Abocanhada por um Alfa - Capa do livro

Abocanhada por um Alfa

Lydia Rose

Obrigação Inescapável

JAXON

Aonde ela pensava que ia? Essa garotinha que era para ser minha companheira? Esta... Quinn.

Eu não podia acreditar na coragem dela. Fugindo do hospital quando ela deveria estar se curando. Fugindo de quem sabe onde, longe do bando, longe de mim.

Ela sabia que estávamos interligados, e mesmo assim, ela fugiu! Ela me agitou e me enfureceu. Nunca ninguém ousara me desobedecer antes. Os membros do meu grupo sabiam que o preço era a morte.

O Alfa deles estava acima de tudo.

Mas esta garota, esta ninguém, esta humana que mal tinha começado a se transformar, ela pensava que estava acima de mim?

Senti raiva pulsando através de minhas veias, fazendo meus músculos ficarem tensos, minhas mãos tremerem, meus ossos começarem a se dividir e rachar bem abertos. Estava saindo de uma raiva animal pura, cega e cega.

Minhas unhas se partiram enquanto garras longas e afiadas tomavam seu lugar. Meus caninos arrebentam de minhas gengivas e cresceram. Minha cabeça sentia como se fosse rachar e abrir.

A mudança sempre foi dolorosa...mas desta vez foi ainda pior. Porque o olhar nos olhos da garota, o choque neles - não, o terror- estava me fazendo hesitar.

Por alguma razão, eu não queria assustá-la ou machucá-la. Uma sensação profunda, desconfortável, que eu nunca havia sentido antes, estava borbulhando dentro de mim. Como uma mistura de luxúria e... poderia isto ser... afeição?

Embora Quinn não fosse mais do que uma estranha para mim, não mais do que um pequeno cordeiro perdido que tínhamos encontrado na floresta, era como se de alguma forma... eu a tivesse conhecido e ~cuidado dela~ toda a minha vida.

Um efeito colateral do vínculo de acasalamento, sem dúvida.

Amaldiçoei-a, apertando os punhos, sentindo as garras se retraírem e meus dedos voltarem ao normal. Meus dentes de lobo se retiraram para dentro das gengivas.

Somente meus olhos ainda brilhavam como ouro, um vestígio do meu animal carnívoro interior. Parte do meu lobo queria despedaçar esta garota por sua insolência. Enquanto a outra parte...

A outra parte queria que eu rasgasse suas roupas e a tomasse bem aqui, no meio deste beco abandonado.

Aqueles lábios cheios e trêmulos. Aqueles cabelos longos e pretos. O corpo, tão jovem, intocado e sedento pelo meu, eu pude senti-lo. O desejo dentro de mim ameaçava se espalhar a qualquer segundo.

Comecei a andar só para tirar meus olhos dela e para limpar minha mente. Não estava funcionando.

"Você é realmente..." Quinn sussurrou em incredulidade. "Você é realmente um lobo..."

"Um lobisomem," rosnei. "Há uma diferença".

"Como...?" perguntou ela, balançando a cabeça, parecendo sobrecarregada. "Como isso pode ser real? Como isso pode estar acontecendo?"!

Garota tola. Ela era como uma criança.

Era para se pensar, de todas as mulheres dignas do mundo, a Deusa da Lua havia escolhido esta para ser minha companheira. Era como uma brincadeira de merda.

No fundo, eu sabia, ninguém, certamente não esta Quinn, poderia substituir o que eu havia perdido. Eu me livrei do pensamento, suprimindo-o como sempre fiz para evitar o crescimento emocional.

"Você vai entender em breve", disse eu. "Uma vez que você tenha se transformado".

Ela olhou para sua perna enfaixada como se estivesse finalmente percebendo que isto não era uma brincadeira. Esta era a vida dela agora.

É melhor ela se acostumar com isso.

"E se...?", perguntou ela com fôlego. "E se eu não o quiser? Ser como você?"

Eu deixo sair uma risada amarga. "Tarde demais para isso".

Não havia como reverter a transformação.

Uma vez mordida, ela se tornaria uma de nós ou morreria.

Embora eu me encontrasse consumido de desgosto e repugnância por tudo o que Quinn representava, sua ingenuidade infantil, seu instinto de fuga em vez de luta, eu tinha que admitir...eu não queria que ela morresse.

Talvez tenha sido apenas o vínculo de acasalamento, ou talvez tenha sido algo mais. Eu não sabia dizer. Mas o que ela disse a seguir me fez sentir ainda mais confuso.

"Diga-me seu nome", implorou ela. "Por favor. Eu preciso saber seu nome".

Por que isso era tão importante para ela? Eu já a havia deixado esperando no quarto do hospital. Talvez isso a acalmasse só falar de uma vez.

"Eu sou o Alfa do Bando Sombra da Lua..." Comecei.

"Seu nome", ela interrompeu.

"Eu estava chegando lá", eu disse enfurecido. Ela sempre foi assim tão descarada? "Meu nome é Jaxon".

Ela piscou, suas bochechas corando como se o nome estivesse tendo algum efeito físico sobre ela.

Talvez tenha sido. Quando ela me disse a dela, aconteceu o mesmo comigo.

"Jaxon", disse ela lentamente, testando-o em sua língua.

A maneira como ela disse isso... me deu arrepios. Quanto mais tempo eu olhava para ela, mais difícil ficava. Meus olhos dourados deixando- a nua, imaginando como seria tomá-la.

Tentei livrar-me desses anseios. Eles não faziam sentido. Eles eram instintivos e nada mais. Mas quanto mais eu tentava negá-los, mais fortes eles se tornavam.

De um sussurro silencioso em minha mente: Beije-a. Lamba-a. Toque nela.

...A um grito de garganta cheia: ~Coma-a. Coma- a! COMA-A!!!

Não, eu mesmo me castiguei. ~Sem comer ninguém ou nada agora.~ A garota precisava ser levada de volta ao hospital antes de tudo.

"Jaxon, você poderia...?" ela disse, parecendo cada vez mais chateada. "Você vai me deixar ir para casa?"

Por um segundo, eu me perguntava se deveria tentar confortá-la. Colocar meus braços ao redor dela. Dizer a ela que tudo ia ficar bem.

Mas isso foi um capricho patético de sentimento. Não a ação de um Alfa todo-poderoso.

"Não", eu rosnei. "Sua casa está entre nosso bando agora". Tente correr o quanto quiser, você não vai longe. Nossa ligação é como uma faixa elástica. Quanto mais você se afastar, mais poderosamente sentirá a vontade de voltar".

Seu lábio se enrolou. Parecia que ela também não gostava muito de mim.

"Veremos sobre isso", ela bufou.

Então, antes que eu pudesse detê-la, Quinn se virou e marchou em direção à rua, longe do hospital. O descaramento desta garota! Eu sabia que deveria tê-la perseguido e forçá-la a voltar para uma cama de hospital.

Mas, se estou sendo honesto, gostei de vê-la contorcer-se.

Então, Quinn queria se rebelar?

Deixe-a ver como seria um pouco de rebeldia.

QUINN

~Aquele idiota!

Não podia acreditar que alguma vez o achara tão atraente.

Claro, seus olhos dourados eram intoxicantes. E, sim, seus cabelos louros acinzentados combinavam perfeitamente sua poderosa linha do maxilar. E, no mínimo, seus músculos, seu tanquinho, todo seu físico era de dar água na boca.

Mas assim que ele abriu a boca, eu percebi o quão rude e desagradável Jaxon realmente era como pessoa.

Ou um lobisomem.

Ou o que quer que seja.

Meu cérebro ainda estava girando. Mesmo que eu o tivesse visto se transformar naquela... naquela besta com meus próprios olhos, eu não estava totalmente convencida sobre o resto.

A ideia de que eu não poderia ir a lugar nenhum sem ele, por exemplo. Isso me pareceu uma desculpa maluca para me manter por perto. Porque me raptar não era suficiente.

E a ideia, a ideia ridícula, a ideia insana, que eu ia me transformar em um deles? Um lobisomem? De jeito nenhum. Eu me recusei a acreditar nisso.

Eu deveria ter ouvido você, mãe, eu pensei.

Pensar nela trouxe uma pancada de culpa. Embora eu tivesse crescido sentindo que era uma prisioneira em minha própria casa, todos os avisos de minha mãe estavam certos.

Havia algo a temer lá fora no bosque. E a única vez que eu havia decidido negligenciar os conselhos de minha mãe, foi isto que aconteceu.

Talvez eu o merecesse.

Eu desejava tanto poder voltar ao conforto de meus livros e do quarto e da cozinha da minha mãe agora mesmo. Mesmo que ela fosse superprotetora e meio louca, eu a levaria à loucura por causa dessa loucura.

Fiquei na beira da estrada e estendi meu polegar, esperando que alguém encostasse e me desse uma carona.

Eu só tinha lido sobre carona em livros, nunca o fiz na vida real, mas achei que se houvesse alguma chance de voltar para a cabana da minha mãe, eu teria que tentar.

Um casal em uma perua surrada encostou e a mulher abaixou a janela, sorrindo.

"Você está indo para o Norte?", perguntou ela.

Eu acenei com a cabeça, de repente me senti tímida e assustada. Pelo que eu sabia, estes dois eram assassinos em série. Apesar de parecerem bastante saudáveis.

"Entre!", disse ela. "Vamos levá-la até Maysville".

Eu respirei fundo, olhei para trás mais uma vez para o hospital distante, depois me decidi. Não preciso acreditar numa palavra do que Jaxon disse. Eu poderia chegar em casa por conta própria.

"Obrigado!" Eu disse, pulando no carro e respirando com alívio enquanto corria pela estrada que me levava embora.

***

Estávamos a uma meia hora de distância quando senti a primeira facada. Foi o que me pareceu. Como se alguém tivesse pegado um garfo e o tivesse espetado em minha caixa torácica, torcendo os intestinos como se fossem espaguete.

"Ahhh!" Eu gritei, chocada.

"Você está bem?" perguntou a senhora, voltando-se para olhar para mim com preocupação.

Eu estava agarrando meu estômago. Outra facada me bateu. Esta parecia que alguém havia agarrado meu umbigo e o sacudido para cima.

Eu encolhi na dor, agarrando o assento na minha frente, apertando-o com força. Eu nunca havia sentido nada tão insuportável antes em minha vida. O que foi isto?!

E então eu os vi. Quando fechei os olhos, seu par de olhos dourados me passou pela mente.

Jaxon's.

Isto era o que ele havia chamado de vínculo de acasalamento.

A distância estava literalmente me separando de dentro para fora. E, por alguma razão eu não conseguia explicar, misturado com a dor... era um desejo puro e insaciável dele.

Por suas mãos no meu corpo. Seus lábios contra o meu pescoço. Seu membro crescendo latejando, pressionando contra mim.

Dentro de mim.

Minhas partes apertaram e ficaram úmidas. Meus olhos estavam recuando. O que, em nome de Deus, estava acontecendo comigo?!

"Encoste", eu gritei. "POR FAVOR!"

***

Uma vez que eles pararam e me ajudaram a sair do carro, eu garanti ao simpático casal que eu ficaria bem e que seria capaz de cuidar de mim mesma. Mas assim que eles se afastaram, eu me afastei, de repente, tendo dificuldade para respirar.

À beira da estrada, os olhos de Jaxon não paravam de piscar na minha mente, repetidamente. E agora, percebi... que era muito mais do que dor e luxúria.

Era anseio.

O garfo que me apunhalou no estômago era o meu desejo corporal por seu toque na minha pele. Eu me encontrava imaginando coisas que nunca havia imaginado sobre nenhum homem, mesmo nos meus sonhos mais loucos.

Jaxon descompactando suas calças.

Jaxon baixando sua cueca.

Jaxon acariciando seu perfeito, enorme...

"STOP!" eu gritei.

Eu não podia acreditar no que havia de errado comigo.

Mas eu sabia que se não voltasse rapidamente para Jaxon, poderia explodir de mais de um modo...

Próximo capítulo
Classificado com 4.4 de 5 na App Store
82.5K Ratings
Galatea logo

Livros ilimitados, experiências imersivas.

Facebook do GalateaInstagram do GalateaTikTok do Galatea