
Logan sentou-se na mesa de seu restaurante, bebendo seu uísque. O líquido âmbar queimava ao descer por sua garganta, e aquilo era bom. Ele precisava de algo forte para fazer a sua mente voltar ao encontro que ele estava tendo.
A garota à sua frente era deslumbrante, com cachos loiros emoldurando um rosto que ainda não precisava de botox. Suas características físicas eram agradáveis aos olhos, com curvas perfeitas que ele tinha certeza de que haviam custado uma fortuna. Ela era tudo o que ele normalmente desejaria.
Mas sua mente estava em uma garota baixa e fogosa com uma atitude de alguém com o dobro de sua altura.
Ela havia deixado o restaurante há mais de vinte minutos e ele ainda estava pensando no confronto. Ela havia discutido, colocado-o no lugar dele e o provocado.
Agora ele queria saber para onde ela tinha ido, onde estava o par dela e se o sortudo estava transando com ela da maneira que seus olhos pediam.
Logan sugou mais uísque entre os dentes e pediu outro no copo. Ela tinha cheiro de baunilha, um aroma que ele normalmente achava enjoativamente doce. Mas nela? Isso o sufocava, fazia com que ele a desejasse, fazia com que ele quisesse saber se a pele dela tinha o mesmo sabor.
Os olhos dela eram redondos como o rosto, o cabelo perfeitamente ondulado até um pouco abaixo dos ombros, onde os fios roçavam na pele cor de oliva toda vez que ela se movia.
Ele queria tocar aquela pele. Parecia macia, um bronzeado escuro que realçava as sardas claras ao longo da ponte do nariz dela.
"Logan. Está ouvindo?" disse a acompanhante, interrompendo seus pensamentos.
Ele limpou a garganta, acenando com a cabeça em agradecimento à garçonete que havia trazido outro uísque. Ele tomou um gole, encontrou o olhar de sua acompanhante e disse: "Mm-hmm".
Ela suspirou. "Você não está interessado no encontro, está? Prefere que a gente pule o jantar e vá para a sua casa?" Ela inclinou a cabeça para o lado.
Aquela não era uma má ideia. Ele precisava de uma liberação, pois estava mais frustrado do que o normal. Ele apostaria todo o seu império que essa mulher conhecia bem o corpo de um homem, mas não conseguia se lembrar do nome dela.
Ele duvidava que se lembraria do rosto ou do corpo maravilhoso dela depois desta noite.
Mas a garota de antes? Ela estava gravada em sua cabeça, enchendo-a de desejos que ele queria realizar. E depois de realizá-los, ele seria capaz de esquecê-la. O que significava ir atrás dela e descobrir se aquele olhar em seus olhos tinha sido um convite.
Porra, ele torcia para que fosse.
Como o desejo para aquela noite estava claro em sua mente, Logan disse à sua acompanhante: "Hoje não." Ele levantou a mão para a garçonete, sua rispidez assustou a mulher à sua frente.
A garçonete veio correndo. "Senhor?"
Bloqueando o calor que aquela palavra causou nele e afastando o eco da voz esfumaçada dela pronunciando aquilo, ele perguntou à garçonete: "A garota que estava sentada na mesa ali quando eu cheguei" — ele apontou para a mesa — "você tem os dados dela?"
Ela acenou com a cabeça. "Posso pegá-los para você."
"Por favor," disse Logan. Ele tomou um gole de seu uísque, recostando-se na cabine.
Sua acompanhante zombou e cruzou os braços. "Eu sabia que você era um babaca, mas pedir o telefone de outra garota enquanto está em um encontro? Acho que subestimei o quanto você é um cretino." Ela o encarou e se recostou em sua cadeira, com as feições retas e tensas.
Logan não queria se preocupar com a briga da garota, então ele simplesmente deu de ombros. "Agora você já sabe. Conte a todas as suas amigas." Ele pegou o celular e começou a ler os e-mails, esperando que ela fosse embora.
Em vez disso, ela fez birra, mais uma reação comum de uma mulher comum. "Quem era ela? Uma antiga paixão? Era mais bonita do que eu? Mais seguidores no Instagram?" A voz dela ficou ainda mais alta quando ela se inclinou para mais perto.
A vida de Logan era um livro aberto. Como fundador de um império de bilhões de dólares, e o mais jovem a conseguir isso, ele não via vantagem em mentir. Especialmente para as mulheres com quem ele saía. Ele havia dito a todas elas que não estava interessado em algo duradouro.
Ele queria que esse encontro terminasse, então deu de ombros novamente e disse: "Ela era uma mulher simples, sem nenhuma característica marcante." Logan se inclinou para frente, mantendo o rosto indiferente. "Mas alguns minutos na companhia dela foram mais emocionantes do que a meia hora que passei na sua."
Ela ficou de queixo caído, depois se fechou e se fixou. Pegando sua taça de vinho, ela se levantou enquanto falava. "Você é tão filho da..."
O blefe dele funcionou, e ela pousou o copo. "Eu mereço mais do que isso," ela sussurrou, pegando a bolsa e pendurando-a no ombro.
"Sim, provavelmente." Logan assentiu, com o telefone ainda levantado e apontado para ela.
Com um grunhido, ela se virou e saiu correndo.
Sorrindo com o timing perfeito da garçonete, ele pegou o cartão que ela lhe entregou.
"O nome dela é Lauren Landon," disse ela.
Logan sorriu. Landon. Ele conhecia bem esse nome, e agora sabia de onde ela puxou aquela atitude. Oscar Landon era igualmente teimoso.
A garçonete continuou, apontando para o cartão. "Esse é o número que ela deu quando reservou a mesa".
Diante disso, ele bufou. Que tipo de homem faria com que a mulher fizesse reservas? E para o Dia dos Namorados, ainda por cima? Ele estava se aproveitando do nome de Lauren para garantir um lugar em estabelecimentos exclusivos de alta gastronomia? Ele a estava usando?
A raiva o invadiu, mas foi substituída por um sentimento de afinidade com Lauren. Logan sabia muito bem o que era ser perseguido apenas por causa de um nome e sua conexão com uma conta bancária.
Lauren merecia mais do que isso.
"Você conseguiu o nome do acompanhante dela?" Logan perguntou, querendo saber para poder descobrir que tipo de homem ele era e em que perfil ela estava interessada.
Ela balançou a cabeça, seus cachos balançando como molas. "Ele não estava na reserva e nunca apareceu."
A raiva contra o homem voltou a crescer, mas a garçonete continuou falando.
"Eu me senti mal por ela, para ser sincera," ela disse, limpando o lado da mesa em que a acompanhante dele estava. "Ela vem aqui todo mês, ou quase, sempre com um novo par. Parece que eles nunca duram."
Aquilo era interessante. Seria por escolha de Lauren ou dos homens?
"Mais ou menos como você, se eu não estiver indo longe demais," acrescentou a garçonete, dando-lhe um pequeno sorriso.
Antes que ele pudesse responder, seu celular tocou. Logan dispensou a garçonete com um aceno de cabeça e pegou o telefone.
Era um alerta de seu escritório. Ele deveria estar vazio, mas os detectores de movimento no último andar haviam sido acionados.
Logan esvaziou seu copo de uísque, perguntando-se por que Shana estaria lá. Só poderia ser ela, já que o segurança não permitia que estranhos subissem e só ela sabia os códigos de acesso, que eram alterados semanalmente.
Desbloqueando o telefone, ele abriu o aplicativo de segurança. A pequena imagem que mostrava que não era a Shana saindo do elevador o encheu de raiva.
Era um intruso! Esses idiotas de esquina estavam sempre querendo se aproveitar dele — só porque ele tinha talento para as pessoas e um domínio da exploração de suas vulnerabilidades que o tornava imensamente bem-sucedido.
Ele bateu o copo na mesa, com os nós dos dedos esbranquiçados enquanto o segurava, e mudou para outro ângulo de câmera.
O corpo de Logan ficou rígido quando o rosto da intrusa ficou claro, junto com suas ondas suaves de cabelo, grandes olhos cor de avelã e pele sedosa de oliva.
Por que Lauren Landon estava se sentando na cadeira de sua assistente e acessando arquivos aos quais não deveria ter acesso?