Reed: Escola do Sexo - Capa do livro

Reed: Escola do Sexo

Rhea Harp

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Chapter
15
Age Rating
18+

Summary

Por que eu quero este emprego? Porque minha irmã está em um lar adotivo, porque eu estou quebrada e não consigo achar um emprego que pague bem, e porque vou enlouquecer se as coisas não melhorarem logo.

O Sr. Reed abre meus olhos, e meu corpo, ao mundo secreto da Escola. Não estou em posição de dizer não a ele. Eu sou dele, e ele sabe disso.

Mas existe outra pessoa que sabe. Alguém determinado a acabar com nós dois.

Me pergunto se conseguirei sobreviver tempo suficiente para sair disso sem o coração partido.

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32 Chapters

Chapter 1

Capítulo 1

Chapter 2

Capítulo 2

Chapter 3

Capítulo 3

Chapter 4

Capítulo 4
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Capítulo 1

Livro 1

"Sente-se."

Um nó se forma na minha garganta enquanto caminho devagar e entro no escritório dele. Eu não deveria estar aqui, eu sei disso. Mas, como não tenho outra escolha, estou tentando ao máximo não desistir dessa ideia toda.

O homem atrás da mesa de ébano não tira os olhos de mim quando me aproximo da cadeira de couro à sua frente. Puxando as pontas da minha saia curta para baixo, faço o que ele diz, com hesitação, e endireito os ombros.

Alto, vestido com um terno preto impecável e feito sob medida, que se molda perfeitamente ao seu corpo musculoso, ele paira sobre mim como a ameaça de alguma promessa sombria e distorcida na qual não ouso pensar.

O que é irônico, considerando que eu ~é que fiquei esperando por ele para esta entrevista hoje. Na verdade, ele deveria parecer um pouco arrependido agora, mas o ar que ele passa está longe disso – como se o deslize que cometi antes fosse o maior pecado da história.~

Eu estava fumando em frente à Escola, conversando pelo celular com minha irmã que está doente, quando ele chegou. Ela não foi para a aula hoje e me preocupo que sua mãe adotiva não esteja cuidando bem dela. Mais uma razão para eu estar aqui, nesta entrevista, apesar desse homem ser um idiota arrogante.

Quando o vi vindo em direção ao prédio, sem querer joguei a bituca do cigarro no chão, errando a lata de lixo. E eu quase o mandei se foder quando ele exigiu que eu pegasse a bituca do chão em um tom tão hostil que parecia que seus lábios tinham derramado ácido puro bem no fundo da minha garganta.

Minha reação também não ajudou, é verdade. Mas eu não consigo controlar quando a megera desbocada que vive dentro de mim decide aparecer. Agora que estamos aqui, no espaço confinado de seu escritório, as sombras nadando em seus olhos verde-floresta me fazem querer pensar duas vezes antes de falar qualquer coisa.

O Sr. Reed – como sua secretária o chamou enquanto me conduzia para seu escritório – está sentado na minha frente, com um semblante sério. Ele estreita os olhos para mim, alguns fios de cabelo escuro balançando suavemente em sua testa com a brisa que entra pela janela aberta atrás dele.

Ao mesmo tempo, um perfume leve chega até mim – almíscar e musgo de carvalho, e uma pitada de algo mais fresco, algo inebriantemente bom – e eu sei que emana de seu terno caro.

Há uma pasta fina aberta na mesa à sua frente. Mas não é meu currículo. Não é assim que você é convidado para uma entrevista como essa.

Estou desempregada há três meses, desde que fui demitida do salão da esquina onde trabalhei durante anos – por algo que nem foi minha culpa – e encontrar um novo emprego tem sido quase impossível.

Foram três meses de inúmeras entrevistas, rejeições e humilhações. Três meses dormindo em sofás e pedindo dinheiro emprestado a amigos que não tenho ideia de como pagar.

Não tenho poupança. Zero. Nadica de nada ~. Em uma cidade como Nova York, não dá para economizar. Não quando você ganha US$15 por hora e tem uma criança que depende de você indiretamente.~

Então, quando ouvi duas garotas conversando sobre a Escola em um café, soube que esse trabalho era provavelmente minha única chance real de ajudar minha irmã e sustentar nós duas. As meninas me apresentaram a alguém que conhecia alguém que acabou passando meu nome e meu contato para as pessoas certas.

E, bem, aqui estou eu.

Os olhos do Sr. Reed percorrem meu corpo e um canto de seus lábios carnudos e simétricos se ergue em um sorriso pequeno. Não é um sorriso bom.

Tento engolir, mas minha garganta está inchada e não quer funcionar. Não existe formalidade com esse cara, ao que parece. Mas tudo bem. Também não estou com vontade de ser simpática.

"Então, senhorita...Beauvoir," ele prossegue, seu olhar brilhando com algo que não consigo identificar. "O que traz você aqui hoje?"

Meu nome soa abominável vindo de seus lábios. Tento não deixar isso me afetar. Se é aspereza que ele quer, serei mais áspera que uma lixa.

"Quero o emprego, obviamente," digo a ele com firmeza.

Seu olhar esmeralda varre meu peito enquanto ele aperta a mandíbula, e ele faz uma pausa antes de falar novamente.

"Acho que não fui claro. Estou perguntando por que ~você quer, Srta. Beauvoir."~

"É Evelyn," eu o corrijo, um pouco orgulhosa de mim mesma por não facilitar as coisas para ele.

Mas a sua pergunta – uma pergunta válida – permanece entre nós. Olho pela janela e mordo o lábio, engolindo as lágrimas.

Por que eu quero este emprego? Porque minha irmã está em um lar adotivo. Porque nossa mãe viciada em drogas não consegue cuidar de si mesma, muito menos de uma menina de dez anos. Porque estou quebrada e não consigo encontrar um emprego que pague bem. E porque eu vou enlouquecer se as coisas não melhorarem logo.

Mas eu não digo nada disso, é claro. Em vez disso, me contento com a única resposta que você nunca deveria dar em uma entrevista de emprego. Ou, pelo menos, em uma entrevista de emprego normal ~.~

"Preciso do dinheiro." Dou de ombros, tentando agir com indiferença enquanto ele me encara como se estivesse esperando que eu dissesse mais alguma coisa. Mas não tenho nada a acrescentar. Isso é tudo o que eu tenho a dizer.

"Você já trabalhou neste setor antes?"

Balanço a cabeça em sinal de negação. Faz poucos anos que esse tipo de trabalho foi legalizado. Antes de ser demitida, nunca pensei que seguiria esse caminho. Eu estava sobrevivendo, por pouco, mas sobrevivendo. "Não, mas eu... sei o que fazer."

"Ah, é?" Ele inclina a cabeça, me avaliando.

"Bem, quero dizer, eu já fiz coisas antes. Nos meus relacionamentos."

"Tipo o quê?"

A pergunta gera uma sequência de ondas de calor que atingem meu rosto. Íntima demais. Perversa demais. E, ainda assim, estou aqui porque escolhi estar. E sei que preciso responder.

"Tipo... hum..." eu começo, apertando meu polegar com muita, muita força enquanto evito completamente seu olhar penetrante. "Boquetes. E-e…"

"E… ?"

Ai, meu Deus. Acho que nunca senti tanta vergonha na vida. Aperto o polegar com mais força e penso na minha irmã. Foda-se minha dignidade. A Bea precisa de mim.

"E coisas pela porta dos fundos."

Porta dos fundos ~? Quem diabos fala isso, ~porta dos fundos~ ~? Ai, céus. Isso só pode ser um pesadelo. Eu só preciso acordar...

Mas então ele balança a cabeça, completamente inabalável. E me manda fazer o inimaginável, aqui e agora. "Tire a roupa."

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