Kimi L. Davis
O motorista estacionou o carro do lado de fora de uma pequena igreja. Eu queria abrir a porta sozinha, mas o motorista foi mais rápido.
Eu estava prestes a sair do carro quando uma mão masculina apareceu na minha frente. Quando olhei para cima, meus olhos se encontraram com os de Brenton, o irmão mais novo de Gideon, que estava inclinado para baixo, com a mão estendida.
Segurando precariamente sua mão, saí do carro. Assim que fiquei firme, tirei minha mão da de Brenton.
“Obrigada”, eu disse suavemente.
Brenton acenou com a cabeça, e em seguida virou-se para a entrada da igreja. “Venha, meu irmão está te esperando”, falou.
"Espere, onde está o meu irmão?", eu perguntei preocupada. Nico havia sido levado em outro carro. Brenton havia me dito que meu irmão precisaria chegar à igreja antes de mim, sabe-se lá por qual motivo.
“Ele já está lá dentro. Vamos, não queremos nos atrasar,” Brenton me disse.
Levantando a saia do meu vestido de noiva, para não tropeçar e cair, comecei a caminhar em passos lentos em direção a porta da igreja, pronta para me casar, com Brenton caminhando lentamente ao meu lado.
Brenton era o irmão mais novo de Gideon e Kieran. Ele que foi me buscar.. Durante o percurso, Brenton quase não falou comigo.
Além de responder minhas perguntas com uma ou duas palavras, Brenton havia ficado quieto - uma característica, eu acreditava, que não combinava com ele.
Quando cheguei à entrada da igreja, Nico veio me receber saltitante, feliz, fofo e lindo em seu terno.
Correndo meus olhos sobre ele, orei a Deus para que eu pudesse ver meu irmão crescer e ficar bonito em um smoking, em seu casamento com a mulher dos seus sonhos.
Sem dizer nada, Nico me ofereceu seu braço. Sorrindo para ele enquanto evitava que as lágrimas escapassem dos meus olhos, eu gentilmente segurei seu braço.
Brenton deu um aperto no ombro de Nico antes de se pôr a caminhar na nossa frente, em direção a Gideon, Kieran e o senhor Maslow, que estavam ao lado do padre.
“Vamos, Alice, eu vou te entregar”, Nico me disse, sorrindo. Tive a sensação de que não eram muitas as crianças de dez anos que podiam dizer isso às irmãs mais velhas.
Eu dei a ele um aceno rápido, e Nico e eu lentamente começamos a caminhar em direção a Gideon, que estava muito sexy naquele terno, com Kieran e Brenton parados ao seu lado, enquanto o senhor Maslow estava do outro lado do meu prestes a ser marido.
Eu não tinha um buquê de flores, nem damas de honra para andar à minha frente, nem porta-alianças ou florista. Só eu e meu irmão.
Em pouco tempo estava perante Gideon, que estendeu a mão para que eu a segurasse. Fechando os olhos, peguei a sua mão e me coloquei na sua frente, enquanto o padre ficou entre todos nós.
"Podemos começar?", o padre perguntou a Gideon, que assentiu.
Fechei os olhos quando o padre de manto branco dizia as palavras de sempre. Falando sobre o amor e o casamento serem sagrados e tudo mais.
Duas vezes minha consciência me incomodou e tive vontade de fugir e não me casar com um completo estranho, mas sentir a presença do meu irmão ao meu lado foi o bastante para me segurar.
O padre perguntou se tínhamos os nossos próprios votos ou se usaríamos os votos padrão. Gideon optou pelos votos padrão. Homem esperto.
Logo chegou a hora de eu dizer"sim". Teria sido mais fácil se eu estivesse dizendo isso ao amor da minha vida em vez de a um milionário qualquer.
No entanto, eu assinei um contrato, e pode parecer loucura, mas acreditei ter me casado com Gideon assim que assinei meu nome naquele pedaço de papel. Esse casamento na frente do padre era apenas uma formalidade. Gideon e eu já tínhamos assinado um acordo.
Depois de um suave “sim” de nós dois, e depois da troca de alianças, o padre deu permissão a Gideon para me beijar. Gideon abaixou a cabeça e me beijou levemente.
Seu beijo me deu um frio na barriga, mas essa sensação passou no momento em que seus lábios deixaram os meus, poucos segundos depois.
O beijo de Gideon não continha nenhuma emoção, mas surpreendentemente, despertou uma sensação que eu nem sabia que existia.
A única pessoa que gritou foi Kieran: os outros apenas nos parabenizaram.
Depois que a parte dos parabéns acabou, Gideon me guiou para fora da igreja - o que foi um pouco difícil para mim, pois meu vestido cheio estava se tornando um pé no saco.
O cara nem mesmo se ofereceu para ajudar a carregar aquela saia enorme. Belo cavalheiro!
Lá fora havia um Aston Martin, prateado e lustroso, que vi assim que saímos da igreja. A porta dianteira se abriu e um motorista uniformizado saiu do carro. Virando seu quepe de motorista na direção de Gideon, o motorista abriu a porta traseira.
“Depois de você”, Gideon me disse.
Assentindo, eu deslizei para dentro do elegante carro, seguida por Gideon logo atrás de mim. Assim que a porta se fechou com um baque suave, quase inaudível, meu coração afundou.
"Onde está Nico?"
"Você sabe que somos casados, certo?", Gideon perguntou. Sabia que era uma pergunta retórica, mas não sabia onde ele queria chegar.
"O quê?", perguntei estupidamente..
“Agora somos casados, o que significa que sou sua primeira prioridade, não seu irmão ou qualquer outra pessoa. Eu. Coloque isso na sua cabeça, fadinha”, Gideon replicou sem rodeios.
"Sim... Mas... Meu irmão..." Eu realmente precisava saber onde ele estava. Se Gideon me dissesse, eu relaxaria. Eu sabia que éramos casados, mas simplesmente não conseguia parar de me preocupar com meu irmão, que me conhecia há muito mais tempo do que Gideon.
Gideon suspirou irritado. “Ele está no outro carro com meu pai e meus irmãos”, ele respondeu apressadamente.
“Obrigada”, eu murmurei suavemente.
“Você precisa definir bem suas prioridades, Alice. Espero que entenda o que estou falando”, Gideon me disse.
Acenando com a cabeça, me afastei de Gideon para olhar pela janela, observando enquanto as árvores e edifícios se borravam à medida que avançávamos.
Eu entendia perfeitamente o que Gideon estava falando. Ele queria que eu fizesse dele minha primeira prioridade, algo que era mais fácil de se dizer do que de se fazer.
Talvez, com o tempo, Gideon se tornasse minha primeira prioridade, mas eu duvidava, já que ficaríamos casados por apenas um ano. Então seguiríamos nossos caminhos separados.
Talvez eu consiga fazer de Gideon minha maior prioridade depois da cirurgia de Nico. Mas eu não diria isso a ele, claro. Eu tinha que fazer o possível para que Gideon achasse que ele era minha maior prioridade.
O casamento pode até ser falso ou arranjado, mas eu prometi, diante de Deus, amar e cuidar de Gideon, e ficar com ele nos bons e nos maus momentos.
E talvez eu não seja capaz de amá-lo, mas ainda assim eu cuidaria dele e o estimaria, e ficaria ao seu lado nos bons e maus momentos.
Antes do esperado, o carro parou. Pisquei meus olhos para voltar à realidade. Virando minha cabeça para olhar para a frente, meus olhos se arregalaram quando vi um castelo de pedra. Era gigantesco, e construído de forma semelhante aos castelos medievais.
"Você vive aqui?", perguntei a Gideon, horrorizada com a gigantesca construção.
“Nós moramos aqui”, ele respondeu, saindo do carro.
Viver aqui?! Neste castelo enorme?! Ele estava falando sério?! Ele vai me fazer viver aqui como uma princesa?! Uau, é quase a história da Cinderela virando realidade!
Ainda olhando para o castelo imponente, saí do carro. Assim que meus pés estavam firmemente plantados no chão, juntei o tecido macio do meu vestido e comecei a caminhar com Gideon em direção ao castelo que seria meu novo lar - por um ano.
"Nico vai morar com a gente, certo?", eu não pude deixar de confirmar.
“Sim, mas ele virá para cá depois de duas semanas”, respondeu Gideon, fazendo-me parar imediatamente.
"O quê? Por quê?" Eu perguntei, quase gritando e acelerando o passo para alcançá-lo.
“Porque vamos nos conhecer durante essas duas semanas. Além disso, preciso ter certeza de que você fica quieta durante o sexo. Não quero traumatizar a criança”, murmurou Gideon.
"O que você quer dizer? As paredes não são grossas o bastante?”, eu perguntei.
“Eles são, mas as meninas simplesmente não conseguem se controlar quando eu faço sexo com elas. É como se alguém inserisse um alto-falante ou uma buzina no lugar das cordas vocais. Os gritos são tão intensos que sacodem as paredes”, respondeu ele.
“Uau, rico e presunçoso. Uma combinação terrível”, eu disse.
“Estou apenas expondo os fatos.” Gideon continuou caminhando. O castelo ficava bem longe de onde o carro havia parado. Só percebi isso quando tive que andar todo o caminho até ele.
"Então você não gosta de mulheres que gritam?",eu questionei, surpresa com a conversa ridícula que estávamos tendo.
“Não tenho nenhum problema com mulheres que gritam, mas prefiro as que gemem e as que respiram de forma erótica”, ele respondeu, como se proclamar suas preferências sexuais fosse uma conversa cotidiana.
"Posso te fazer uma pergunta?", eu indaguei.
“Depois de pedir tantas, agora você está pedindo permissão?” O cara tinha uma habilidade incrível de mudar rapidamente de um cara legal para um completo babaca.
"Por que você queria uma esposa virgem?", eu perguntei.
“Porque uma virgem tem mais chance de engravidar do que uma mulher que não é virgem”, respondeu ele.
“Isso não é verdade”, afirmei.
“Talvez não, mas acredito que seja”, afirmou.
“Uma mulher que não é virgem tem chances iguais de engravidar.” Eu não ia deixar isso passar.
“Eu não concordo com você. Sim, uma mulher que não é virgem tem chance de engravidar, mas uma virgem tem uma chance maior”, respondeu ele.
“Não”, eu rebati.
“Que tal concordarmos em discordar?” Gideon parou em frente a uma enorme porta de madeira que tinha uma aldrava de metal em forma de leão.
Segurando a argola da aldrava, Gideon bateu contra a porta algumas vezes. Antes que eu pudesse virar minha cabeça para apreciar a beleza ao meu redor, a porta se abriu.
Gideon entrou, deixando-me plantada na porta, boquiaberta como uma idiota.
Percebendo que eu não o havia acompanhado, Gideon se virou, e olhou para mim com olhos questionadores. "Você não vem?"
"Você não vai me carregar para dentro?", eu perguntei. O cara ficou falando sobre eu fazer dele minha prioridade e nem mesmo se lembrou de me carregar porta adentro depois de casarmos. Inacreditável!
“Você tem razão”, disse Gideon, vindo em minha direção e me pegando facilmente em seus braços. "Quanto mais cedo eu te levar para o nosso quarto, mais cedo poderemos consumar nosso casamento."
Como é que é?!
***
Antes, meu coração bateu forte quando Brenton foi me buscar para me levar ao meu casamento, mas agora meu coração batia forte por um motivo, totalmente diferente.
Eu ia fazer sexo com Gideon.
Gideon me carregou rapidamente escada acima para o nosso quarto, sem parar para me deixar admirar minha nova casa. Ele gentilmente me colocou no chão, me dizendo para tirar minhas roupas e ficar confortável na cama.
Tipo, como assim?
O homem esqueceu que eu era virgem? Como eu poderia ficar confortável na cama? Como eu poderia estar completamente OK com o fato de que faria sexo pela primeira vez?
Comecei a achar que Gideon não batia bem da cabeça.
“Você ainda está vestida”, afirmou Gideon, saindo do banheiro apenas com sua boxer.
Um rubor coloriu minhas bochechas enquanto eu olhava para meu marido. O cara era digno de babar, com braços volumosos e peitoral definido.
Não é de se admirar que a mulherada gritasse tanto durante o sexo com ele. Tive a impressão de que ele pode ter esmagado aquelas pobres mulheres sob seu corpo, fazendo-as gritar como almas penadas.
Eu finalmente consegui falar. "Ah... sim..."
Balançando a cabeça com um sorrisinho, Gideon caminhou até mim e rapidamente desabotoou meu vestido.
Depois que todos os botões estavam abertos, Gideon me despiu de meu vestido de noiva, deixando-me somente de calcinha e sutiã, enquanto eu me sentia paralisada.
Gideon me virou e segurou meus ombros e gentilmente, me guiando para a cama. Empurrando-me sobre ela, Gideon me posicionou de forma que minha cabeça ficasse no travesseiro, meu corpo sob o dele.
"Você está com medo", afirmou ele, acariciando minhas bochechas.
Eu estava com medo demais para responder, sentia como se as palavras tivessem se alojado na minha garganta. Nunca, em um milhão de anos, imaginei esse momento: eu, casada, fazendo sexo pela primeira vez com meu marido.
Tudo isso fez eu me sentir como se estivesse em uma realidade paralela.
“Não se preocupe, apenas feche os olhos. Eu não vou te machucar.” E ele fez de novo, deixando de ser um babaca e voltando a ser um cara legal.
Nervosa demais para discutir, fiz o que ele disse. Fechei os olhos tentando encontrar conforto na escuridão, mas não consegui. O cheiro de Gideon invadiu minhas narinas, me fazendo perceber o quão perto de mim ele estava, sentindo o calor de seu corpo me tomando.
Gideon capturou meus lábios em um beijo lento e sensual. Correndo a mão pela minha pele despida, ele rapidamente tirou meu sutiã e minha calcinha, me deixando completamente nua.
Meu corpo começou a esquentar conforme o beijo se tornava mais profundo, e Gideon penetrava meus lábios com sua língua, invadindo minha boca. Senti algo úmido entre minhas pernas.
Ele continuou passando as mãos na minha pele nua, deixando um rastro de fogo elétrico onde seus dedos passavam. Eu pensei que ele fosse parar de me tocar depois de me despir, mas suas mãos não pararam.
Eles continuaram sua jornada, sempre descendo, até chegarem ao meu sexo, que pingava calor líquido.
Estremeci quando Gideon deslizou um dedo dentro de mim, mas seu peso me manteve no parada. Deixando meus lábios e beijando meu pescoço, Gideon lentamente bombeou seu dedo para dentro e para fora de mim, fazendo-me sentir um prazer como nunca havia sentido.
Tirando o dedo de dentro de mim, Gideon posicionou seu corpo sobre o meu. Minha mente estava confusa com o que estava acontecendo, meus olhos pesados. Eu me senti bêbada de luxúria.
Sem uma palavra, Gideon deslizou para dentro de mim, me fazendo arquear as costas com o volume inesperado, meu interior se adaptando para acomodar seu tamanho e largura.
“Aah, pare, tire”, eu choraminguei. Ele já havia rompido o meu hímen? Eu não sabia, só sabia que doía.
“Shh, fadinha, relaxe, apenas relaxe”, Gideon murmurou, passando os dedos pelo meu cabelo, me acalmando.
Respirando fundo, fiz o possível para relaxar, confiando em que Gideon não me machucaria. Fechando meus olhos, fiz o meu melhor para relaxar meus músculos.
"Boa menina, agora isso vai doer."
Espere, tem mais?
Com um impulso rápido, Gideon empurrou para dentro de mim, fazendo-me arquear as costas mais uma vez, por causa da dor dilacerante que me fez gritar.
"Filho da puta!" A dor era horrível, queimava por dentro. Amaldiçoei todos os romances que li que faziam a primeira vez parecer agradável.
“Shh, relaxe, a dor irá embora em pouco tempo. Apenas relaxe, pombinha”, Gideon murmurou baixinho, me beijando, me segurando perto dele.
Exatamente como ele disse, a dor diminuiu depois de um tempo. Dei um suspiro de alívio. Percebendo isso, Gideon começou a se mover, lentamente bombeando para dentro e para fora de mim de forma rítmica.
Agora, meu corpo estava entorpecido com uma sensação estranha. Tudo começou como um calor intenso na boca do meu estômago, um calor que continuou crescendo e crescendo, até que eu quis me banhar nesse calor.
Essa bola de calor continuou crescendo e crescendo até explodir.. Eu arqueei minhas costas quando o prazer me rasgou, banhando-me com um calor dourado enquanto meu corpo tremia.
Era isso que as mulheres nos romances queriam dizer sobre o sexo ser prazeroso? Era isso um orgasmo?
Seria este o nirvana que as mulheres diziam alcançar quando beijavam apaixonadamente a quem amavam? Era esta a razão pela qual as mulheres eram viciadas em sexo?
O som de um grunhido me trouxe de volta à realidade. Pisquei os olhos e vi Gideon diminuindo o ritmo enquanto ejaculava dentro de mim. Depois de um minuto, Gideon soltou um suspiro pesado e se virou na cama.
“Agora durma um pouco. Você deve estar exausta”, disse Gideon, deitando-se ao meu lado. Puxando-me para perto, Gideon me envolveu com seu forte braço , prendendo-me junto dele.
Eu estava muito perdida no sentimento de felicidade pós-sexo para discutir com Gideon. Então fechei os olhos com um sorrisinho no rosto, rapidamente caindo nas profundezas do sono, sentindo-me satisfeita.