A Gente se Esbarra por Aí - Capa do livro

A Gente se Esbarra por Aí

Aimee Dierking

Capítulo 5

Maggie saiu para correr no dia seguinte para tentar clarear a cabeça antes de fazer o planejamento das aulas para o resto do ano. À uma e quarenta e cinco da tarde ela já tinha finalizado a última parte do ano letivo.

Ela se levantou e se espreguiçou, comeu um sanduíche rapidamente e decidiu ir à piscina para ler e relaxar antes de ir trabalhar no clube.

Felizmente, não havia mais ninguém na piscina. Ela passou um pouco de protetor solar, colocou os óculos escuros, ajustou um cronômetro no celular e começou a ler, perdendo-se nas páginas.

Liam trabalhou a manhã inteira no caso de Maggie. Ele se comunicou com a empresa de cartão de crédito e analisou todos os relatórios policiais. Seu ex e sua amiga conseguiram tirar 8.670 dólares de suas contas poupança e corrente, além dos 15 mil dólares do cartão.

Tratava-se de roubo e fraude em nível de crime, e ele queria pegá-los.

Havia fotos no arquivo que Jennings deu a Liam, e ele pediu para os seus investigadores particulares que começassem a investigar os últimos débitos no cartão para ver se conseguiam descobrir para onde tinham ido. Nick, que era um bom amigo e também seu assistente de TI, perguntou por que ele estava fazendo isso.

"Como assim?"

"Esta é a garota de ontem, do telefone, certo?," perguntou Nick.

"Sim, e acho que ela merece ter alguém para ajudá-la, Nick."

"Ah, eu entendo, mas imagino que você também não esteja cobrando pelos seus serviços,” perguntou ele com um sorriso presunçoso.

Liam olhou para ele e tentou não corar.

Nick balançou a cabeça. "Merda, Olsen, como ela é?"

Liam limpou a garganta e disse para ele voltar ao trabalho.

Nick girou em sua cadeira e voltou a examinar alguns arquivos, sorrindo para si mesmo.

***

O alarme de Maggie a tirou do seu livro. Ela juntou as coisas e voltou para o apartamento.

Depois de tomar um banho, prendeu o cabelo em um coque bagunçado e vestiu uma calça preta e uma regata preta de botão decotada.

Sapatilhas pretas completavam seu uniforme para trabalhar no clube. Ela fez um carinho no Gus ao sair.

Enquanto dirigia, pensou em Brett Mitchell e no quanto o amava. Ele cresceu com Maggie, Makayla e Olivia na mesma rua e as tratava como suas irmãs mais novas.

Ele cortava o jardim de todas elas, batia nos meninos que as provocavam, ria nos bons momentos e chorava com elas nos ruins.

Ele abraçou Maggie no funeral de sua avó e torceu por ela e Makayla quando elas se formaram na faculdade. Embora ele fosse quatro anos mais velho que as meninas, eles todos ainda eram próximos.

Elas sentiram muito a sua falta quando ele foi para Yale, mas ficaram muito orgulhosas por ele ter entrado lá. Ele sempre ligava e enviava e-mails para elas enquanto estava no norte.

Quando voltou, usou seu MBA para abrir uma casa noturna em Miami. Rapidamente, ela se tornou um paraíso para os ricos por causa da decoração elegante, da segurança rígida, da boa música e da comida de alta qualidade.

Maggie trabalhou lá nos verões durante toda a faculdade e ainda fazia alguns turnos quando precisava de dinheiro extra, além do seu salário de professora.

Tudo o que ela ganhava no clube era guardado no fundo para comprar sua casa própria.

Ela estacionou nos fundos da boate e entrou pela porta, acenando para Jake e Mo, os seguranças. Brett estava no escritório dele.

"Oi, Mags! Como você está?"

"Oi, B., estou bem."

"Makayla me contou sobre seu dia ontem. Sinto muito, querida."

"O advogado em quem trombei encontrou meu telefone e disse que continuaria tentando encontrá-los. Só quero que esse pesadelo acabe e que eu possa continuar com minha vida."

"E encontrar um cara legal e talvez ter um filho ou quatro?” disse ele com um sorriso.

"Você me conhece tão bem,” disse ela enquanto o abraçava.

Ele disse a ela para assumir o bar esta noite e se divertir. Ela riu e começou a trabalhar, abrindo garrafas e cortando guarnições. Várias horas depois, o clube finalmente fechou.

Maggie se arrastou para a cama por volta de uma e meia da manhã com 330 dólares no bolso. Havia um senhor mais velho que disse que ela o lembrava da neta dele e ficava deixando notas de 20 para ela a noite toda.

A quarta-feira foi igual, mas Maggie só voltou para casa com 250 dólares.

Ela precisava de mais mil dólares para pagar o aluguel e ter algum dinheiro para gasolina e comida até o dia do pagamento. Era bom que o fim de semana trouxesse mais dinheiro.

As quintas-feiras da primavera sempre deixavam Maggie feliz porque era a temporada de softball da liga adulta. Ela fazia parte da equipe da escola com Mike, o marido de Makayla, e vários outros professores.

Brett sempre ia assistir e torcer por eles antes de ir a um bar esportivo local para comer comida gordurosa e tomar cerveja. Era muito divertido, e ela adorava estar no meio do jogo na primeira base.

Ela vestiu sua camisa azul do time e leggings pretas que iam até um pouco abaixo dos joelhos, prendeu o cabelo em um rabo de cavalo, pegou sua bolsa e saiu.

Eles tinham um jogo cedo hoje contra um time que era novo na liga. Ela chegou e começou a se aquecer com Adam, o diretor-assistente.

Havia rumores de que Adam queria convidá-la para sair, mas ela deixou claro que não namorava colegas de trabalho. Seria muito constrangedor se não desse certo.

Isso não impediu que Adam flertasse com ela, mas Maggie não dava a mínima.

Os outros professores estavam dizendo que a nova equipe era formada por vários escritórios de advocacia e seus funcionários. Com sorte, eles não seriam muito arrogantes.

Maggie observou algumas das pessoas que estavam se aquecendo do outro lado do campo, rindo e brincando. Esse era um sinal promissor de uma boa partida e, com sorte, de uma divertida passada no bar depois do jogo.

Brett estava sentado com Makayla na arquibancada enquanto o time aquecia. Alguém se aproximou deles enquanto Maggie corria atrás de uma bola que Adam jogou para fora.

Ele fazia isso quando se distraía com ela; às vezes era charmoso, outras vezes era irritante.

O árbitro reuniu todos e começou o jogo. A primeira entrada foi tranquila, ambos os arremessadores fizeram arremessos decentes e a entrada terminou rapidamente.

A segunda entrada foi mais interessante quando as duas primeiras pessoas da equipe de Maggie chegaram à base e, em seguida, Maggie subiu para rebater.

O arremessador deles parecia achar que ela não era uma grande ameaça, e Maggie fez ele mudar de ideia rapidamente ao acertar uma rebatida dupla que limpou a base.

Ela parou na segunda base em meio aos aplausos da sua equipe. Então bateu palmas e levantou os braços sobre a cabeça para Makayla e Brett.

Ela estava feliz até ouvir uma voz atrás dela dizer: "Bela tacada, Maggie!"

Ela se virou e viu Liam ao seu lado com um boné de beisebol preto. Seus olhos se arregalaram.

"O que você está fazendo aqui?"

"Você não está feliz em me ver? Senti sua falta,” disse ele com um sorriso presunçoso.

"Cale a boca, Liam! Só jogue softball e fique quieto."

Ele riu dela e então sussurrou: "Pelo menos daqui posso ver essa sua bunda encantadora em movimento e de perto!"

Ela sibilou para ele, e ele riu quando ela avançou para a terceira base quatro arremessos depois. A equipe vencia por quatro a zero quando o início da entrada terminou. Liam chegou à primeira base durante seu tempo no bastão, provocando Maggie.

"Será que você pode calar a boca? Meu Deus, você é tão irritante!"

Liam gostou do fato de estar incomodando Maggie. Ele queria que ela pensasse nele. Eventualmente, ele poderia aumentar o nível e usar o charme.

Poderia demorar um pouco, mas ele conseguiria sair com ela. Ele nunca tinha se interessado tanto por uma mulher como por essa ruiva linda e mal-humorada.

O jogo prosseguiu sem nenhum acontecimento até a sétima entrada, quando uma bola alta foi lançada, e Maggie estava correndo da primeira para a terceira base quando sentiu uma pancada forte e caiu no chão. Imediatamente, ela sentiu uma dor aguda no punho esquerdo que a deixou sem fôlego. Ela rolou para o lado, agarrou o braço e instintivamente o puxou para o peito.

A dor era diferente de tudo o que ela já tinha sentido e ela não conseguia parar de chorar.

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