J. A. White
MADDIE
Acordo com o avião pousando no aeroporto LaGuardia. Não consegui dormir ontem à noite porque estava muito ansiosa. Começo a esfregar os olhos para tirar o sono deles.
Tive um sonho esquisito em que a minha mãe tentava me avisar sobre alguma coisa. Ela ficava me mostrando uma pessoa sem rosto e dizendo, "Você o conhece, fique longe dele".
Não conheci a minha mãe; ela morreu no meu parto. Pelo que o meu pai disse, ela teve um aneurisma no cérebro. Mas quando a vejo nos meus sonhos, é como se eu a tivesse visto ontem.
Eu sempre a imagino como a única imagem que tenho dela. Ela está em um lindo vestido de noiva, no dia do seu casamento. Ele deixa os ombros dela de fora, mostra um pouco de decote e tem uma cauda de mais de um metro.
O meu pai diz que tenho os olhos e o sorriso dela. Ele fica com os olhos cheios de lágrimas toda vez que fala sobre ela. Ele nunca namorou quando eu era criança—ele não queria que eu pensasse que ele estava substituindo a minha mãe.
Beijo o meu dedo e toco o rosto dela na foto. "De quem você estava falando?" Murmuro para a foto.
Olho para cima e vejo uma comissária de bordo me encarando. "Chegamos a Nova York," diz ela.
"Obrigada," respondo e guardo a foto antes de começar a esticar os braços. "Nunca viajei de primeira classe antes. Tem muito espaço para as pernas e o encosto vai todo para trás." Ela sorri de volta para mim.
Começo a dobrar o cobertor e o coloco no assento vazio ao meu lado junto com o travesseiro.
"Ah, querida, você pode levar. São itens gratuitos nessa companhia aérea," diz ela.
"Legal." Eu os enfio na minha mochila.
O avião para no terminal. Alguns minutos depois, a porta se abre e a comissária me leva para fora antes dos outros passageiros. Ela me guia pelo túnel de desembarque e me leva passando pelo balcão do check-in até um senhor em um carrinho de golfe.
"É para você," ela me diz. Eu me sento e ele começa a me levar pelo aeroporto, apertando a buzina para que os outros saiam do caminho. Observar ele desviando para a esquerda e para a direita me diz que ele já fez isso antes.
Quando percebo, ele começa a dirigir por um túnel que nos leva para fora, onde tem uma limusine estacionada.
"Ainda não peguei as minhas malas," digo ao homem no carrinho de golfe.
"Não se preocupe. Vou levar a sua bagagem para o hotel. Esse carro vai te levar," ele diz e tira o chapéu de leve. "Bem-vinda a Nova York."
O motorista da limusine está esperando do lado de fora da porta. Ele estende a mão para me ajudar a sair do carrinho de golfe. Ele abre a porta da limusine e eu entro. Dentro da limusine estão outras três pessoas.
"Estamos esperando mais dois. Devem chegar em breve," diz o motorista antes de fechar a porta. Olho para cima e aceno com um sorriso tímido.
"Oi, qual é o seu nome?" pergunta a garota sentada mais à frente na limusine.
"Madison, mas os meus amigos me chamam de Maddie."
"Que fofo," ela diz. "O meu nome é Britney."
"Olá, sou Diane."
"Meu nome é Alex," diz o único homem na limusine, acenando com a mão.
Todos ficamos ali sentados, sem conversar, só olhando uns para os outros. Começo a examinar Alex, que está conversando com a Diane. Será que o Alex é o meu parceiro? Ele é atlético e parece que beija bem.
Bato na minha cabeça. Para de tirar conclusões precipitadas. Vai ter mais homens—espero.
Então a porta se abre e mais dois homens entram. Ah, graças a Deus, digo para mim mesma.
O motorista da limusine enfia a cabeça pela porta. "Estamos todos aqui. Vamos para o hotel," ele diz e fecha a porta. Todos fazem uma pequena comemoração.
Trinta segundos depois, sentimos a limusine começar a se mover.
"Olá, sou Derrick."
"Me chamo Joseph," diz o outro homem enquanto eles se sentam juntos perto da porta. Todos se apresentam de novo.
Depois disso, silêncio. Ficamos sentados ali olhando uns para os outros.
De repente, uma das garotas—acho que o nome dela é Diane~—~começa a fazer uma live no Instagram na limusine. Todos os outros só assistem.
"Oi pessoal, tudo bem? Adivinhem onde eu estou? Estou em Nova York, indo de limusine até o hotel. Ainda não conheci o meu parceiro, mas vou avisar vocês assim que descobrir.
"Até mais, amo vocês," Diane diz e guarda o celular de volta na mochila.
Depois que ela termina, todos começam a conversar, fazendo perguntas sobre os empregos e hobbies das outras pessoas. Acho que estão tentando avaliar os outros ou descobrir se o parceiro está nesse carro.
Uma coisa que notei é que todos estão em boa forma física.
A limusine para e ouvimos o motorista sair.
A Diane pega o celular e começa a gravar. Ela queria ser a primeira a sair da limusine. Ela vai até a porta quando o motorista a abre e sai.
Os rapazes deixam as outras mulheres saírem primeiro. Depois que todos saímos, somos recebidos pelo porteiro que tira o chapéu. "Bem-vindo," ele diz a cada um de nós ao entrarmos.
Vejo uma placa à esquerda que diz "Amor ou Dinheiro" com uma seta apontando para uma sala de conferências. Eu abro a porta e todos me seguem.
Para a minha surpresa, já tem outras seis pessoas na sala de conferências. Tem uma mesa do lado direito da porta com adesivos de "Olá, o meu nome é." Encontro o meu adesivo e fico feliz ao ver que escreveram o meu nome do jeito certo.
Retiro o papel da parte de trás e o colo sobre o meu seio esquerdo. Todos entram na sala e alguém fecha a porta atrás de nós.
Tem queijos e biscoitos salgados, frutas cortadas e várias garrafas de champanhe Dom Perignon em baldes de gelo. Tem uma garota abrindo as garrafas e as servindo em taças, depois as arrumando em fileiras.
Pego alguns pedaços de queijo e ela me entrega uma taça.
No centro da sala tem doze cadeiras arrumadas em círculo. O cara que fechou a porta agora está no meio delas. Ele ergue a sua taça de champanhe.
"Senhoras e senhores, por favor, sentem-se. O meu nome é Craig e ali perto do champanhe está a minha adorável assistente, Cassie."
Olho para ela e a vejo levantando uma taça e piscando para mim. Então, foi ela quem escolheu o meu parceiro.
"Quero desejar a todos boas-vindas a Nova York."
Todos começam a aplaudir enquanto se dirigem para o círculo de cadeiras. A Cassie se junta a Craig no meio do círculo. O Craig começa a pegar as suas anotações e eu dou uma olhada em todos ao meu redor.
O primeiro cara que vejo está sentado de frente para mim.
"Droga, ele é bonito," digo baixinho. Ele parece do tipo que malha, está bronzeado e com o cabelo descolorido pelo sol. Só pode significar uma coisa—ele mora na praia.
De repente, ele olha para mim e sorri com um pequeno aceno. Sorrio e aceno de volta enquanto o meu rosto fica em três diferentes tons de vermelho. Olho para baixo. "Deus, espero que ele não seja da Costa Oeste."
A imagem da minha mãe me alertando sobre algo volta à minha mente. O rosto da pessoa ainda está desfocado.
Fecho os olhos e percebo que ele tem tatuagens nos dois braços. Não consigo ver claro o suficiente para identificar que tipo de tatuagens.
Abro os olhos e olho para o cara bonito de novo. Sem tatuagens.
Sorrio e aceno mais uma vez.