
Colega de Estudos – Parte 1
Amelia Parker é quieta, cautelosa e completamente despreparada para festas universitárias — ou para pessoas. Mas uma promessa feita à sua irmã gêmea falecida a joga direto no caos... e no universo de Zeke Evans. Ele é agitado, atraente e está sempre a um passo de perder sua bolsa de estudos. Eles fazem um acordo: ele será o guia dela na vida universitária e ela será sua tutora. Mas o que começa como aulas particulares vira provocação, mensagens tarde da noite e lições inesperadas em muito mais do que química.
Amelia pode ser inexperiente, mas não é boba. E Zeke? Talvez esteja aprendendo algo novo, como a sensação de uma garota virar seu jogo de cabeça para baixo.
ORIENTAÇÃO
ZEKE
Zeke ajeitou a alça grossa e preta de sua mochila de academia sobre o corpo musculoso, exibindo os músculos à mostra enquanto caminhava pelos corredores movimentados dos alojamentos com um sorriso no rosto. Ele sabia que estava chamando a atenção.
As aulas começariam no dia seguinte, e as garotas o olhavam com interesse, querendo retomar as coisas de onde pararam antes das férias de verão.
E durante o verão também. Ele piscou para uma garota que vagamente lembrava de uma festa na semana anterior, e ela riu e corou ao se virar para as amigas, que ele também reconhecia daquela noitada.
Zeke estava de boa com qualquer coisa que as garotas da Universidade Estadual de São Francisco quisessem fazer com ele.
“Zeke. Pega!” Fabian, o receptor do time de beisebol, lançou uma bola para ele por cima do corredor lotado.
Zeke a agarrou com uma mão só.
“Guarda pro campo, Fab!” Zeke gritou de volta, devolvendo a bola com um arremesso preciso, como se estivessem em um jogo de verdade.
Empurrou Fabian de brincadeira, que sorriu e gritou animado.
Zeke balançou a cabeça com um sorriso preguiçoso, e continuou andando entre os outros estudantes que se mudavam para os alojamentos para o semestre. Passou a mão pelos cabelos escuros e molhados que caíam sobre seus olhos, jogando-os para trás.
Gotas de água escorreram de seu cabelo para o peito bronzeado. Ele as secou com a toalha que carregava no outro ombro.
Mal conseguia ouvir os próprios pensamentos por causa de toda a barulheira no corredor, mas já estava acostumado. Nunca era silencioso nos alojamentos, especialmente no início das aulas ou à noite.
A maioria dos estudantes deixava as portas abertas, e sempre tinha uma festa rolando em algum lugar.
Zeke chegou à sua porta, sendo tocado pelo menos cinco vezes por garotas que “sem querer” esbarravam nele, “acidentalmente” passando a mão em seus abdominais definidos. Ele não era bobo; sabia que seu tanquinho era um verdadeiro imã para as garotas.
Ele não era tão grande quanto seu colega de time Alex, nem tão magro quanto Jase, mas estava no meio termo e agora media mais de 1,80m. Parecia ser exatamente o que as mulheres curtiam. E ele sabia tirar proveito disso.
Mas não deveria. Deveria estudar, se esforçar mais para passar nas matérias. Porém era difícil se concentrar quando podia viver como um atleta famoso.
Ele estava cursando cinesiologia, e o conteúdo não era tão difícil — ele entendia do assunto — mas quando se tratava de memorizar ou estudar o que precisava aprender, simplesmente não conseguia focar. Tudo o que queria fazer era jogar beisebol, e todo mundo sabia que ele só estava estudando para manter a bolsa.
Ah, e para mostrar aos pais que podia se formar. Mesmo que não estivesse fazendo um trabalho muito bom nisso até agora.
Ele simplesmente não era bom em se comprometer com as coisas, fosse com mulheres ou com os estudos. As únicas coisas que conseguia fazer realmente bem eram jogar beisebol, virar copos de cerveja e transar.
Pegando a chave do bolso, Zeke destrancou a porta e entrou em seu quarto individual, vendo bilhetinhos coloridos que haviam sido passados por baixo da porta por suas fãs. Ele sorriu e os pegou, dando uma olhada rápida.
Havia corações, marcas de batom, convites e seu favorito — uma calcinha de renda preta com um número de quarto. Ele só tinha saído por meia hora para tomar banho, mas voltar e encontrar números de garotas e recadinhos debaixo da porta era o de sempre para ele.
Ele levava uma vida boa e feliz.
Fechou a porta atrás de si e colocou os bilhetes em sua mesa em uma pilha com os outros que já havia recebido nos dois dias desde que voltara à faculdade. Eles caíram sobre outros papéis em sua mesa, e ele franziu a testa. Aqueles papéis não eram tão divertidos.
Suas notas do semestre passado.
Ele estava por um triz de reprovar, e não tinha levado o último semestre tão a sério quanto deveria.
Com um suspiro pesado, jogou sua mochila de academia na cama bagunçada e tirou os sapatos. Tinha esperado que aqueles papéis e notas magicamente mudassem enquanto estivesse fora no verão. Aí poderia fingir que as coisas estavam numa boa.
Era uma esperança boba, mas ele tinha acreditado mesmo assim, sentindo-se muito frustrado ao ver o “REVISAR” em vermelho berrante em seu último trabalho. Ele estava em maus lençóis.
Se não desse um jeito nas coisas, perderia sua bolsa de estudos, e seu futuro iria por água abaixo por causa de algumas notas ruins. Era culpa dele que suas notas estavam uma droga, e ele sabia disso.
Ele sabia que sua vida de encher a cara várias noites seguidas, e ficar com qualquer mulher que quisesse (o que era todas elas), quando bem entendesse, embora divertida e gostosa, era algo que não poderia continuar fazendo se quisesse ter um futuro no beisebol.
Uma vez que chegasse ao topo, poderia continuar pegando quem e o que quisesse, mas até lá, tinha que se ligar.
Este semestre tinha que ser diferente.
O que significava encontrar uma maneira de estudar e arranjar tempo para fazer os trabalhos para melhorar suas notas.
Zeke franziu a testa com força, pensativo. Estava muito puto consigo mesmo, puto por ter ficado tão desleixado, e não queria decepcionar seu treinador, seus pais ou a si mesmo.
Uma batida forte na porta interrompeu seus pensamentos, e ele endireitou os ombros, afastando os sentimentos ruins para ir atender.
O treinador de beisebol e lenda dos Krakens, Allen Wicker, estava um pouco mais alto que Zeke, com 1,93m do outro lado da porta, os braços cruzados sobre o peitoral largo. Era um homem enorme, muito musculoso e forte de tanto malhar.
Seu tamanho o fazia parecer um gigante, bem intimidador, e a sabedoria em seus olhos verdes fazia Zeke respeitá-lo mais do que até mesmo seu próprio pai.
O treinador sorriu, sua boca larga e cheia de dentes se curvando para o lado.
“Você não tem camisa, moleque?" Ele brincou, sua voz calorosa e reconfortante, com um forte sotaque escocês.
Zeke sorriu.
“Não, as garotas rasgaram todas ou roubaram pra cheirar depois.”
Allen soltou uma gargalhada antes de ficar sério.
“Posso entrar?” o treinador perguntou, apontando para o quarto de Zeke.
Zeke sabia por que ele estava ali, mas ainda tinha uma pontinha de esperança de que talvez pudesse se safar com um monte de notas ruins e ainda manter sua bolsa. Mas o treinador não era de passar a mão na cabeça de ninguém, e Zeke tinha o pressentimento de que ele estava prestes a acabar com essa esperança.
Zeke assentiu, e o treinador Allen entrou, seu cabelo ruivo sob um boné de beisebol, a barba mais aparada que no semestre passado ao longo de sua mandíbula.
Zeke fechou a porta atrás dele e olhou para seu treinador, que estava em pé com os pés afastados e os braços mal cruzados sobre o peito porque seus músculos eram tão grandes.
Ele já foi magro uma vez, muito rápido no campo de beisebol, mas isso tinha sido antes.
Agora ele levantava ferro pesado, e dava para ver.
“Imagino que já tenha visto suas notas horríveis?” o treinador perguntou, sem rodeios.
Zeke assentiu, com o maxilar tenso enquanto tentava não argumentar, mas não tinha desculpa que não o colocasse em mais encrenca.
“Fala, moleque”, o treinador ordenou.
Zeke desviou o olhar, não querendo ver a decepção nos olhos do treinador. “Eu vi, treinador.”
“Então você já sabe que tem que dar um jeito nessa bagunça, certo?” o treinador repreendeu como o pai de Zeke faria.
Mas Zeke realmente ouvia o treinador Allen.
Sentindo-se ainda pior, Zeke olhou para cima para encontrar os olhos do treinador.
Ele tinha que admitir seu erro; era o esperado, e o respeito nisso o colocaria em uma posição um pouco melhor com o treinador.
“Eu sei que preciso consertar minha situação, treinador”, ele começou. “Admito que as distrações aqui são difíceis de resistir, e eu curto a vida social um pouco mais do que deveria, mas vou mudar neste semestre. Vou encontrar uma maneira de me concentrar nos estudos, mesmo que isso faça todas as garotas daqui chorarem nas minhas camisetas roubadas à noite.” Zeke brincou levemente, mas o rosto do treinador ficou sério com a piada.
O treinador deu um passo à frente, encarando Zeke.
“Você ama beisebol?”
“Você sabe que sim.”
“Então pare de achar que isso tá garantido. Você tem tudo agora, mas uma distração a mais e pode ser tirado de você”, o treinador advertiu, olhando para seu joelho que tinha sido machucado e o fez perder sua bolsa.
Zeke engoliu em seco, lembrando-se do famoso Allen Wicker jogando seu último jogo e perdendo tudo.
Tinha sido um choque para todos, e ele nunca se recuperou.
Zeke não conseguia imaginar como deve ter sido aquilo e odiava que o treinador achasse que ele estava tomando tudo como garantido, mas olhando para como vivia, ele meio que estava.
O treinador colocou a mão no ombro de Zeke.
“Você precisa criar juízo, filho. Esse estilo de vida é uma recompensa pelo trabalho duro que você faz, não algo que você ganha de mão beijada. Pare de aparecer só pra cumprir tabela e ficará sem nada. Você tem mais talento do que jogadores que vi se tornarem profissionais, e quero esse futuro para você. Não deixe escapar porque não consegue estudar em vez de encher a cara”, ele disse.
Zeke assentiu. Ele tinha que fazer melhor. Tinha que deixar o treinador orgulhoso.
“Posso consertar isso”, ele disse baixinho, ainda sem saber exatamente como.
“Coloque a cabeça nos livros e melhore suas notas ou sua sorte vai acabar, moleque”, disse o treinador, e o jeito que ele falou fez Zeke pensar que estava falando por experiência própria.
“O que você sugere que eu faça então, treinador?” Zeke perguntou, realmente querendo saber porque não tinha ideia por onde começar.
O treinador abriu seu famoso sorriso largo, e Zeke soube que o papo sério tinha acabado.
“Bem, já que você adora conversar com mulheres o tempo todo, sugiro que encontre uma com cérebro em vez de só peito pra te ensinar, e quero dizer realmente estudar, Zeke.”
Não era a pior ideia, mas se sua tutora tivesse cérebro e peito, então não era culpa dele.
“Vou dar um jeito”, disse Zeke, e seu treinador assentiu em aprovação antes de sair.
Ele parou logo antes de abrir a porta e se virou para encarar Zeke.
“Ah, e talvez se mude pra um lugar um pouco mais tranquilo, longe de todas essas distrações que você mencionou. Só uma sugestão”, disse o treinador, saindo pelo corredor barulhento.
Zeke suspirou, não gostando da ideia de se mudar, mas se isso salvasse sua bolsa, ele faria.
Caramba, ele tentaria qualquer coisa para mantê-la.
Zeke pegou seu celular. Ele pretendia fazer algo produtivo quando o desbloqueou, pensando em entrar na página do Facebook da Universidade Estadual de São Francisco para ver se havia algum quarto fora do campus no qual pudesse dar uma olhada.
Mas uma mensagem apareceu no chat do grupo de seus amigos.
JASE: “Alex e eu chegaremos em 2 minutos, então termine de transar de hoje ou vamos fazer montinho com você.”
Zeke riu.
ALEX: “A transa desta hora”
Zeke riu. Parecia que as pessoas o conheciam bem demais.
Mas se as garotas o quisessem, ele não diria não.
ZEKE: “Vocês têm razão, o treinador esteve aqui, mas eu bem que gostaria de ver vocês duas tentando pular nele”, disse ele. Recebeu vários gifs de pulos e carinhas rindo antes de guardar o celular.
A porta do quarto se abriu de repente. Alex e Jase entraram, rindo e se empurrando.
Eles eram grandes como ele, mas de jeitos diferentes.
Alex era forte e robusto, malhando músculos grandes para fortalecer seu braço de arremesso.
Jase era muito rápido, o jogador de campo central mais veloz da história de San Fran.
Ele fazia muita corrida e tinha um corpo alto e esguio nas mesmas roupas de academia Kraken que Zeke costumava usar.
Alex era um pouco mais baixo, mas não muito. Tinha cabelos castanhos cacheados, curtos nas laterais e mais compridos em cima.
Jase era loiro de olhos azuis e algumas sardas.
As garotas o achavam uma graça.
Zeke achava que era seu sorriso que fazia as garotas gostarem dele.
“Vocês dois já terminaram de se agarrar?”, Zeke brincou enquanto Jase sorria e lhe dava um abraço, depois abraçava Alex.
“Estamos indo malhar. Topa?”, Alex perguntou. Zeke pensou um pouco.
Ele deveria se esforçar para melhorar suas notas, mas ir à academia com os amigos não era o que o treinador quis dizer, certo?
Ele tinha que se manter em forma.
Tá, ele já tinha ido à academia naquela manhã, mas seu corpo era importante e o mantinha no topo.
Não, o treinador definitivamente não quis dizer isso.
Zeke sorriu e concordou com a cabeça.
Pegou sua bolsa de academia e trocou de roupa. Colocou a bolsa no ombro.
Calçou os tênis, deixou o peito de fora, e então foi com os rapazes para a academia.
Não era longe de onde moravam, e logo estavam malhando, zoando e rindo como sempre.
Um costume ao qual ele não deveria voltar.
Zeke franziu a testa ao sair da academia algumas horas depois.
Ele tinha perdido muito tempo se exibindo para as garotas que resolveram malhar ao mesmo tempo.
Talvez fosse isso que o treinador quis dizer?
Putz, ele tinha que aprender a dizer não.
Jase interrompeu seus pensamentos, esbarrando nele enquanto caminhavam de volta para seus quartos no Mary Ward Hall.
“Tem uma festa na Torre de Habitação neste fim de semana. Vai rolar?”, ele perguntou, como se Zeke alguma vez dissesse não para uma festa.
“Você fala como se não déssemos de cara com festas quase todas as noites”, Alex riu.
Zeke riu. Era verdade.
Sempre rolava bebida, música e sexo em algum canto do campus, não importava o dia, e os Krakens sempre eram convidados.
“É, mas essa festa promete ser bem maior, aberta pra geral. Tipo, minas novas pra conhecer. Tipo, todas as garotas trazendo todas as amigas de fora da San Fran State”, Jase disse, erguendo as sobrancelhas para Zeke, que riu com facilidade.
Como se ele precisasse de mais fotos de peitos e números de telefone. Não que ele fosse reclamar, claro.
E eles também não.
“Parece bom pra mim”, Alex disse enquanto se aproximavam de onde moravam.
“Então, tá dentro, Zeke?”, Jase perguntou, e Zeke assentiu, mesmo que uma vozinha na sua cabeça dissesse para não ir.
Ele não deu ouvidos.
“Eu teria que estar às portas da morte pra dizer não a uma festa dessas”, ele riu, e os rapazes comemoraram.
Enquanto faziam isso, duas garotas muito gatas — calouras — saíram dos dormitórios, rindo e olhando para seus celulares.
Zeke não pensou muito sobre elas, mas Alex e Jase estavam secando enquanto elas passavam.
“Eu quero a ruiva”, Alex disse, parando para seguir seu novo alvo.
Alex adorava dar em cima das garotas. Era assustador o quanto ele queria uma garota até que ela cedesse.
Aí ele ficava entediado.
Jase olhou atentamente para a outra garota andando com a amiga.
Elas não faziam ideia de que os rapazes as observavam.
“Beleza pra mim. Eu curto minas com mais curvas”, Jase disse, olhando para a que tinha um corpo mais cheio e cabelo longo e ondulado.
Zeke revirou os olhos enquanto seus amigos o deixavam para perseguir as garotas.
“É, vejo vocês mais tarde então!”, ele gritou, balançando a cabeça e rindo antes de voltar para os dormitórios.
Sem seus amigos por perto, e com o celular quase sem bateria, ele nem podia ouvir música quando o silêncio e a dúvida chegaram.
Ele deveria ter ficado. Não deveria ter topado ir à festa.
Talvez ele não devesse ir? Mas só trabalho e nada de diversão nunca era bom.
Talvez ele pudesse estudar durante o dia e se divertir à noite? Mas aí ele tinha treino e aulas.
Tudo parecia impossível de equilibrar, e ele já estava fazendo besteira.
Era o primeiro dia do semestre, e ele já tinha jogado pela janela seus planos de focar e estudar em vez de sair.
O treinador estava certo — ele tinha que se afastar das coisas que o distraíam.
Querendo fazer isso, Zeke olhou para cima de seus pés bem quando uma garota passou correndo por ele tão rápido que ele deu um passo para trás.
Ela nem tinha notado.
Foi direto para o quadro do campus com passos decididos e um papel vermelho na mão.
Ele a conhecia do campus e das aulas, mas não a tinha visto pelos dormitórios antes.
Ela era bonita de um jeito nerd.
Definitivamente não andava com a mesma turma que ele.
Se tivesse que chutar, baseado em seus jeans dobrados e camisa polo com tênis Vans, ele diria que ela era uma garota de biblioteca.
Uma gata, de um jeito estranho.
Ela não era o tipo usual que ele curtia.
Por outro lado, ele não tinha realmente um tipo — todas se sentiam ótimas.
Mas ela não parecia o tipo de garota que se divertiria com ele.
Parecia o tipo que se apegaria demais, e ele evitava essas.
Não por maldade, porém.
Com o beisebol sendo sua vida, ele não fazia ideia de onde acabaria, que time poderia escolhê-lo depois da faculdade, e ele não ficaria ou diria não por causa de uma garota.
Então ele evitava o problema e deixava claro que não estava procurando um lance sério.
Se as garotas com quem ele ficava entendiam errado, a culpa era delas.
Amelia Parker parecia o tipo de garota que entenderia errado.
Ele só lembrava o nome dela porque ela ajudava o professor em uma de suas aulas. Mas ela nunca abria a boca.
Tão quietinha, e ainda assim seu corpo era tão notável.
Era cheio e curvilíneo.
Sua bunda preenchia o jeans de um jeito que o fazia olhar — e seus peitos.
Caramba, eles estavam empurrando contra a camisa dela.
Ela ficou na ponta dos pés para alcançar o espaço vazio no topo do quadro e colocou seu papel lá.
Ele não conseguia ler de onde estava, mas agora estava curioso.
As pessoas geralmente usavam anúncios online ou o chat da escola, mas lá estava ela com seu papel vermelho, como se as pessoas realmente fossem parar para ler.
Ele não teria, se ela não tivesse chamado sua atenção, mas agora ela tinha.
Seu cabelo era uma mistura de loiro e castanho; ele não tinha certeza de qual cor havia mais, ou se era natural, mas decidiu que gostava.
Ele gostava de muitas coisas nela.
Sua pele lisa, e quando ela se virou para se afastar do quadro, ela não usava maquiagem.
Ela tirou o cabelo do rosto com dedos que não tinham unhas compridas.
Seu pau se mexeu quando ela mordeu o lábio inferior carnudo, seus grandes olhos cor de avelã olhando para baixo.
Ele lambeu os lábios, observando-a enquanto ela se afastava em direção às aulas, e colocou as mãos nos bolsos para esconder como ela o afetava.
Ele nunca tinha desejado alguém tanto antes, não abertamente — só em festas, quando garotas estavam tentando agarrá-lo a cada poucos segundos, realmente querendo.
Amelia não tinha feito nada, e ele podia sentir o quanto a queria.
Ele a observou até que ela sumiu pelo caminho, segurando suas pastas, antes de ir ver o que ela tinha postado.
Ele imaginou que fosse algum tipo de coisa de pessoa inteligente.
Ela era muito inteligente; seu professor sempre mostrava o trabalho dela como exemplo. Outros alunos sempre usavam suas anotações e perguntavam sobre suas respostas.
Ele queria ser tão inteligente assim sem esforço.
O que quer que fizesse sentido no cérebro de Amelia claramente não fazia no dele, e pela primeira vez na vida, ele estava realmente com inveja de alguém.
Suas notas eram tão ruins, e as dela provavelmente eram perfeitas.
Um pouco irritado por não ter simplesmente a motivação que ela tinha para estudar e fazer o que podia, ele olhou para o papel dela no quadro.
O papel tinha letras brancas elegantes. Tinha o número de telefone dela também.
Zeke ergueu uma sobrancelha e pegou seu celular para tirar uma foto do número de telefone. Ele tirou bem antes de seu celular pifar.
Parecia que Amelia Parker era a resposta para todos os seus problemas. Ela era dedicada, focada, e estar perto desse tipo de pessoa só poderia ajudá-lo agora.
Sem contar que ela parecia do tipo que poderia se apegar demais. Não tinha como ela ser uma distração.
Com a mente decidida, Zeke voltou para seu quarto e botou o celular para carregar, ignorando a nova pilha de bilhetes no chão. Ele esperou até ter energia suficiente, então mandou mensagem para Amelia antes que pudesse mudar de ideia.
Ele enviou e tentou se manter ocupado se preparando para outro banho depois de suar na academia.
Ele não queria deixar os dormitórios, não realmente, mas ele só tinha que continuar dizendo a si mesmo que precisava acontecer e lembrando tudo o que o treinador tinha dito.
Seu celular apitou um segundo depois.
Essa era uma pergunta justa, mas ele não tinha certeza se queria dizer a ela. Se ela soubesse que ele era Zeke Evans, sua fama poderia deixá-la insegura.
Ele tinha que convencê-la pessoalmente de que estava falando sério.
Ele perguntou, e não tinha certeza se colaria, mas alguns segundos depois ela tinha compartilhado onde morava com ele.
Ele sorriu e disse que estaria lá em breve. Então foi tomar banho.
Se arrumou com jeans, uma camiseta branca, sua jaqueta da escola e tênis brancos. Então saiu dos dormitórios na esperança de que Amelia Parker lhe desse uma chance e visse além do cara esportista.
Talvez até ajudasse a ensiná-lo.
Ela era sua única esperança de passar neste semestre; sem suas habilidades de estudo experientes, ele iria se dar mal mais do que a garota com quem ele acabara de transar nos boxes do chuveiro.
















































