
~Intimidar: assustar alguém, especialmente por meio de ameaças ou criando uma sensação de medo.
As palavras estavam além de minha compreensão. Nós? Mudarmos para a França? Abandonar tudo o que nos é familiar e querido para nos tornarmos herdeiros de alguma monarquia distante e isolada?
"Toda a nossa família?" Perguntei, olhando para ele com os olhos arregalados.
"Sim," ele acenou com a cabeça. "Thea e Emrich também. Eles querem que nossos filhos se tornem príncipe e princesa."
Percebi que aquilo era pra valer. Não se tratava de uma brincadeira ou de um pesadelo.
"Theodore, e quanto à nossa vida aqui?" Comecei. "A Thea pertence a esse lugar. Finalmente nos estabelecemos e as coisas estão indo bem. E acabamos de ter um bebê."
Isso era muito complicado. Como eu iria mudar toda a minha vida e me mudar para Paris?
"Eu sei," ele reconheceu, com o olhar abaixado. "Eu me sinto da mesma forma."
"Nossos filhos," continuei, "não seria demais para eles?"
"Foi para mim," confessou ele. "E eu só passava os verões lá quando era criança. Minha mãe não conseguia lidar com o fato de morar com aquelas pessoas. Foi por isso que ela se mudou para cá e construiu uma vida longe da corte real. Ela nunca quis isso para mim."
Refleti sobre nossa vida pitoresca no interior da Inglaterra. Era sereno e ideal, o ambiente perfeito para criar nossa família de quatro pessoas.
"E a escola da Thea?" Refleti sobre o carinho que ela tem pelos professores e amigos. A transição seria mais difícil para ela. "Nós nem sequer falamos francês!"
Então, meus pensamentos se voltaram para o bebê Emrich, que só conheceria o extravagante estilo de vida real se nos mudássemos para a França e morássemos no palácio. Eu poderia dar adeus a qualquer aspiração de uma vida normal para as crianças, para mim e para Theodore. Seriam canapés e bailes reais até nossos últimos suspiros.
Além disso, como Theodore havia mencionado, sua própria mãe havia renunciado à vida real por um motivo.
Meu coração se afundou ainda mais e um nó se formou em minha garganta. Abafei um soluço.
Theodore, sentindo minha angústia, me abraçou, e a carta caiu no chão. Ela roçou em meu tornozelo, como se ainda estivesse tentando me provocar de alguma forma.
"Não vamos pensar nisso agora," ele murmurou. "Vamos continuar nossa noite como se nunca tivéssemos lido a carta e vamos lidar com ela amanhã."
"Está bem," concordei, com o rosto enterrado em seu peito.
Mas, mesmo assim, o pensamento permaneceu no fundo de minha mente. A ordem do rei ecoava em minha cabeça, e eu me perguntava quanto tempo poderíamos realmente aguentar.
Quando o sol da manhã entrou pela janela do nosso quarto, as lembranças da noite passada voltaram à tona.
Primeiro, parecia um sonho, ou melhor, um pesadelo, algo de que poderíamos rir durante o café da manhã. Então a realidade me atingiu.
A carta era real e provavelmente ainda estava no chão da cozinha, onde a havíamos descartado. Isso era algo que teríamos de resolver, e talvez não houvesse nada que pudéssemos fazer para impedir.
Percebi que Theodore também estava acordado, com o olhar fixo no teto.
Aparentemente, eu não era o único a refletir sobre aquela carta e a possibilidade de mudar toda a nossa vida para a França, um país onde eu nunca tinha estado, um lugar onde não conhecia ninguém.
"O que está pensando?" Perguntei suavemente, olhando apreensiva para o homem que eu tanto amava.
Theodore exalou profundamente.
"Não precisamos decidir isso agora," respondeu ele. "O rei está saudável. Ele governará por mais anos. Não vou mudar nossa família para Versalhes. Enviei a carta de volta esta manhã."
Ele me puxou contra o calor de seu corpo firme, e imediatamente me senti melhor. Ele me deu um beijo, e nossos corpos se fundiram enquanto sua língua se pressionava entre meus lábios.
Ele deslizou o joelho entre minhas pernas enquanto eu me movia contra ele, meu clitóris formigava a cada pulsação. Eu não sabia que magia esse homem tinha, que ele podia apagar todos os pensamentos da minha cabeça com apenas um toque.
Então, houve uma batida forte na porta, e não pude deixar de dar um pulo.
"Quem é?" Theodore rosnou, irritado.
"Sou eu, desculpa, gente," disse a voz envergonhada de Mick do lado de fora da porta.
Gemendo, Theodore saiu de cima de mim. Eu podia ver o contorno enorme de seu pau duro através da calça do pijama e lambi os lábios. Ansiosa pra que aquilo terminasse logo...
"Entrem," ordenou Theodore, jogando o cobertor sobre nós dois.
"Sr. Jefferson," disse Mick ao entrar cautelosamente, claramente adivinhando o que estava acontecendo antes. "Há alguém aqui que quer vê-lo."
Theodore gemeu, e eu olhei para ele. Quem poderia ser?
Nós dois nos vestimos rapidamente, divididos entre a curiosidade e a preocupação com essa visita surpresa repentina. Eu tinha uma sensação de afundamento em minhas entranhas que não conseguia afastar.
Descemos as escadas e Theodore abriu a porta da frente.
Dei um passo para trás, surpreso. Três homens em ternos pretos bem cortados estavam no degrau da frente, com a postura de estátuas. Todos usavam óculos escuros e um acessório para a cabeça. Eles tinham um distintivo de lapela dourado com um brasão que eu reconheci muito bem. ~Ah, não!
"Theodore Jefferson," o homem no centro se apresentou com um forte sotaque francês. "Meu nome é Gregor Du Pont, um enviado real do Rei Luís XXII da França. Estou aqui para escoltá-lo até Versalhes. Agora."