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Fera Ferida

2: Capítulo 1

KARA

Enquanto ouço os outros adolescentes tagarelando sobre companheiros isso e companheiros aquilo, não consigo evitar de sentir pena de mim mesma por ser obrigada a ter alguma coisa a ver com esse evento.

Um maldito evento de três dias.

Primeiro dia: As matilhas chegam de todo o país e começam a se misturar. É quando a maioria encontra o seu companheiro, e a convivência continua pelos três dias inteiros.

Segundo dia: Aqueles que encontraram os seus companheiros são encorajados a ir para a floresta para que os seus lobos corram juntos.

Terceiro dia: A cerimônia de acasalamento acontece. Aqueles que encontraram os seus companheiros se aceitam oficialmente perante as suas matilhas.

Três dias de hormônios à flor da pele; três dias de tesão nas alturas; três dias de pessoas transando umas com as outras para onde quer que você olhe. Que ótimo.

Ainda assim, poderia ser pior. Vou trabalhar na cozinha, o que é um grande alívio. Não preciso me preocupar com as pessoas me olhando de um jeito estranho por causa da minha cicatriz e posso evitar a maioria das interações sociais.

É como um porto seguro onde posso me concentrar nas minhas tarefas e ficar sozinha.

Eu me escondo o tempo todo, e quando recebo a minha primeira tarefa de recolher as taças de champanhe usadas após o término da abertura do evento, faço questão de terminar o mais rápido possível.

Muito rápido!

De repente, duas garotas esbarram em mim.

"Olha por onde anda, Freddy Kreuger!"

Abaixada no chão, cercada por cacos de vidros, olho para cima e não reconheço as meninas que estão olhando para mim; elas devem ser de outra matilha.

Uma delas cobre a boca e a outra me lança um olhar de nojo.

"Ah, minha deusa, os meninos não contaram a história toda. Você parece muito pior do que eles falaram! Caramba, o que o seu alfa estava pensando quando deixou você nos servir?"

Reviro os olhos para elas e começo a recolher a bagunça ao meu redor.

Ouço uma voz acima de mim: "Ele deve ter pensado que ninguém ousaria quebrar as leis do Dia do Acasalamento".

Olho para cima e vejo um homem loiro e muito alto. Ele tem olhos castanhos claros que me fazem pensar na minha mãe.

"Tio Jacob?" Eu sussurro.

Ele olha para as garotas sem expressão. "Vocês sabem que a punição por quebrar as leis do Dia do Acasalamento é a expulsão da matilha?"

Sinto uma pontada de satisfação quando os sorrisos das meninas desaparecem, sendo substituídos por uma súbita expressão de medo que toma conta dos seus olhos arregalados.

"Agora, sugiro que vocês saiam da minha frente antes que eu faça uma coisa que não vou me arrepender."

Ele permanece completamente parado enquanto observa as garotas correndo para longe. Assim que elas estão fora de vista, ele se vira para mim, me cumprimentando com um sorriso caloroso.

"Ah, Kara! Você cresceu tanto!" Ele se afasta, segurando os meus ombros. "Não posso acreditar! Você está a cara da Kiana!"

"Tio Jacob! Quase não te reconheci. Faz tanto tempo."

Ele cai na gargalhada e me puxa para outro abraço carinhoso. "Ah, querida! Você se lembra de mim! Como você está?"

"Estou bem. Muito melhor agora. E você? Quer dizer, eu achava que o Pop-Pop ainda fosse o alfa?"

Tio Jacob franze a testa e apenas abre e fecha a boca por um momento antes de finalmente falar. "Pequena, ninguém te contou o que aconteceu?"

Eu bufo. "Por que alguém me contaria alguma coisa?"

Ele respira fundo e agarra a minha mão. "Não sei como dizer isso, mas o seu avô foi morto em um ataque de ladinos."

Um arrepio percorre a minha espinha e a minha respiração fica presa na garganta. "Como assim ele foi morto?"

"Ele estava caçando ladinos quando caiu em uma emboscada e mataram ele."

Olho para as minhas mãos. "Não entendo. Como isso pode ter acontecido? Por que nunca me contaram?"

Embora o Jacob seja o alfa da Matilha Lua Azul, o único lugar onde ainda tenho parentes de sangue depois que os meus pais morreram, o Alfa Black decidiu que era melhor eu ficar aqui, na Lua Crescente.

Por sorte, a Lana e o Richard me acolheram e me criaram como uma filha. Eu não poderia ter desejado pais adotivos melhores. E o filho deles, Keith, é como um irmão para mim.

Meu tio franze a testa. "Tem muita coisa que tentei te falar e que não chegou até você, eu acho. Vou falar com o Alfa Black enquanto estiver aqui."

Ele cutuca o meu ombro. "Vamos lá, não vamos ficar tristes e deprimidos. É para ser um dia feliz. Podemos conversar sobre tudo isso mais tarde."

Ele sorri para mim e aperta de leve os meus dedos. "Talvez você possa me ajudar a encontrar a sua futura tia?"

Enxugo os meus olhos e dou uma risada. "Eu adoraria, mas infelizmente tenho que ajudar com as tarefas da festa ou o meu alfa vai me matar."

Começo a me levantar, mas o meu tio me impede.

"Kara, você não precisa ficar aqui, sabe? Pode voltar comigo."

Fico emocionada por ele me querer depois de todo esse tempo—ele fez a mesma oferta quando os meus pais foram assassinados—mas acho que o que quer que tenha impedido o Alfa Black de me deixar ir para a Matilha Lua Azul ainda é relevante.

Além disso, não posso fazer isso com o Keith e a sua família.

"Agradeço a oferta, tio Jacob, mas construí uma vida aqui. Não posso deixar ela para trás."

Ele dá um tapinha na minha mão. "Bem, então vou deixar você ir. Você deve ter trabalho a fazer."

Eu me levanto e o abraço. "Vem me ver antes de ir embora?"

Ele beija a minha testa. "Claro."

JACOB

"Alfa Black, Beta Dane."

Os dois inclinam ligeiramente a cabeça.

"Alfa Kane," Alfa Black diz, "é ótimo te ver aqui depois de tantos anos".

"Obrigado por sediar o Dia do Acasalamento esse ano. A sua hospitalidade é inestimável."

Sorrio para o alfa da Matilha Lua Crescente. "Alfa Black, eu esperava poder ter alguns minutos do seu tempo?"

Algo misterioso dança no fundo dos seus olhos. "Eu gostaria de poder, Alfa Kane, mas preciso administrar as festividades, até porque elas acabaram de começar. Você pode entender, certo?"

O meu sorriso desaparece e me aproximo, determinado a fazer com que ele sinta a minha fúria. "Claro, mas é em relação à minha sobrinha. Gostaria de saber por que ela não recebeu as minhas cartas?"

A expressão do Alfa Black cai e ele gesticula para me direcionar para fora da tenda. "Que tal darmos uma volta?"

Abaixo a cabeça respeitosamente e acompanho o Alfa Black.

O ar entre nós está denso com o silêncio e não consigo deixar de sentir o peso da ansiedade crescendo dentro de mim.

"Ouvi dizer que o seu pai foi morto. Lamento não ter comparecido ao funeral, como um colega alfa, espero que você entenda que foi devido às demandas da matilha."

Enquanto caminhamos, mantenho o meu olhar fixo à frente. "Claro, mas eu gostaria de saber por que não estão repassando as minhas cartas para a minha sobrinha? Há quanto tempo isso está acontecendo?

"Sem falar que toda vez que solicitei uma visita, foi negada."

O Alfa Black para e se vira para mim. "Sério? Vou investigar imediatamente. Deve haver alguma confusão vinda de uma solicitação anterior."

Cerro os dentes, tentando evitar que a minha raiva ferva. "Qual solicitação anterior?"

"Você deve entender, depois que a menina perdeu os pais, pensamos que se ela lesse muitas cartas ou recebesse visitas da sua matilha poderia agravar a tristeza dela. Ela poderia ter se afogado no luto."

Tem alguma coisa que ele não está me contando, mas se eu insistir, posso fazer ele se fechar mais. Dou um leve aceno de cabeça, esperando que seja o suficiente para ele acreditar que entendo os seus motivos.

"Entendo. Bem, talvez você possa descobrir quem está atrapalhando a nossa correspondência e acabar com isso.

"E outra coisa, sobre a perda dos pais dela. Eu estava vendo os relatórios que você forneceu na época, mas alguns detalhes não batem com o que alguns membros da sua matilha disseram."

Ele levanta uma sobrancelha. "Você falou com membros da minha matilha?"

Dou de ombros. "Naturalmente. Você deve entender, a filha de um poderoso alfa foi assassinada e queríamos respostas. Então, eu esperava que você pudesse esclarecer algumas coisas?

"O seu relatório diz que você ordenou que o seu beta, o meu cunhado na época, protegesse a sua companheira e seus filhos, mas uma testemunha afirmou que a sua companheira e seus filhos não estavam no território da matilha naquele momento.

"Na verdade, essa mesma testemunha disse que eles foram para o território da matilha da sua companheira alguns dias antes do ataque."

O Alfa Black desvia o olhar e os seus passos nos levam por um caminho mal iluminado. Não posso deixar de notar que a natureza sombria do seu comportamento se reflete no caminho que estamos pegando agora.

"Não enganei a você ou ao seu pai e, mesmo assim, é isso que você está fazendo parecer."

A sua petulância me enfurece ainda mais, mas controlo o meu temperamento. "O que você quer dizer?"

"Bem," ele diz, encolhendo os ombros, "os ladinos fazem qualquer coisa para perturbar a paz entre as matilhas.

"Não sei quem é essa suposta testemunha, mas parece que ela deu informações erradas na esperança de quebrar a nossa aliança."

Sinto uma das minhas sobrancelhas se levantar. Ele está fazendo algum tipo de jogo? Preciso continuar essa conversa com cuidado.

"A informação veio de um membro dessa matilha."

Ele endireita os ombros e me olha nos olhos. "Ele estava errado."

Enquanto ele me encara tão intensamente, aproveito a oportunidade para observar cada movimento do Alfa Black, cada linha na sua expressão, tentando decifrar os pensamentos que giram em sua mente.

O que o meu pai descobriu depois da morte da minha irmã me deixou perplexo. São informações que não batem com a narrativa que nos contaram e as peças do quebra-cabeça simplesmente não se encaixam.

Se o meu pai tivesse me contado o que sabia, eu poderia ter feito alguma coisa antes.

Não consigo me livrar dessa sensação incômoda que me diz que há mais nessa história.

KARA

Depois de varrer o vidro quebrado, volto para a cozinha.

Estou me aproximando da porta de vaivém quando a multidão começa a se dividir como o Mar Vermelho, convidados e membros da matilha abrem caminho para um grupo de homens robustos.

Mas é quem está no meio que está roubando a cena. O cabelo dele, branco como neve, chama minha atenção primeiro, depois os seus olhos verde-esmeralda, que tem um brilho sobrenatural.

Ele se sobressai sobre todos ao seu redor com seus quase dois metros de altura, e ele comanda todo o espaço, lançando um feitiço de encantamento sobre todos que colocam os olhos nele.

Nem mesmo eu consigo tirar os olhos do homem gigantesco.

Por um momento, parece que o tempo congelou, então o mistério em torno do estranho é esclarecido quando ouço sussurros dizendo que ele é o grande alfa.

A cada dez anos, um grande alfa é escolhido, não só pela força da sua matilha, mas também pela sua força e seu poder como alfa.

Normalmente, a escolha é feita por meio de uma competição nos Jogos Licanos, realizados em um território neutro, onde os alfas de todo o mundo colocam à prova sua força, agilidade, poderes e habilidades de liderança.

As exigências físicas dos jogos sugerem que os grandes alfas tendem a ser jovens, mas eu não sabia o quão jovem era o nosso grande alfa; ele parece ter vinte e poucos anos.

Mas apesar da aparência incrível desse homem, não se ganha os jogos sendo legal, e os sussurros ao meu redor lembram uns aos outros que ele é um ser cruel, que não tolera erros.

O medo toma conta de todos em sua presença, assim como a admiração, enquanto ele e a sua comitiva caminham no meio da multidão.

Estou prestes a soltar um suspiro de alívio depois que os homens passaram por mim, quando o grande alfa para abruptamente.

Erguendo os olhos, ele começa a farejar o ar, seus sentidos sintonizados com alguma coisa que não compreendo.

Ele fecha os seus cativantes olhos verdes e move os lábios sem emitir nenhum som, como se invocasse um poderoso feitiço. Os meus ouvidos se esforçam para captar uma ou duas palavras, mas não consigo.

E então, posso ver as suas esmeraldas novamente, brilhando à luz do sol enquanto perfuram o mar de corpos ao seu redor e se fixam em mim.

Ele fala uma palavra—uma palavra que ressoa profundamente na minha alma—fazendo com que o meu coração erre uma batida e que o meu mundo pare.

"Companheira."

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