos, mas nossas mentes e almas.

Estrelas, o que diabos estava acontecendo?

Encostei a palma da mão na porta fechada do quarto e respirei fundo. Era o álcool; só podia ser isso. O efeito daquela bebida ainda estava na minha mente, fazendo-me ver coisas onde não tinha e sentir coisas que não faziam sentido.

Um banho me ajudaria a ficar sóbria. Depois disso, eu jantaria com meu pai e Khalla. Se Alek e eu mantivéssemos distância e eu não bebesse de novo, poderíamos passar por essa desventura sem maiores contratempos.

No banheiro fechado, tirei a calça legging e o suéter. Descobri os intrincados controles do chuveiro e passei pela porta de vidro. A água morna caía em cascata do teto, escorrendo como chuva sobre minha pele.

Foi uma sensação incrível, como se todo o estresse da viagem estivesse indo embora com a água.

Se ao menos ela pudesse levar embora o calor entre minhas pernas…

Por um breve momento, cogitei ficar por aqui e perder o jantar, mas a lembrança dos olhos de Khalla, azuis com linhas vermelhas como teias de aranha, interrompeu a fantasia. Quem sabe o que ela poderia fazer comigo se eu a aborrecesse?

Vesti-me com um vestido preto de um ombro só que abraçava minhas curvas e ia até acima do joelho. Era simples, mas elegante. E talvez a senadora gostasse se eu combinasse com o resto da família.

Não que eu estivesse tentando impressioná-la. Eu só não queria me envergonhar mais ainda.

Prendi meu longo cabelo preto em um coque elegante e apliquei uma base leve. Para finalizar, calcei um par de sapatilhas e os brincos de diamante em forma de lágrima que meu pai me deu no meu aniversário de 18 anos. Um presente por ter perdido o dia de fato.

Um ruído na porta me alertou sobre uma visita.

"Sra. Ramos, vim buscá-la para o jantar,” Alek chamou.

Saí do banheiro e apaguei a luz. Um ruído baixo direcionou minha atenção para o homem Dragaken parado na porta.

Os olhos de Alek se arregalaram e brilharam em um tom dourado como o sol. Seus lábios se entreabriram enquanto ele me olhava da cabeça aos pés. Faíscas pareciam preencher o caminho até seus olhos enquanto eles percorriam minhas modestas curvas.

Eu não conseguia olhar para ele e, em vez disso, brincava com o nó no topo da minha cabeça. Me senti nua e exposta sob seus olhos famintos. E deliciosamente fraca e encurralada.

"Você está bem?" Quebrei a tensão.

Ele encostou o punho nos lábios, fechando os olhos enquanto limpava a garganta. "Perdoe-me. Você me deixou atordoado." Quando seus olhos se abriram, estavam vermelhos mais uma vez. "Sua beleza é comparável à beleza das estrelas mais deslumbrantes de todas as galáxias."

Levantei a mão, apontando um dedo para ele em advertência. "Você tem que parar de fazer isso."

Alek levou uma mão até o peito, fingindo inocência. "Não sei do que você está falando, luz das estrelas. Não posso elogiar minha nova irmã?" Ele deu um passo à frente.

Minhas costas encontraram a superfície fria da porta do banheiro. Estrelas, o espaço perto da porta da suíte era apertado. Eu conseguia sentir a respiração de Alek.

"Não quando seus elogios fazem parecer que você quer me foder,” respondi.

Alek deu mais um passo e estendeu o braço, apoiando a mão na porta ao lado da minha cabeça. Uma tensão palpável preencheu a curta distância entre nossos corpos e o espaço entre minhas pernas.

Ele se elevou sobre mim, e precisei me esforçar para encontrar seu olhar carmesim. Seus chifres reluziam, imponentes, sob as luzes fluorescentes, e sua cauda balançava para frente e para trás, enrolando-se na ponta como um gato selvagem prestes a atacar.

Alek ergueu a outra mão e encostou um dedo no meu queixo, guiando meu rosto para mais perto. Seu hálito quente acariciou meus lábios.

"Eu quero, e consigo sentir daqui o cheiro dessa boceta molhada encharcando sua calcinha, luz das estrelas. Mais cedo ou mais tarde, vou matar o meu desejo."

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