Ethan, o Alfa - Capa do livro

Ethan, o Alfa

Holly Prange

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Chapter
15
Age Rating
18+

Summary

Um homem, todo vestido de preto, ataca e mata um dos homens sem matilha e inocentes na frente dele. Pulo para atacá-lo, mas sou atingida por um aroma inebriante de baunilha e algo cítrico.

"Companheiro!" Minha loba grita na minha mente.

O que está acontecendo? O homem, até então meu alvo, se vira para me encarar. Estamos a poucos centímetros de distância quando uma dor dilacerante atinge minha barriga. Olho para baixo e vejo a empunhadura de algo cravado em mim, cercada por um líquido de tom carmesim. O homem tira sua mão da adaga e eu levanto a cabeça para encará-lo. Depois, tudo fica escuro.

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50 Chapters

Chapter 1

Capítulo 1

Chapter 2

Capítulo 2

Chapter 3

Capítulo 3

Chapter 4

Capítulo 4
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Capítulo 1

Livro 1: Alfa Ethan

SCARLET

Olho para os restos do que costumava ser a cidade de St. Louis. Agora, são apenas lembranças corroídas daquilo que já foi, com uma nova cidade brotando em seu centro.

Prédios em ruínas se espalham pelo horizonte enquanto vinhas e árvores invadem as estruturas abandonadas.

O Arco se destaca, iluminado pelas luzes azuis e amarelas de Crescent City, com um pedaço gigante faltando na parte de cima.

Queria ter tido a chance de ir até o topo antes de ele ser destruído. Na verdade, há muito da cidade que eu gostaria de ter visto antes de ela ser destruída há 20 anos, durante a Grande Guerra dos Sobrenaturais. Eu só tinha três anos quando tudo aconteceu.

Estou sentada no meu lugar favorito para quando preciso fugir e encontrar um pouco de paz: no topo de um prédio antigo.

Daqui, tenho uma vista perfeita do que costumava ser o centro da cidade. Ainda é possível ver restos espalhados pela paisagem, em meio a arranha-céus modernos construídos depois da guerra.

O edifício mais proeminente fica no centro de todos os outros e é muito mais alto do que o resto. O dono dele é o alfa mais temido das redondezas, Ethan Kane, líder da Matilha da Lua Crescente.

Com a ajuda de seus dois irmãos, seu beta e cerca de cinquenta tenentes, o Alfa Kane governa a cidade com punho de ferro. O pai dele, Seth Kane, é o alfa que conquistou a cidade durante a guerra.

Dizem por aí que ele era implacável, matando qualquer um que representasse um obstáculo em seu caminho até o poder. Ele passou seu legado para os filhos, e aqueles que desafiam a família acabam mortos. É só questão de tempo.

" Eu quero correr ~," minha loba interior implora enquanto respiro ar fresco.~

O sol está começando a se pôr, e o céu está mudando para um tom de azul claro e anil.

" Não podemos. Precisamos ajudar a servir o jantar, ~" respondo com tristeza. Uma corrida agora não seria nada mal. Faz tanto tempo que não solto minha loba.~

" Depois do jantar então? ~"~

Eu sorrio com a insistência dela. " Veremos. ~"~

Eu me levanto e salto sobre os telhados de alguns prédios antes de pousar em outro. Abro a porta do telhado e corro para o primeiro andar, direto para a cozinha industrial.

"Onde você estava dessa vez, Lettie?" Jo pergunta enquanto eu me apresso para vestir um dos longos aventais brancos.

"Ah, você sabe… os lugares de sempre…," respondo com um sorriso travesso, e ela revira os olhos para mim.

Embora meu nome seja Scarlet, Jo insiste em usar o apelido que ela me deu. Com seus sessenta anos e um ar de durona, Jo é a coisa mais próxima que tenho de uma família.

Ela me encontrou vagando pelo Flagelo, catando restos de comida depois da guerra. O Flagelo é como todos chamam a área que costumava ser o leste de St. Louis. É onde vivem os lobos sem matilha.

Ainda faço parte do grupo dos sem matilha porque é difícil encontrar uma nova depois que você perde a sua.

Quando Jo me encontrou, eu havia perdido não só minha matilha, mas também meus pais. Eles morreram em um ataque de renegados logo após chegarem ao Flagelo.

"Bem, você está atrasada, mocinha. Agora vá e leve esses pãezinhos para lá antes que tenhamos que lidar com uma matilha de lobos famintos," ela diz, apontando para algumas cestas de pão no balcão.

Faço que sim com um sorriso, e, assim que coloco o avental, pego algumas cestas de pãezinhos e saio. Nós criamos nossa própria comunidade. Não é muito grande, mas é um lar.

Quando chego ao refeitório, o ar está cheio de barulho e tagarelice enquanto centenas de lobisomens conversam e brincam uns com os outros. Levo o pão para a fileira de mesas onde a comida será servida e os deixo lá antes de tomar meu lugar perto de uma das grandes panelas cheias de sopa.

A fila começa a andar e eu começo a servir o jantar de todos.

"Como você está hoje, Scarlet?," pergunta o Sr. Meyer com um sorriso enquanto me estende sua tigela vazia.

"Muito bem. E você?"

"Ainda respirando, então não posso reclamar!" Nós rimos, e ele continua andando na fila.

"Qual é a sopa de hoje?," pergunta uma garotinha chamada Annie.

"Carne e legumes. Quer um pouco?" Eu respondo com um sorriso.

Annie sempre pergunta o que estamos servindo, mesmo que isso nunca pareça fazer diferença. Ela nunca recusa. Ela me dá um rápido aceno e continua seu caminho assim que é servida.

E assim continua, enquanto centenas de lobisomens sem matilha passam pela fila para pegar sopa e pão para o jantar.

Embora não tenhamos um Alfa e uma Luna para nos liderar, alguns de nós temos funções mais influentes na comunidade, ajudando a tomar decisões e coordenar quando há uma ameaça.

Eu meio que caí de paraquedas na minha função. Sempre fui alguém que se envolve e ajuda e, um dia, assumi a liderança durante um ataque de renegados. De alguma forma, eu consegui fazer os outros me ouvirem, e, desde então, passei a ser convocada quando decisões importantes tinham que ser tomadas.

É uma grande alegria servi-los e saber que tenho uma participação na segurança de todos. Além disso, trabalho no abrigo desde que tinha idade suficiente para segurar uma concha.

Jo é quem comanda o lugar. É difícil encontrar empregos, já que a maioria dos lobos que vive na cidade e arredores nos trata como se fôssemos uma praga.

No entanto, Jo teve a sorte de encontrar uma família de lobisomens que mora longe o suficiente nos arredores da cidade e foi contratada para trabalhar nas terras deles. A fazenda tem ido bem ultimamente, e, para a nossa sorte, sempre há bastante comida — mais do que a família precisa.

Jo usa o dinheiro e a comida extra para ajudar a alimentar e cuidar dos lobos sem matilha que vivem no Flagelo. Fazemos o que podemos para fornecer duas refeições por dia, abrigo e cobertores.

Depois que termino de servir a todos, me sento para comer. Pelo canto do olho, vejo alguém se aproximando.

A pessoa coloca o braço em volta do meu ombro, e logo percebo que é meu melhor amigo, Will.

"Ei, gata! Você guardou um pouco para mim?"

Reviro os olhos e sorrio para ele enquanto empurro a tigela extra.

"Por que você sempre se atrasa?," pergunto, rindo, enquanto ele morde o pão e coloca um pouco de sopa na colher.

"Ah, Scar, você sabe. Sou um cara muito ocupado."

"Ah, é? Ocupado com o quê, exatamente?"

"Ah, você sabe... dormindo, vasculhando, e eu até comprei uma coisa para você," ele diz enquanto um sorriso ilumina seu rosto, seus olhos castanhos brilhando de animação.

"Sério?," pergunto, incapaz de esconder a surpresa na minha voz.

"Sim! Aqui, olhe!"

Ele estende o punho para mim como se estivesse segurando alguma coisa pequena. Estendo a mão para ele, e ele solta algo nela. É um lindo colar com uma delicada corrente de ouro branco, com um diamante redondo pendurado.

"Ai, minha Deusa! Will! Que lindo! Onde você achou isso? Por favor, diga que não roubou," exclamo antes de dar a ele um olhar penetrante, segurando o colar no meu peito.

Ele solta uma risada calorosa. "Claro que não roubei. Achei em um apartamento abandonado. Você gostou?"

"Se eu gostei? Eu amei!" Envolvo meus braços em volta dele e dou um abraço apertado, fazendo-o rir mais uma vez.

"Que bom. Fico feliz."

Sento-me e converso com Will enquanto ele termina de comer e, depois, nos despedimos e eu vou lá para fora.

"Uma corridinha? ~" Minha loba pergunta, animada, me fazendo sorrir.~

"Uma corridinha," eu confirmo.

Corro pelo beco rapidamente e me transformo no meio do salto, minhas patas batendo no cascalho enquanto vou em direção a um fragmento denso de floresta. Mas, quando chego à margem da floresta, ouço uma mistura de gritos e rosnados vindos do Flagelo.

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