Loba Rejeitada - Capa do livro

Loba Rejeitada

Marie Hudson

Descobrindo o meu destino

Drake

Observo enquanto a garota que conheço há anos, a melhor amiga da minha irmã, se afasta. Seu belo corpo desaparece na esquina, seguindo por outro corredor.

"Por que a Addy tá fugindo? Eu não mordo," digo, intrigado com a sua partida repentina.

Myra, a minha irmã, lança um olhar severo para a Macie. "Ela foi intimidada novamente. É por isso que ela fugiu."

Me viro para a Macie, a garota que está tentando cravar as garras em mim. Ela acha que quando eu encontrar a minha companheira, vou rejeitá-la e escolher a Macie. Isso não vai acontecer. Meus pais me ensinaram a esperar a mulher que a Deusa da Lua escolheu para mim.

Eu rosno para a Macie. "O que você fez com a Addy?"

Ela olha para nós dois antes de jogar o cabelo por cima do ombro e caminhar pelo corredor em direção ao refeitório. Me viro para a Myra, repetindo a pergunta. Ela me conta o que a Macie disse para a Addy e meu sangue ferve. Respiro fundo para acalmar o meu lobo e então sinto o cheiro de um perfume familiar. Fecho os olhos, inspiro profundamente e, quando os abro, estou olhando para a Myra.

"Com quem você esteve hoje, Myra?" Eu pergunto, com um olhar intenso.

Ela se contorce, sabendo que não pode deixar de responder.

"Com muita gente," diz ela, rápido demais.

Olho para o corredor onde a Addy desapareceu. "Ela tá estranha hoje, né?"

A Myra balança a cabeça. "Não, tá igual sempre. Tirando que hoje é aniversário dela e os pais dela não fizeram nada de especial."

Rosno ao pensar em um Beta tratando sua única filha como um fardo. Os filhotes devem ser valorizados e não descartados.

"Preciso saber uma coisa e é melhor você me dizer a verdade," digo, agarrando o pulso da minha irmã.

Ela olha ao redor do corredor antes de apontar para uma sala de aula vazia. "Vamos conversar lá. Precisamos de privacidade se você vai perguntar o que eu acho que vai. Ryan, você pode encontrar a Addy e ficar de olho nela até terminarmos?"

Ryan, meu Beta, acena com a cabeça e olha para mim em busca de confirmação. Dou um leve aceno de cabeça e ele segue pelo corredor.

A Myra abre a porta da sala de aula e eu a sigo, trancando-a atrás de nós. Respiro fundo, inalando o cheiro forte de flor madressilva em suas roupas. Meu lobo começa a perambular, inquieto, na minha mente. O cheiro enche as minhas veias, fazendo o meu coração bater forte e meu corpo estremecer.

A Myra solta um longo suspiro. "Vai em frente e pergunta. Acho que já sei a resposta."

"Você disse que a Addy completou 18 anos hoje. Senti cheiro de madressilva de manhã e tá bem forte nas suas roupas. É o cheiro dela?" pergunto, encostado em uma mesa.

A Myra anda pela sala, olhando para o chão. "Ela tá com medo, Drake. Ela me pediu pra dizer pra você rejeitá-la amanhã, pra que ela não tenha que lidar com a dor no dia do aniversário."

Meu lobo rosna com as suas palavras, mas eu grito: "Ela disse O QUÊ?"

A Myra estremece com A minha explosão. "Ela não acha que é digna de ser a sua Luna. Olha pra vida dela, Drake. Ela se sente uma pária, indigna de qualquer pessoa. Os pais dela a trataram como merda, e a nossa matilha abusou dela. A Macie acha isso engraçado."

Agarro a borda da mesa com tanta força que ela quebra. Jogo o pedaço quebrado no chão e me afasto da mesa, andando pela sala para acalmar o meu lobo.

"Eu disse a todos pra deixá-la em paz. Eles não me respeitam o suficiente pra seguir as minhas ordens?" Eu rosno.

A Myra balança a cabeça. "A Macie dá as ordens. Ela diz aos membros da matilha que os protegerá da sua raiva. Eles se escondem atrás dela porque ela usa o seu nome pra manipulá-los."

Estou tremendo de raiva. A Macie tem agido pelas minhas costas, dando ordens. Essa manhã, eu estava conversando com alguns amigos sobre quem estava por trás do ataque à Addy quando senti aquele cheiro maravilhoso. Estive tão concentrado em senti-lo novamente que esqueci o meu dever de proteger a amiga da minha irmã.

Eu bato o meu punho na parede. "Isso acaba agora. Por que você não me contou?"

A Myra zomba e revira os olhos. "Você é tão cego assim, irmão? Seus amigos já explicaram o que tá acontecendo. Eles imploraram pra você ver como a Macie é quando você não tá por perto. Já procurei você muitas vezes pedindo que alguma coisa fosse feita a respeito do abuso. Você dá ordens, mas nunca segue conselhos."

Encosto na parede, passando as mãos pelo rosto. "Você tem razão. Tenho estado tão concentrado nas minhas responsabilidades, em garantir que o papai esteja satisfeito com o meu progresso, que negligenciei outras coisas. Não é que eu tenha esquecido, apenas fiquei preso na minha própria vida. Meus amigos me contaram que a Macie era horrível, mas eu não queria ver. Eu tava planejando resolver a coisa do ataque à Addy quando aquele cheiro me distraiu."

Myra coloca a mão no meu braço. "Você tem estado sob muita pressão. Ser Alfa é duro. Isso ocupa muito do seu tempo. Mas você tem um Beta pra ajudar. O Ryan diz que você não exige muitas coisas dele."

Eu olho para o chão. "Tenho tentado fazer tudo sozinho. Não quero sobrecarregar os outros com tarefas que eles possam achar que estão abaixo deles."

A Myra dá um tapa na lateral da minha cabeça. "É pra isso que eles existem, seu idiota. Veja como o papai lida com as coisas. Ele dá ordens ao Beta, Gamma e Ômega sem pensar duas vezes. Eles seguem as ordens dele e deveriam seguir as suas, não importa o que pensem."

"Você só vai escapar impune porque é minha irmã," eu digo, esfregando o local onde ela me bateu.

Ela ri e se inclina contra uma mesa. "Eu sei. Então, o que você vai fazer agora?"

Eu me afasto da parede e olho para ela. "Primeiro, precisamos encontrar a minha companheira. Todo o resto vai se encaixar depois. Ela precisa saber que não vou rejeitá-la." Ouço a Myra suspirar e me viro para ela. "O que foi? Não me diga que você disse a ela que eu rejeitaria!"

Ela me olha com tristeza. "Não, eu disse a ela que nossos pais criaram você direitinho. Só tô preocupada com a reação dela. Quando conversamos mais cedo, no banheiro, ela não tava feliz."

Um sorriso puxa os meus lábios. "Então, era ela quem tava escondida naquele cubículo?"

"Sim. Por que você saiu sem confrontar?" a Myra pergunta, alisando a camisa.

Eu rosno. "Ela tava se escondendo de mim. Pensei que nos encontraríamos novamente, então não quis forçar a barra. Quero que nossa conexão aconteça naturalmente, quando nos encontrarmos cara a cara."

À medida que nos dirigimos para a porta, a Myra faz uma pausa e olha para trás. "O que você vai fazer com a Macie?"

Eu rosno. "Eu vou lidar com ela. Não se preocupa. Vamos. Quero conhecer a minha companheira pessoalmente."

A Myra dá uma risadinha. "Você conhece a sua companheira desde a sexta série."

Eu sorrio para ela. "Eu sei. Ela sempre chamou a minha atenção. Ela sempre foi tão tímida perto de mim que nunca a pressionei. Se ela quisesse conversar comigo, conversaria. Isso não acontecia com frequência, mas quando acontecia, ela era tão tímida que meu coração doía por ela."

Myra destranca a porta. "Vamos comprar vestidos depois da escola pra minha festa amanhã. A Macie não foi convidada, então certifique-se de que os guardas vão mantê-la longe. Vou comprar um vestido pra Addy, já que os pais dela não vão fazer isso."

Eu fico ao lado dela. "Não."

Ela faz uma parada abrupta. "Não? Você não vai dizer o que eu posso..."

Eu levanto a minha mão, silenciando-a efetivamente. "Vou comprar roupas pra ela hoje mais tarde e quero que ela comece a morar na casa da matilha conosco a partir de hoje. Ela é a minha companheira, minha futura esposa, e todos saberão o papel dela na minha vida na festa de amanhã."

Um sorriso começa a se formar em seus lábios. "Você tem uma grande tarefa pela frente. Os pais dela queriam que ela se mudasse hoje, esperando que ela fosse viver com o companheiro, se o encontrasse. Mas imagina só a reação deles quando descobrirem que ela tá com você."

Meu sorriso desaparece. "Eu não poderia me importar menos com as opiniões ou reações deles. Ela é minha agora; isso é tudo que importa."

Entramos no refeitório, enchendo as nossas bandejas com comida. Meu olhar percorre a sala, pousando nos familiares cabelos ruivos do lado de fora. Saímos do refeitório e a Myra corre na minha frente. Observo enquanto ela gentilmente tira a mochila das mãos trêmulas da Addy, e o doce aroma atinge as minhas narinas. Nossos olhos se encontram e uma descarga elétrica passa por mim, quase me fazendo deixar derrubar a minha bandeja.

Sento em frente a ela, e digo com uma voz gentil. "Addy, precisamos conversar."

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