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Carrero - O Efeito Carrero

Capítulo 5

Entro no elevador ajeitando a minha saia, olho para o espelho estreito ao lado da porta e suspiro ao me posicionar ao lado dos outros funcionários. Pareço melhor e me sinto com mais controle. Voltei para a Sede Executiva há apenas alguns dias, mas, de alguma forma, a familiaridade desse prédio e o fato de as pessoas saberem que fui assistente do Jake e me tratarem com mais respeito do que eu recebia na Carrero Tower me ajudaram a voltar aos trilhos.

Quase não dormi nas últimas noites. A visita da minha mãe deixou a minha mente em um turbilhão constante de pensamentos e inseguranças. Repassei as palavras dela milhares de vezes na minha cabeça; ainda não faz sentido para mim. Além do que já era óbvio, não consigo entender o que ela admitiu. O Ray não é do tipo que foge porque outro cara deu a ele um gostinho do próprio remédio. Ele só foi embora da primeira vez porque ameacei envolver a polícia. Deve ter acontecido mais alguma coisa depois que o Jake deixou ele caído na rua.

O que o Jake fez para garantir que o Ray fosse embora de uma vez por todas? Preciso perguntar a ele, mas sei que não posso. Vê-lo seria uma tortura e não posso perguntar por e-mail. Por mais que eu queira saber o que ele fez, tenho muito medo de causar esse tipo de dor a mim mesma. Vê-lo e falar com ele iria me destruir de novo. Preciso de distância se quiser superar o Jake Carrero. Tenho que esquecer o Ray e a minha mãe. Tenho que esquecer todos eles.

Deixo de lado a ideia de confrontar o Jake e começo a trabalhar, algo em que estou melhorando a cada dia. Passo pela lista de convidados no meu iPad para distrair os meus pensamentos, um mar de pessoas influentes, magnatas dos negócios, membros pouco conhecidos da realeza e uma junção de celebridades. O jantar de aniversário vai ser um evento repleto de estrelas, o assunto de Nova York, e eu sou uma grande parte dele. Suspiro, com o meu orgulho aumentando ao pensar em como vai ser incrível, mas mesmo isso não consegue diminuir o enorme vazio escuro dentro de mim.

O elevador apita quando para e eu me movo para sair, mas percebo que não é o meu andar; estamos ainda no nono. Volto para o meu iPad e percorro a lista, anotando com quem preciso entrar em contato e quando. Alguns homens de terno entram e me afasto para o lado para abrir mais espaço, com os meus olhos na tela, verificando as credenciais de algumas sugestões da Wilma: um playboy de Hollywood e a sua esposa, e um empresário da Europa, os dois parecem ser boas possibilidades para o nosso evento exclusivo para convidados.

A minha pele se arrepia de repente e sinto uma onda de calor descendo pelo meu corpo, me alertando para alguma coisa. Olho para os homens que entraram e vejo só as costas dos seus ternos pretos, nada de estranho. Ninguém está sequer olhando para mim. Dois homens se afastam ao meu lado à medida que mais pessoas entram e eu congelo quando os meus olhos encontram a ‘coisa’. O meu mundo inteiro para e eu prendo o ar.

O Jake entra por último e os seus olhos verdes perfeitos captam os meus por um milésimo de segundo, com aquele rosto bonito, a barba por fazer e o seu charme juvenil. O rosto dele se franze por um momento e ele afasta o olhar rapidamente, quase como se ele tivesse levado um choque com a nossa conexão. O efeito é destruidor; o meu coração acelera no mesmo instante e começa a bater como um doloroso tambor de guerra no meu peito. Mordo o lábio para tentar acalmar os meus batimentos cardíacos enquanto os meus membros ficam frios e começam a tremer.

É outro motivo pelo qual nunca vou poder perguntar a ele sobre o Ray; aquele olhar disse tudo. Ele quer que eu seja uma estranha para ele.

Ele está vestindo um terno azul-escuro feito sob medida, com uma camisa branca e uma gravata escura, incrivelmente bonito, como o CEO que conheci há quase um ano. Está difícil respirar e as minhas mãos estão geladas, mas estou hipnotizada pelas costas dele, sem conseguir tirar os olhos do seu corpo alto.

Os seus ombros largos e definidos emanam força e o seu pescoço é destacado pelo seu cabelo curto e escuro.

Estar tão perto dele é uma tortura. Tenho vontade de estender a mão e roçar os meus dedos no homem em que tocar já foi tão normal quanto respirar para mim. A onda de emoções me deixa balançada e preciso me esforçar para conter as lágrimas enquanto o meu corpo é tomado por uma agonia intensa. Nunca imaginei que o ver fosse doer tanto.

Ainda estou apaixonada por ele. Quatro semanas separados não diminuíram em nada a intensidade desse sentimento.

É demais para mim. Eu sabia que tinha uma chance de nos encontrarmos em algum momento, mas não esperava que fosse tão cedo ou que fosse doer tanto. Fico paralisada, com dificuldade para respirar. Estou me esforçando ao máximo para manter os olhos no iPad e parecer que estou no total controle das minhas ações. Eu me forço a não me mexer.

O elevador para algumas vezes e um ou dois homens entram, fazendo com que o Jake se movimente na minha direção, enquanto tento fingir que ele não está aqui. Ele continua olhando para frente, ignorando a minha presença no pequeno espaço de propósito, sem nunca desviar o olhar para mim.

Ah, meu Deus. Por favor, só olha para mim. Por favor.

As portas se abrem de novo e uma multidão de pessoas enche o elevador. Mantenho os meus olhos fixos no meu iPad, quase surtando. O Jake não tem escolha a não ser se aproximar ainda mais, ficando quase do meu lado. O movimento faz com que eu olhe para cima, nervosa. Percebo o olhar dele quando ele me encara por um breve segundo; os seus olhos são vazios e firmes e a sua expressão é indiferente antes de voltar a olhar para a porta. Sinto mais um golpe no peito e mais uma pontada de dor no meu coração exausto. Ele não tem ideia do que está causando com a sua indiferença. O meu coração está batendo forte; o peso no meu peito está me sufocando. Posso sentir o cheiro da loção pós-barba dele, o seu cheiro inconfundível, tão perto, mas tão longe ao mesmo tempo. A tensão está quase irradiando de cada parte do meu corpo.

Meu Deus, não consigo fazer isso. Sinto muita falta dele.

Olho para cima com alívio quando o elevador apita no trigésimo segundo andar e avanço para sair. Preciso passar na frente do Jake para chegar até a porta e quase esbarro nele, sentindo a minha pele cheia de eletricidade e o meu rosto ficando corado com a proximidade.

"Srta. Anderson," ele diz em um tom baixo e cortês enquanto eu saio e a sua voz grave e rouca me faz sentir uma dor física. Olho rapidamente para trás e vejo o seu sorriso tenso e sem emoção antes de ser invadida pela confusão seguida por uma tristeza avassaladora. Ele não parece surpreso ou incomodado por me ver. Parece estar só entediado.

"Sr. Carrero," eu digo, contendo cada pedacinho da minha mágoa. Não consigo sorrir; mal consigo manter uma voz normal. Assim que chego à porta aberta, acelero o passo, abrindo caminho com força e ignorando os olhares confusos dos homens de terno enquanto corro para o corredor para conseguir ficar sozinha.

Quando chego à minha mesa, estou hiperventilando, me sentindo sufocada e devastada, e lutando para não chorar com os efeitos de finalmente ter visto ele.

Como ele ainda pode ter esse efeito sobre mim? Como posso ser tão fraca? As minhas emoções não estão ajudando porque já foram levadas ao limite há alguns dias. Estou exagerando e estou cansada. O caos dos acontecimentos recentes está destruindo qualquer autocontrole da antiga Emma que eu ainda tenha, me transformando nessa bagunça chorona que estou me esforçando muito para não ser.

A Wilma me olha de um jeito estranho da sua mesa, através da divisória de vidro. Tento fingir um sorriso, me recosto na minha cadeira e me viro para esconder a minha derrota. Estou com dor de cabeça, com frio e com tontura, e estou segurando as lágrimas com tanto esforço que a minha garganta está doendo e não consigo falar.

"Emma, querida, você está bem?" A Wilma aparece do meu lado e tento me recompor depressa, não quero que ela veja a bagunça que estou.

"Sim, eu... Hummm, estou bem," tento, mas a minha voz me trai ao oscilar e falhar, transbordando emoção.

"Emma, o que aconteceu? Você estava bem quando saiu para almoçar. Agora, está branca como um fantasma. Parece angustiada." Ela coloca a mão com gentileza no meu ombro e eu me encolho com o contato. É inesperado vindo de alguém que mal conheço.

"Nada," gaguejo. "Só me senti um pouco mal por um minuto," minto sabiamente, empurrando tudo de volta para dentro.

Pelo menos uma coisa a minha mãe me ensinou: a habilidade de mentir.

"Você precisa ir para casa?" Ela segura o meu braço gentilmente, me forçando a olhar para ela, com uma expressão preocupada como se eu pudesse me quebrar em um milhão de pedaços. Essa mulher é tão maternal e gentil que é difícil manter a minha postura fria; o que não ajuda em nada o meu estado mental.

Por que eu não tive uma mãe como ela? Uma mãe que se preocupasse de verdade com o meu bem-estar.

"Não... não. Sério. Só preciso de um minuto." A minha respiração está curta devido ao esforço de tentar acalmar os meus batimentos cardíacos.

"Emma, vá se deitar e descanse. Nunca te vi assim." Ela dá um tapinha no meu braço e me lança um olhar que diz, "Faça o que estou mandando. Agora!’ Aceno com a cabeça, me sentindo aliviada quando a expressão dela se suaviza e ela se afasta para que eu possa ir embora. Olho em volta para os outros funcionários que estão digitando nos seus computadores ou falando ao telefone nas suas mesas. Ninguém está olhando para mim e a Wilma está mostrando alguns arquivos para uma garota nova.

Não hesito. Pego a minha bolsa e saio assim que a vejo entrar no seu escritório. Preciso de um pouco de espaço para que eu possa desabar e depois me recompor em particular. É melhor do que guardar tudo dentro de mim e acabar explodindo mais tarde.

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