Companheiro Inesperado - Capa do livro

Companheiro Inesperado

Kim R. Fitzpatrick

0
Views
2.3k
Chapter
15
Age Rating
18+

Summary

Ela sempre achou que era uma loba adormecida. Acontece que ela não tem nada de lobo...

Ferida e abusada, Meadow foge de um acasalamento forçado e encontra uma matilha pacífica. Lá, ela é colocada sob a proteção do Alfa e tem tempo para se curar.

O Alfa Kai nasceu para proteger. Então, quando uma jovem misteriosa de uma matilha vizinha precisa de sua ajuda, ele não perde tempo. Mas, ao descobrir a verdade sobre o passado da forasteira, será que ele também terá amor para dar? Mesmo que isso possa colocar sua matilha em risco?

Ver mais

Flores silvestres e terra

KAI

Era hora de fechar o bar, aquele momento tranquilo depois que a jukebox é desligada e os últimos clientes estão na saideira, contando suas últimas piadas.

Jason - o barman e amigo íntimo de Kai - limpava as mesas, colocando em cima as cadeiras de cabeça para baixo, para que o chão pudesse ser limpo.

Kai ouvia o som das risadas que iam se esvaindo à medida que o último cliente saía pela porta. Então, sentindo-se satisfeito, desceu as escadas para pegar algumas caixas de cerveja para amanhã.

Mas assim que entrou no corredor do porão, a atmosfera mudou e um cheiro chamou sua atenção. Ele fez uma pausa para identificá-lo. Flores silvestres, terra e... sangue.

"Jason!”, ele alertou. ~"Estão vindo!~"

Ele foi para trás do balcão e colocou as três caixas que carregava no chão. Quando se levantou, uma garota (pelo menos ele pensou que fosse uma garota) entrou pela porta.

Estava vestida com um blusão grande demais e uma calça de moletom preta pelo menos dois números maior do que o normal. Estava descalça. O cabelo dourado pendia de apenas um lado do capuz, que escondia todo seu rosto.

Ela segurava o lado direito do corpo com força e o olhar de Kai se voltou para a mão dela. Estava ensanguentada. Quase silenciosamente, a garota entrou em uma cabine e se escondeu no canto.

Jason olhou para ele por cima do balcão, então Kai pegou um copo de água, foi até a mesa e colocou o copo na frente da garota. Ele podia sentir o cheiro do medo que emanava dela.

Mantendo os olhos baixos, ela pegou o copo com a mão livre. "Obrigada,” ela sussurrou fracamente, depois pegou a água e bebeu tudo.

"Você está machucada."

"Eu vou ficar bem. Só preciso descansar."

"Kai!"

Ele se virou para ver Jason apontando para suas orelhas e acenando com a cabeça para o lado de fora.

Kai olhou de volta para a coisinha encolhida no canto da cabine. "Está fugindo?,” ele perguntou ao ouvir passos apressados - botas - se aproximando do lado de fora.

O olhar dela se revelou do capuz e ele ficou impressionado com o azul dos olhos dela, enquanto o medo - não, o "terror" - se espalhava por aquele rostinho.

"Eu vou embora." Ela deslizou e tentou ficar de pé, mas um gemido de dor escapou de seus lábios.

"Que matilha? Sinto cheiro de lobo em você."

Ela olhou nos olhos dele e baixou a cabeça. "Red Dawn,” ela sussurrou.

"É tudo o que eu preciso saber. Siga-me." Ele se virou e a levou para o corredor dos fundos. "Red Dawn, Jason!,” ele gritou por cima do ombro.

"Merda!,” ele ouviu Jason exclamar.

Kai parou em frente ao banheiro feminino. "Tire o capuz,” ordenou.

Ela olhou para ele, mas obedeceu, levantando o capuz da cabeça. Usava por baixo uma camiseta branca manchada de sangue e havia marcas de chicotadas em seus braços nus.

Era óbvio que essa garota havia sido muito maltratada.

Kai levou o blusão para o banheiro e o colocou sobre a porta do box, depois voltou para o corredor e lhe entregou um pequeno frasco do bolso. "Borrife em você. É um bloqueador de odores."

Ela pegou o frasco e borrifou no pescoço, e ele acenou com a cabeça e foi abrir outra porta no final do corredor. "Meu escritório. Fique sentadinha aqui enquanto Jason e eu conversamos com os membros de sua matilha. Eles estão chegando com tudo."

"Não é minha matilha,” murmurou ela ao passar por ele.

Ela se sentou em uma cadeira, ainda segurando a lateral do corpo. O sangue escorria entre seus dedos. Ele franziu a testa.

"Três chegando, chefe", disse Jason em um link mental.

Kai voltou ao bar, depois de fechar e trancar a porta do escritório. Jason estava reabastecendo as caixas de cerveja, então Kai pegou uma toalha e começou a limpar a parte superior do bar.

Quando três homens entraram, ele olhou para cima. "Desculpe, amigos. O bar está fechado."

"Não quero uma bebida,” rosnou o maior deles. "Estou procurando alguém."

Eles eram um grupo sarnento. Sujos e de aparência rude. Cabelos desgrenhados, com rosnados ferozes no rosto.

"Você está olhando para todos que estão aqui." Ele se empertigou.

"Podemos sentir o cheiro dela!,” rosnou um segundo cara.

Kai deu a volta no bar e encarou seus olhares de frente. "Eu sou Kai Winslow. Esse é o meu bar e a minha matilha. De que matilha o senhor é?" Ele não estava gostando da atitude desses caras.

"Red Dawn,” respondeu o primeiro, estufando o peito. Ele era claramente o líder.

Kai o encarou, sua aura Alfa avançando até que o cara recuasse um passo. "Como eu disse, somos os últimos aqui."

"Sim, bem... podemos sentir o cheiro dela,” repetiu nervoso o mais magro do grupo.

Kai olhou para ele. "Vá em frente e olhe ao redor. Não há muito para ver." Ele acenou com o braço e o magrelo foi para o corredor dos fundos, enquanto os outros dois olhavam embaixo das mesas e nas cabines.

O magro gritou e voltou com o capuz nas mãos. "Encontrei isso no banheiro feminino! Tem o cheiro dela por toda parte."

O grandão pegou o moletom e enfiou o nariz no tecido. "É ela." Ele se virou para Kai. "Para onde foi a garota que usava esse blusão?"

Kai olhou de volta para Jason. "Você serviu uma garota usando esse blusão?"

"Não. Mas ela pode ter vindo durante o encontro de matilhas que tivemos. Estávamos muito ocupados,” respondeu Jason.

"Sinto muito, amigos. Não posso ajudar os senhores." Ele deu de ombros. "É uma fugitiva?"

"Não é da sua conta,” disse o grandalhão.

Kai se aproximou dele. "Você acabou de tornar isso da minha conta. Caçar alguém em minhas terras de matilha faz com que seja da ~minha~ conta. Agora, do que se trata?,” disse ele com firmeza. "Ou o senhor pode ir para as celas e me contar mesmo assim."

O cara engoliu em seco. "Ela pertence ao nosso Alfa. Ele... ele a quer de volta. Eles tiveram um desentendimento e ela foi embora, só isso."

Kai podia ouvir a mentira em suas palavras. "Como ela é?,” perguntou ele. "Aparentemente, ela está ferida - sinto o cheiro de sangue naquele capuz -, então talvez ela procure ajuda aqui na minha cidade."

"Pequena,” respondeu o segundo. "Uma coisinha pequena, com cabelos loiros e olhos azuis. Cicatriz acima do olho esquerdo. Acho que ela tem uns dezesseis, talvez dezessete anos".

"Ela é a companheira do seu Alfa?" perguntou Kai.

"Ele só a quer de volta,” disse o grandalhão. "Isso é tudo o que você precisa saber."

“É? Bem, diga ao seu Alfa que ele precisa me consultar antes de caçar alguém nas terras da minha matilha. Da próxima vez, posso interpretar isso como um ato de agressão e retaliar."

"Você sabe quem é o nosso Alfa?" perguntou o grandalhão.

"Sim, eu sei. Draiden Meyers. O filho é o Cole. Sei muito bem quem ele é. Ele era meu tio. Qual dos dois está pedindo a devolução dessa menina?"

"Cole. Ele é o Alfa agora. O Alfa Draiden se aposentou,” respondeu o segundo.

"Bem, diga ao meu primo que espero um telefonema. Quero uma explicação. Pela manhã!" Kai apontou para a porta da frente e rosnou, seu lobo vindo à tona. "Vocês já terminaram aqui."

Os três lobos do Red Dawn se viraram e saíram. Levando o blusão ensanguentado com eles.

MEADOW

Meadow sentou-se em silêncio na cadeira do escritório, com a mão pressionando o lado do corpo para tentar estancar o fluxo de sangue. Estava ficando tonta. O filho da mãe tinha usado uma faca de prata nela - devia ser por isso que estava demorando tanto para sarar.

Ela sabia que estava no território de outra matilha de lobos. Ela não sabia o nome desse bando, mas se sentia mais segura aqui do que se sentiu há muito tempo.

A Red Dawn era um bando de desajustados. O atual Alfa pegava animais perdidos e os tornava membros da matilha a torto e a direito.

Ele era caprichoso e cruel. O antigo Alfa também era uma pessoa horrível, mas pelo menos ele a tratava com alguma decência, mesmo que não fosse muita.

O Alfa Draiden nunca havia batido nela ou a escolhido para ser maltratada, mas seu filho Cole estava sempre encontrando maneiras de fazê-la sofrer.

Ela tinha que limpar toda a casa da matilha sozinha. Cozinhava, limpava e fazia a contabilidade. Ela era brutalizada sempre que um capricho o dominava.

E agora ele havia tentado forçá-la. Estava bêbado, é claro, mas isso não significava que da próxima vez ele não teria sucesso.

Ela ouviu um barulho na porta e seus olhos se voltaram para lá.

Próximo capítulo
Classificado com 4.4 de 5 na App Store
82.5K Ratings
Galatea logo

Livros ilimitados, experiências imersivas.

Facebook do GalateaInstagram do GalateaTikTok do Galatea