Lutando Contra o Amor 2: Roleta Russa - Capa do livro

Lutando Contra o Amor 2: Roleta Russa

Nicole Riddley

Capítulo 2

Penny

Dez minutos depois, atravesso as portas do Club Espresso Degree. O Matthew e a Cece estão sentados num canto. Eles conversam casualmente. A Cece toma um gole de cappuccino enquanto o Matthew mexe o café com uma colherinha.

A Cece me vê depois de talvez vinte segundos enquanto olho em volta e corre até mim com os braços abertos. Ela me puxa para um abraço apertado, como se não nos víssemos há mais de um ano. Retribuo o abraço, observando o Matthew sorrindo para mim da sua cadeira. Minha confusão só aumenta quando olho para os sorrisos largos dos dois.

Apressadamente, examino o espaço e inspiro profundamente para detectar qualquer ameaça. É puro instinto. Porém, o local está cheio de alunos que conversam sobre as suas tarefas da faculdade. Não há nenhum lobisomem, licano ou outra criatura presente. A mensagem urgente do Matthew não faz sentido na minha cabeça. Eles não estão em perigo e parecem estar exatamente igual estavam há dois dias.

Nos últimos quatro anos, o Matthew, a Cece e eu amadurecemos muito. Meu vínculo com o humano que deveria ter se tornado o meu companheiro criou uma estreita amizade platônica. Não tenho sentimentos românticos por nenhum outro homem além do meu guerreiro licano super gostoso, mas gosto muito do Matthew e da namorada dele. Eles são uma parte importante da minha vida.

Uma sensação esquisita me lembra que os meus amigos ainda não sabem a verdade sobre mim, mas é melhor assim. Meu mundo é perigoso para os humanos e quero que eles permaneçam seguros.

"Parabéns pela formatura," a Cece diz quando chegamos à mesa, e eu dou um beijo na bochecha do Matthew.

"Sim, você já tá quase terminando, Penny," ele aponta, movendo uma pequena caixa retangular na minha direção. "Esse presente é nosso. Espero que você goste."

Eu olho para eles com os olhos arregalados de surpresa, e minhas sobrancelhas se erguem tão alto que quase atingem a linha do meu cabelo. Eu não esperava que eles me dessem um presente. Abro a caixa e vejo uma linda e fina pulseira de prata conectada a um pingente do símbolo de infinito.

"É linda," eu suspiro, piscando para afastar as lágrimas que brotam nos meus olhos. Estou profundamente comovida com o presente deles.

"Viu, eu disse que ela iria adorar!," a Cece bate palmas com entusiasmo enquanto o Matthew me ajuda a colocá-la no pulso.

"Obrigada," eu sorrio para eles, me sentindo feliz. A garçonete nos interrompe trazendo um cappuccino. O Matthew pediu antes de eu chegar. Depois de todos esses anos, ele me conhece muito bem.

"Tem mais uma coisa que queremos contar pra você," a Cece fala, olhando rapidamente para o Matthew. Ele dá um pequeno sorriso e gentilmente pega na mão dela. "As nossas vidas estão prestes a mudar drasticamente e queremos que você faça parte disso também."

"Mudar como?" Eu levanto a minha sobrancelha, observando-os com cautela. Eles parecem estar em êxtase. A Cece mal consegue ficar parada e o Matthew também é péssimo em esconder a sua excitação.

"Eu tô grávida!" ela anuncia, com entusiasmo.

Meu queixo cai. Por um momento, não consigo dizer nada. Estou olhando para eles, completamente chocada, antes que um grito feliz escape da minha garganta.

Todas as pessoas da cafeteria se viram para mim. Elas me olham como se eu fosse louca, mas eu não me importo. Eu pulo e puxo a Cece para um abraço enorme, apertando-a com força.

"Parabéns," eu a aperto nos meus braços, quase a esmagando. Mas a minha alegria é avassaladora. "Eu tô tão feliz por você."

"Obrigada," ela engasga, e percebo que provavelmente a estou apertando com força demais. Perdi o controle.

"Parabéns pra você também, Mathew." Eu o puxo para ficar de pé e dou um abraço forte. "Essa é uma super notícia."

"Também estamos muito felizes," a Cece sorri, suspirando. Ela brilha de felicidade e adoro ver o Matthew feliz. Acompanhar os meus amigos entrando em uma nova etapa de suas vidas é lindo.

"E também queremos te perguntar uma coisa," o Matthew diz, piscando para a sua esposa. A Cece balança a cabeça ansiosamente, esticando o braço e pegando na minha mão. Desvio meu olhar entre eles, sem ter certeza se estou preparada para outra revelação.

"Tudo bem," eu digo com cautela, ignorando o uivo de alegria da minha licana. A Juno também está alegre pelos nossos queridos amigos. Eles nunca se conheceram, mas ela os aceita como parte da nossa família.

"Você aceita ser a madrinha do nosso filho?" o Matthew pergunta, com os olhos brilhando.

Estou chocada demais para responder. Fico boquiaberta e meu cérebro se recusa a responder à pergunta.

"Penny?" a Cece aperta a minha mão, me tirando do transe.

"Eu... eu... eu acho... que talvez... eu consiga," gaguejo, olhando para eles, atordoada. Ninguém nunca me perguntou algo dessa magnitude. Nosso relacionamento ficou extremamente próximo nos últimos quatro anos, mas isso foi inesperado.

A Cece interrompe a minha gagueira, pegando na minha mão.

"Não tenha pressa pra decidir," ela sugere, mas eu já sei a resposta.

"Eu aceito!" Eu explodo, com um enorme sorriso se estendendo pelo meu rosto. "Só precisei de um segundo pra digerir. Vai ser uma honra ser a madrinha do filho de vocês."

"Obrigado," o Matthew exala, parecendo de alguma forma aliviado. Talvez eu os tenha assustado com a minha hesitação.

Passamos a hora seguinte falando de bebês, nomes e os melhores lugares para comprar coisas. Prometo a Cece que irei acompanhá-la sempre que ela precisar de mim. Ou quando o Matthew não tiver tempo, por causa do trabalho. Ele é muito dedicado aos alunos, mas é claro que a sua família vem em primeiro lugar.

Nós nos separamos do lado de fora do café com a promessa de nos encontrarmos em breve. Estou alegre e cheia de felicidade pelos meus amigos. Mal posso esperar para compartilhar essa notícia fantástica com o meu amor.

Encontro o Darius no nosso quarto, sentado na poltrona. Suspiro ao vê-lo. Ele está sem camisa. Seus ombros largos e peitorais enormes estão à mostra. Seu cabelo loiro está bagunçado, caindo em seus olhos azuis que brilham de amor quando os nossos olhares se encontram.

Coloco a minha mochila ao lado da mesa e subo no colo dele, inalando seu perfume inebriante. Isso provoca os meus sentidos enquanto presto atenção ao seu telefonema. Ele está falando em russo e eu não entendo muita coisa, mas sei que é trabalho.

O Comandante Rykov é responsável pela segurança do Príncipe Caspian. Tudo tem que estar perfeito e ele precisa saber de cada movimento de seus homens. Caso contrário, ele não ficará satisfeito.

"Como foi o seu dia, Malyshka?" Ele pergunta quando encerra a ligação e coloca o telefone na mesa. Seus braços me envolvem e ele enterra o nariz na curva do meu pescoço, inspirando profundamente.

"Surpreendente," respondo, sorrindo. "O Matthew e a Cece estão grávidos! Dá pra acreditar? E eles me pediram pra ser a madrinha do filho deles!"

Um sorriso radiante e contagiante aparece nos lábios do Darius, e ele segura o meu rosto com as palmas das mãos.

"Eu tô tão feliz por eles e por você também, Malyshka," ele sussurra, selando as suas palavras com um beijo carinhoso. "Esse bebê vai ser o ser humano mais feliz do mundo inteiro."

Eu rio de suas palavras, me agarrando a ele e roubando outro beijo. Só nos afastamos quando estamos sem fôlego, trocando olhares amorosos.

O Darius acaricia as minhas costas e parece momentaneamente imerso em pensamentos, então deixo a minha mente vagar também. Sou atacada por imagens de bebês gordinhos e sorridentes, e meu coração pulsa com o sonho de ter um menino ou uma menina adorável com cabelos loiros e olhos azuis.

Sou invadida por um sentimento desconhecido que surgiu em meu peito enquanto imagino o filho do Darius e meu. Pensando na possessividade dele e obsessão pela segurança, não sei se ele algum dia iria querer ter um filho. Sem mencionar o seu relacionamento com os pais. Se o trauma for muito profundo, talvez ele nunca queira ter filhos.

Meu coração dispara com a ideia de nunca me tornar mãe. De alguma forma, inconscientemente, sempre quis ter filhos e uma casa cheia de risadas, alegria e felicidade. Mas o Darius também quer?

Posso perguntar a ele imediatamente, mas estou com medo da resposta. Não quero que as minhas esperanças sejam destruídas. Em vez disso, escolho manter os meus sentimentos para mim mesma, por enquanto.

"Você tem tempo pra um treino rápido?" Sugiro alegremente, balançando as sobrancelhas.

"Sempre tenho tempo pra você, Malyshka."

O Darius se levanta sem esforço, ainda me segurando no colo. Ele me coloca no chão com um beijo e vestimos as nossas roupas de ginástica.

A sala de treinamento está vazia. Nossos amigos ainda não voltaram, então temos tudo só para nós. Alongo os meus músculos e espero o Darius terminar de alongar para que possamos começar.

No começo, ele pega leve comigo. Ele demonstra alguns movimentos novos para eu aprender. E praticamos até que eu possa aperfeiçoá-los.

Darius é o melhor professor do mundo, mas ele também me distrai. Quando ele tira a camiseta, estou condenada. Seus músculos rígidos, torso definido e bíceps enormes são fascinantes. Resisto à vontade de pressionar as minhas mãos contra ele.

Apenas um olhar para o Darius deixa os meus hormônios em frenesi e minha concentração diminui. Ele rapidamente me imobiliza, rindo das minhas fracas tentativas de afrouxar o seu aperto.

"Você deveria prestar mais atenção nos meus braços, Malyshka," ele repreende, me fazendo revirar os olhos. Eu presto muita atenção nos braços gloriosos dele. É por isso que estou nesta situação.

"Você deve fortalecer a sua mente e manter uma postura melhor," ele continua, alheio ao que seu controle está fazendo comigo. Ou ele sabe exatamente o que está acontecendo e gosta de me atormentar.

"Usa as pernas," ele sugere, eu faço o que ele diz e piso em seu pé. Um gemido misturado com risada escapa da boca dele e ele me abraça.

"Não é uma boa ideia, Malyshka," ele avisa.

"Não?" Eu desafio, tentando fazer de novo, mas não consigo.

O Darius me prende no chão. Seu corpo pressiona o meu. Eu sei que não tenho chance contra o meu poderoso companheiro guerreiro licano, mas, meu Deus, eu adoro lutar com ele.

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