Jen Cooper & C. Swallow
LORELAI
“Kai”, sussurro, ofegante. Ele se move na água ao nosso redor.
Ele me beija com ardor, despertando em mim um desejo ainda maior.
Ele não para. Se movimenta rapidamente, suas mãos percorrendo todo o meu corpo.
Deixo escapar um gemido suave, e minha cabeça pende para trás enquanto ele beija meu pescoço.
Meu corpo inteiro vibra com seus movimentos. Tento resistir ao desejo que sinto por ele. Mas é uma batalha perdida, e me entrego ao prazer.
Minhas pernas o envolvem com força, e minhas unhas arranham suas costas musculosas.
Nossos cabelos molhados pingam em nossa pele enquanto me agarro à beira do lago, a grama escorregando entre meus dedos.
O céu está pontilhado de estrelas, e a lua banha o lago com sua luz.
A lua não está cheia, mas brilha intensamente, fazendo Kai parecer ainda mais irresistível dentro de mim.
Solto um gemido ao beijar Kai novamente, meu corpo ficando tenso.
Minhas pernas o apertam com mais força.
Seus olhos cintilam, com gotas d'água escorrendo por seu rosto másculo e lábios carnudos.
Ele me observa enquanto me leva ao êxtase, segurando meus quadris, me puxando para ele cada vez mais rápido e movimentando a água ao nosso redor.
Grito quando meu corpo se contrai, sentindo ondas de prazer por todo lado.
Sinto uma bomba de calor e pressão explodir dentro de mim, fazendo meu corpo inteiro se render ao prazer.
Meu corpo o aperta, e ele solta um gemido igual ao meu quando atingimos o clímax juntos.
A água fresca do lago é um alívio enquanto tremo contra Kai.
Seu corpo fica tenso, seus músculos rígidos.
Eu o beijo, saboreando-o por inteiro antes de me inclinar para trás com um suspiro.
Ele toca meu rosto com delicadeza, se aproximando para beijar as gotas d'água de meus lábios.
“Que tal mais uma rodada? Quem sabe causamos outro terremoto como ontem”, Kai brinca.
Eu rio, mas estou sem fôlego.
“Esse terremoto é coisa séria, Kai. Nunca tivemos um tão forte antes”, digo.
Ele me beija e me faz esquecer as minhas preocupações; seus lábios sempre me fazem esquecer outros problemas.
Normalmente, minhas preocupações se resumem ao meu papel como mãe, parte da matilha ou companheira. No entanto, o terremoto da noite passada tem ocupado minha mente desde que aconteceu.
“É sério mesmo”, diz Derik, se juntando a nós no lago, suas roupas dobradas na grama.
Kai ri. “Comparado ao fato de que uma integrante da nossa matilha sumiu e pode ter sido morta, Derik, isso não é nada. Aella deveria estar de guarda perto do lago, e então desapareceu. Isso é ainda mais estranho.”
“Ela pode não estar morta.” Brax interrompe. Ele chega ao lago já nu e mergulha.
Ele emerge e me puxa para longe de Kai, me beijando.
Seu beijo é igualmente intenso.
Meu corpo formiga enquanto suas mãos me tocam debaixo d'água. Suas sombras se misturam às minhas, brilhando sob a superfície.
Me afasto e me viro para o Derik, que espera sua vez.
Ele não tem pressa. Espera o momento certo.
Que parece ser agora, quando Brax me solta e Derik pega minha mão, me puxando para ele.
Ele me beija antes de me erguer em suas costas.
Enlaço meus braços em seus ombros, descansando sobre ele enquanto flutuamos na água.
“Você acha que a Aella está morta?”, sussurro, apoiando meu queixo em seu ombro.
“Todos nós sentimos isso na conexão mental ontem à noite. A conexão não foi simplesmente desligada. Foi cortada. Não pode ser coincidência que o terremoto tenha acontecido logo antes da conexão mental dela sumir.”
Não quero que ele esteja certo. A ideia de ela ter sido morta é de cortar o coração.
Significa que a perdemos, mas também que há um novo perigo em nosso reino. E eu não estou pronta para enfrentar outro.
Tivemos anos de paz, anos sem lutar para sobreviver.
O que provavelmente significa que é hora de um novo perigo.
“Não sei”, diz Brax baixinho. “Quando a conexão mental dela ficou silenciosa, estendi minhas sombras, e ela não estava sozinha. Parecia que ela tinha se acasalado.”
“Então, onde ela está? E seu suposto companheiro?”, pergunta Kai.
“Talvez o terremoto tenha algo a ver com isso? Houve um tremor menor depois.”
Digo o que posso, mas nunca senti um terremoto antes, então não posso ajudar muito.
Fiquei tão assustada que tudo que pude fazer foi correr para os quartos das crianças para ter certeza de que estavam em segurança.
Foi por isso que Kai me trouxe para o lago, um lugar tranquilo onde posso relaxar com meus Alfas longe da cidade.
“O último terremoto foi antes de nossos avós nascerem, quando os últimos talismãs existiam. Há histórias que os conectam a outros mundos e à capacidade de viajar entre eles”, diz Derik.
Kai ri. “Histórias. Não é a vida real. Eles provavelmente só estão escondidos em algum canto, curtindo a lua de mel, e não querem que fiquemos bisbilhotando”, ele brinca.
“Houve um terremoto, e depois ela acasalou. Conexão mental ou não, ela deveria ter avisado a matilha. Ela não avisou”, Brax aponta.
Ela é da matilha dele, então confio no que ele pensa. Contudo, isso não esclarece as coisas.
“Mas e os talismãs? Não temos nenhuma prova de que são reais, apenas alguns papéis velhos”, argumenta Kai, nadando para me tirar de Derik.
Ele me puxa para si, e eu vou sem resistir, beijando-o antes de empurrá-lo brincando para debaixo d'água.
Ele emerge, sacudindo o cabelo e me espirrando água.
“Esses papéis são nossa história, Nikolai. Não os descarte tão rápido”, Derik repreende. Ele mergulha antes de emergir e empurrar o cabelo para trás.
“Há quanto tempo estamos aqui? Lobos, humanos, bruxas, vampiros. É tudo que sempre existiu. Se houvesse outros mundos, não teríamos visto alguma prova até agora?”, Kai não desiste.
Me afasto dele, nadando sozinha.
“Se aconteceu antes de nascermos, nossos ancestrais teriam se certificado de que soubéssemos. Teriam passado a informação através das gerações”, diz Derik.
Não posso deixar de sorrir. Ele pegou Kai no pulo.
Não que Kai se importe. Ele claramente não concorda com a ideia do Derik.
“Parece bobagem para mim. Talvez o universo tenha ficado de saco cheio e decidido mudar um pouco as coisas”, ele diz, sorrindo.
Não posso evitar rir, jogando água nele. Sua piada foi tão ruim que acabou sendo engraçada.
Até o Brax não consegue deixar de sorrir. “Tenho que ser sincero, D. Toda essa história de talismãs e outros mundos parece mais uma lenda urbana agora. Talvez fosse real há muito tempo, mas acho que saberíamos se fosse isso que está acontecendo aqui”, ele diz, suas sombras envolvendo minha cintura.
Eu entro na brincadeira, minhas sombras envolvendo suas partes íntimas. Ele sorri, lambendo os lábios com excitação.
Mordo meu lábio, provocando-o, tocando-o levemente, deixando-o mais excitado a cada movimento lento de minhas sombras.
“Cuidado”, ele adverte.
Finjo inocência. “Brax?”
Derik não se distrai tão facilmente. “Se os talismãs estão envolvidos nisso, então precisamos fazer algo.”
Brax sorri, nadando para mais perto, lentamente, como um predador. Eu recuo.
Kai começa a me encurralar. Continuo recuando, devagar, enquanto eles se aproximam.
Não posso evitar sorrir enquanto eles começam a se mover mais rápido, me empurrando para mais fundo no lago.
“Você pode fazer isso ou pode nos ajudar a pegar nossa companheira e se divertir com ela”, Brax provoca, olhando diretamente para mim.
“Sou totalmente a favor da segunda parte desse plano.” Kai sorri.
“Você já teve sua vez”, Brax rebate.
“Então é melhor você pegá-la rápido, porque eu não me importo”, Kai ri.
Eu rio também, e me viro para o Derik. “Ou você poderia ajudar sua companheira a escapar das mãos bobas deles?”
Os lábios do Derik se curvam em um meio sorriso antes de ele assentir. “Venha aqui, linda”, ele diz.
Sorrio e começo a nadar rapidamente em direção ao Derik. Os outros dois são mais rápidos, logo atrás de mim.
Alcanço Derik, seus braços me envolvendo e me puxando para ele bem quando os outros dois nos alcançam. Eles me cercam, os três.
Derik nos vira para que eu fique protegida dos outros dois. Eu rio enquanto ele nos mantém em movimento, garantindo que Kai e Brax estejam sempre atrás dele.
“Para trás, homens das cavernas”, ele rosna, mas o tom brincalhão em sua voz me faz rir novamente.
As sombras de Brax se movem rápido, envolvendo meu tornozelo, puxando, e me arrastando para baixo. Solto um grito quando ele me tira dos braços de Derik e me puxa para si debaixo d'água.
Ele me beija intensamente lá embaixo. Até que o fundo do lago faz um barulho alto que nos separa.
Franzo a testa para Brax, e olhamos através da água, olhando para baixo. O fundo do lago está se movendo, bolhas subindo rapidamente à superfície.
Tenho certeza de que isso não deveria acontecer. Olho para Brax, e ele balança a cabeça, tão confuso quanto eu.
A mão de Kai pousa em meu ombro, e ele me puxa para cima da água.
“Algo está acontecendo lá embaixo”, digo, recuperando o fôlego enquanto Brax emerge e olha para baixo através da água.
“Outro terremoto”, Kai diz baixinho, me puxando para a beira do lago.
Franzo a testa enquanto o reino treme novamente. Mas não é o reino. É apenas o lago.
Kai verifica com a matilha através da conexão mental para ver se a cidade está bem, mas eles não sentem nada.
“É o lago”, sussurro, olhando para baixo para ver se consigo enxergar algo.
A superfície do lago começa a brilhar, bolhas estourando na superfície cada vez mais rápido. Meu coração bate no peito tão rápido quanto, e Kai me segura contra a beira do lago.
Derik e Brax nadam até mim, formando uma parede protetora atrás de mim. O lago faz barulhos altos, as bolhas e o brilho parecendo algum tipo de truque.
“Odeio dizer que avisei, mas isso é exatamente o que aconteceu da última vez que os talismãs estavam por perto. Li sobre isso naqueles papéis que você acha que não são importantes”, Derik diz, provocando Kai.
Kai revira os olhos e se vira para sair quando tudo de repente para. Franzo a testa e olho ao redor. O lago voltou ao normal.
Kai se move de volta para a água, me puxando para perto.
“Isso não é nada estranho”, digo baixinho.
Um momento depois, o lago cospe uma forma borrada de branco e vermelho. Ela gira pelo ar e cai na beira do lago.
É uma mulher. Meus olhos se arregalam de surpresa ao olhar para ela.
Nunca a vi antes, e ela está usando um vestido de noiva rasgado e coberto de sangue. E está segurando um pedaço de gema dourada brilhante na mão.
“Um talismã”, Brax sussurra.
Eu prendo a respiração.
Ela olha com raiva para nós. Ela dá um passo, seu longo cabelo preto uma bagunça de mechas molhadas e grampos soltos.
“Ela está usando o talismã do lobo”, Kai rosna, se preparando para sair do lago.
Acho que a mulher vai revidar, pois seu olhar raivoso em nossa direção fica mais intenso. Mas antes que possamos perguntar quem ela é ou que ela possa nos atacar como claramente quer, o lago treme novamente.
“Droga”, ela diz com raiva, então corre para a floresta.
“Quer me dizer de novo como os talismãs e outros mundos são apenas histórias?”, Derik pergunta.
Kai o encara e então acena para mim. “Tudo bem, vou deixar você ficar com nossa companheira como recompensa. Uma vez, e depois vou pegá-la de volta.” Kai sorri.
Derik revira os olhos. “Seu erro é pensar que vou deixar você pegá-la ou que preciso que você me dê permissão.”
“Vocês terão que passar pelas minhas sombras, rapazes, e como isso nunca vai acontecer, é melhor desistirem.” Brax sorri.
Eles são meus companheiros. Eu os amo, mas caramba, eles podem ser irritantes.
“Vocês estão falando sério? Uma mulher estranha acabou de sair do lago segurando um talismã, e vocês estão discutindo sobre quem vai dormir comigo primeiro?”, digo com raiva.
“Primeiro as coisas importantes, Pequena Luna.” Kai sorri, me beijando antes que eu pudesse dizer o quão bobo isso é. Ele beija bem.
Estou distraída. Seu plano bobo funciona.
Eu retribuo o beijo e estou planejando deixá-lo fazer o que quiser comigo quando o lago começa a tremer novamente. Um tremor mais alto que antes. Muito mais alto.
Me afasto de Kai, e meus Alfas se aglomeram ao meu redor novamente.
“Será que é mais alguém?”, eu questiono.
“Talvez o noivo para acompanhar aquela noiva toda descabelada?”, Kai sugere.
A água começa a brilhar e borbulhar novamente, os sons ficando cada vez mais altos até que a superfície se rompe. Um monstro enorme, rugindo e coberto de escamas negras, irrompe através do lago, voando alto no céu.
Não consigo me mover de tão chocada que fico.