Sedução Vezes Sete - Capa do livro

Sedução Vezes Sete

Jen Cooper & C. Swallow

Os Dragões

LORELAI

Um dragão.

Um dragão negro enorme voa no céu, soltando rugidos altos e furiosos que me deixam arrepiada.

Não é o corpo imenso, as escamas negras reluzentes, as asas gigantes ou a cauda longa e assustadora que me impressionam.

São os dentes compridos e afiados que são ao mesmo tempo aterrorizantes e magníficos.

De repente, o lago se agita novamente e outra criatura gigante emerge. Esta é de um verde vibrante, tão grande quanto a primeira.

O dragão se ergue no céu, batendo as asas lentamente com uma graça impressionante.

Vejo algo vermelho e forço a vista para identificar.

Uma pequena mulher humana está montada nas costas do dragão verde. Ela parece miúda, mas forte, com cabelos ruivos esvoaçando enquanto aproveita o passeio.

São lindos. Os três.

Meu coração dispara enquanto os dragões rugem em uníssono antes de trocarem sorrisos.

Ambos mergulham em direção à floresta, perseguindo a mulher que acabou de chegar.

“Acho que não é o marido”, diz Kai, pigarreando.

Não consigo falar. Estou surpresa, chocada e maravilhada.

Dragões. Dragões de verdade.

“As lendas são verdadeiras”, murmura Derik.

“Uau”, Brax sorri.

Ele sai do lago com um pulo e começa a se vestir antes de se virar para nós.

Ainda estamos boquiabertos, observando os dragões.

“Vocês vão vir ver o que está acontecendo ou devo ir sozinho?”, ele sorri.

Isso nos faz sair apressadamente do lago.

Vestimos nossas roupas rapidamente, que grudam em nossa pele molhada.

Estou parcialmente vestida, com minhas calças de couro marrom, botas e blusa creme.

A blusa pertence ao Brax.

Ele não veste uma camisa, apenas coloca as mãos na cintura e espera que terminemos.

Kai também só veste as calças.

Olho para o Derik e vejo que ele fez o mesmo.

“Vocês não precisam de camisas?”, brinco com eles.

“Você precisa de uma, Pequena Luna”, diz Kai, me beijando.

“E vocês?”

“É coisa de Alfa, Faísca. Aqueles dragões são Alfas. O cheiro deles é muito forte.”

Sigo-os em direção à floresta para onde a mulher correu, e escutamos os dragões ainda rugindo.

Através da conexão mental, Derik ordena à matilha que proteja a cidade, aos humanos que vão para os túneis e às bruxas que fiquem na montanha até lidarmos com os dragões.

Ainda não sabemos se são amigos ou inimigos.

“Então, mostrar os músculos vai assustá-los se estiverem aqui para atacar?”, rio.

Derik dá de ombros. “Mostra que somos fortes. A transformação é mais fácil assim. É uma declaração, linda”, diz ele, caminhando ao meu lado.

Homens. Balanço a cabeça, escondendo meu sorriso enquanto adentramos a floresta.

O chão treme com os rugidos dos dragões vindos de mais adiante.

“Eles a encontraram”, diz Brax do meu outro lado.

Suas sombras estão à mostra, e Kai lidera o caminho.

Ele é o maior.

Não consigo ver além dele, mas mantenho minha magia pronta, minhas sombras também.

Elas não estão zangadas ou na defensiva, o que é bom, mas estão curiosas.

Encontramos a mulher em uma pequena clareira na floresta.

Um vento forte sopra entre as árvores e então cessa abruptamente.

A mulher está de pé entre dois homens altos idênticos e uma ruiva muito baixa.

Ver os dragões em forma humana não diminui meu espanto.

Sinto-me empolgada e não consigo conter o sorriso.

Dragões metamorfos são reais.

E esses dois parecem gêmeos.

Têm o mesmo rosto sério, o mesmo corpo esguio.

Mas parecem fortes, seus corpos sólidos enquanto encaram a pequena ruiva.

São muito altos.

Acho que são até mais altos que o Kai, o que nunca vi antes.

E a pele deles parece tão macia.

Quero tocá-la.

Só para ver se é como imagino que a pele de um dragão seria.

E os meus Alfas tinham me dito que eles não existiam.

Estou tão feliz que eles estavam errados.

Os recém-chegados nos observam atentamente enquanto nos aproximamos, desconfiados de nós assim como estamos deles.

Kai permanece comigo enquanto os outros dois Alfas se espalham um pouco para manter o círculo apertado ao redor da mulher de vestido de noiva.

O dragão de cabelos negros começa a ficar tenso e franzir o cenho para Kai, que o encara orgulhosamente.

O dragão é negro com olhos verdes - iguais aos do lobo de Kai, e sei que meu companheiro vê nele alguém com quem pode brigar.

Eu não encaro assim - acho tudo muito interessante.

A mulher que cercamos tem olhos escuros e selvagens que brilham em roxo, refletindo a luz do colar de lobo que usa no pescoço.

Parece ser de prata, mas a magia que emana dele é tão roxa quanto a minha.

“Bem-vindos ao nosso mundo. Sou o Alfa Derik Achlis. Este é o Alfa Nikolai Ferus. Alfa Braxton Trux e nossa companheira, Luna Lorelai Valarian”, Derik nos apresenta, apontando para cada um de nós.

Ele se vira para nossos convidados tensos.

“Somos os Alfas das terras dos lobisomens. Podem nos dizer por que estão aqui?”

O de cabelos negros impressionantes franze a testa, mas permanece calado. Ele fica mais atrás e seus olhos focam principalmente na ruiva, examinando-a.

O gêmeo de cabelos verdes balança a cabeça.

“Gostaríamos.”

A ruiva revira os olhos.

Ela é pequena e usa um vestido preto que parece mais gasto do que o que normalmente vejo na cidade.

Ela também usa uma coleira de couro com um anel.

Isso não é algo que os escravos usam?

A garota sorri para nós.

“Perdoem meus companheiros. Eles são dragões e frequentemente se esquecem que outras pessoas existem”, ela diz.

Dragões. Incrível.

“Sou a Maddie. Estes são meus companheiros -” ela começa, mas o companheiro de cabelos negros rosna, puxando-a de volta para ele.

“Fique quieta, Ratinha. Você não fala por nós. Se quiséssemos que eles soubessem quem somos, já teríamos dito”, ele diz, puxando sua coleira para que ela olhe para cima.

Ela aperta os lábios enquanto o outro homem dá um passo à frente - tenho quase certeza de que ele é o dragão verde, pelo tom de seu cabelo.

“Isso é assunto de dragões metamorfos. Vão embora e nós cuidaremos disso”, ele diz. Sua voz é hostil e ele examina meus companheiros, sem nunca dizer seu nome.

Meus companheiros estão tensos e rígidos, sentindo o desafio que os dragões claramente demonstram.

Olho para a garota chamada Maddie, seu cabelo vermelho vivo e seus olhos de um bonito azul-esverdeado.

Seu rosto parece inocente, suas bochechas rosadas e pele clara contrastando com seus companheiros predestinados altos e sérios.

A mão de seu companheiro predestinado em seu braço está apertada, seu olhar zangado, seu dedo enganchado em sua coleira.

Ele teve a audácia de chamá-la de rata.

Que idiota.

Um idiota gostoso que se transforma em dragão.

Empurro Kai para o lado.

“Solte-a. Vamos conversar com ela”, digo firmemente.

O de cabelos negros me olha, e seu olhar deixar claro que não vai obedecer. Maddie mostra a língua para ele.

“Controle seu animal de estimação ou nós o faremos”, o homem ameaça, acenando para meus companheiros.

Ergo uma sobrancelha para ele, olhando para Kai para ter certeza de que ele não está prestes a atacar o dragão.

Em vez disso, ele ri e balança a cabeça. “Nem pensar.”

Ele dá de ombros e então ri. “Ela me destruiria. Mas sugiro que você ouça minha companheira, ou eu vou destruir você”, Kai adverte, começando a ficar irritado.

Maddie afasta a mão do homem de cabelos negros e rapidamente se move para se esconder atrás do de cabelos verdes. Ele lança um olhar furioso para seu gêmeo.

Eles se encaram, e eu reconheço aquele olhar. Eles estão conversando através de uma conexão mental.

Observo a mulher parada no meio, presa entre dragão e lobo como um animal encurralado. Ela parece furiosa, seu peito subindo e descendo rapidamente enquanto seus olhos examinam cada rota de fuga possível.

Ela está esperando sua chance de correr, mas Brax está cobrindo todas as saídas com suas sombras que estão prontas para capturá-la se ela tentar. Ele sempre fica para trás por esse motivo.

A ameaça silenciosa que ninguém espera até que seja tarde demais. Espero que não precisemos chegar a esse ponto.

O gêmeo de cabelos verdes finalmente fala conosco. “Eu sou o Hael. Este é o Lochness. Somos Dragões Gêmeos, Gêmeos da Primeira Raça para ser exato, e os Senhores Dragões de Requiem.”

Ele fala com muito orgulho. “Governamos a terra. E esta usuária de magia é uma feiticeira Corvo Escarlate chamada Tavora. Ela é do nosso mundo. O que a torna nossa. Estamos aqui para levá-la de volta ao nosso reino. Há uma recompensa por capturá-la”, diz Hael.

Derik intervém então, voltando-se para a feiticeira. “O que ela fez de errado?”

“Não é da sua conta, lobo”, Lochness responde.

“É Alfa para você, dragão”, Derik responde em uma voz muito calma, mas perigosa. “Vocês estão em nosso mundo. Vocês irão nos respeitar.”

“Não vamos ficar, e você não nos diz o que fazer”, Lochness retruca.

Não estamos fazendo progresso. Viro-me para Maddie, que ainda está ao lado de Hael. “O que a feiticeira fez?”, pergunto a ela.

Maddie olha para a mulher, e depois suspira. “Ela é procurada em nosso mundo por matar o homem com quem deveria se acasalar.”

“Por quê?”, pergunto à feiticeira.

Ela franze a testa, seu colar brilhando mais intensamente.

Minha magia vem à ponta dos meus dedos, e eu a transformo em uma bola na minha mão. “Não faça isso. Eu vou impedi-la”, aviso.

Ela olha para minha magia roxa, então suspira. “Reingard me traiu. Ele era meu, e ousou se acasalar com outra pessoa. Uma loba”, ela diz com raiva, olhando para nós com nojo.

“Aella”, Brax sussurra.

“Você a matou?”, exijo, minha magia pulsando.

Tavora sorri, um sorriso largo e maldoso que me dá minha resposta. “Eu a despedacei. E fiz meu noivo assistir. Eles gritaram o tempo todo. E agora todos vocês vão pagar pelo que eles me fizeram.”

Estou pronta para despedaçá-la quando Lochness dá um passo à frente, seus ombros se curvando, os punhos cerrados. “Ela é nossa”, ele rosna.

“Ela matou-”

“Ela matou uma das nossas também”, Maddie interrompe antes que as coisas piorem.

“E vocês querem vingança?”, pergunto.

“Vamos levar a Tavora de volta ao nosso mundo”, diz Hael firmemente.

“Isso não vai acontecer. Ela está aqui agora. Isso a torna nosso problema”, diz Brax lá de trás.

Dou um passo para trás enquanto meus Alfas avançam. Os dragões fazem o mesmo.

Movo-me para o lado. Se isso se transformar em uma luta, não tenho certeza se podemos vencer. Eles são dragões.

Idiotas. Mas dragões.

Maddie para ao meu lado enquanto os homens discutem sobre quem fica com a feiticeira. É mais uma exibição de músculos, caretas e olhares do que qualquer outra coisa.

“Então, você acasala com os três?”, ela pergunta com um sorriso, sua voz suave e bonita. É linda, quase como mágica.

Aceno com a cabeça, sorrindo. “Sim. Sou muito sortuda.”

“Concordo. Eles são muito gatos. Seus Alfas andam sempre sem camisas?”

Dou de ombros. “Às vezes. Antes de eu rasgá-las”, brinco. Bem, mais ou menos.

Maddie ri, um som tão bonito quanto sua voz. “Que inveja. Os meus são os que rasgam.”

“Mas eles são dragões. Isso é incrível demais”, digo, observando os homens. Tenho quase certeza de que um deles está prestes a bater em alguém. Volto a prestar atenção na discussão acalorada.

“Lobos também têm dentes.” Kai sorri. “Vocês não são os únicos que podem caçar criaturas malignas.”

“Nós queimamos Corvos Escarlates com fogo verde”, diz Hael. “Vocês vão perdê-la porque não sabem lidar com ela. É mais provável que ela caçe vocês por diversão. Os dentes de vocês não são suficientes para lidar com uma feiticeira de alto nível do nosso mundo.”

“Eu tenho mais do que dentes.” Brax envia uma onda de sombras que se movem e sacodem as árvores, fazendo parecer que ele controla o clima.

“Brax”, diz Derik baixinho. “Guarde-as por enquanto.” Ele não quer mostrar nossas vantagens. Não é difícil entender por que ele está preocupado.

Eles continuam discutindo sobre qual mundo é o melhor para lidar com a feiticeira, quais Alfas são mais fortes e quem pode fazer mais justiça. Deixo que continuem e converso com a Maddie.

Entre nós, tenho certeza de que podemos pensar em algo melhor do que essa rivalidade boba.

“Na verdade, sou uma matadora de dragões, sabia? Sou tão forte quanto meus companheiros”, ela sorri.

Ergo uma sobrancelha. “Isso é sexy. Você deve deixá-los loucos, implorando aos seus pés.”

Ela ri alto. “Definitivamente não. Sou escrava deles. Eles são meus mestres. Eles prefeririam me ver de volta na minha jaula, com algo na minha boca e acorrentada, do que implorar por qualquer coisa.”

Não tenho certeza se ela está brincando ou não. “Uma jaula?”

Maddie ignora minha pergunta, em vez disso olhando para os meus Alfas. “Aposto que eles te deram uma bela jaula, Lorelai. Eles parecem bons companheiros, então tenho certeza de que estão te tratando bem como seus três mestres.”

“Eu não tenho uma jaula. Eles perderiam os pintos se alguma vez tentassem me colocar em uma jaula”, digo com firmeza.

Maddie olha entre mim e meus Alfas, um sorriso se espalhando por seu rosto.

“Meus dragões vão odiar este lugar. Temos que ficar por aqui, sem sombra de dúvida.”

“Bem, temos o problema da Tavora. Poderíamos mantê-la em nossas masmorras, amarrá-la com nossa magia e depois decidir com calma o que fazer com ela”, sugiro.

Há algo sobre esses dragões, especialmente Maddie, que me deixa curiosa. Eles vêm de um mundo completamente diferente, e quero aprender tudo sobre ele.

Maddie sorri de volta para mim. “Quero ficar. Meus companheiros vão odiar essa ideia, o que é exatamente por que eu a amo. Vamos nos conhecer melhor.”

Retribuo seu sorriso e então olho para meus Alfas. É quando percebo que somos apenas nós e os dragões na clareira.

“Onde ela está?”, digo baixinho.

A cabeça de Maddie vira rapidamente, seus olhos procurando pela feiticeira assim como os meus.

Mas Tavora não está em lugar nenhum.

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