Lobos Vêm de Marte - Capa do livro

Lobos Vêm de Marte

Mutemoonfairy

Capítulo 5

Acordei com uma forte dor na cabeça. Ao abrir os olhos, vi Marte tendo uma conversa séria com um homem que eu nunca tinha visto antes.

Embora ele não fosse tão alto quanto Marte, ele ainda era mais alto do que qualquer humano com aquela altura enorme e ombros largos, o que me dizia que ele também era um lobisomem.

"Quero que essa mulher seja encontrada imediatamente. Sem deslizes."

"Sim, Alfa."

Marte virou a cabeça em minha direção, captando meus olhos, e lentamente começou a relaxar sua postura tensa.

"Falamos mais sobre isso mais tarde. Deixe-nos a sós." O homem fez uma reverência e saiu rapidamente da sala.

Marte veio e sentou ao meu lado na cama, puxando minha cabeça para que ela descansasse em seu peito, seus braços abraçavam a minha cintura. "Como você se sente, companheira?"

"Estou bem, quanto tempo eu dormi?"

"Você está dormindo há dois dias, companheira."

Balançando a cabeça, incrédula, deixei Marte me pegar e me colocar em seu colo. Meu corpo dolorido começou a se sentir melhor com o toque dele.

"Sinto muito, companheira. Eu deveria ter ido com você. Eu não deveria ter perdido você de vista. Eu fui tão estúpido por ter…"

Eu suavemente segurei o rosto de Marte, esfregando meus polegares nas bochechas dele e parando-o no meio da frase antes de abaixar as minhas mãos para sinalizar.

"Não tinha como você saber. Está tudo bem, você ainda apareceu no final. Você salvou minha vida, Marte. Eu não teria reagido gentilmente à sua abordagem protetora, então estou feliz por você não ter me seguido."

"Sinceramente, só precisava respirar um pouco sozinha. Mas agora eu sei que você realmente faria qualquer coisa por mim..." Funguei, enxugando as lágrimas dos meus olhos, com o meu corpo tremendo levemente com a lembrança daquele dia.

"Pequena Fawn…"

"Eu estava com tanto medo, Marte. Eles iriam me estuprar e provavelmente me matar."

Marte rosnou, me trazendo para mais perto enquanto eu ofegava por ar.

"Eu nunca vou deixar ninguém te machucar de novo, companheira."

Eu chorei ainda mais quando ele me afastou um pouco para poder ler as minhas mãos. "Eu estava tão indefesa, eu sou fraca. Não sou digna de você, Marte; eu não sou forte o suficiente."

Limpando todos os fios de cabelo emaranhados presos no meu rosto, ele me confortou: "Shh, bebê, você não é fraca. Eu não poderia estar mais orgulhoso da companheira com quem fui abençoado. Você se portou muito bem. Eu estava lá apenas para terminar o trabalho."

"Francamente, acho que a matilha terá um verdadeiro deleite quando perceberem como sua nova luna é uma pequena psicopata."

Eu o empurrei de brincadeira e ele riu ainda mais, me fazendo rir baixinho também. "Mas não sou eu quem anda por aí arrancando cabeças, sou?!"

Os olhos dele se arregalaram de brincadeira, como se ele estivesse horrorizado. "Ah, sim, claro, e se não me falha a memória, você é apenas a mulher que arranca os olhos das pessoas!"

"Foi em legítima defesa!"

"Eu sei, querida, eu sei."

Recostei-me em Marte, deixando-o me abraçar, me sentindo segura novamente.

"Você me contou um pouco no caminho para casa, mas há mais alguma coisa que você poderia nos contar sobre Melissa que pudesse nos ajudar a encontrá-la ou descobrir por que ela iria querer machucar você?"

Minha mente voltou para a cena, repassando a expressão no rosto de Melissa quando ela me deixou sozinha com aqueles homens. "Não, não tenho ideia de por que ela faria isso. Éramos como irmãs."

Marte esfregou minhas costas em círculos com suas mãos grandes e quentes, me fazendo relaxar ainda mais.

"Está bem, amor. Conversamos com o gerente do restaurante e revistamos todo o local. Não havia sinal de que ela já tivesse trabalhado lá e ninguém tinha ouvido falar dela. Eles provavelmente sabiam que estaríamos lá e planejaram tudo."

Fiquei perplexa. Eu simplesmente não conseguia acreditar que tudo aquilo realmente tinha acontecido. "Por que ela me machucaria assim?"

"Eu não sei, pequena, só sei que você não vai sair do meu lado nunca mais, e a partir de agora dobraremos a segurança em todos os lugares."

Assenti, e Marte pediu a uma das empregadas que trouxesse uma grande variedade de comida, insistindo que eu comesse muito mais do que eu normalmente comeria.

Depois fomos tomar banho. Não resisti dessa vez, sabendo que precisava da ajuda dele. Marte foi extremamente cuidadoso com meus ferimentos, ajudando-me a me limpar e garantindo que eu não caísse.

Depois do banho, Marte me colocou no chão e eu caminhei lentamente até o espelho, com medo de me olhar e ver os danos que haviam sido causados ao meu rosto e corpo.

Eu engasguei um pouco, lágrimas brotaram em meus olhos. Meu olho estava inchado e fechado, minha pálpebra estava preta e roxa, com um amarelo raivoso por baixo.

Minha mandíbula tinha um hematoma grande, que chegava a ser do tamanho de um punho, e havia algumas crostas cobrindo uns arranhões no meio. Eu estava horrível.

Ao olhar para Marte no espelho vi raiva, tristeza e, o pior de tudo, culpa. Não deixei de notar os grunhidos baixos que saíram de seu peito.

"Nós vamos encontrá-los, companheira. Eles vão pagar pelo que fizeram com você."

Marte me pegou e me pressionou contra seu peito enquanto eu chorava muito. Ele balançou os quadris para frente e para trás até que eu finalmente adormeci em seus braços quentes.

No dia seguinte acordei na cama sobre o peito largo de Marte. Senti um estrondo abaixo de mim antes que ele abrisse os olhos.

"Bom dia, raio de sol," ele sussurrou.

Eu sorri para ele. Eu estava de bom humor, embora todo o meu corpo ainda estivesse doendo. "Hora do café da manhã?!" Eu brinquei.

Ele riu da minha empolgação por comida. "Sim, hora do café da manhã."

Marte me carregou para baixo e, como sempre, me sentou em seu colo e começou a me alimentar até que o prato estivesse vazio.

"A cerimônia de acasalamento está chegando, Fawn."

Eu me encolhi fisicamente com o pensamento, evitando encontrar o olhar dele e descansando o meu no suco de laranja em meu copo.

"Vamos dar um passeio," ele insistiu.

Um sentimento ruim tomou conta de mim quando o vi fazer um gesto para que todos na casa saíssem enquanto caminhávamos em direção à porta dos fundos.

Assim que saímos, Marte me colocou no chão e me deixou passear pelo lindo e grande jardim. Era incrível — qualquer flor, qualquer fruta que você pudesse imaginar estava lá.

E então vi a melhor árvore trepadeira bem no meio do jardim. Corri até ela, tentando escalá-la, até que Marte me pegou e me colocou em seu quadril.

"Não tão rápido, mocinha, você ainda nem está totalmente curada. Vamos sentar um pouco."

"Sinto que tenho muita energia para gastar, provavelmente porque dormi por muito tempo. Eu preciso me alongar!" Olhei de volta para a árvore demoradamente enquanto seguia Marte até um banco próximo.

"Fawn, eu dei a cada casa em cada setor humano comida suficiente para que cada pessoa tivesse o suficiente para comer em cada refeição. Junto com abrigo adequado e atenção médica."

Meu rosto se iluminou, eu me inclinei lentamente e dei um beijo na bochecha de Marte. "Isso é maravilhoso!"

Mas alguma coisa o estava incomodando, pois suas grossas sobrancelhas escuras se franziram, formando uma ruga em sua testa. "É a sua vez, Fawn. Você tem que assumir a responsabilidade e fazer a sua parte."

Eu estava confusa. Eu não tinha ideia do rumo que aquela conversa estava tomando. "Sim, eu sei, e eu vou. Só preciso de algum tempo para descobrir o que preciso fazer. Isso tudo é tão novo para mim. Preciso de tempo para me adaptar e me acostumar com tudo isso."

Ele colocou sua mão grande sobre a minha, parecendo culpado, mas um pouco animado. "Você está pronta, Fawn, está na hora."

Aquele sentimento ruim de antes começou a surgir novamente quando os nossos olhos se cruzaram. Comecei a tremer, lutando contra as lágrimas enquanto me levantava rapidamente, tirando a minha mão da dele.

"Não. Eu não estou preparada. Eu vou fazer isso. Eu sei que vou. Apenas me deixe ter algum espaço. Preciso sair por um minuto. Isso tudo é demais para mim."

O pânico começou a se instalar quando os olhos dele brilharam com um verde mais forte e seu grande corpo se ergueu sobre mim, parecendo ainda muito maior naquele momento. Comecei a dar passos para trás, e ele veio até mim novamente com um grande passo.

"Venha aqui, companheira."

Balancei a cabeça, deixando as lágrimas caírem livremente pelo meu rosto.

"Agora, companheira! Eu não vou pedir de novo."

Assim que ele levantou o braço para me agarrar, eu corri. Corri o máximo que minhas pequenas pernas conseguiam, dando algumas voltas para fora do caminho na esperança de despistá-lo.

Meu vestido ficou preso nos galhos, rasgando em alguns pontos enquanto eu me arranhava. Assim que saí do jardim, olhei para os dois lados antes de correr em direção à porta dos fundos do castelo.

Correndo agora pelo grande e amplo interior, subi direto a escada dupla em direção à ala leste reservada aos convidados.

Procurando um bom lugar para me esconder, abri um dos armários de empregada e entrei, borrifando um frasco de produto de limpeza em mim para tentar mascarar meu cheiro.

Eu não era idiota, sabia que me esconder dele não era minha melhor ideia, mas ao menos isso me daria algum tempo até que eu pudesse bolar um plano melhor, o que poderia demorar um pouco.

Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi Marte pisar lentamente pela casa.

"Saia, Fawn. Nós dois sabemos que se esconder é inútil."

Prendendo a respiração, congelei, tentando fazer o máximo de silêncio possível.

"Isso será melhor para nós, companheira. Estamos prontos, a matilha está pronta. Este é o próximo passo, Fawn; você não pode continuar fugindo disso."

Eu sabia que ele estava certo, mas eu não estava pronta. Eu precisava de mais tempo. Tudo isso me assustou muito; e eu nem sabia ao certo o porquê.

"Tudo bem, você quer uma perseguição, companheirinha? Você terá uma. Então eu vou bufar e explodir a casa abaixo!"

Fechei os olhos, lágrimas escorriam pelo meu rosto. O suspense era assustador.

A casa inteira ficou em silêncio — sem empregadas, sem guardas, só eu e ele, onde quer que ele estivesse. Enquanto eu esperava, uma sensação horrível subiu pelas minhas entranhas e costas.

A porta do armário foi subitamente arrancada das dobradiças, quase me fazendo fazer xixi de medo enquanto gritava silenciosamente o mais forte que podia.

Um grande estrondo ressoou no ar e pedaços da porta caíram no chão. E lá estava ele, parecendo empolgado.

"Te peguei, ovelhinha."

Quase desmaiei quando ele esticou seus braços longos e grossos em minha direção. Pensando rapidamente, peguei o borrifador e apertei.

Infelizmente, estava na configuração mais baixa, fazendo com que apenas um único jato o atingisse na bochecha. Ele riu baixo enquanto me puxava para fora do armário e me jogava por cima do ombro.

Eu chutei e soquei as costas dele, tentando ao máximo possível escapar enquanto o modo de sobrevivência se instalava. Mas isso sequer fez ele se mexer, e então ele deu um tapa forte em minhas costas enquanto continuava andando.

Finalmente, ele parou de andar. Abrindo uma porta, ele me jogou em sua cama. Assim que meu corpo parou de quicar no colchão, olhei para ele, meu rosto estava rosado e manchado de lágrimas em súplica.

"Por favor, Marte, eu não estou pronta, por favor! Não faça isso!"

Ele me ignorou, colocando minhas duas mãos acima da cabeça com uma de suas grandes mãos, enquanto arrancava meu vestido já horrivelmente rasgado com a outra.

Comecei a hiperventilar, ofegando forte e tentando livrar meu corpo do aperto dele.

"Shhh, eu só vou marcar você, companheira. Nós dois precisamos disso para o nosso relacionamento e para que eu possa protegê-la adequadamente, Fawn. Esta é a única vez que vou te machucar, meu amor. Eu te prometo."

Balançando a cabeça, tentei lutar contra ele enquanto ele empurrava minha cabeça para a esquerda, enfiando o rosto na curva do meu pescoço e inalando profundamente.

Eu o ouvi rosnar baixo de satisfação enquanto chupava e mordia o local, enviando arrepios de prazer pelo meu corpo. Em seguida, senti seus caninos raspando meu pescoço, o que me tirou do meu torpor lascivo.

Eu resisti e chutei, tentando fugir. Ele passou a mão pela minha bunda e apertou, chamando a minha atenção para lá. Eu suspirei. A próxima coisa que percebi foi ele afundando seus caninos em mim, me fazendo jogar a cabeça para trás em agonia pura.

Essa foi a pior dor que já senti em toda a minha vida. A sensação se espalhou do meu pescoço para todo o meu corpo, me fazendo sentir como se estivesse queimando. Lágrimas escorriam pelos meus olhos enquanto eu tremia de dor.

Depois do que pareceu ser uma eternidade, ouvi uma voz em minha mente. "Está tudo bem, companheira, apenas relaxe seu corpo, só mais um pouquinho, está quase acabando."

O que está acontecendo comigo? Por que estou ouvindo a voz de Marte na minha cabeça?

Antes que a escuridão tomasse conta completamente da minha visão, eu ouvi uma voz suave e mansa que eu nunca tinha ouvido em voz alta antes. Mas, de alguma forma, eu sabia que era a minha.

"Marte."

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